poderão alguns pensar que é ainda cedo demais, mas a temporada 2013/14 acabou e com o anúncio da nova estrutura para o futebol do clube fica a faltar um espaço onde discutir o que aí vem do ponto de vista técnico/táctico.
[u]não usem este tópico para sugestões, principalmente de jogadores a contratar. há tópicos para isso. aqui a abordagem deverá ser, nesta fase, mais lata, mais “cinzenta”.
quando a época começar, já com os nomes certos, aí sim, poderão dar asas à vossa imaginação.
caso contrário este tópico fica outro “preparação da época 2014/15” e não é esse o seu objectivo.[/u] :great:
nb. já agora em vez de apenas gráficos com nomes, tentem explicar a vossa ideia. futebol não é um jogo estático, é movimento, é dinâmica. quando colocarem um quadro com um qualquer esquema táctico, façam esse esforço extra para dizerem o porquê dessas peças específicas estarem nessas posições… específicas também.
SL.
(qualquer semelhança entre o texto acima e o do tópico do ano passado não é mera coincidência) ;D
De forma muito simplificada(que agora não tenho muito tempo), tendo como base o Estoril do ano passado, gostava que invertesse o triângulo, ficando como estava na 1ª época na 1ª liga(com um atrás e dois mais criativos lado-a-lado), e procurasse mais o jogo interior, deixando a largura a cargo dos laterais, com os extremos a receberem bem dentro do bloco adversário. Compreendo que não tivesse feito isso no ano passado, porque os laterais eram medíocres e os extremos precisavam todos de ter espaço para enquadrar, mas espero que aqui tenha jogadores para isso e o faça.
Pois, concordo principalmente com o que dizes no fim, futebol não é um jogo estático. Penso que fotos de caricas são boas para ensinar posicionamento em livres e nada mais. Como exemplo basta ver o movimento de um lateral, em nenhuma imagem aparece o lateral a dobrar pelo interior em vez de colado à linha, ora eu penso que o lateral deve subir para o espaço que o extremo à sua frente abriu, e não sempre colado à linha. Mas mais importante que um preciosismo (pela falta de qualquer linha amarela), é que as imagens não explicam o fundamental no futebol (e em muita coisa na vida), os timings.
Penso que a equipa tem de se apoiar em regras básicas e construir rotinas apartir do acordo sobre as mesmas. Isto é:
nunca a defesa pode ter 2 jogadores apenas (excepto cantos, ou estar a perder com menos de 5 minutos para jogar).
não haver sobre-povoação do espaço (espaço é onde o adversário não está, conquistar esse espaço é difícil, não vamos dar o nosso de graça).
é tanto ou mais importante do que correr para a frente e fintar o simples ficar parado a segurar um marcador directo ou abrir uma linha de passe mais atrás no terreno, dependerá SEMPRE do momento de jogo, e NUNCA se pode fugir a essa responsabilidade (esta basicamente é a solidariedade, tanto o central vai eventualmente ter de fazer de PL como o PL de central).
Fora isto, se o passe é mais directo, ou se queremos fazer 1000 passes num jogo acho que já deve diferir do adversário e não do nosso plantel, o contrário é a auto-limitação.
Este é um dos tópicos que mais gosto de ler. Sermos treinadores (no papel) de uma equipa como o Sporting é revigorante e chama em nós aquele sonho de infancia que quase todos temos. Vivemos nos simuladores como o FM esse sonho mas sabe a pouco. Não podemos cheirar o balneario nem podemos pisar a relva mas também estamos protegidos dos adepos e do gume que é o bater no poste e lá se vai 3 pontos.
Gosto de equipas que usem e abusem do passe curto e da desmarcação. O Barcelona de Guardiola era o exponente máximo desse estilo de jogo mas claudicava muitas vezes no objectivo do jogo que sempre foi marcar golos. Usando o mesmo estilo de jogo mas tendo a mentalidade e pragmanismo alemão esperava um Bayern demolidor. O que falhou, na minha opinião, é uma estabilidade tactica de quem desde jovem sabe que terrenos pisar. A escola do Barça que desde pequeninhos utilizam a mesma forma de jogar permite que quando chegam a equipa A, saibam o que fazer. Era provavelmente a minha primeira decisão no futebol do Sporting. Implementar uma filosofia de jogo igual em todos os escalões que potencia-se as qualidades naturais dos jogadores para qualidades de ADN da equipa.
Para mim o Sporting tinha como obrigação mandar sempre no jogo. Deixar pouco espaço para o adversário pensar, presionar o detentor da bola e fechar as linhas de passe obrigando o adversário a passes longos mais facielmente intersectados com uma defesa subida. Seria necessário bons indices de agressividade e pulmão para aguentar o jogo todo a presionar.
