não percebeste o meu ponto.
uma equipa forte tem de ter soluções para todos os contextos de jogo e para todos os cenários que enfrenta. tem de saber desmontar blocos altos com qualidade na construção e aproveitamento de profundidade, tem de saber manipular blocos médios compactos com jogo por dentro e por fora, tem de desmanchar blocos baixos com padrões de organização ofensiva, tem de desmanchar blocos que concentram tudo por dentro com jogo exterior, cruzamentos e ataque á area, tem de ter armas para o que encontrar, e todos os jogos apresentam desafios diferentes e especialmente espaços diferentes a atacar.
o meu ponto, e não é uma opinião é uma evidência, é que o Sporting do rui borges é banal em termos de criação de oportunidades em cenários que não sejam blocos médios/altos que permitam lançar gyokeres na profundidade( ou mais baixos mas que deixem o viktor h/h). em todos os restantes cenários somos banais coletivamente e o facto dos jogos com exibições mais confortáveis terem sido com equipas que pressionam alto por princípio( estoril, famalicão, rio ave, casa pia) ou por levarem golos cedo e subirem forçosamente( moreirense, boavista) não é coincidência. em jogos onde enfrentamos blocos baixos organizados( gil na taça e em casa, santa clara fora, estrela fora, avs fora, mesmo nacional e farense onde teoricamente temos resultados mais folgados) a nossa criação é mesmo muito pobre. revês os jogos e constatas que tirando iniciativas individuais, lances de bola parada e chutão não temos qualquer tipo de solução em organização ofensiva, e que mesmo os jogos com mais volume ofensivo derivam de comportamentos absurdos do adversário e de avenidas de espaço que um jogador como o gyokeres naturalmente aproveita com enorme facilidade.
é engraçado dizeres isso.
field tilt( quantidade de posse de bola no último terço) - possession( posse de bola geral) é um indicador interessante para perceber a proporção de posse de bola no último terço defensivo do adversário.
como podes ver no gráfico em comparação com rúben amorim e até joão pereira tens tendência a ter jogos com grande volume ofensivo em último terço e a grande maioria de jogos onde esse indicador é negativo e abaixo da média da equipa é com rui borges.
não se trata de uma deriva estratégica ou de outra coisa qualquer; simplesmente a qualidade na nossa fase de construção desceu massivamente e o nosso jogo ofensivo também. os resultados são o que são mas não encobrem o degradar total da qualidade dos nossos processos em todas as fases do jogo( como o @msadsc87 referiu e bem a dobradinha, com 3/4 incidências aleatórias de jogo diferentes, e que até me arrisco a dizer que sorriram sempre para o nosso lado com enorme improbabilidade(( por exemplo pavlidis ao poste, jason falhar sozinho aos 95 na pequena área em alvalade, weaverson marcar um golaço aos 95 na luz, quaresma aos 95 no gil e renato sanches a ter uma paragem cerebral aos 99 no jamor)) estávamos a falar de um défice de 6 pontos no campeonato, uma média de pontos inferior a keiser em 18/19 e uma derrota na taça. e o génio mastermind que “não joga bem mas tem tudo sobre controlo e interessa é ganhar” era tudo e mais alguma coisa e tinha de sair.
enquanto se fizerem apreciações emocionais baseadas em resultados e não apreciações frias baseadas em desempenhos e processos não vamos tomar boas decisões, nem prever o que vai acontecer no futuro( aqui espero estar enganado)