João Lino Castro, MNF, Sporting, existirá conflito de interesses?
De acordo com notícia publicada no Diário Económico no dia 27 de Janeiro de 2011:
O Soccer Fund Invest, gerido pela MNF, avança em Fevereiro e vai negociar jogadores de qualquer clube.É oficial: os fundos de investimento de jogadores de futebol estão de regresso ao campeonato português. Depois da constituição do Benfica Stars Fund, em Setembro d…e 2009, o clube de Alvalade registou no início deste ano o Sporting Portugal Fund. Mas a lista não fica por aqui. Já no próximo mês estará disponível o Soccer Invest Fund que, ao contrário dos seus antecessores, poderá negociar com qualquer clube nacional ou internacional.
O Soccer Invest Fund, já registado na CMVM, é um Fundo Especial de Investimento fechado gerido pela MNF Gestão de Activos. Em Fevereiro vai proceder ao período de subscrição e iniciar a actividade. Em declarações ao Diário Económico, António Aranha, administrador da MNF, revela que o Soccer Invest Fund “conta atingir um montante de dez milhões de euros”. Um capital que, apesar de não estar muito distante do valor previsto para o fundo do Sporting, representa menos de metade do valor do Benfica Stars Fund.[CORTE_EDIMPRESSA]
O objectivo do Fundo de jogadores é adquirir percentagens dos direitos económicos de atletas com o objectivo de lucrar com potenciais ganhos decorrentes das transferências dos jogadores. Por sua vez, a principal diferença do Soccer face ao Benfica Stars Fund e Sporting Portugal Fund é a política de investimento. O fundo dos dois clubes da Segunda Circular são destinados a adquirir direitos económicos de atletas dos respectivos planteis, enquanto o fundo da MNF não será exclusivo de nenhum clube. “A política de investimento do fundo permite-nos negociar com qualquer clube, quer em termos de mercado primário na criação e destaque do direito de crédito emergente na proporção e condições estabelecidas com a entidade empregadora e detentora do passe (o clube), quer em termos de mercado secundário, adquirindo-os ou revendendo-os a terceiros”.
António Aranha não arrisca a avançar, para já, nomes de potenciais jogadores que irão integrar a carteira do Soccer. Explica que a identificação de “oportunidades” no mercado será feita após a angariação de capital no período de subscrição. No entanto, adianta o responsável, a política de investimento não exclui os jogadores internacionais. “Portugal é uma boa fonte de matéria-prima e o mercado europeu é, normalmente, o destino dos activos”.
A única garantia é o Fundo “procurar construir uma carteira de activos diversificada e composta, quer por valores já firmados no Mundo deste desporto (menor risco), quer por outros que ainda se encontrem em fase de afirmação e possuam potencial de evolução positiva na sua carreira (maior risco)”. Como em qualquer outra área de investimento, também no fundo em que os activos são jogadores quanto maior o risco maior o potencial de retorno.
Embora o Soccer seja um Fundo Fechado, destinado a investidores previamente seleccionados e familiarizados com este investimento, representa, sobretudo para os clubes mais endividados, uma solução de financiamento alternativa, já que permite a entrada de dinheiro nos clubes que, ainda assim, mantêm os jogadores nas suas fileiras. O Fundo proporciona uma nova fonte de receitas e partilha de riscos, no investimento que faz em aquisição ou formação de jogadores.
A constituição de fundos de jogadores em Portugal não é uma novidade. No início da década passada e através da Orey Financial, Sporting, Boavista e Porto constituíram fundos semelhantes, com resultados maioritariamente negativos.
Seria uma notícia normal, não fossemos identificar quem integra a MNF. Como podemos ver no site da referida empresa, João Lino de Castro Administrador do Sporting à data da notícia e responsável pelas polémicas Eleições no Sporting Clube de Portugal, é administrador da MNF.
http://mnffinance.com/pt/page/membros/
Curiosamente outro ex-administrador da SAD, Miguel Ribeiro Telles, é Presidente da Mesa da Assembleia Geral da MNF. Como podem comprovar no documento em anexo.
http://www.apfipp.pt/Documentos\Prospectos\1134RG20090413.pdf
É considerado conflito de interesses?
a) Um administrador da SAD do Sporting ser cumulativamente administrador de uma sociedade que gere fundos de jogadores, disposta a trabalhar com os principais Clubes Nacionais?
b) Um responsável por umas eleições que foram consideradas polémicas, nas quais teve a seguinte declaração «Contagem precisava de ser afinada». É normal ser administrador de um fundo fechado disposto a trabalhar com os principais Clubes Nacionais?
Ficam as questões e deixo ao critério dos leitores se consideram a presente relação normal, clara e transparente.
Veremos as cenas dos próximos capítulos.