Os 10 filmes mais chatos das vossas vidas

And may God have mercy on your soul :pray:

Não me aborreço de ver a “Desaparecida” do John Ford, um filme ao “gosto das massas”, sem dúvida. Estranhamente, o cinema de Hollywood só parece suportável quando tem para cima de 40 anos.

Por outro lado, gosto bastante de quase todos os filmes do Jacques Tati, que estará a salvo do infâme “gosto das massas”. Estou certo de que serão um “aborrecimento” para bastante gente.

Não embirro com o Stanley Kubrick. Nada disso. Dêem-me o “Lolita” ou o “Dr. Strangelove” e passo uma noite perfeita. Já fico satisfeito se puder ver o “Spartacus”, o “The Killing” ou o “Full Metal Jacket”.

Em comparação com estes, o Laranja Mecânica é, para mim, um filme menor, que cheguei a apreciar na adolescência como filme de “culto” (então, circulava até que seria o filme de eleição de skinheads). Já o revi, mais que uma vez, e pareceu-me sobretudo datado (coisa que o Lolita, mais antigo, jamais será).

Aparentemente, achar o filme chato escandaliza mais do que se dissesse que era do Benfica. Porquê? Porque sim.

tudo para chegarmos a uma conclusão, gostos nao se discutem :wink:

Claro. Ou, por outra, os gostos são para discutir assim, na boa. Com umas bocas sobre o que gostamos e o que não gostamos. ;D

:o :lol: :lol: Isso é que foi um verdadeiro “Italian Job” :lol: …

Bah, palavras como “gosto das massas” são muito chatas numa discussão desse tipo :hand: , da-me tanto prazer ver um filme do Harry Potter como do Kubrick ou do Eliah Kazan (não que conheça muitos, mas pronto).

Laranja Mecânica?! :o Eu não acho que seja um filme que dê para adormecer…

Quanto ao Branca de Neve a intenção era mesmo só chatear, pelo que dificilmente poderia cumprir melhor a sua função. Dificilmente também poderia ser considerado cinema, e o próprio João César Monteiro não era pretensioso ao ponto de achar aquilo um “filme”. Foi simplesmente um objecto de provocação para demonstrar ao contribuinte a porcaria que é o ICAM.

Eu não sou de adormecer a ver filmes. No cinema não consigo adormecer (eu não consigo adormecer em locais públicos). Em casa, quando estou casando e me deito no sofá a ver filmes é frequente adormecer mesmo em filmes bons e que adorava, a tal ponto que no caso de alguns, depois arranjei forma de pouco tempo depois ver o DVD do respectivo filme com qual tinha adormecido.

Também não adormeço no cinema. Impossível acontecer! Mas compreendo que haja alguma confusão entre filmes bons/maus e o sono.

Eu tenho um lado cinéfilo bastante crítico e “não vou à bola” com filmes de acção ou comédia da treta, no entanto, é-me muito mais difícil adormecer nesses filmes maus do que em alguns de grande qualidade que acabam por ser mais parados. Acho que os Top’s que aqui vejo se confundem entre o filme mau e o filme parado.

Por exemplo, tenho aqui o “Volver” do Almodovar desde que saiu em DVD e das 3 ou 4 vezes que tentei ver, adormeci. Sei que o filme é bom e até gostei do que vi, mas acho que o raio da Raimunda me faz sono! Pena que não apareça aí num Cinema a reposição do filme, era da maneira que o acabava de ver.

Isto é um caso muito particular, porque até sou muito mais amigo de ver um bom Drama, do que de assistir a explosões e porrada. Esses sim, são filmes chatos…

Sim, Ricardo, é verdade. Coloquei o “Branca de Neve” por brincadeira. Nunca o vi, para ser sincero. E até gosto do César Monteiro (uma espécie de Rabelais do cinema português, embora a minha adesão não seja completa).

Também não acho que o “Laranja Mecânica” dê para adormecer. De forma nenhuma.

Simplesmente, acho-o boçal como objecto cinematográfico. É apenas isso. Promete muito mais do que aquilo que na realidade é capaz de oferecer. Tem sobretudo efeito coreográfico. E acho-o, como dizer, claustrofóbico.

Lembro-me especialmente de duas cenas marcantes: o assassinato de uma mulher com uma escultura fálica e a terapia a que submetem a personagem principal (é forçado a assistir a filmes violentos para sua redenção). Ok, são “statements”. Mas precisamente o que me aborrece no filme é a sensação de que nada daquilo pretende convencer o espectador. As personagens piscam o olho ao espectador, como que a dizer “eu sou personagem de um filme, não acredites em mim”. E, para mim, não há nada de mais aborrecido no cinema do que não ser capaz de acreditar.

