Também tenho uma no trânsito da Covilhã, há uns mesitos.
Tinha lá ido almoçar ao bom e fiável “Estrela”, com uns amigos (já tudo na casa dos 60). Durante o almoço, um deles diz-em que tem umas caixinhas de cerejas no carro para me dar.
Ele tinha o carro dele no parque de estacionamento do Sporting da Covilhã e eu tinha o meu noutro lado. Lá peguei no carro para ir ter com ele à saída do parque. Subo a rua, dou a volta na rotunda da Câmara e desço.
Vinha muito devagar, a ver onde é que esses meus amigos, que tinham ido a pé, estavam, e lá os vejo mesmo na saída do parque. Sem fazer pisca, tento subir o passeio para não prejudicar o trânsito em demasia.
Só que, quando faço isso, o gajo atrás de mim buzina-me. Não dei importância e até pedi desculpa. Só que um dos meus amigos, no passeio, grita-lhe “vai buzinar para o ■■■■■■■!” e o gajo no carro pára e abre o vidro do lado do pendura “o que é que foi que disse?” e responde-lhe esse meu amigo “não ouviste? Vai buzinar para o ■■■■■■■!”.
O outra gajo puxa do travão de mão, deixa o carro parado no meio da estrada, e sai para fora. Eu tinha a minha janela aberta e digo-lhe “oh pá, mas vais lançado para bater no homem?” e o tipo responde-me “eu não vou bater em ninguém”, tendo-lhe eu perguntado “então, saíste do carro para quê? Para fazer figuras?”.
O tipo começa a barafustar comigo e a dizer que é para meter respeito, comigo retorquir “já te pedi desculpa, esta merda não tem importância nenhuma, vai lá à tua vidinha que o homem tem idade para ser teu pai e a vergonha maior ainda a passas tu”.
Oh pá, o gajo caga para mim, vai direito a esse meu amigo, que estava com mais dois, e diz-lhe “diga lá o que é que me estava a dizer?” e o meu amigo responde-lhe “não ouves bem? Já te disse duas vezes para ires buzinar para o ■■■■■■■ e agora mando-te pró ■■■■■■■!”.
Apesar da situação pode resvalar, eu só tinha era vontade de me rir. O tipo vinha com uniforme de uma empresa de segurança e eu só lhe dizia “põe-te a andar, não arranjes problemas para ninguém”. E o gajo continuava “este senhor (que era eu) não fez pisca e eu só buzinei, você não tinha nada que me mandar para o ■■■■■■■!”.
Entretanto, mete-se outro na conversa e começa a dizer-lhe para se pôr a mexer, que estava com aspecto de ter que ir trabalhar e que era melhor ir. Mas o gajo teimoso continuava lá com a cena do respeito e do “■■■■■■■”. A certa altura, o gajo que tinha tentado apaziguar, já estava a bater bocas com o fulano, a ponto de lhe dizer que ia tirar nota da matrícula e que ia “dar parte dele”.
Bom, aquilo lá acalmou (ou assim parecia), e eis quando o gajo ao dirigir-se ao carro solta um “palhaços”. O outro meu amigo que tinha ficado mais a ver ouviu e diz-lhe “palhaço és tu, oh ■■■■■■■! Conheces-me de algum lado para me chamar palhaço?”, com o outro a dizer que não era para ele, que era para os outros dois e a querer voltar para trás.
Bom o gajo lá foi embora e a coisa não passou daquilo mesmo. Hoje tem piada contar isto.
No fim das contas, eu é que arranjei aquela merda toda e fui o único que não se chateou com o gajo, nem ele comigo.