Esta semana na Ilha do Sal, com iPhone sem qualquer edição
E a temperatura da água?
Discussão interessante. A minha achega:
Por muito que os telemóveis evoluam (e de facto há alguns já com bastante qualidade, mas parece-me que ainda mais utilizados para vídeo do que para photoshoots) para mim não substituem o depth of field conseguido por uma objectiva num corpo (reflex ou analógica). Além que são telemóveis tão bons que raramente falham em sharpness e o encanto de muitas imagens antigas é a ausência de sharp em zonas da imagem.
Inclusive eu utilizo objectivas analógicas em corpos digitais (via adaptador, óbvio) e há objectivas que dão um look (bokeh) distinto a uma imagem que o telemóvel (ainda) não replica e dificilmente igualarão porque as ópticas das objectivas (mais as analógicas do que as actuais) são “imperfeitas” e naturalmente canalizam a luz de uma maneira única.
De acordo.
Mas eu acho que se confundiu qualquer coisa como “o telemóvel é melhor que uma câmera” com “por vezes o telemóvel serve melhor que uma câmera”.
Por isso que eu disse que também quem compra uma APS-C gama de entrada com a típica lente 18-55mm, caso não saiba o que está a fazer, vai ficar desiludido porque a qualidade dessas lentes é para lá de sofrível.
O que eu quis enfatizar foi que, para um iniciante que ainda não sabe bem se vai gostar de fotografia ou de que tipo de fotografia, um telemóvel é uma óptima solução actualmente.
Imagina depois que o tipo até gosta é de fotografar pássaros. Telemóvel não dá. Mas a 18-55mm também não. Teria que comprar uma tele objectiva boa.
Ou macro, igual.
Em geral as pessoas não têm um bom entendimento de que são as lentes o mais importante nas máquinas reflex e mirror. E as lentes minimamente aceitáveis são caras e as boas muito caras.
Ou seja, para início, eu acho o telemóvel uma excelente opção.
E mesmo, por exemplo para fotografia de rua ou foto jornalismo, em que não é tão essencial ter uma boa qualidade, o telemóvel pode ser a melhor solução.
A sequência após a iniciação vai depender sempre muito do tipo de fotografia a seguir.
Concerteza não iremos ver telemóveis em fotografia de estúdio. Mas provavelmente também não iremos ver APS-C’s… e dependendo, nem full-frame’s.
Isso já são nichos, por assim dizer.
Tenho a certeza que irão surgir nichos desses também nos telemóveis…
Há na Polaroid, nas Helga e noutras tantas câmeras e objectivas, seguramente haverá também nos telemóveis.
Agora falaste aí no bokeh. Bom, vai lá ver o bokeh de uma lente de kit (tipo 18-55) e depois diz-me se até o de um telemóvel não é melhor…
E claro, também há telemóveis e telemóveis no que à fotografia diz respeito.
Mas para iniciante, poder não gastar dinheiro em duas coisas, mas apenas numa e ter as duas, para além de não precisar de andar com 2 aparelhos, penso que é uma boa opção.
Acho que este e’ o ponto chave. Nao faz sentido um iniciante estoirar mais de mil euros numa maquina, qd ainda nao sabe sequer se o hobby e’ para si, ou que tipo de fotografia pretende fazer.
Qd me perguntam de maquinas para principiantes pergunto sempre se nao tem nada la em casa, ou na casa dos pais, ou amigos, sem ser usado. Qq coisa serve de inicio, na maior parte das vezes o que interessa e’ treinar a criatividade, o controlo da luz e os enquadramentos…
Isto cada um sabe de si, mas deve haver imensa malta com maquinas que usou meia duzia de vezes se tanto. E provavelmente com tudo no automatico. Para isso serve um tlm ou qq maquina com 10 anos…
E isto e’ verdade para qq hobby.
Está ótima!
Boa tarde, Feliz Ano Novo meus amigos Leões!!
Alguém pediu aqui conselhos para compra de uma máquina fotográfica, eu mais do que apontar esta ou aquela marca, modelo ou sistema, a grande dica que dou, é verem no mercado em segunda mão, em que se conseguem muitas vezes grandes negócios, do género material profissional que constaria novos acima dos 3000 mil euros, consegue se por vezes abaixo dos mil euros e ainda praticamente novas, vejam estes sites, Alvalade Mobile e é possível ir lá fisicamente e a internacional MPB, na qual estou a tentar trocar a minha D7200 cropada por uma D810 full frame que tem um valor de mercado nova nos 3500 euros e em princípio vou conseguir ela por 750 euros e só com 35000 disparos. A seguir vou deixar aqui algumas fotografias que fiz com a minha D750 em segunda mão utilizando uma 24-70 tb em segunda mão, por vezes não merece a pena irmos gastar tanto dinheiro por elas nova quando no merca do em segunda mão se encontra muita coisa boa e que te apresentam excelentes fotografias SL
As fotografias foram feitas na semana passada e já tenho a D750 a 2 anos
Totalmente de acordo, mais vale gastar 200 a 300 euros numa máquina de entrada, em que o investimento não é nada por aí além, e ver realmente se tem gosto em explorar a máquina, passar do automático, é passado um ano ou dois ver se realmente aquela máquina já demasiado rudimentar para nós e se contribui na nossa evolução, se bem que com a minha velhinha D60 com um valor de venda de 50 euros atualmente, já consegui algumas fotografias mágicas, tudo tb depende de quem esta a usar a máquina e como consegue tirar partido da mesma
Comprei uma insta360 x4 mas vai ser mais videos que fotografia.