Nada disto lhe retira o significado histórico que tem (uma questão inteiramente diferente). O filme esteve proibido em Inglaterra bastante tempo (não sei se ainda o está), o que ajudou a cultuá-lo, certamente. É importante que continue a ser exibido. Cada exibição, mais de trinta anos depois, é nova derrota para quem quis que o filme esquecesse.

Aparentemente, pelas reacções aqui no fórum, e como seria expectável, os censores foram goleados… :slight_smile:

Já agora também quero dizer que estou muito chateado por o Siciliano ter sido citado aqui. Não me lembro de quem o citou, mas gostava de o desafiar, caso seja mais baixo que eu (vinte centímetros, pelo menos).

Eu também näo adormecia até comecar a ir ver o Harry Potter… os filmes até parecem mais ou menos no início, mas quando chega à parte final deixo-me sempre dormir, algo que nunca me aconteceu com outro filme. :o

Tentei colocar filmes do “mainstream” de grande projeccäo para näo levar à confusäo que referes de filme chato / filme mau (embora as Crónicas de Riddick já entre pelo filme realmente mau)… acho por exemplo, o Paciente Inglês um excelente filme, uma história de amor muito elegante e intemporal, mas achei-o muitíssimo secante (e o Titanic andaria lá perto se näo fosse a parte gira de ver o barco a afundar).

Ainda ninguém se lembrou das grandes chachadas Bíblicas que nos atormentam a cada Natal ou Páscoa, com os seus elencos de milhões, 4 horas de duração e centuriões romanos que falam com sotaque do Oklahoma. Sou só eu a achar que o Ben-Hur é uma seca monumental?

Um dos filmes mais chatos que vi foi o 2001 Odisseia no Espaço. Aquilo é sobre quê? Será que temos que tomar LSD antes de o ver para que faça sentido, como já ouvi dizer?

Também não gostei do Chicago ou do Titanic. São “espectaculares”, mas ambos têm um enredo de 5.ª categoria que poderia ser descrito na parte de trás de um selo de correio e já sabes como vão acabar 30 segundos depois de começarem. Os entusiastas destes filmes que me desculpem.

Curiosamente, gosto muito de Lost in Translation e de The Remains of the Day, dois filmes já aqui citados várias vezes. O Lost in Translation tem momentos de humor esplêndido e o The Remains of the Day é sobre pessoas que reprimem os seus sentimentos mesmo à custa da sua felicidade e sobre uma sociedade de um formalismo asfixiante, não podia ser um filme excitante, mas tem uma interpretação sublime do Anthony Hopkins e, penso eu, cumpre os objectivos a que se propõe. A cena em que pai e filho se tratam por “Mr. Stevens Senior” e “Mr. Stevens Junior” como se não se conhecessem de lado nenhum é extraordinária e retrata fielmente aquele mundo em que os sentimentos são reprimidos e cada um faz aquilo que se espera de si. Admito que o filme possa ser considerado chato, parado, monótono, etc. Mas eu gosto.

Gosford Park

Sem dúvida o filme mais secante da minha vida…

olha, ontem vi um, e achei um bocado secante: Trade

Secante ou chocante? Não é um filme fantástico, alias tem umas prestações fracas (nomeadamente o puto) mas ve-se bem. Acho que na história do cinema há centenas de filmes mais chatos.

Recentemente posso referir o “Assassination of Jessie James…” , aconselhável para noites de insónia.

O Ben-Hur não acho nada seca.

Alfred E. - depois de ter defendido aqui o Remains of the Day e o Lost in Translation, não estou em condições de te contradizer, ao menos o Ben-Hur tem mais “acção”! :great:

Ora, conhecendo-me, amanhã, estarei a defender precisamente esses e a encontrar razões para malhar no Ben-Hur. :slight_smile: Mas não chegeui a ver os “Despojos do dia”.

Não sei se viste, mas, já há um tempo, passou um documentário na televisão sobre cinema português que mostrava uma cena de acção d’ “A aldeia da roupa branca” inspirada no Ben-Hur. Um despique entre carroças que acaba em tragédia. Muito engraçado. Como se, no Portugal dos anos 30, aquele cenário rural fosse o possível para enquadrar uma cena “à americana”.

A mim custou-me ver o Spider.
Mas não desgostei. Só que achei um bocado cansativo.

Idem para o Oldboy.

Não vi e tenho pena! Deve ser digno de ser visto!

A única vez que adormeci num cinema tinha uns 13 anos e foi a ver Lucky Luke com o Terence Hill :mrgreen: