A história de uns é uma história deveras incompleta: só existem os EUA. Não houve União Soviética. Não existe a China. Não existiu a Alemanha Nazi. Não existiu a Itália Fascista.
Só os EUA. Aliás, nem existiu algo chamado Guerra Fria, que no fundo se cingia, do ponto de vista económico e social, a um aspecto: um país democrático, os EUA, um país com uma classe média poderosa e livre, o EUA, e um país totalitário e pobre, a URSS, cujas ineficiências económicas ainda hoje perduram no tempo. Existiu quem defendesse o último para Portugal. Ainda hoje acontece.
Um país que conta sucessos enormes e insucessos pontuais, os EUA, e muitos outros onde riqueza e liberdade são conceitos inexistentes, a URSS e a China. Não existe hoje a URSS, existe a Rússia. Democracia lá? Nem vê-la. E a sua classe média continua várias vezes mais pobre que a norte-americana.
Os soviéticos nem estiveram no Afeganistão. A AK-47 nem é uma das armas favoritas de países que desconhecem por completo os fundamentos da democracia e da responsabilidade e responsabilização. Não existe ainda quem louve genocidas da pior espécie.
Quando a China, que é o que é após milhões e milhões de mortos às mãos do Partido Comunista Chinês, começar uma prática política similar à dos EUA, de expansão militar, diplomática e política que vise garantir a satisfação dos seus interesses (energéticos, para começar), mas consubstanciada num regime sanguinário e totalitário, vão chorar, e não é pouco.
Tivemos o Império Britânico. Ruiu. Tivemos a ascensão dos Estados Unidos da América no pós-II Guerra Mundial. Estão a perder influência. Vem aí a China. Vão lamuriar perante a última, garanto-vos, vão. Basta procurarem pelas práticas destes nos países que agora ocupam a pretexto de compra de terreno para a produção alimentar. Aliás, a China é uma das grandes responsáveis pela destruição de áreas tradicionais da economia portuguesa.
O mundo vai viver sempre sob uma forma de pax. Antes a pax americana, que internamente é financiada por uma classe média poderosa e uma sociedade de informação, em que a crítica é aceite e defendida pela Constituição, do que uma pax chinesa, fundamentada num regime oco, numa classe média sem direitos fundamentais e numa classe operária semi-escrava. A vossa ingenuidade é grotesca. Pensarem que, após a confrontação ideológica que vincou o século XX, iriam poder viver num sistema misto, numa espécie de twilight zone. A reconstrução do continente europeu acontece, em parte, devido ao Plano Marshall, que serviu dois propósitos: afastar a influência do monstro comunista, que na altura provocava miséria e morte generalizada, e garantir aos EUA apoio político e ideológico. O povo europeu abrangido pela influência em questão agradece. A democracia agradece. A vida humana agradece. Coitados dos milhões de inocentes que ficaram do outro lado da “cortina de ferro”.
A Guerra Fria opôs dois modelos económicos e dois modelos políticos. Podemos todos agradecer seja a quem for pelo facto de o Soviético não ter continuado a expandir-se para estes lados. Um desses modelos iria vingar em grande parte do mundo. Ainda bem que, sendo confrontado com o soviético e norte-americano, o último venceu. Só é pena que não tenha contribuído para a queda do regime de Salazar.
Os Americanos fabricaram o 11 de Setembro? Então e nada a dizer sobre a treta congeminada pelos russos relacionada com a Chechénia? Toda a historia da União Soviética, uma união construída através de escravização de povos e nações? Ah, e defendida activamente por determinada falange ideológica portuguesa! Democracia de qualidade!
Quem vive em regimes similares ao soviético não pode fazer o que nós estamos aqui a fazer: criticar regimes, políticos, ideologias, etc.
Sobre terrorismo, também os portugueses, incluindo crianças, foram vítimas dele. Aliás, um dos seus mentores continua livre e escreve livros. E foi apadrinhado por partidos contemporâneos. O português tem ainda muita podridão em sua própria casa.
E considero perfeitamente aceitável alguns americanos festejarem na rua a morte de tão doentio homem.