La ver o que faco com aquilo
Nos dias que correm chegas ao Lightroom e metes bokeh artificial, nem precisas de uma lente prime rápida com menor profundidade de campo (geralmente as mais caras).
Eu passou-me a vossa discussão acerca das máquinas vs telemóveis mas pegando na mesma, vou mandar a minha laracha: posso ter tido azar até agora com os telemóveis, já tive um iPhone 6 e agora um 11 Pro e nenhum se aproximou sequer da qualidade de imagem que se retira de um DSLR (mesmo uma APS-C - tiver uma Canon 100D e atualmente a 6D MkII). Fala-se muito do corpo, mas a lente também faz uma diferença gigantesca. Aliás, experimentem uma lente original da Canon da linha L (as topo de gama) com uma Sigma ou Tamron com as mesmas specs e a diferença é abismal em muitos casos.
Eu sou dos que acha que um telemóvel nunca substitui uma máquina dedicada com diferentes opções de lente. Claro que em muitos casos fotografo com o telemóvel mas chora-me a vista editar JPEG’s. A verdade é que o meu 11 Pro vem com uma suposta teleobjectiva cujo zoom é aberrante, e a qualidade da fotografia em condições de luminosidade reduzida é anedótica, por comparação com uma reflex normal.
Seja como for, concordo que, aos dias de hoje quem se quer iniciar na fotografia e tirar umas chapas, alguns telemóveis são suficientes (embora depois, os que têm melhores lentes também já não sejam necessariamente baratos). Para quem vem do tempo das lentes merdosas nos telemóveis, como eu, tive de me iniciar numa entrada de gama, que pouco tempo depois atualizei com lentes mais à medida do que eu queria (e do meu bolso).
Eu o conselho que dou é: se querem optar por uma maquina dedicada, optem por mirrorless mas tenham especial atenção às lentes. Irão mudar de lente muito antes de mudarem de corpo, isso é seguro.
De resto há muita coisa na fotografia com máquinas dedicadas que escapa à fotografia com telemóveis. Os filtros, as longas exposições (eu ainda me lembro de antes de comprar filtros utilizar a técnica do cartão preto para fazer longas exposições), a fotografia com tripé, mexer na abertura, obturador, ISO, profundidades de campo, foco manual (por exemplo em condições de luminosidade baixa), etc. Estar dependente de todos os automatismos e shortcuts que os softwares dos telemóveis têm para fazer da experiência da fotografia algo rápido e instantaneamente satisfatório, é algo que não compro, até porque boa parte do prazer da fotografia é precisamente o controlo que tens sobre a mesma (ninguém compra uma máquina fotográfica que não seja para utilizar em manual, ok eu sei que ema algumas ocasiões os outros modos podem ser uteis, mas acho que se percebe a ideia…).
A minha experiência pessoal com a fotografia reflete isto mesmo. Durante muitos anos, não havendo telemóveis decentes com camaras decentes, tive uma bridge da Fuji que usava para fotografar o que me aparecia à frente. Sempre tive um certo pendor para a fotografia de paisagem, street, macro, etc. Mas nunca me dediquei muito, na altura era estudante universitário e não havia guito para aventuras. Quando comecei a trabalhar lá arranjei a 100D, mas foi quando me aventurei as primeiras vezes na astrofotografia que se fez luz.
A astrofotografia para mim pessoalmente, é do mais gratificante que existe. A experiência e o processo de fotografar vale logo muito. Ires para o meio do campo à noite, noite cerrada, só com uma lanterna de cabeça, muitas vezes sozinho, em locais longe de cidades, só tu e a natureza, e um céu estrelado como muita gente nunca viu na vida (sim há muitas pessoas que nunca viram a via láctea no céu noturno na vida), fazeres algumas experiências com tempos de abertura, iso, enquadramento, etc. E depois há todo o processo de edição que na astrofotografia tendencialmente é moroso, dependendo das técnicas que se utilizem na fotografia (por exemplo, stacking de fotos, se se utilizar um tracking polar, etc) pode demorar ainda mais a processar. É um mundo mas que vale bem a pena quando vemos o resultado final.
