O Velho Estádio - História e Memórias

Já passaram cinco anos desde a inauguração do novo Estádio. Já há com certeza jovens sportinguistas que seguem o clube com paixão, mas que não se lembram do velho Alvalade, nem nunca chegaram a ver um jogo nele disputado. E, para muitos adeptos mais antigos, que ainda se recordam vivamente daquele querido Estádio, este está associado a dias felizes, talvez à juventude que já passou e é recordado com saudade. Porque o sportinguismo também se faz de nostalgia e do justo tributo ao passado, lembrei-me de fazer uma pequena história do Estádio José Alvalade e completá-la com as minhas memórias do mesmo.

Aqui vai.

O Sporting já teve vários estádios, todos eles situados na mesma zona da cidade de Lisboa, entre o Campo Grande e a Quinta das Mouras. O primeiro campo, inaugurado em 1907, foi o do Sítio das Mouras e o mais significativo, até ao primeiro Estádio José Alvalade, foi o chamado “Stadium de Lisboa”, inaugurado em 1914. Até ao surgimento do relvado das Salésias, o “Stadium” era o melhor campo de Lisboa e muito requisitado para jogos que despertassem grande interesse.

O Estádio de Alvalade foi inaugurado em 10 de Junho de 1956 e inseriu-se numa onda de construção de novos recintos que só encontrou paralelo no início do século XXI, aquando da preparação do Euro, e que incluiu a edificação de novos estádios para os principais clubes do país (Sporting, Benfica, Porto e Belenenses). O Estádio foi construído com grande rapidez, tendo as obras, executadas por um número de trabalhadores que chegou a atingir 1.400, durado pouco mais de um ano. Talvez tenha sido tanta rapidez que levou o futuro presidente da FPF Silva Resende, então jornalista da Bola, a escrever, no dia da inauguração, “vê-se e mal se acredita”.

O projecto foi assinado pelos Arquitectos António Augusto Sá da Costa e Anselmo Fernandez, este um dos maiores sportinguistas de todos os tempos. Basta recordar que foi atleta do clube durante dezassete anos, que não cobrou honorários pelo seu trabalho na elaboração do projecto e que foi o treinador da equipa que conquistou a Taça das Taças em 1964, cargo que também exerceu gratuitamente. Um dos momentos mais penosos que associo ao velho Alvalade ocorreu durante o minuto de silêncio que, antes de um jogo de campeonato, assinalou o seu falecimento. Quando se ouviu que o silêncio homenagearia o arquitecto Anselmo Fernandez, o espectador que estava à minha frente murmurou para o parceiro do lado “Anselmo Fernandez, quem era esse gajo?”. Tal ignorância (na Superior Sul!) foi para mim simplesmente imperdoável.

Curiosamente, o projecto inicial nunca foi concretizado. Estava previsto um estádio simétrico, com a bancada central poente a encontrar uma réplica exacta a nascente – duas centrais, com uma pala cada uma. No entanto, a bancada nascente nunca viria a ser construída, sendo a parte do Estádio que lhe estava destinada ocupada pelo peão e, a partir de 1982, pela Bancada Nova, que não era fiel aos planos originais.

Muito do dinheiro necessário ao pagamento da construção do Estádio foi doado pelos sócios. Em 30 de Maio de 1954, mais ou menos por altura do início dos trabalhos, já se estimava que os sportinguistas tivessem contribuído com cerca de oito milhões de escudos, quantia assinalável para a época. Sob a liderança do Presidente Góis Mota, os sócios e adeptos mobilizaram-se e ficaram célebres as sessões de “picaretada”, nas quais os leões pagavam às vezes até vinte escudos pelo direito de ajudar na demolição do campo antecessor do Estádio José Alvalade.

A festa da inauguração foi memorável e grandiosa, à maneira da época. Estiveram presentes cerca de 60.780 espectadores, que viram desfilar representantes de duzentos clubes, incluindo setenta e uma filais do Sporting Clube de Portugal, e viram também um Sporting reforçado com elementos de outros clubes perder por 2-3 com o Vasco da Gama. Nesse jogo histórico, alinhámos da seguinte maneira: Carlos Gomes, Caldeira e Pacheco; Cabrita (do Sporting da Covilhã), Falé (do Lusitano de Évora) e Juca; Hugo, Vasques, Miltinho, Imbelloni (sem clube) e Martins (o tal Martins que, em 1955, marcou o golo que tirou o título ao Belenenses para o dar ao Benfica, numa grande prova do desportivismo e lealdade que devem ser sempre a marca do Sporting). O primeiro golo foi marcado por Juca, na própria baliza, o primeiro golo do Sporting por Miltinho, que fez o 1-2.

Outro momento alto foi a aparição de uma frota de Vespas, numa das quais se transportava terra vinda de Olímpia, de certa forma a pátria do desporto, terra que foi simbolicamente incorporada no Estádio, que, dotado de pista de ciclismo, fora idealizado para acolher vários desportos, o que lhe dava um cariz verdadeiramente “olímpico”.

