A diferença é que há tribunais mais unidos e mais vigorosos nos sucessos que nós. Enquanto uns aproveitam boas séries para cimentar confiança para criar onda, nos passámos o dia seguinte a escamotear as subs, a criticar, a criar bichos no sótão. Nem nos sucessos o scp conseguiu convencer totalmente, e assim está mais perto mais uma fogueira de jovens valores, do que a sua ascensão e glória.
A força dos Sportinguistas ficou visível ainda este ano. Após 2 anos terríveis, com cerca de 60 pontos de atraso em relação aos primeiros, bastou um forte investimento no futebol, algo que raramente tem acontecido e vimos estádios cheios ou perto disso, pelo país fora. Nos sucessos, a realidade faz-nos deparar com as fogueirinhas da vaidade de sempre, com o desmantelamento das equipas campeãs de início da década passada, portanto sem um trabalho estruturado de médio/longo prazo que visasse o sucesso. Aliás, fico sempre na ideia que os 2 últimos títulos de campeão foram um fim em si mesmo, onde se apostaram todas as fichas, muito mais que fruto de um trabalho que elevasse o Sporting para um patamar onde o sucesso tivesse continuidade. O desmoronamento dos planteis, a gestão de activos que não permitiu mais valias financeiras nem se parece ter preocupado com a solidificação desportiva, o apertar de cinto abrupto, quer em investimento, quer orçamental, dá-me todos os sinais disso mesmo. Fico com a sensação que os 2 títulos de campeão foram a cenoura que permitiu a concretização do projectto, sem grandes ondas.
Durante os 18 anos de seca, não deixámos de ser vibrantes, mas isso mudou pouco depois de finalmente termos sido campeões, Porquê? Na minha opinião, porque fomos invadidos, no topo da hierarquia de gestão do clube, de gente pouco vibrante, miserabilista, pouco ambiciosa, muitas vezes incompetente, que secundarizaram o saber desportivo, prioritizando a gestão financeira, o project finance, sem o mínimo de bom senso para perceber que o clube não seria viável financeiramente se não fosse competitivo. E este tipo de gestão e de discurso foi corroendo os Sportinguistas como um vírus, afastando alguns que não se reviam com o rumo, afastando outros que à imagem de quem nos dirigia, também secundarizaram o clube, que a razão do seu apoio era estar ao lado de quem queria ganhar e não de quem queria redimensionar o Sporting a uma empresa de estrito cumprimento orçamental, sem preocupações de crescimento, investimento e sucesso. Ouve outros que não se afastaram, mas cujas exigências foram redimensionadas às que foram estipuladas pelos dirigentes e outros que também não se afastaram, mas que não se conformam com este estado de coisas. Por isto tudo, entendo como natural algumas fricções entre Sportinguistas e algum desnorte. Não nos culpo.
E pela naturalidade que vejo esse desnorte, de certa forma compreendo que muitos andem ao sabor do vento. As convicções das pessoas e o julgamento que fazem sobre quem gere os designios do clube, são com cada um e cada um defende o que pensa, se assim o entender, mas registo algo que me desagrada, embora e repito, o compreenda… os últimos resultados desportivos da equipa de futebol, levam a que se passe do elogio ( não falo do pontual, a actos de gestão, que esse também o faço ) a actuais e até antigos dirigentes para uma postura de radical crítica, acompanhada mesmo de adjectivação insultuosa. Haja coerência.
E depois temos os outros… os notáveis. Falo daqueles com exposição pública que falam do clube por tudo e por nada e que da realidade do mesmo percebem e conhecem pouco e/ou que coerência e Sportinguismo é coisa que verdadeiramente não lhes assiste. O caso do João Braga é paradigmático… apoiante de GL e entusiasta da dupla Duque/Freitas, aos primeiros sinais de maus resultados do ínicio de época, não se coibiu de criticar a dupla, declarando-se surpreendido pela falta de qualidade na construção do plantel, acrescentando para tal críticas acérrimas a treinador e alguns dos jogadores novos e isto quando era relativamente aceite que, apesar dos desequilibrios e algumas falhas, o trabalho efectuado até teve qualidade e de certa forma surpreendeu muita gente. Entretanto calou-se, para numa altura crítica, mostrar os dentes e novamente, ao elo mais fraco e aquele que deve ser protegido, por estar muito mais exposto à crítica. Cobardia e burrice, de gente fraca, incoerente que é incapaz de ver para lá daquilo que está mesmo á frente.