O que "paga" um orçamento de 20M no plantel principal

Tendo em conta as noticias recentes que dão conta de um orçamento de 20M para a próxima época, resolvi embarcar num exercicio especulatório e tentar verificar que plantel seria possivel fazer com esse valor do ponto de vista salarial.

Regra geral não gosto de me pôr a adivinhar, mas em algumas situações acabo por fazê-lo. No fundo é apenas o reflexo da importância que dou ao SCP.

Os valores que vou escrever neste post são resultado de um processo de comparação de noticias ao longo do tempo, de informações obtidas no fórum e de opinião pessoal.
É evidente que corro o risco de falhar bastante em alguns casos e dai esperar que vocês, companheiros foristas, dêem a vossa opinião e apontem os possiveis erros em que incorri.

Vamos ao que interessa para o tópico. Seria este o plantel formado.

Vencimentos de 1M\Ano

Rui Patricio
Zakaria Labyad
Adrien Silva

Vencimentos de 750m\Ano

Marcos Rojo
Stijn Schaars
Diego Capel

Vencimentos de 600m\Ano

Miguel Lopes

Vencimentos de 500m\Ano

Fabian Rinaudo

Vencimentos de 250m\Ano

Marcelo Boeck
Cédric Soares
Nuno Reis
André Martins
André Carrillo
Diego Rubio

Vencimentos de 100m\Ano

Vitor Golas
Tiago Ilori
Eric Dier
Zézinho
João Mário
Ricardo Esgaio
Bruma
Betinho

Estes valores não são para ser levados á letra, serão aproximados. O total atinge 9M\Ano aproximadamente.

Para completar este plantel faltam 5 jogadores. Pessoalmente sei quais iria buscar mas julgo que não vale a pena dizer quem são. Para o tema deste tópico basta dizer que o total dos seus vencimentos seria de 3,5M\Ano.

Desta forma o total salarial deste plantel orçaria em 12,5M\Ano a que acresce a carga fiscal o que não atinge os tais 20M\Ano falados.

Bem, “pus a cabeça no cepo”. Estejam á vontade para a cortar :mrgreen:

SL

Muito boa ideia, apenas gostaria de referir que também será preciso dar “margem” para certas renovações de contrato que na minha opinião são mais importantes que novas contratações. Será expectável ver alguns desses vencimentos de 100m/Ano passar para o dobro ou triplo.

Atenção que isso são as aproximações LÍQUIDAS que os jogadores ganham, ao Sporting custa sensivelmente o dobro.

Portanto, acham que o ‘orçamento da equipa de futebol’ se resume a salários dos jogadores?!

Acrescentem aí equipa técnica, custos operacionais, tudo o que seja referente ao futebol. Qualquer despesa em 2013/2014 relacionada com o futebol vai ser retirada desse ‘bolo’. Se desses 20M, 10M forem para salários de jogadores e equipas técnicas já é algo exagerado.

É Tempo de apertar o cinto. Confio na direcção.

?

Não faltava mais nada… :mrgreen:

Vá, exagerei um pouco. Mas basicamente para dizer que 20M nunca serão.

Assumo que logistica e afins não ultrapasse os 2M€ (não tenho mínima noção, por acaso gostava de saber as % para onde vai o orçamento do futebol profissional)

2M€ para logística? Se formos à Europa não chega, sem Europa é demasiado.