O primeiro título de campeão festejado no Estádio José Alvalade foi o de 1957/58. Uma equipa onde pontificavam os últimos dois violinos em actividade, Vasques e Travassos, derrotou o Caldas por 3-0 perante um Estádio cheio. A última festa do título em Alvalade, como todos se recordarão, foi a de 2001/02, mais uma vez com o Estádio cheio, para presenciar a vitória por 2-1 frente ao Beira-Mar obtida pelos já virtuais campeões (e não esquecer a mítica noite de Maio de 2000, quando dezenas de milhares invadiram Alvalade e ali ficaram até de madrugada para vitoriar os jogadores que tinham acabado com o grande jejum).

A pista de atletismo foi inaugurada em 1977, desaparecendo a de ciclismo, entretanto tornada famosa pela sua utilização na Volta a Portugal. A pista de atletismo acabou por se tornar num dos “ex-libris” do estádio, não só por fazer dele o maior estádio “olímpico” do país, mas por se tornar num símbolo da força da secção de atletismo do Sporting, orientada pelo “eterno” Professor Moniz Pereira e que, só nos últimos 20/30 anos, produziu e incentivou atletas do calibre de Carlos Lopes, Fernando Mamede, os irmãos Castro, Naide Gomes, Francis Obikwelu, etc. e deu tantas glórias a Portugal em Olímpiadas, Campeonatos do Mundo e Campeonatos da Europa.

A Loja Verde foi inaugurada em 17 de Novembro de 1980 e eu visitei-a pouco tempo depois – um ano? dois anos? – não sei ao certo, mas sei que foi lá que o meu pai me comprou a camisola, que ainda hoje guardo, que usei quando fui ver a final da Taça de 1982, a tal do Quinito com “smoking” creme e camisa aos folhos. Durante muito tempo o Vasques (o tal que se seguia ao Jesus Correia e antecedia o Peyroteo) podia ser visto na Loja, onde trabalhava. Mas olhando para aquele homem discreto e modesto, ninguém imaginaria que estava perante uma das maiores lendas do clube.

O Estádio José Alvalade tornou-se conhecido, nos seus últimos anos, pela sua utilização como palco de espectáculos musicais. Foi uma boa maneira de rentabilizar o Estádio, mas com consequências para a qualidade do relvado, que culminaram no famoso atoleiro em que se jogou uma partida da Champions contra o Mónaco, daquela vez que mandaram vir um helicóptero para pairar sobre o relvado numa tentativa de o secar e acabaram por encher tudo de areia. Como ganhámos 3-0, se calhar deviam era ter mantido a receita…

O Estádio de Alvalade testemunhou muitas exibições notáveis do Sporting e grandes jogos de futebol. Destaco dois, que estabeleceram recordes que ainda hoje perduram. Os 16-1 ao Apoel Nicósia na Taça das Taças de 1963/64, maior goleada da história das competições europeias, em 13 de Novembro de 1963, jogo em que Mascarenhas marcou 6 golos, e os 21-0 ao Mindelense (na altura algumas equipas das colónias participavam na Taça de Portugal, vindo jogar à “metrópole” com todas as despesas pagas), maior goleada da história da prova, em 24 de Maio de 1971, com 8 golos de Peres.

Quisesse eu evocar todos os jogos lendários que se disputaram no velho Alvalade, teria que escrever milhares de palavras, pois foram tantos, desde os 5-0 ao Manchester United de Charlton, Law e Best aos SETE-A-UM ao célebre jogo com o Rangers, com o grande Damas a defender penaltys inutilmente, aos famosos 3-1 ao Benfica de 1981/82, com a agressão de Bento a Manuel Fernandes que fez um colega meu (da escola primária) deixar de ser do Benfica para passar a ser do Sporting porque “não perdoava” aquele acto bárbaro…

E, finalmente, não posso esquecer os tristes acontecimentos de 7 de Maio de 1995, o dia em que morreram dois adeptos na queda do varandim, José e Paulo. Também eles ficarão, para sempre, ligados à história do Estádio José Alvalade.

A última época em que o Estádio foi usado, já com parte da Superior Sul demolida, foi 2002/03. A UEFA exige que os estádios em que se disputem jogos dos campeonatos da Europa tenham pelo menos um ano de uso, pelo que era necessário que a época 2003/04 já fosse disputada no novo Estádio. O velho José Alvalade guardou alguns mistérios até ao fim, como por exemplo um velho balneário abandonado e emparedado, onde ainda foram encontrados alguns equipamentos em farrapos. Com a demolição findaram 47 anos de história e desapareceu para sempre o local onde muitos de nós aprendemos a amar o Sporting.