O ataque gosto que seja feito em posse de bola através de passe e desmarcação. Um bocado ao estilo do basket em que uma das primeiras regras para se saber jogar é o passe e corte, ou seja, passo a bola e desmarco-me para a receber novamente e criar desiquilibrios defensivos. Apostava em progredir no terreno através de movimentos parecidos ao acordeão (abrir e fechar). Aproximar da bola e afastar, levando os defensores a perderem as marcações e avançado no terreno de forma apoiada onde quem corria era a bola de pé em pé.
Iniciaria as partidas num 4-2-3-1. O tradicional quarteto defensivo com alguma liberdade de subida dos laterais para apoiar o meio campo e dar linhas de passe entre o meio campo defensivo e meio campo ofensivo, jogando sempre em função do posicionamento dos alas. Um meio campo defensivo de dois homens que além de recuperar bolas seriam que carregavam a equipa para a frente numa especie de Xavi e Iniesta, um médio ofensivo muito móvel que jogava como se estive-se no meinho a receber bolas e a distribuir pelo jogador livre, dois alas que diversificavam o modo de actuar, ora jogavam por dentro e deixavam a linha para os laterais, ora jogavam na linha e os laterais ocupavam zonas interiores, e um ponta de lança móvel que se movimenta-se nas costas dos centrais para puxa-los para trás. Acho que desta forma, haveria sempre apoios disponiveis para o passe e passaria muito da decisão da jogada o posicionamento dos alas em arrastar a defensiva contrária e abrir espaços para os laterais ou para o medio ofensivo explorar. Olhando para o nosso plantel actual penso que só faltará um médio ofensivo tipo Modric.
Durante o jogo e se não estive-se a resultar a tactica anterior, rodaria o triangulo a meio campo e abriria a equipa com um médio centro na recuperação de bola, dois médios ofensivos a transportar bola e dois alas/avançados bem abertos no sentido de abrir a defesa contrária, sendo o equilibrio de meio campo feito pelos laterais uma especie de DC- MDC-DC DD-MO-MO-DE AD-PL-AE num futebol mais rápido nos flancos e centros para um ponta lança possante.
Já disse no tópico do bulgaro, não temos 10 no plantel nem formamos jogadores com essas caracteristicas. Devemos apostar num modelo onde o meio campo central esteja assente em oitos, o que o Sporting melhor forma, agora estar constantemente contra a genética do Sporting parece-me contra natura e infelizmente os treinadores que por aqui passaram ainda não perceberam bem isso. Quando entenderem o resto vem por acréscimo.
só agora consegui dar um jeito no post inicial para que apareça o vídeo em condições. e vale a pena vê-lo! :great:
explica muito bem a forma como o marco silva defendeu no jogo contra os corruptos, fechando exemplarmente o meio onde fernando e lucho eram as peças mais importantes. obrigou os tipos a jogar quase sempre por fora e/ou directo.
inteligente na forma como condiciona o adversário deixando-o pouco confortável logo nas saídas/primeira fase de construção.
a atacar, apesar dos extremos receberem abertos, acabam por depois procurar os movimentos interiores, quer através de diagonais, quer da movimentação entre linhas (nem sempre é possível pegar na bola e arrancar para zonas mais fechadas).
por cá, sem se saber quem fará parte do plantel, vale pouco tentar adivinhar que futebol jogaremos.
para já, são este tipo de referências que servem para entreter.
assim como é importante conhecer os princípios do Marco Silva e a “personalidade” das suas equipas (neste pormenor, gosto de ler entrevistas e apontamentos que se vão encontrando online).
Eu sou da opinião que o que melhor criamos são jogadores tecnicistas e criativos. Se desde jovens não fossem desviados para as alas ou recuados para o meio campo provavelmente teriamos um 10 neste momento.
técnica e criatividade são importantes, mas insuficientes para “fazer” um 10.
visão/leitura de jogo (onde estou/onde estão os outros?), inteligência, liderança, capacidade de gerir/pautar os tempos/ritmos (quando acelerar/pausar), saber movimentar-se (sem bola) e ter facilidade no passe (longo e curto, ao primeiro toque ou não) aliado a uma, cada vez mais importante, capacidade física e disponibilidade para defender o seu espaço em pressão alta… são o que distingue os verdadeiros 10 modernos dos “brinca na areia”. isto para não falar numa crescente necessidade deste tipo de jogadores aparecerem nas zonas de finalização de forma eficaz.
talvez por isso continue de pé atrás perante a euforia que por aqui grassa de “Iuri Medeiros no meio”, por exemplo. :inde:
falta-lhe tanto para ser o que já dizem que é.