@Laszlo é uma muito boa iniciativa e que nos ajudaria a ter noção das coisas mas por ai vê-se que p.e. tu não tens noção de algumas coisas. Como por exemplo os impostos sobre os salários dos jogadores que são pagos inteiramente pelo clube, alguns dos valores que ai tens estão correctos como valores limpos, ou seja, por exemplo ao Patricio adiciona aos 1M de salários mais 1M em impostos (pelo menos) vindos do bolso do Sporting

Muito provavelmente seremos obrigados a vender um dos jogadores que ganha 1M, para aliviar a carga salarial e também permitir alargar um pouco o orçamento. Presumo que seja (infelizmente) o Rui Patrício, visto ser o que tem melhor mercado. O tempo o dirá…

Todos adoramos Rui Patrício. Mas na nossa actual situação financeira, seria infeliz não o vender. Seja porque não houve nenhuma proposta à altura ou por mera decisão da direcção. É não só o jogador mais valioso e mais bem pago do plantel, como aquele que é mais fácil de substituir. É a nossa melhor hipótese de fazermos uma boa reestruturação ao plantel sem grandes custos.

Fazendo só um aparte, a maneira como nós e a com social reduz a palavra orçamento é algo genial e masoquista do ponro de vista de um clube.
Quando se fala assim em orçamento, estamos a considerar que custos?
Sendo que, na minha midesta opinião, o custo deve ser sempre em função do proveito esperado e nao um mero número em bolo lançado para o ar.

Aliás, a análise até devia ser feita tendo em conta a empresa,SAD e nao apenas a equipa A.

O Labyad e o A. Silva estão mesmo naquela categoria? :o

Quais as receitas esperadas?

TV = 18 M ???
Bilheteira = 5 ???
Publicidade e marketing = 3 ???
Quotização = ???
Outras = ???

Saber as receitas esperadas e depois aplicar no que queremos gastar é fundamental.

A presença ou não na Europa é de grande importância e só depois de sabermos de vamos ou não podemos fazer as contas finais.

Certo. Mas os valores quer para as receitas, quer para os custos “fixos”, são facilmente estimados. Até pelo histórico. Temos actualmente algumas variáveis que nos ainda são desconhecidas, uma delas e fundamental, é saber quais os valores em termos de serviço de dívida, face à reestruturação a finalizar.

O porto no último exercício anual, apresentou Custos c/Pessoal na ordem dos 46M. Para um total de Custos Operacionais de 66M. No exercício anterior, os mesmos Custos c/pessoal tinham valor similar. O que fez a diferença entre o equilíbrio financeiro do exercicio de há 2 anos e o prejuízo do último exercício? Os valores na transação de jogadores (somando os 15M recebidos pelo treinador AVB ) e nos custos financeiros ( resutados financeiros negativos de 8M ). Receitas operacionais? Na ordem dos 50M ( em 2010/2011 chegaram aos 70M, mas com os tais 15M de AVB, que incluem em proveitos Operacionais ).

O benfica ( que tem as contas consolidadas, portanto a leitura terá que ser algo diferente ) apresentou no exercicio anual último, Custos c/pessoal na ordem dos 48M, para um total de Custos Operacionais de 83M, Proveitos Operacionais de 91M ( 22 só pelos prémios UEFA ). Resultados financeiros negativos de 17M.

Excluindo os prémios UEFA e as transacções com jogadores, as duas SADs rivais apresentam uma estrutura de custos demasiado elevada relativamente ás receitas de carácter mais fixo, mas a verdade é que a sua capacidade competitiva permite-lhes assegurar com alto grau de previsibilidade, montantes variáveis em prémios nas competições europeias que rondam os 20% das receitas totais e saldos positivos na transacção de jogadores. Mantém activos valiosos, não espartilhados como os do Sporting que em caso de necessidade, a sua venda basta para equilibrar a sua laboração. Fala-se muito da bolha que vai rebentar nos rivais… enfim… sendo verdade que existe o tal défice de exploração, as receitas variáveis e os seus activos continuam com potencial para cobrir esse défice.

No Sporting, os custos com o pessoal no último exercício andavam pelos 42.5M. Para receitas operacionais de 40M! Custos Operacionais de 66M. E um valor francamente negativo na rubrica de transacções de jogadores, em que o Sporting revela resultados desastrosos, uma e outra vez ( e onde os rivais equilibram as contas ). Daí resultados líquidos negativos bem acima do 40M.