E agora, passo a relatar algumas das minhas memórias do Estádio. Não as escrevo todas, algumas guardo para mim e espero levar-vos a recordar o Velho José Alvalade:

1 – Ir aos jogos

Ainda não me esqueci deste ritual (como poderia esquecer-me?). Entrar pela porta 12. Subir as escadas até que elas se bifurcassem e, então, virar à esquerda. Subir o resto das escadas até me encontrar no vão da bancada. Virar à direita e seguir em frente, até ao acesso à bancada directamente à minha frente. Entrar na Superior Sul, tendo a Juve Leo logo à minha esquerda. Olhar em frente, para a Norte, para ver se ela a) estava fechada, b) estava com pouca gente ou c) estava com bastante gente, o que seria mau sinal, pois significaria que com certeza já não haveria bons lugares na Sul, tendo eu que me contentar com um lugar nas escadas ou quase no cimo da bancada. Começar a subir a bancada e procurar um lugar a) no meio da Juve Leo, b) o mais próximo possível da Juve Leo, do mesmo lado da escada que levava ao cimo da bancada, c) o mais próximo possível da Juve Leo, do outro lado da escada, d) onde houvesse. Ver o jogo.

2 – Anunciantes e patrocínios

Serei eu o único a imaginar que o Balakov ainda tem uma arca frigorífica cheia de paios de York e chouriços da marca Viçosos (ou seria Viçosus?), que se fartou de ganhar ao marcar o primeiro golo em jogos disputados no velho Estádio? Quem não se lembra dos peculiares anunciantes cujos produtos eram publicitados pelo sistema sonoro? Viçosos/ Viçosus, Marlboro Classics (que davam roupa ao guarda-redes quando ele não sofria golos, com certeza que o Costinha ainda hoje deve usar umas velhas calças de ganga Marlboro Classics para lavar o carro ou ir pôr o lixo ao contentor), Mini Foto Estúdio, há 30, 31, 32, 33, 34, etc. anos no Lumiar, junto aos Inválidos do Comércio, Restaurante Duas Amazonas, Restaurante o Retiro do Mocho, Top Tours, quantas vezes não ouvimos nós os anúncios destes e de outros leais apoiantes do Sporting, todos eles com esquemas de descontos para os sócios?

E os patrocínios que se foram sucedendo na camisa do Sporting? Primeiro a FNAC, não a loja de livros e discos, mas uma companhia de ar condicionado entretanto falida, mas que nos anos 80 era das mais importantes do país, patrocinando-nos a nós, ao Benfica, ao Salgueiros e a mais algumas equipas. Depois foi a Nissan. E depois a Bonança. E depois uma quantidade de marcas, desde a cerveja FAXE ao Queijo Castelões à SIC às Águas do Caramulo, até se chegar ao domínio das empresas de telecomunicações (Telecel, PT, TMN, Meo, Sapo e quejandos) e do BES.

3 – Claques

Juve Leo, Força Verde, Onda Verde, Torcida Verde e nos últimos anos do Estádio Directivo XXI. Também havia uma misteriosa tarja do Núcleo Sportinguista de Paço d’Arcos que estava sempre afixada na vedação da Superior Norte, mesmo quando esta bancada estava completamente vazia. Durante brevíssimo tempo, houve uma claque feminina chamada Wild Ladies, ao que parece uma secção feminina da Juve Leo, sobre a qual li no Jornal do Sporting, mas que não me lembro de ver no Estádio.

No início, a Juve Leo estava na Bancada Nova, na sua extremidade sul. Depois, mudou-se para o centro da Superior Sul. A Torcida estava na lateral entre a Sul e a Nova, no que chamavam a “Curva Stromp”. Os “megatifos” ocorriam praticamente todos os jogos, com bandeiras, estandartes, fumos, camisas gigantes, panos a cobrir grande parte da Superior Sul, etc. Os fumos não faltavam e, nos jogos grandes, com a Superior Sul com mais gente do que a lotação prevista (que sensação era olhar para trás e ver um mar de gente, sem clareiras, até ao cimo da bancada!), acabava por ter que ficar tudo de pé e todos os adeptos participavam da festa.

4 – Primeiro jogo

O primeiro jogo que eu vi em Alvalade: Sporting, 3 – Sevilha, 2 (1-1 na primeira mão), a contar para a Taça UEFA, em 28 de Setembro de 1983 (faz agora 25 anos!). O Sporting alinhou com Katzirz, Gabriel, Zezinho, Virgílio e Mário Jorge; Lito, Kostov (Futre, aos 51 minutos) e Romeu; Manuel Fernandes (capitão), Oliveira e Jordão (Fernando Cruz, aos 85 minutos). O treinador era Jozef Venglos e o Sporting assegurou a vitória com um golo de Oliveira aos 89 minutos, após ter estado a perder por 0-1 e 1-2. Os outros dois golos foram de Kostov (31 minutos) e Mário Jorge (60 minutos).

