[font=Tahoma]No caso concreto do futebol (o Sporting é mais do que isso), no fundo, não há volta a dar, o grande problema está nos golos que não se marcam. Mas vejamos:
Aos adeptos, a maioria deles, sobretudo da região de Lisboa, falta claramente esforço e devoção, não há maneira de o omitir. Muitos não vão ao estádio, e quando vão assobiam sem necessidade.
Aos responsáveis, mesmo com a enorme atenuante da falta de dinheiro, falta manifestamente competência.
Atenção, a atenuante não pode ser menosprezada, mas também não pode ter as costas largas de mais.
Basta ver clubes com orçamentos muito menores a fazerem boas exibições para a atenuante não poder passar disso mesmo, uma mera atenuante.
É verdade, por muito que se queira fazer de avestruz, não há dinheiro para prémios de jogo que se vejam, e isso desmotiva os jogadores.
Ignorar essa realidade tem sido uma atitude regular dos adeptos, e isso tem levado aos inoportunos assobios, que em nada ajudam a resolver o problema.
No entanto, isso podia ser parcialmente contornado com o apoio dos adeptos à equipa, mas ele é muito reduzido, quando não é, como sucede frequentemente, substituído por assobios à mínima contrariedade. Assim não vamos lá. Pintem-se.
No caso concreto do plantel da equipa principal de futebol, falta categoria ao ataque. Não há volta a dar, o tempo não faz mais do que confirmar essa tremenda evidência.
Por muito simpáticos que sejam o jogador A ou B, só Liedson tem categoria para jogar no Sporting (e não é tão bom como a maioria dos nomes citados no tópico do melhor jogador que já viram jogar), e Yannick é ainda apenas uma promessa (por jogar pouco).
Derlei já deu o que tinha a dar, por algum motivo Postiga não vingou nos vários sítios por onde passou (é a segunda grande decepção), e nem vale a pena falar de outros.
Não há dinheiro para contratar outros, nem coragem para apostar em jovens.
Por causa da falta de categoria do ataque, existem equívocos flagrantes, e são jogadores que alinham mais atrás que são chamados a suprir essa falta de categoria do ataque.
Ora, esses jogadores também não são os melhores do mundo, mesmo se Moutinho tem uma entrega acima da média, Izmailov é indiscutivelmente indispensável (por montanhas de razões), e Vukcevic joga mais em direcção à baliza adversária que os avançados.
Dos outros, Romagnoli tem sido uma sombra do que era (é a terceira grande decepção), Rochemback uma tremenda desilusão (não para mim, mas para quem tem a memória curta), provavelmente o maior fiasco de toda a época (de longe a primeira grande decepção), e no meio disso tudo ainda tira um lugar que podia ser ocupado por outro, como Veloso (que só joga a conta-gotas), Adrien, ou Pereirinha. Mas, como de costume, não há coragem para apostar em jovens; estes só jogam quando não há alternativa.
Por muito que gostem de os crucificar, os defesas ainda são, e de longe, quem mais se aproveita (a não ser que a cegueira impeça que se olhe para os números). Devia haver a seriedade de os louvar no meio da desgraça toda que tem sido a época.
Resta a vítima preferencial, Patrício, que para muitos tem a culpa de quase tudo, mesmo se os avançados não marcam. Patrício ainda vai defendendo, mas os outros não vão marcando.
E sem marcar, que eu saiba, não se ganham jogos. E sem ganhar jogos, que eu saiba, não se ganham competições.
Sobra algo que já vi muitas vezes ao longo dos anos, a «limpeza étnica» no final da temporada. Para variar, serão corridos os jogadores que não tiveram culpas nenhumas, nomeadamente por não jogarem. Como de costume servirão de bodes expiatórios, serão parte crucial na poeira deitada nos olhos dos adeptos pelos dirigentes que vierem a seguir.
Não tenham ilusões, a não ser que ocorra uma milagre (difícil, os outros ocorreram há mais de dois mil anos, e no Médio Oriente), é o que vai suceder. Estes responsáveis vão ser corridos e substituídos por outros quaisquer, que com a mesma limitação orçamental irão fazer mais do mesmo.
Mais grave que isso, os adeptos não irão mudar de atitude.[/font]