Antes de mais, reconheço a minha ignorância sobre o tema “Almada colonial”. Pelo que é ali dito, no pequeno vídeo, não consigo perceber exactamente o que leva a senhora, que estava a orar, a adoptar essa expressão. Por outro lado, também não dá para perceber a agressividade na reacção.
Mas deixem-me partilhar convosco o asco que me provoca um brasileiro caucasiano e com apelido português, alemão ou italiano vir falar em colonialismo, como se a responsabilidade fosse “minha” pelo que portugueses de outros tempos fizeram; como se fosse eu o herdeiro daqueles que para lá partiram, que exploraram os autóctones e que lá deixaram descendência caucasiana e com apelido português.
Ora foda-se, é a mim, que nunca lá pus um pé, que vêm pedir explicações, como se eu tivesse beneficiado de qualquer merda que lá se tenha passado? Ou deveria existir um exame de consciência e aquilatar que os portugueses colonialistas se tornaram brasileiros?
Os meus dois cêntimos sobre esse episódio é que primeiro a presidente esteve mal ao interromper daquela forma. Aquilo é um espaço de debate e por isso era deixar falar até ao fim e depois contrapôr com educação.
Segundo, também me incomoda a lata com que alguém chega aqui a achar-se dona da razão e quase te obriga a pedir desculpas por uma coisa que não fizeste, exigindo reparações históricas. Muito típico nos activistas em geral. Nem estou a ver que contributo é que aquilo possa ter para um melhor funcionamento da autarquia
Então é melhor manteres-te afastado de Coimbra hoje, acabei de passar pelo parque e os Gypsy Kings já estavam a fazer o soundcheck para o concerto de logo à noite.
Falando em ciganos vendedores de coisas, uma das mais engraçadas que me aconteceu foi à porta de um supermercado. Um que me queria vender perfumes.
Veio com a conversa de que tinha ali uns perfumes muito top, disse-me a marca (aquilo pouco faltava para ter caracteres chineses na caixa), borrifou-me com aquilo (um cheiro a aguarrás que Deus me livre) e que, pasme-se, custava 180€ no Intermarche.
-Tem piada que nunca vi perfumes no Intermarche. (e até tem, mas alguns mais baratuchos)
-Tem! Hás-de reparar, no corredor de ‘não sei quê, ao lado de cenas’…
-Pah, eu tenho uma gaveta cheia de perfume e nem sei o que lhe hei-de fazer. E não gostei nada desse.
-Então segura neste (truque típico).
Abre outro, borrifa também.
-E este, gostas?
-Pah, não te vou comprar nada. Toma lá.
-Ah, eu não vou levar isso. Por ver que gostas tanto de perfumes, 40€.
-Não vou levar.
-20! Levas por 20. Eu já disse que não levo isso.
Meti aquela merda no chão e disse-lhe que era com ele levar ou não, e fui à minha vida.
Regra número um em negócios. Nunca aceites nada da mão de um calé, que ele bate-se logo que já está na tua mão, e diz-te que o negócio está fechado.
Quando ter vierem interpelar na rua, diz a ele se pode entregar-te isso no trabalho, que estás interessado mas deixaste a carteira no bules e dá-lhe a morada. A da ASAE. E diz que trabalhas lá.
Companheiro, muitos cuidado com essa cena dos perfumes, pode ser alguma substância química para te deixar desorientado, e criar uma oportunidade de roubo…
Quando vejo ciganos aqui no Brasil (sim, também existem) mudo logo de direção, e se chegam perto levo logo a mão à cintura, para não se meterem com ideias.
Todo o cuidado é pouco e as coisas não acontecem só aos outros.