As insuficiências do Iuri, se pensarmos num modelo de 3 médios, pode ser colmatada com alas que tenham responsabilidade defensiva. Só que os 3 médios passarão a 4 + 1, aproximando-se mais de um 4-4-2/4-4-1-1.
Pessoalmente, vi muito poucas coisas boas por parte do Iuri. Vi-lhe alguma coisa especial num par de ocasiões e fiquei sempre com a sensação de que será no meio que ele será capaz de fazer acontecer alguma coisa. Mas falta-lhe muito, como disseste. É um facto!
Para já e se se pensa em contar com Iuri, não o vejo em outra posição que não ala. Preferencialmente a partir da direita. Eu vi-lhe muitas coisas boas. Mas num rendimento de picos. Muito positivos e muito negativos. Precisa que puxem por ele, num cenário de maior exigência. E duvido que outro clube que não o seu tenha paciência para um jogador deste perfil. Ficava muito contente se na próxima época fosse um elemento de corpo inteiro na A.
Jogar numa ala é uma forma de o dotar de algumas ferramentas e aprimorar-lhe o 1x1. Não discordo dessa opção, até porque falta-lhe muito para ser 10, dentro do padrão actual do que deve ser um médio. O que digo é que, arranjando-se forma de o encaixar na equipa, ao centro, me parece que ele pode ser um jogador mais diferenciado. Na ala também é possível incutir-lhe princípios defensivos, sem lhe atribuir um papel demasiado importante na manobra da equipa, ao mesmo tempo que se lhe dão minutos que, sequencialmente, lhe podem trazer regularidade exibicional. Afinal de contas, o Zidane começou como extremo esquerdo e converteu-se num dos melhores 10 da história do futebol, pelo que fazer formação numa ala não deve ser um caminho especialmente tortuoso. :mrgreen:
Acharia interessante ver Iuri, nesta fase precoce, actuar como avançado centro, tal como fazia João Vieira Pinto no início da sua carreira. Claramente mais avançado do que médio, como total liberdade de movimentos, numa espécie de 4-4-2. Como o miúdo até me parece ser um bom finalizador, teríamos ali um desequilibrador a jogar de frente para a baliza, capaz de marcar um número considerável de golos.
Sou fã de se jogar com dois avançados. É das poucas coisas boas que guardo do tempo de Bento. :shifty:
Adoro o pormenor de dar ordens individuais enquanto fala para o grupo. Não só faz com que todos saibam exactamente o que se espera de cada posição, como também ao criticar um jogador faz com que a pressão dessa reprimenda seja representada pelo grupo e não por uma qualquer “conversinha por trás da orelha”…
Numa primeira fase também colocaria o Iuri Medeiros numa ala, a direita, e depois logo se via. Não tem ainda andamento, inteligência, dinamismo e personalidade para ser o 10 da equipa, o maestro com a sua batuta. Pode perfeitamente chegar a esse patamar, reconheço-lhe potencial para isso, mas não ainda. Fazer parte do plantel A, a contar como extremo, já será um óptimo passo para o Iuri.
Vou continuar a batalhar na ideia de ter Adrien como médio mais ofensivo, nas costas Slavchev e William. Até seria um modelo consistente se tivéssemos na ala o Iuri (direita), Mané na outra ala (esquerda) e Montero no meio. Com o meio-campo mais de posse, de contenção e menos criativo, deixávamos a criatividade para os três da frente ofensiva. No aspecto defensivo, adoptaríamos um modelo de 4x4x2, com estes dois a pressionar alto (extremo + avançado), com o outro extremo a recuar no terreno e um dos médios a fechar um flanco. Quando fosse o momento da ofensiva, Adrien assumia mais o meio do terreno de jogo, com os extremos a fazer movimentos interiores, deixando as alas para os laterais. O Adrien até podia ser o segundo avançado quando tivéssemos atacar, se nas costas tiver os dois médios mais defensivos, isto para a equipa ficar segura se sofrer o contragolpe. Pode não ser, porque não é, um meio-campo com alto índice de criatividade, com um futebol mais vistoso, mas é um meio-campo seguro, com bons movimentos táctico, bastante precavido e com verticalidade, Adrien e William são bons neste aspecto. Slavchev ainda é uma pequena incógnita.
Acredito que vão chegar extremos para a equipa (2?), talvez também o médio que todos esperam (nem todos), mas na minha opinião é muito mais urgente adoptar a equipa com bons extremos, do que propriamente com um médio mais ofensivo do que temos. E antes que digam que o problema desta época foi a ausência do tal médio, afirmo que o grave problema foi a unidimensionalidade dos extremos que temos no plantel. Principalmente isto.
