O que "paga" um orçamento de 20M no plantel principal

Não me estou a fazer perceber, certamente.

Em lado nenhum digo que uma diferença de orçamento de 1 para 2, não resultará num Sporting bem abaixo dos rivais, em termos de capacidade competitiva, isto em condições normais . Se essa diferença se mantiver consistente ao longo do tempo, a diferença competitiva também será notória, não desprezando a possibilidade de épocas atípicas ( como aconteceu com o braga há 1 par de anos, que fez uma liga acima dos 70 pontos, suficientes para ser campeão em muitos dos campeonatos dos últimos 10 anos ).

Penso que já deixei evidente que é essa a minha opinião, na discussão neste tópico, em resposta a comentários de outros foristas.

O que entendo e entendia, em pleno regabofe das contratações por atacado de GL, as rescisões de contrato do plantel anterior e a vassourada sem muito critério a que se assistiu, é que a aproximação aos rivais e a mudança para um paradigma “expansionista” em contraposição ao período de FSF, não se poderia fazer de um ano para o outro. Além de que não via, numa estratégia de tão elevado risco, capacidade nos responsáveis para lidar e gerir com esses mesmos riscos.

Em resultado da falência total de uma gestão, 2 anos depois há que recuar novamente uns passos. Não há meios para suportar nova politica de risco, num clube à beira do desastre, em termos económicos/patrimoniais e financeiros. Não há capacidade de endividamento para tal e não há receitas que suportem mais divida. Os activos ou estão/serão alienados e estão hipotecados, a presente reestruturação financeira até é a última oportunidade deste clube para inverter o rumo das coisas, que a partir de agora, deixará de haver património com que fazer mais reestruturações societárias e operações de cosmética para disfarçar buracos de exploração monstros.

Eu também não me sinto confortável com o “é possível fazer mais com menos”. É possível ( num curto período de tempo ), com uma estrutura mais sólida e competente e a nossa tem sido exactamente o contrário. E, para já e apesar de acreditar que vem aí gente com capacidade para fazer muito melhor do que tem sido feito, não há bases para pensar, ainda, que serão mais capazes que os rivais, que têm trabalho feito durante anos. E se são mais capazes, experientes e têm mais meios, os resultados são previsíveis.

Espero criatividade e proactividade em dotar a equipa de meios que permitam o seu reforço em posições chave, com elementos chave ( parcerias, fundos, o que seja, dentro do orçamento previsto e sem utilização dos capitais próprios – leia-se endividamento – do clube ). Espero que se confirme o perfil de liderança do novo presidente, capaz de agregar e motivar os seus. Espero convicções fortes no rumo escolhido e que se criem condições de estabilidade para que não haja inversões do mesmo à mínima contrariedade. Espero absoluto rigor e muito trabalho. Espero uma estrutura profissional, capaz de reunir os elementos necessários a uma boa tomada de decisão, com o menor risco possível.

É vital, em primeiro lugar e para o ano, ganhar a corrida no lugar à Champions. É necessário criar condições para que os riscos de a falharmos, sejam diminutos. Depois? O caminho faz-se caminhando. Passos sólidos e firmes. Com ambição E sentido de responsabilidade.

É exactamente o que eu penso. E por isso tenho muito receio do discurso do “não interessa o orçamento, o que interessa é a competência”. Até por uma questão de gestão de expectativas. O destino quase certo com um orçamento para o futebol de 20 milhões é uma luta de resultado incerto pelo 3º lugar com o Braga (e com uma eventual equipa-sensação), a uns bons 20-30 pontos de Benfica e Porto. Se vendes às pessoas que o orçamento não interessa, então o lógico é que elas atribuam a incapacidade de lutar pelo título à tua falta de competência.

Só mais uma nota. Estou na generalidade de acordo com o teu post. Mas atenção à questão da LC. Os prémios de participação têm de ser vistos como receitas extraordinárias e devem ser canalizado sobretudo para a redução da dívida - pelo menos até esta atingir patamares razoáveis. A chave de uma convergência sustentável com os rivais está no crescimento das receitas ordinárias (bilheteira, quotizações, publicidade, merchandising e, acima de tudo, direitos televisivos). Dois exemplos do que se pode fazer a este nível:

  • pôr a funcionar a Sporting TV, para aumentar a exposição mediática do clube nas suas várias vertentes
  • renegociar o contrato de vendes direitos televisivos com a Olivedesportos, usando o pretexto de que as condições mudaram. Com o Benfica fora, somos nós os cabeças de cartaz da SportTV. É preciso que isto se reflicta nas verbas que recebemos.

