Estou quase a fazer 42 anos, nasci em maio de 79.
Embora o Sporting tenha sido campeão em 80 e 82 eu era demasiado pequeno para ligar a futebol, quanto mais lembrar-me das vitórias do Sporting. Ainda por cima os meus pais são benfiquistas, por isso nunca me incentivaram muito o Sportinguismo (na verdade, também nunca se opuseram).
Vivi o título de 99/2000 com uma emoção enorme. Ainda faltavam 5 minutos para terminar o jogo no Vidal Pinheiro e já eu não continha as lágrimas. Lembro-me de ter chorado que nem uma criança durante largos minutos. De seguida fui para o velhinho José Alvalade com dois amigos, tendo feito parte da multidão que invadiu o relvado.
O título de 2001/2002 já surgiu com alguma naturalidade. Na altura tinha começado a namorar com a minha atual esposa e recordo-me que estava num bar que havia no castelo de Palmela com ela e de ter começado a ouvir fogo de artifício. Deixei-a em casa, agarrei no carro e vim dar uma volta de carro por Lisboa. De seguida fui para casa ver as imagens do título na TV. Título que vivi com muita tranquilidade. Estava plenamente convencido que a partir daquele momento não voltaríamos a viver novo jejum tão grande… Como estava enganado!! Se soubesse o que sei hoje, teria festejado com muito mais intensidade do que o fiz nesse ano.
Se ganharmos este, vai valer por 3 ou 4. Vai valer por este título, vai valer pelo título de 2006/2007, vai valer pelo título de 2015/2016, e vai valer pela tragédia que foi o que fizeram ao Sporting em 2018. Tenho vivido esta 2ª volta com uma ansiedade e com uma intensidade com que já não estava habituado a viver os jogos do Sporting. 2015/2016 tinha sido a última temporada em que isso tinha acontecido. Depois desse fatídico campeonato desacreditei em tudo. A confirmação de que competimos numa liga podre, falseável, manipulável, fez-me desacreditar na possibilidade de ver novamente o Sporting campeão, pois felizmente não partilhamos das práticas imundas dos nossos rivais.
Mas agora, com sorte ou sem sorte, com all-in ou sem all-in, temos um grupo de jogadores que dá tudo, que honra a camisola e os pergaminhos do clube, temos um treinador que independentemente da sua inexperiência e das suas ainda naturais lacunas soube arregimentar um grupo que é um misto de homens e rapazes e uni-los em torno de um desígnio, de um modo de encarar os desafios e de uma atitude dignas de orgulhar José Alvalade e de fazer jus ao lema do clube.
Esforço, Dedicação e Devoção… a Glória está mais perto do que nunca.