Há 3 rúbricas ( além das despesas de funcionamento e a racionalização dos pequenos custos ) que o Sporting pode e tem que actuar de imediato.

  1. Custos salariais com o plantel.
  2. Transacção de jogadores ( venda de alguns dos activos com mercado )
  3. Redução do serviço de divida ( a tal extensão das maturidades que se fala, renegociação do preço da dívida e outras )

Quanto aos custos salariais, a flexibilidade é enorme. Neste plantel em especifico. E só é afectada porque haverá jogadores que não será fácil colocar, mesmo que a custo zero. Há uma enorme percentagem deste quadro de jogadores que recebe mais que 1M e não acrescenta valor desportivo. Há outros que apresentando alguma utilidade a esse nível, não compensam os custos. A capacidade de os dispensar/vender/oferecer, sem incorrer em custos de rescisão, fará a diferença.

Na transacção de jogadores, as vendas de Patrício e Capel poderão ser importantes. Dois dos poucos atletas que temos mais que 50% do seus passes.

Pelo histórico dos R&C, as contas não seriam muito difíceis de fazer. Receitas Operacionais de 40M, deduzindo 18 em FSE, 5M em custos financeiros, 0 em transação de jogadores ( após as vendas dos jogadores com mais mercado- sem mexer nos jovens com mais potencial e que representam pouco em termos de custos salariais ), deixam-nos 17M para custos com o pessoal. Isto fazendo contas de merceeiro, que até é algo que tem faltado ao Sporting, sempre gerido na base da engenharia financeira e previsões financeiras de elevada complexidade, que tem gerado buracos monstros.

Continuo a achar que 17M é de menos. O braga tem receitas operacionais de 14M ( relembro que o Sporting tem 40, na sua pior crise, global, de sempre ) e custos c/pessoal na casa dos 12M.

Fará a diferença, encontrar parcerias que coloquem jogadores no clube, sem encargos do mesmo na aquisição dos seus passes ( cumprindo o orçamento, em termos salariais ).

Fará a diferença, encontrar fontes de receitas alternativas ( naming, investidores que entrem no capital da SAD, etc ).

Será crucial uma gestão desportiva e técnica que valorize os activos que têm potencial para ser valorizados, que encontre quem possa acrescentar valor, reduzindo o desperdício de dinheiro para valores mínimos.

O Sporting terá que estar focado em trabalhar a sua capacidade competitiva e potencial de crescimento ou teremos que esta conjuntura troikiana só promoverá a estagnação e regressão do clube.

Tópico muito interessante. É uma pena não termos dados consolidados para os três clubes - que acho que é o padrão mais rico para comparações.

Um dado que dá que pensar: as receitas operacionais do FC Porto são superiores às do Sporting, mas não muito - cerca de 25%. E estamos a falar de dois clubes em pontos diametralmente opostos do seu “ciclo histórico”: o Porto num ciclo de oito títulos nos últimos dez anos e consequentes presenças regulares na Liga dos Campeões (com tudo o que isso implica de receitas directas, valorização de jogadores, etc.); o Sporting que vai completar em Maio 11 anos desde que conquistou o último título de campeão nacional e que apenas esteve na LC em quatro desses anos.

Isto vem confirmar algo que defendo há anos: não há razão absolutamente nenhuma para a capacidade financeira do Sporting ser inferior à do FC Porto. Pelo contrário, como estes dados e outros (como as audiências dos jogos de TV) demonstram. Não é por acaso que o Porto sempre procurou - nomeadamente através da Olivedesportos, na sua dupla vertente de compra de direitos de transmissão e de direitos publicitários - manter os seus dois rivais artificialmente próximos do Porto em termos de receitas. Pinto da Costa sempre soube que, com níveis de competência na gestão semelhantes, ficaria sempre a perder para Sporting e Benfica no plano da capacidade financeira.