Vi o jogo na Bancada Central, onde poucos mais veria. A esmagadora maioria das vezes ia para a Superior Sul, mas vi jogos em todas as bancadas, Sul, Norte, Central e Nova e até em camarotes e mesmo na Tribuna Presidencial.

5 – Casas de banho

A minha regra de ouro era: caso sentisse o mínimo aperto na bexiga, ir à casa de banho antes do jogo. Os urinóis da Superior Sul eram uma coisa espantosa. Ficavam numa sala quadrada, com urinóis ao longo de três paredes e de parte da quarta, que também tinha um espaço aberto que servia de entrada e saída. Os urinóis eram individuais, mas todos “desaguavam” para um roço que começava numa ponta, dava a volta à sala e dasaparecia pela parede dentro. O problema era que em horas de ponta o roço não dava conta do recado e a urina transbordava, inundando o chão. Por isso, ir sempre antes do jogo, enquanto o chão estava seco e não tinha que se chapinhar no mijo alheio.

Nunca entrei na casa de banho das mulheres, por motivos óbvios, mas lembro-me bem da sua porta, onde pontificava uma funcionária de rolo de papel higiénico em punho, que ia entregando às utentes que o pedissem.

6 – Treinos

Não havia Academia, os campos de treinos eram à beira da segunda circular, basicamente onde hoje é o Estádio Novo. Quem quisesse, ia ver. Treinos à porta fechada, só no relvado principal ou noutro sítio que não em Alvalade. Júniores, Juvenis, Infantis, Séniores, todos os treinos ali à mão de semear. E havia sempre gente a vê-los…

7 – Entre jogos

No velho Alvalade havia sempre uma porta aberta. Geralmente a Porta 8 (Superior Sul). Quem quisesse, podia entrar, entrar no Estádio em qualquer dia da semana, ir para as bancadas vazias, olhar em volta. Fiz isso algumas vezes. Havia ocasiões em que estava tudo deserto, noutras só se ouviam os aspersores, noutras havia tratadores de relva, que, por vezes, me faziam sinal a mandar-me embora. Mas geralmente podia estar à vontade, a memorizar o Estádio. A tribuna, com os anéis olímpicos, o leão desenhado pelas cadeiras na Bancada Nova, a publicidade nos postes de iluminação, a arrecadação branca que ficava entre a Nova e a Sul, a pista. Em paz.

E depois voltava, passava pelos veteranos sentados no vão da Sul, escorraçados para ali depois da sala de convívio que havia ao pé do bar “Toca do Lagarto”, entre a Sul e a Central, se ter transformado na sede duma das sociedades do “Grupo Sporting” e ia à minha vida.

8 – Porta 10-A

Há quem diga que veio da antiga sede da Rua do Passadiço. Era o centro nevrálgico do Estádio. Por ali entravam e saíam os atletas, os treinadores, ali eram vitoriados ou insultados pelos adeptos. Ali se reuniam, a meio da tarde, aqueles que ficavam à espera de ver os “craques” ir para casa depois do treino. Por ali se podiam ver lendas como Hilário ou Osvaldo Silva.

Ainda me lembro de ver a primeira mulher do Oceano dentro do carro à espera dele, à espera que ele passasse pelos netos e avós que lhe davam palmadinhas nas costas e lhe pediam autógrafos.

Nos últimos tempos foi posta uma vedação amovível, daquelas usadas pela Polícia, para demarcar os lugares de estacionamento reservados aos jogadores, mesmo em frente à 10-A. Claro está que um dia que passei pelo Estádio de madrugada, me dirigi à Porta, parei o carro dentro da vedação, à jogador, voltei a arrancar e fui-me embora.

9 – No relvado

Só o pisei em concertos. A primeira vez em 11 de Setembro de 1997, para ver os U2 e olhar em volta, para ver, também, as bancadas cheias de gente como a veriam os jogadores.

10 – Chuva

Quando chovia, azar. A menos que houvesse tão pouca gente que a Direcção convidasse, pela instalação sonora, os 4 ou 5 mil presentes a abrigarem-se todos debaixo da pala. Uma das vezes que aconteceu foi em 23 de Outubro de 1999, no ano do título. 2-0 ao Braga com golos de Iordanov (o único que ele marcou essa época e posso dizer que ainda hoje fico feliz ao lembrar-me que ele marcou um golo em 1999/2000) e De Franceschi. Foi toda a gente para debaixo da pala, menos os irredutíveis da Juve Leo (e chovia a cântaros). Foi o bom e o bonito. Os cativos que chegaram em cima da hora do pontapé de saída viram os seus lugares ocupados por pessoal desconhecido e desataram a protestar, a dizer pago não sei quantos contos por este lugar e não me posso sentar. Chefe, dissémos nós, a culpa não é nossa, é do Dr. Roquette, ele é que nos convidou.