Impossível. Creio que o clube já recebeu receitas antecipadas e não estou a ver a Sport TV ceder um centímetro que seja em futuras negociações. Por alguma razão o benfica decidiu cortar toda e qualquer ligação ao império de Joaquim Oliveira. A Sport TV tem servido para - artificialmente - nivelar as receitas dos três grandes. Vê o exemplo do porto, que no seu contracto tem estabelecida uma cláusula que clarifica que o clube receberá sempre 85% do valor de um futuro contracto celebrado com o benfica, o que é notoriamente injusto se justapores os valores à massa adepta de ambos os clubes.

Apesar de haver grandes diferenças no numero de adeptos dos 3grandes nao existe assim tanta diferença nas audiências por isso faz algum sentido os valores serem equilibrados.

Mesmo que já tenha sido tudo antecipado - o que seria gravíssimo e merecia denúncia pública - há sempre margem para negociar. Com o rombo que foi a não renovação do contrato com o Benfica, a Olivedesportos já não é a entidade toda-poderosa de há uns anos atrás. Antagonizar o Sporting, que é agora o seu cabeça de cartaz, também não lhes interessa nada.

Agora, admito que isto vai levar tempo e precisa de muita habilidade, pois implica lidar com uma das heranças mais nefastas do roquettismo: a presença de Joaquim Oliveira na SAD, onde é um dos maiores accionistas. É uma situação que gera conflitos de interesses gritantes. Ainda me lembro de ter Soares Franco numa AG a dizer de que o seu papel era defender os interesses de todos accionistas da SAD e não só os do Sporting - algo que devia ser impensável.

(BTW, não consigo deixar de pensar na barbaridade que foi assinar um acordo a 10 anos. Uma década! Foi um crime lesa-clube e devia ser proibido nos estatutos. Obrigado JEB… >:D )

espero que a auditoria de gestão exponha esses casos flagrantes de gestão danosa, que o culpados sejam expulsos de sócio e mais: que sejam tomadas acções judiciais contra os mesmos. num cenário optimista, o SCP arrecada um milhões por danos materiais… mas isso é mais wishful thinking da minha parte.

com as receitas televisivas mais ou menos estabilizadas durante a próxima década e as receitas de publicidade indexadas ao rendimento desportivo da equipa sénior, o futuro do Sporting passa, e muito, por converter a sua vasta base de apoio em sócios. Foi o que fez o orelhas, e foi isso que salvou o benfica do abismo (lembro-te que também tinham contrato de longa duração com a Olivedersportos que só expira agora). É imperativo captar os Sportinguistas que vivem perto de Lisboa a adquirirem as gameboxs e persuadir os que residem em localidades mais distantes a fazerem-se sócios. O discurso terá de ser radicalmente alterado: se antes os sócios eram visto como um melindre ou impecilho para os projectos financeiros megalómanos e elitistas dos croquetes, agora são vitais para o aumento das receitas. Nesse ponto em particular, há que responsabilizar todos os Sportinguistas (no sentido positivo, claro) e dizer claramente: ser sócio não traz benefícios pessoais, são 12 euros/mês doados directamente ao clube que servirão para aliviar a dívida que asfixia o Sporting e aumentar os tão propalados 20M de orçamento. Num cenário de 150.000 sócios, dos quais 100.000 pagariam a quota de 12 euros, o clube arrecada mais de 15M euros/ano. É esse o discurso que terá, forçosamente, de ser transmitido aos adeptos. Espero que o Bruno de Carvalho aproveite o seu período de estado de graça para criar uma campanha quanto antes. É imperativo aumentar o número de sócios pagantes durante o princípio do verão para gerar mais receitas para o abate da dívida e aumento do orçamento para a época 2013/14.

Acho que acabaram por chegar nos últimos posts a um certo consenso e eu concordo com a generalidade das vossas conclusões.
Só faço um reparo:
No caso do SCP conseguir começar a provar a competência do seu scounting sénior através da venda de jogadores por peços jackpot com regularidade (tem provado conseguir o contrário), sou a favor de incluir grande parte dessas receitas nos sucessivos orçamentos podendo a equipa melhorar de ano para ano num modelo semelhante ao que é aplicado nos rivais com sucesso comprovado.
É uma questão de gerir o risco. Esta atividade é uma atividade de risco e quem não estiver preparado para fazer esta gestão, não deve estar nesta área.

O problema é precisamente o facto de o SCP nunca ter mostrado competência para aplicar este modelo de sucesso.
Pior… Quando o tenta, acumula prejuízos astronómicos.
E assim, não dá!

Antes de mais, peço desculpa pela minha fraca participação num tópico que criei, mas os afazers profissionais não me têem permitido dar a atenção necessária.

Agora também não estou com muito tempo mas gostaria de esclarecer\responder a alguns companheiros foristas que interviram e sendo assim…

@Jovem Leao

Enganas-te. Tenho perfeita noção dos custos referentes a um salário pela óptica patronal, até porque sou eu quem trata desses assuntos no meu trabalho.
Através de um cálculo rápido consigo saber rapidamente o “custo real” de um vencimento, sendo que no caso dos jogadores esse custo chega a ser mais do dobro do vencimento recebido pelo atleta.

