Se há um vetor onde o Amorim é muito forte é a comunicação. Na minha leitura isto foi um puxão de orelhas ao Nuno e um alerta para todos. A época é longa e vai ser desgastante e na Liga dos Campeões não dá para fazer as poupanças que se fizeram na Liga Europa.
O Rúben explicou tudo bem explicadinho, quando a propósito da menor utilização de Ricardo Esgaio disse que esta época optou por jogar com dois alas mais ofensivos, até utilizou a palavra “extremos”.
É bom de ver que nas épocas anteriores, principalmente nos jogos mais importantes, quando jogava o Porro/Geny, do outro lado estava o Reis. Se jogava o Nuno, o Esgaio entrava para o lado direito, o que permitia à equipa defender com 4 ou 5, conforme as necessidades.
Agora vai ser diferente, o Reis, e até o Fresneda, contam como defesas, por isso é que se foi buscar o Maxi para concorrer com o Nuno, podendo também fazer de Pote, como se viu domingo. É a tal história que o Amorim já contou a propósito das contratações, ele traça o perfil do jogador que quer e “scout” apresenta-lhe as soluções possíveis. Depois é tentar contratar.
Aconteceu que o Nuno se lesionou na pré época e como o Maxi já chegou tarde o treinador teve de improvisar puxando o Geny para a esquerda. O azar de uns é a sorte de outros e quem aproveitou foi o Quenda, que agarrou a oportunidade de tal forma que mesmo tendo feito toda a sua formação como extremo e estando apenas há três meses a trabalhar nesta nova posição, já defende melhor do que o Geny e como em termos de compreensão do jogo e capacidade individual está muito à frente, o lugar é dele.
Não gosto muito do Geny na esquerda, mas a equipa está a jogar muito e quando o Nuno regressou o Amorim entendeu por bem mantê-lo lá, ao mesmo tempo que ia dando uns minutos ao Nuno que só agora regressou à titularidade, o que obrigou o Geny a sentar.
Vai ter de ser assim, todos vão comer banco, todos não, porque há uns que vão jogar mais porque fazem a diferença e são a espinha dorsal da equipa. É assim em todo o lado.
Contra o avs, ou afs, ou lá o que é aquilo, ficaram de fora seis jogadores que começaram a época como titulares, quatro por lesão e dois por opção do treinador, isto sem esquecer outros dois que estão lesionados mas que também podem entrar nestas contas, o que diz tudo sobre o valor e o equilíbrio deste deste plantel, que oferece muitas opções ao treinador, mas também lhe trás alguns problemas, pois todos querem jogar, o que é normal, não podem é amuar.
Acho que foi para isso que o treinador quis alertar, senão o Nuno amua porque não jogou com o Lille, o Geny amua porque ficou no banco domingo e para a semana outro amua porque não foi titular e vamos ter sempre meia equipa amuada.
Reparem que se eu juntar o Viktor, o Morten e o Nuno, aos tais oito que ficaram de fora tenho praticamente o nosso melhor onze (falta o Diomande, o Quenda e o Trincão) e jogámos como de costume, não se deu por falta de ninguém e ainda deu para o Harder mostrar alguns atributos muito interessantes para um miúdo de 19 anos. que chegou há poucas semanas.
Agora que o Kova está a regressar, estou curioso para ver se o Amorim acha que ele é mesmo o redes que precisamos e lhe vai devolver a titularidade, ou se vai respeitar quem está a cumprir, sendo que na baliza a gestão é ainda mais complicada porque geralmente não há substituições neste lugar especifico. Mas é bom ter um plantel assim com tantas opções e gente competente no comando, com os resultados que estão à vista.
É claro que não vamos ganhar sempre e até já perdemos a supertaça da forma que todos sabemos, mas até nessas alturas eu confio em quem lá está.