Um dos aspectos que mais confusão me faz á algum tempo, e que lei-o neste forum algumas vezes é a atribuição de responsabilidades ofensivas aos laterais. Em vários tópicos lei-o que se pede que o lateral seja um 2º ala, e muitas vezes até que seja o ala jogando o verdadeiro ala como médio interior. Reconheço que no futebol moderno existe a necessidade de variar os habituais atributos de cada posição mas será que compensa, pedir a um defesa que corra 75 mts para chegar á linha e cruzar?
Percebo a ideia de alargar a frente de ataque em alguns momentos no jogo mas em 90 minutos não me parece viavel. A minha ideia sempre foi, talvés um pouco antiquada, que a função de um lateral é defender. Caso esteja a cumprir com a sua função pode ajudar no ataque.
Como é que pode ajudar o ataque, permitindo linhas de passe e lançando o ala em profundidade, ocupando as costas do ala para criar uma nova zona de cruzamentos. Enquanto o ala deve cruzar ou entrar na area nos ultimos mts do campo, o lateral deve estar na esquina da area para cruzar ou entrar na area a 3/4 do campo. Em alguns momentos do jogo, concordo que o alla arraste o lateral contrário para o meio e o lateral aoroveite o espaço vazio na linha para entrar mas só em algumas situações e com as costas protegidas por um médio para não criar avenidas nas laterais da nossa defesa.
Um dos exemplos do que vejo, e sabendo dos atributos dos jogadores em questão, a dupla Coentrão-Ronaldo no Real Madrid fazem esse movimento muitas vezes. Coentrão sempre nas costas de Ronaldo, dando linhas de passe e tentando o desmarcação de Ronaldo em grande parte do jogo e conhecendo Coentrão e a sua apetencia de atacar, o treinador, em alguns momentos do jogo, Ronaldo entra para dentro levando o lateral a marca-lo, coentrão sobe e o médio faz-lhe um passe em profundidade causando sempre perigo porque o adversário está descompensado. Repito que se esse movimento for pontual, existe maior probabilidade de apanhar o adversário desprevenido mas se o movimento for sempre igual, o adversário estará atento e arranjará forma de anular esse movimento.
Transportando para o nosso Sporting, acho que Cedric e Jefferson, ganhariam mais proponderancia se alterna-sem os seus movimentos e não fosse sempre expectavel que o movimento único é passar ao ala interior e desmarcar-se para a linha final sendo mais vezes os laterais a centrar do que os verdadeiros alas.
bagoias quando refiro o movimento do lateral entrar pela linha, o extremo a interiorizar, é apenas uma hipótese, não um padrão de jogo. É uma possível alternativa, que dará para alargar o jogo e não afunilar tanto. Até se dá a situação de ser o lateral entrar pelo interior e o extremo abrir na linha, criando um desequilíbrio, se não contarem com esse movimento. No futebol há muitíssimos poucos padrões, há uma ideia base e partindo daí a equipa tem várias mutações. A do lateral na linha a cruzar é apenas uma delas.
Não passa pela cabeça de alguém fazer do lateral um segundo ala. Desgastasse o lateral, obriga-se a um dos médios ficar atrás a fechar o flanco, abre-se espaço no meio e isso não é saudável. Trata-se apenas de uma das possíveis ideias de jogo ofensivo.
No futebol moderno é essencial que os laterais defendam bem mas que ataquem bem (em muitos casos atacam melhor do que defendem). O apoio ao extremo e os desiquilibros que conseguem no ataque são fundamentais num futebol em que as defesas são cada vez mais capazes.
Cedric por exemplo nem sempre procura a linha de fundo, em 60/70% das vezes isso acontece, mas já o vimos variadas vezes a vir para dentro e a tentar inclusive o remate de fora da área.
Com LJ as faixas laterais estavam muito mecanizadas (principalmente na 2ª volta), Andre ou Adrien chegavam-se á lateral, jogavam no extremo, o lateral passava nas costa e aqui vai cruzamento. Espero que isso mude um pouco com Marco Silva.
Desculpa o meu Português mas nunca fui muito de escrever e os erros são um problema que reconheço ter. Espero que fora os erros tenhas percebido a minha ideia. Obrigado ao Chown e ao Snakepit por partilharem as suas opiniões.
Penso que isso das características de um MO/10 não são assim tão lineares. Só se estiverem a considerar que um MO é diferente de um 10. Por exemplo, o Kevin-Prince Boateng (qualidade à parte) tem características totalmente diferentes de Christian Eriksen em modelos de jogo diferentes.
Há também um processo evolutivo, o Iuri, Chaby, etc podem até não ter muitas dessas capacidades mas vão de certeza evoluir. Terá que se jogar com as características mais salientes nos jogadores.