11 – Placas de homenagem

Ficavam ao pé da entrada da bancada central, em frente da Loja Verde. Uma era dedicada ao Dr. Góis Mota, o grande obreiro da construção do Estádio. Outra a Francisco Stromp. Outra aos operários que tinham construído o Estádio. Outra a António Oliveira (por cada leão que cair, outro se levantará). Quando se passava por elas após um mau resultado, pensava-se sempre no que aqueles distintos sportinguistas, vivos ou mortos, estariam a sentir.

12 – Marcador

Antes da construção da bancada nova, o marcador ficava no peão. Depois, entre 1982 e 1995, não houve marcador. Quando finalmente instalaram um, puseram-no no topo da Sul, ainda hoje não sei porquê. Obrigava os espectadores que estavam na bancada mais concorrida a torcer o pescoço cada vez que queriam ver quem é que tinha marcado um golo numa jogada confusa do outro lado do campo. Lembro-me de o ver a funcionar pela primeira vez num jogo com o Felgueiras (4-0), mas é possível que tenha sido instalado antes.

13 – “Vamos todos ao Funchal”

Quem não se lembra desta? Na jornada anterior a uma deslocação à Madeira, para jogar com o Marítimo, o Nacional ou o União, lá vinha o anúncio. “Vamos todos ao Funchal” com a Top Tours, salvo erro, que chegou a ter uma loja no Estádio. Nunca mais me esqueço desse anúncio.

14 – A última vez…

… que vi o relvado de Alvalade, pouco antes da demolição, tinha ido ao Lumiar em trabalho e apeteceu-me ir a pé até ao Campo Grande (onde a linha amarela terminava, nesse tempo remoto). Ao passar em Alvalade, vi que a porta que dava acesso à Entrada da Maratona estava aberta e vi um bocadinho do relvado, iluminado pelo Sol. Nesse momento veio-me tudo à memória, o primeiro jogo contra o Sevilha, as festas, os desaires, chapinhar no mijo ao intervalo, gritar até ficar rouco, apanhar chuva (e constipações) na Sul, comprar nogás e queijadas de sintra, comprar a minha primeira camisola na Loja Verde mais de vinte anos antes – que número queres? O seis. Não há. Então quero o nove. Mas é o mesmo, só que cosido ao contrário. Então o quatro. – o desfile do luto pela verdade desportiva, e dei-me conta que não voltaria a entrar naquele Estádio, que ele ia desaparecer sem apelo nem agravo.

Não é que não tenha ficado contente com a construção de um novo Estádio. Pelo contrário, sempre lhe fui favorável. Mas nesse momento senti um aperto no coração, que ainda hoje sinto, sempre que me lembro. Meses depois, no dia da inauguração, calhou dar a volta ao Novo Estádio e subitamente olhar para o lado e ver um vazio e tive outra vez a mesma sensação. Coisas de adepto…

Saudações leoninas a todos.

© Pireza 2008

:clap: :clap: :clap: :clap: :clap: Excelente texto, parabéns, sem dúvida me fez lembrar o antigo estádio, ainda fui lá algumas vezes e sem dúvida deixou saudades e custou-me bastante ver as obras de demolição, na altura estava na Faculdade e ia almoçar muitas vezes á Alvaláxia e durante semanas ia vendo o estádio a ser desmantelado. Grandes recordações de noites e tardes de grandes jogos do nosso Sporting.

Excelente post.

A última vez que fui ao estádio velho foi no ano do último título, creio que frente à Académica , ganhamos 4 a 0 ou 4 a 1, (foi um sábado à noite e eu já estava um pouco carregado, toda a tarde numa explanada junto ao local onde estava o pavilhão que o metro levou)-
Como sempre o ritual da espera do autocarro, fiz o percurso de entrada + ou - como descreveste e como nessa noite estariam para cima de 40000 deu para rasgar uma camisa a fazer a hola. Marcadores: acho que o jardel 2, o verdadeiro artista 1 e o quaresma um golão ainda na 1ª parte a atacar para a Norte.
Grande noite, dei por mim já era dia, na 24 de julho…

Bom tópico e bom texto. :clap: :great:

Partilho algo que na altura escrevi a meias com o meu irmão e que depois enviamos para o jornal do SPORTING…e foi publicado :mrgreen:


Existem monumentos que ficarão para sempre na nossa memória, pelas emoções que nos transmitem, pela força que nos impressiona, pelas alegrias e tristezas que nos proporcionam. Esses monumentos de que falo são os Estádios de futebol, neste caso o Estádio José Alvalade.
Mas quem ler estas linhas, facilmente poderá senti-las como se fosse sobre o Estádio da Luz, das Antas ou do Fontelo.
Um Estádio de Futebol, é uma segunda casa, um Estado de Alma, um local onde por vezes entrávamos cabisbaixos por uma qualquer razão da nossa vida pessoal e saímos eufóricos, a cantar, a abraçar quem tinha estado sentado ao nosso lado naquele jogo.
A magia era sermos nós com a nossa presença, como pessoas que gostamos do jogo e do clube, com as nossas vozes, com a cor da nossa roupa, com o movimento do nosso cachecol , com as nossas palmas, darmos vida a blocos de cimento cinzento ou mais recentemente a cadeiras de plástico.