E foi a astrofotografia que acabou por me meter no mundo da fotografia enquanto hobbie mais a sério, já lá vão quase 10 anos. Gosto sobretudo de fotografia de paisagem e fotografia de rua, e mais recentemente acabo por aliar a isso à fotografia de viagem. Por vezes, quando estou inspirado aventuro-me um bocado pelo story telling (estilo reportagem) mas é muito raro. Mas o que tudo tem em comum é a extrema satisfação dos tweaks & tricks que uma máquina dedicada me dá. Com o telemóvel, não consigo ter a mesma experiência nem satisfação, e reafirmo: a qualidade final também não é a mesma.
Só para finalizar, e chamem-me saudosista, a cultura da fotografia com telemóvel para mim é apenas mais um reflexo da cultura de gratificação instantânea a que a sociedade atual se tem viciado. Hoje em dia, os putos não conseguem ouvir uma musica até ao fim, quanto mais um álbum, não ter gostos nas redes sociais sobe-lhes imediatamente o cortisol e os níveis de ansiedade, tudo tem de ser para o hoje e agora. O prazer tem de ser instantâneo, tudo é descartável, até à próxima dose de ocitocina. A fotografia com reflex a mim faz-me regressar a um mundo onde a vida gira mais lenta e calmamente.
Concordo com as compras em segunda mão.
Mas compras a Nikon 810 nova por 870eur.
Estou de acordo contigo. Um telemóvel ainda está longe de substituir uma DSLR com lentes boas.
Mas atenção. Falas aí como se nenhum telemóvel fotografasse em RAW. Felizmente não é assim.
Eu fotografo há pelo menos 50 anos. Primeira máquina foi uma Agfa Instamatic. Do pior que existiu e fotografei na boa, pois não tinha outra.
Há mais de 40 anos atrás comecei a trabalhar numa loja de fotografia, a Instanta na Rua Nova do Almada. Pouco tempo depois consegui comprar uma Pentax K1000 com uma 50mm, toda manual. Várias câmeras depois, hoje tenho uma Canon 5D MkII e as seguintes lentes: 50mm F1.4, 100mm F2.8 L Macro IS, 180mm F3.5 L Macro, MP-E 65mm F2.8 Macro, 70-200mm L IS F4, 24-105mm F4 L, 400mm F5.6 L, todas da Canon e uma Sigma 12-24mm F3.5.
E tenho um telemóvel de 2019, um Huawei P30 Pro (que fotografa em RAW).
E não sinto nada instantâneo quando fotografo com o telemóvel. Sinto o mesmo. O que me interessa é captar a foto que quero quando a “vejo”.
Aqui, no Rio de Janeiro (e Brasil em geral), antes saía para a rua com uma powershot Canon Ixus 960IS, que ainda tenho, porque simplesmente não dá para andares com uma DSLR + lente na rua. Actualmente está guardada na prateleira (a Ixus), porque o telemóvel permite-me muito mais coisas (especialmente fotografar em RAW).
Isto não quer dizer que uma fotografia não saia melhor com a Canon 5D + uma qualquer lente das que tenho, mas a portabilidade, flexibilidade e o facto de não arriscar que me a gamem também conta muito. E consigo uma muito boa qualidade de fotografia.
O que não posso querer (como já disse em posts anteriores) é fotografar macro ou tele com o telemóvel, tal como não podia com a powershot, porque a qualidade não é suficiente. Agora, paisagens, foto de rua, etc., a qualidade é mais que suficiente. Também é preciso saber usar. Ainda há 2 semanas, num evento da empresa da minha mulher, fui o único que conseguiu boas fotos com o telemóvel e possivelmente o meu era o mais antigo… fotos em contra-luz com sol forte. Fotografei em RAW e compensei no processamento. Todos os outros fotografaram em JPEG (provavelmente nem sabem que o telemóvel deles tem RAW ou nem sabem o que é isso) e as fotos saíram demasiado escuras. Era tudo a pedir para eu enviar as minhas fotos.
Mas é como disse antes, a questão não é um telemóvel ser melhor que uma câmara com uma lente boa, a questão é que é mais uma opção a ter em conta e que em diversas ocasiões pode até ser uma melhor opção.
E sinceramente, pelo menos no meu caso, não tem nada a ver com gratificações instantâneas…
Aliás, só de se fotografar em RAW já se percebe que não é por a coisa ser mais rápida, mais fácil, ou algo parecido, pois tem que se fazer o processamento da imagem.
Mas acho engraçado tanta polémica com os telemóveis… acho mesmo.
Parece aquela discussão de há uns anos atrás quando apareceram as câmeras digitais…
A mim o que me interessa é não perder uma chance de fotografar e sinceramente te digo que desde que tenho o telemóvel, raramente tenho perdido alguma.
Mas cada um que escolha o que o faça sentir melhor. O importante é fotografar. É como conhecer vinhos. O importante é beber vinho.
Pelo menos é a minha opinião.
PS - O que falas sobre a astrofotografia, sentia eu quando durante anos me dediquei a fotografar insectos no campo.