Pego no excerto de uma entrevista dada por Jurgen Klopp ao Jornal Espanhol “El País” a semana passada, para se perceber que a redução dos custos no futebol, se for feita com cabeça-tronco-e-membros não tem obrigatoriamente significar que estamos destinados a ser um clube de coitadinhos, pode ser sim o passo necessário para regressarmos em força ao topo.

El País: El Dortmund rozó la bancarrota en 2005. ¿Su equipo es el resultado de la crisis?

J Klopp: Cuando el club casi había sido rescatado se dieron cuenta de que había que recobrar vitalidad. Y buscaron un entrenador vitalista, que apuesta por un fútbol vivo, que se divierte, que ríe a pesar del descenso del Mainz 05… Si no tienes dinero y, a pesar de todo, quieres calidad, tienes que ser valiente. Y hemos fichado a jugadores muy jóvenes. Formamos una comunidad muy fuerte. Hemos crecido juntos. No tener dinero no significa no poder seguir trabajando, significa solamente que hay que encontrar otros caminos. El club ha seguido su camino con un entrenador de Segunda y un equipo muy joven. Y hemos sido campeones dos veces, lo que nos ha sorprendido.

A resposta que o Klopp dá à pergunta seguinte é para mim a chave de tudo. Não basta contratar estrelas, é preciso que a equipa jogue um futebol em que os adeptos se revejam. O orçamento obviamente é importante, mas com astucia é possivel fazer um plantel competitivo que seja a base da equipa que no futuro nos possa dar as alegrias que desejamos, mas acima de tudo é preciso que Alvalade seja um local de culto, de onde se saia com a alma lavada e orgulhosos da nossa equipa.

Cuando llegué al Dortmund, dije: “Si 80.000 personas vienen cada dos semanas al estadio y en el campo se juega un fútbol aburrido, una de las dos partes, el equipo o los fans, tendrá que buscarse un nuevo estadio”. Muchos de nuestros fans recorren 800 kilómetros para vernos y vivir algo especial. Hay que ir a todo gas. Lo hemos llamado fútbol a todo gas. Queríamos derrochar vitalidad. [b]Preferíamos dar cinco veces en el larguero que quedarnos cuatro veces sin tirar a la portería. Mejor perder. Ese fue el comienzo. [/b][b]Tienes que vincular a la gente al club. Los partidos deben tener un efecto más allá del resultado. [/b] Todo el mundo sabe que se ha ganado 3-1. Pero lo que se siente es el tiro, el gol, la parada: eso lo llevas dentro toda la semana. Si ganas 1-0 y el juego ha sido muy vivo, el fútbol queda legitimado. No me interesaría tener a Xavi, Messi y Cristiano en el mismo equipo… Ser mejor de todas todas es como si me pongo a jugar al tenis contra una niña de tres años y estoy al otro lado y remato con fuerza y la niña está ahí de pie con la raqueta… no es divertido. Pero si al otro lado hay un hombre y jugamos al ping-pong, si gano está bien y si no gano probablemente me haya divertido. Para los aficionados es como una droga. [b]Yo no solo quiero ganar, ¡también quiero sentir![/b]

Nuno Lapa,

Regra geral o adepto português não gosta de futebol, gosta que a sua equipa ganhe. Se a equipa ganhar o campeonato a jogar pessimamente, 1-0 todos os jogos num golo de canto, está feliz e satisfeito.

O adepto português prefere 1000 vezes o Mourinho do que o Klopp.

E faço já mea culpa, por muito que me custe admitir eu também prefiro um jogo miserável do Sporting que ganhe por 1-0 do que um jogo de futebol espectacular que fique 4-4.

É por isso que no nosso reduzido orçamento tem que entrar um treinador com perfil para potenciar jovens mas que seja pragmático e prefira o ganhar por 1-0 do que dar espectáculo.

Custa admitir mas é a verdade.

O Adrien não ganha isso, anda pelos valores do M. Lopes.

Por acaso as informações que tenho é que o Adrien ganha 1ME / época.