Tantos dias, tantas horas, tantos minutos que passei junto a ti. Fizesse sol, chuva, frio ou calor, estava sempre presente para ver os meus jogadores a actuarem no teu relvado, sempre à procura da vitória para o nosso clube. Foram muitos que vi passar…. bons, maus, craques ou puros enganos de “casting”, isso pouco importava, pois a mim cabia-me o papel de apoiá-los nos bons e nos maus momentos.

No Estádio José Alvalade, vivi momentos únicos, que nunca se poderão repetir, pois como alguém já disse, “Não há dois jogos iguais” ao que eu acrescento; “Não há também dois dias iguais”.
A chover torrencialmente, eu aqueci com um golo monumental que nos deu a vitória, deixando de sentir por momentos a água a escorrer-me pelo corpo.
Numa ensolarada tarde de sol eu troquei a praia com a namorada por uma derrota gelada, servida no último minuto num jogo em que até fomos melhores.

Mas mesmo assim voltei ao Estádio, numa situação idêntica.

No Estádio, vi a morte, a Sorte, A Família, A Dor, As Lágrimas de Alegria e tristeza, A Força Policial, A Amizade Pura, A dedicação de quem vem de muito longe, A Intolerância, A Pura Explosão de todos os sentimentos muitas vezes reprimidos durante uma semana inteira, A Magia de uma simples finta de corpo, em que um homem pequeno desequilibra um bem maior.

No Estádio, ouvi todos os palavrões, todos os elogios, os cânticos mais longos, bonitos e emocionantes, A Raiva, O Amor, Os Apitos e os Tambores, A Palavra GOLO, GRITADA com a mesma explosão por doutores e empregados de mesa, O nome do Clube que Amamos ecoado com emoção por uma Multidão unida; A melhor Banda do mundo e os melhores espectáculos de Música, Luz, Movimento e Cor.
No Estádio, Abracei o Meu Irmão, o meu Amigo, o meu Pai, alguém que estava sentado ao meu lado, com a mesma força com que era Abraçado. Beijei e era Beijado, por quem amava quando a bola embatia na rede, quando a minha equipa entrava em campo e quando perdia.

No Estádio; corri, empurrei, sofri, sentei-me, levantei-me, caí, entrei e saí.
No Estádio; cheirei, comi, respirei, chorei, li, gritei, ri, enervei-me, senti, vivi.

No Adeus a Alvalade, sei apenas que estes monumentos são feitos por pessoas como eu, e por todos os sentidos e sentimentos que temos e que eram ali extravasados naturalmente. No Olá a Alvalade, nós seremos os mesmos artistas que sempre deram vida ao Estádio, que sempre fizeram das bancadas a sua casa, o seu palco, o seu equilíbrio e desequilibro emocional.
As Manhãs, as Tardes, as Noites passadas naquele Estádio, nunca serão apenas uma memória que o tempo normalmente apaga. Será sempre muito mais do que isso, será sempre um degrau na escada da Vida. Um Amor inexplicável para quem não o sente. Lições de vida transparente.

O Estádio, somos nós que lhe damos vida, cor e história.
Enquanto sonharmos nunca o nosso Estádio irá abaixo.
Enquanto vivermos nunca o nosso Estádio deixará de Ser o nosso Estádio de
Alma…
:beer:

Pireza,

O teu tópico é um espectáculo, parabéns! :clap:

Já agora, sabes qual era a minha parte preferida dos jogos em Alvalade? Sair do metro, olhar para as carradas (mas mesmo carradas) de gente de verde e branco à volta de todo o estádio sob as luzes de neón das barracas das filhozes e dos cachecóis ao preço da uva mijona e pensar assim: “Epá, isto hoje o estádio enche a sério”. E não é que dava mesmo para fazer uma previsão pela amostra? ;D

O Velho estádio foi um centro de sentimentos mistos e confusos… Jogos como o do Celtic e do Grashoppers servem perfeitamente para explicar isso!
A determinada altura da minha infância lá fazia eu constantemente 200km para cada lado para ver os jogos da Taça Uefa em famílias (a de sangue e a de clube!).
Era uma alegria viver aquelas emoções de dar a volta ao estádio e senti-lo prestes a estar a abarrotar, sentir a enormidade de camionetas nas redondezas que vinham de todo país para sentir o clube… Era contagiante sentir a euforia e a crença no Sporting por parte dos seus adeptos!

Grande tópico, Pireza!