@Ruben

As minhas “fontes” estão explicadas no primeiro post.

@Dier

Poderão existir algumas incongruências nos numeros apresentados, é o problema destes exercicios com componente especulatória.
De qualquer forma, julgo que no global, contabilizando todos os vencimentos, o numero final não estará muito distante da realidade e provavelmente pecará por defeito.

Por fim, esclareço que me refiro a custos com pessoal da equipa profissional de futebol e que o plantel que apresentei seria o plantel final para a próxima época, ou seja, já com as dispensas e rescisões efectuadas.

Admito que nesse plantel, R.Patricio e D.Capel terão de sair por forma a respeitar os 20M €

SL

P.S. Talvez amanhã consiga ser mais “assertivo” quanto ao orçamento da equipa de futebol, vamos ver…

E se em vez de 20 o orçamento for de 15 milhões ?

O Bruno falou num orçamento entre os 20/25 milhões , por isso creio que o mais baixo que possamos ter é mesmo à volta dos 20.
Ou seja, entre os 18 e os 22 milhões , mas muito provavelmente jogadores como o Patricio e o Capel serão vendidos. O que vai fazer diminuir a qualidade do nosso plantel…
Foi este o rumo que os croquetes traçaram … :cartao:

Desculpa insistir e se o orçamento for de 15 milhões?

Nesse caso , vai ser um começar do 0 , ou ainda pior.

Jogadores como Labyad e Schaars irão sair de certeza (não estou a falar dos óbvios como Jeffren , Boulahrouz e outros que não justificam o que ganham) e o nosso nivel competitivo vai baixar imenso.
Espero que possamos preparar a próxima época com um plantel minimamente razoável , e que tenha qualidade para poder lutar pela Champions.
20 jogadores + a equipa B , penso que poderão dar conta do recado. :great:

Mas isto é apenas a minha opinião…

E o 3 lugar para o ano dá acesso à liga dos campeões?

dá.
ms porque izes que vai er 15?

Sou como vcs do Sporting à muitos anos e conheço um pouco do clube. Estando atento e vendo notícias do DN, Expresso, CM e cruzando com discursos do BdC que faz questão de dramatizar constantemente a situação e ouvir determinados playeres do nosso universo. Fico com esta convicção.

A gestão de uma equipa profissional vive e sempre viveu de saídas e entradas no plantel. A questão não é quem saí é mais como saí e quem entra para o seu lugar. O Sporting precisa de um plantel equilibrado e com uma aposta na formação é possível conseguir conviver com números mais “apertados” do que seria suposto. Resta perceber que quando entramos num processo de reestruturação o equilíbrio é importante.

Recordo-me da crise do Benfica em que na fase de recuperação do clube se contrataram jogadores como Drulovic, Marco Ferreira, entre muitos mais… A experiência deles ensinou que este tipo de contratações para além de inúteis não faz sentido em termos económico/financeiros.

O Bruno tem de conseguir 3 reforços de qualidade para a equipa. Este plantel precisa de 2 avançados e um Lateral Esquerdo ou um central dependendo da situação do Rojo. É possível dentro de portas subsistir o R. Patrício com um jogador com qualidade, podemos vender o Jeffren, o Adrien e até o Schaars e continuaremos a ser competitivos. Mas não é com suplentes do Braga que substituiremos o Ricky e arranjaremos um substituto à altura. Isto se o nosso objectivo for pelo menos ficar em 3 lugar.

Nos próximos 2 anos , o 3º lugar dá acesso à Champions…
Creio que com um orçamento de 20M , conciliado com uma aposta na formação , era muito provável conseguirmos o 3º lugar!

recupero este post pois já li em outros topicos esta questão levantada.
A meu ver, os 20 M que se fala (ou que BdC mencionou) tem a ver com 20M com custos de pessoal da SAD.

A Março de 2013 temos:

FSE 13.7M
Sub-Contratos 7.6M
organização jogos e deslocações 1.2M
comissões 1.5M
outros FSE 3.4M

Custos com Pessoal 30.2M
Remunerações 25.6M
Indmenizações 1.3M
Outros custos 3.3M

Amortizações (sem Plantel) 0.8M

Provisões e Imparidades 0.4M

Outros custos operacionais 3.1M
Despesas com transferencias 0.6M
Imposto selo 0.6M
prospecao mercado 0.5M
outros custos 1.4M

Total Custos Operacionais em 9 meses 48.3M

Ora metendo 6 milhoes de custos (e se calhar estou a ser simpatico) em cima do ultimo trimestre (abril a junho) temos algo como 54.3M de custos operacionais…
vejo alguns foristas a mencionarem que “isto” passará para 20M que a mim me parece algo irrealista e quase impossivel.