Infelizmente em Portugal apenas os três grandes têm uma base de adeptos capazes de encher estádios e a população não gosta assim tanto de desporto - gosta mais dos clubes, muitas vezes de uma forma doentia e muito pouco desportiva. Por isso tirando os grandes clubes os estádios estão vazios e só onde os “grandes” jogam os estádios se enchem com os visitantes - a maioria das claques.
Não sei se fazem falta ou não. Se estiverem no desporto de forma positiva e contribuírem para a “festa” futebol de uma forma saudável claro que sim, todos fazem falta.
Mas depois o que vemos, e desculpa a generalização mas há demasiados exemplos para não se generalizar, não é apenas isso.
Eu gostaria de ver claques que não precisam de ser “escoltadas” pela polícia na rua, que não precisam de ser colocadas em “jaulas” de segurança em alguns jogos, que não insultam atletas, sejam do seu clube ou rivais, que não se envolvem em questões “políticas”. Porque é que isto é necessário?!
Podes dizer que são situações pontuais e que há pessoas mais complicadas em todas as organizações mas então façam um esforço maior para se demarcarem dessas atitudes e dessas pessoas. Passem melhor a mensagem e reforcem-na com exemplos positivos.
Quanto ao rendimento dos dirigentes das claques de que falas esse rendimento não pode provir nunca, por via directa ou directa, do clube. É a minha opinião. Já serem remunerados me causa alguma estranheza… “profissionais de claques”? (Mas isso já é outro assunto).
Podem ter quotizações próprias, podem vender merchandising da claque, podem ser criativos… nenhum problema com isso, são questões internas da claque, se os seus membros concordam com a remuneração dos seus dirigentes isso é lá com eles. Agora receitas / venda de bilhetes cedidos pelo clube NÃO. Isso cria uma dependência e uma quebra de independência.
Apoio logístico SIM, descontos não transmissíveis/não liquidáveis SIM, o resto NÃO. Isso foi o que nos trouxe aqui e tal como de alguma forma disseste isso promove o amor a outras coisas.
Não estou por dentro da situação actual mas segundo foi divulgado houve uma reunião entre a direcção e as claques (não sei quais), foi proposto um novo protocolo e estas recusaram.
O que não foi tornado público foi a razão da recusa.
- Que pontos levaram à rejeição do protocolo proposto?
- O que é pretendido?
- Se decidiram não negociar mais do que reclamam exactamente? Sem negociação como esperam chegar a alguma “paz”?
Isto não é claro para ninguém. Ambas as partes são muito pouco transparentes.