Não só me trouxeste algumas memórias como me deste a conhecer alguns factos que desconhecia, como por exemplo, a estória do Balneário emparedado ou o facto do Anselmo Fernandez ter contribuído para o projecto de construção do Estádio.
O antigo Alvalade possuía uma mística quase indescritível, não sei se por causa das mais variadas cargas sentimentais que lá se sentiram durante quase meio século ou se tenho esta opinião simplesmente por causa de, tal como referes no teu post, ter sido o estádio da minha juventude e que é recordado com muita saudade.

Tal como referi no meu primeiro parágrafo, enquanto lia o teu post, houve um conjunto de memórias que me vieram à cabeça. Por um lado, lembrei-me automaticamente daquelas senhoras que andavam sempre ao pé da Secretaria e da Loja Verde a colar autocolantes nas pessoas nos dias de jogos. Por outro lado lembrei-me também da proximidade que havia entre os atletas e os sócios. Ainda hoje tenho lá em casa uma bola de futebol do Sporting assinada por toda a equipa que venceu a Taça de Portugal em 1994! Adicionalmente, o que referes acerca da facilidade com que se via os treinos e os jogos das nossas camadas jovens, fez-me lembrar o dia em que, à chuva, vi uma linha avançada de uma equipa de (salvo erro) infantis a arruinar por absoluto a defesa adversária. Mal eu sabia que o Artur Futre, o Quaresma e o Lourenço iriam ser (um mais que os outros) bem conhecidos hoje em dia!

Mas a estória de que me lembrei e me fez sorrir mais agora, diz respeito ao dia em que o meu pai me foi buscar ao Estádio depois de eu ter tido um treino de Atletismo. Por alguma razão, nesse dia saí uns minutos mais tarde do que o suposto do treino e por isso o meu pai tinha estacionado o seu novíssimo Hyundai Lantra ali ao pé da Porta 10a. O meu pai estava realmente contente com a sua compra e andava todo orgulhoso. Assim que entramos no carro, o “Rui” (aquele que é dono de um “senhor corpo”, como o Eddie Verdde descreveu e bem no Camarote dos Membros) foi bater à janela do lado do meu pai. Como este não estava com grande disposição para conversas, o Rui não foi de modas, sentou-se no capot do carro e deixou lá uma pequena amolgadela que ainda lá esteve durante umas semanas :lol:.

Enfim, quando me lembro da quantidade de golos que celebrei naquele estádio, das noitadas que lá fiz para comprar bilhete para “aqueles jogos”, da quantidade de coisas que comprei na saudosa Loja Verde, das estimativas de público quando se saía do metro (referidas pelo Celsus) e, também faz parte, do número de vezes que saí daquele estádio com uma lágrima no canto do olho, não deixo de esboçar um sorriso pela grandiosidade do velhinho Estádio José Alvalade. Tomara que o estádio actual atinja um dia uma notoriedade semelhante, nem que seja para as gerações mais novas!

Pireza, mais uma vez parabéns pela qualidade do tópico e um obrigado pelas memórias :wink:

Pireza, texto muito bem ‘esgalhado’. :clap: :clap:

Quando dizes :

deverias precisar que se tratou a substituição da pista de cinza pela de tartan. Porque sempre houve pista desde construção do Estádio !

A pista de ciclismo, foi famosa não só pelas chegadas da Volta, mas pelos festivais nocturnos com a participação de Joaquim Agostinho, Eddy Merckx e tantos outros.

Outros tempos, em que o SCP fazia jus à sua matriz original …

Pireza, adorei o teu texto.
E fizeste-me reviver momentos unicos vividos em Alvalade.
Uma das coisas que mais gostava quando tinha horas de almoço mais prolongadas era ir até ao Estádio. Sentava-me umas vezes nas bancadas, (sempre que lá podia entrar) outras vezes em frente à entrada das piscinas, dava uma voltinha, comia qualquer coisa naqueles bares e voltava para o emprego. E parecia que era um alento. Dava-me energia para mais não sei quantas horas.
Gosto muito do novo Estádio, mas nunca mais consegui sentir essa sensação.

Como uma imagem vale mais que mil palavras, uma das últimas boas recordações do velhinho, a festa de campeão em 2002 contra o Beira Mar, numa foto tirada na JL junto à rede e que tive necessidade de digitalizar.

Muitos parabéns Pireza. :clap: :great:

O texto está espectacular, foi mesmo o que mais gostei de ler neste forum. Por tudo, desde as recordações até à forma como as descreves.

A minha memória por vezes não me ajuda muito, mas ao ler o teu texto consegui recuar mais de vinte anos no tempo… Consegui ver-me com o meu pai na loja verde pela primeira vez, a ir ver os treinos das camadas jovens, passar os domingos à tarde em Alvalade, etc. etc. Por momentos consegui ver, sentir, respirar, viver o estádio antigo. Muito bom mesmo, parabéns novamente.

Pireza, belas memórias do “velhinho” das quais algumas também as tenho. Desde 1980 que me lembro de entrar ali naquele local de culto, como referes e bem, foi ali que a maioria de nós aprendeu a amar o Sporting.
De facto, é difícil ter o carinho e adoração por este novo estádio, talvez (seguramente!) isso seja possível para os mais jovens que nunca pisaram o antigo ou o fizeram poucas vezes.

Parabéns pelo testemunho, que me fez sentir velho e nostálgico!

Bem Cilha que bela imagem que postaste e que belas recordacoes que cá tenho quando o meu pai me surpreendeu ao me levar com ele de aviao para PT para ver o jogo, perdendo dois dias de aulas, 1 exame e ter ganho pela primeira vez a experiencia de ver o meu Sporting “ganhar” um Título ao vivo!

Eu estive ali em cima e quando o JVP cruza para o Jardel e ele faz o 2-1 foi uma loucura para mim daquelas ui :smiley:

Fico contente que este tópico vos tenha agradado ;D e, mais do que isso, que vos tenha motivado a vir falar das vossas memórias do Estádio José Alvalade. Conheço muita gente a quem basta dizer “vamos todos ao Funchal” ou trautear aquela música do Freddy Mercury com o verso “you don’t fool me” para desencadear uma torrente de recordações. Também fico contente, por exemplo, por saber que não era o único a ir para as bancadas nos dias em que não havia jogo, embora sempre tivesse suspeitado que havia outros que o faziam.

O Santarém tem razão no que diz quanto à pista- antes de 1977 havia a pista de cinza, onde, por exemplo, o meu pai se treinava quando fez parte da equipa de atletismo do Sporting nos anos 60. E para quem não saiba o que eram as chegadas da Volta a Portugal em Alvalade, digo que chegava a estar o estádio cheio, era uma festa enorme, comparável à final da Taça.

Agradeço ao C!lH@ ter postado aquela imagem de 2002, eu vi o jogo um bocadinho mais acima do sítio aonde a foto foi tirada. Eu tenho uma que me tiraram no último jogo em Alvalade, mas não a ponho aqui porque me traz más recordações.

E uma memória adicional: quem se lembra do tempo em que era possível trocar de Superior ao intervalo e quando o Sporting atacava para Norte na segunda parte a Juve Leo debandava da Sul e via a segunda parte na Superior Norte? Essas “migrações” ao intervalo hoje já não seriam possíveis, mas ficaram na história.

:lol: :lol: :lol: Lembro-me eu.
Quantos jogos mudei para a Norte ao intervalo…
Belas memórias!!!

E uma coisa que eu às vezes lembro com saudade, são as horas em filas para comprar bilhetes.
Lembro-me por exemplo para um jogo com o Benfica em que estive 9h na fila, que dava quase a volta ao Estádio. Eu e um amigo revesávamo-nos para puder ir um bocado ao emprego.
Para uma final da Taça fui para lá de madrugada. Grandes convivios e grandes amizades que ali se faziam.

E em relacao à História dessa foto aqui do outro topico do Sportinguista mais que eu:

Eu, como pratiquei ginástica no SCP desde os 2 anos, ia ao estádio várias vezes por semana, e lembro-me de praticamente tudo o que aqui foi dito. Lembro-me inclusivamente quando, ainda antes da nova estar completada, em que as salas de ginástica estavam todas ligadas, e conseguia-se ir por dentro delas duma ponta à outra do estádio, e de uns atalhos para ir à tribuna presidencial, de andar por lá com os outros putos a correr e fazer asneiras, como só putos sabem fazer…

Lembro-me de ver também uns caramelos a verem os jogos sentados nas torres de iluminação, e as já mais que referidas migrações ao intervalo, qd o SCP n atacava pa sul na 2ª parte como gostava…

:‘( :’(

:clap: :clap: Excelente post!

Se pudesse atribuir uns pontos positivos ao teu post, com certeza que o faria, Pireza. Grandes memórias que guardo do velhinho Alvalade. Pessoalmente, nunca me importei com as condições fracas em comparação com o actual estádio. Apanhava chuva, vento mas era sempre um prazer ir até ao Campo Grande.

A curva com todo o seu bandeiral, a festa do fim do jejum (com respectiva invasão de campo), o jogo com o porco (grande Secretário), a marca dos 42 golos do Jardel no encontro contra o Beira Mar e toda essa época do título de 2002, o jogo com o AC Milan em que o Niculae disparou aquela bomba (com a Curva mais uma vez em grande nesse dia)…
A primeira vez que comprei uma camisola do Sporting na Loja Verde. Aproveitei e adquiri logo um leão gigante que me custou na altura 30 contos, acho eu. Ainda o tenho aqui, obviamente. :slight_smile:

São excelentes momentos que me fazem ficar nostálgico e ter muitas, mas muitas saudades do nosso Estádio.