Paulo Bento é o 5º treinador a quem deram mais tempo à frente do plantel principal, em toda a História do Sporting Clube de Portugal. Mais tempo que ele, apenas estiveram Josef Szabo, Randolph Galloway, Fernando Vaz e Carlos Queiroz.
Durante todo este tempo, terá tido oportunidade de conhecer os jogadores, potenciar as suas características, detectar carências, planear a época seguinte, e ensaiar esquemas tácticos. Mas incrivelmente, pelo seu discurso e pela sua gestão do plantel (convocatórias e substituições) dá a entender que nunca olhou para os jogadores de que dispõe, cometendo erros que são óbvios para qualquer adepto.
Pior do que errar, é demorar a aperceber-se do erro, não agir, e repetir o mesmo erro. Depois de, em Roma, ter apostado e errado na colocação de Veloso a central, voltou a cometer o mesmo erro na Choupana, isto, com um central internacional brasileiro no banco. Acredito que numa semana, terá hipotecado a Champions e o Campeonato, por simples teimosia e falta de “visão”.
A mesma falta de “visão” e a mesma teimosia, têm levado Paulo Bento a apostar em jogadores caros e sem qualidade, em detrimento de jovens promessas. Promessas essas que deveriam ter a oportunidade de se superarem em pleno Alvalade XXI, mesmo que algumas indicações nos treinos sugiram que a altura ainda não é a ideal.
O mais importante é o sucesso desportivo do futebol sénior do Sporting e com essa premissa, queimar etapas no desenvolvimento de Adrien tornou-se obrigatório… face às lesões, ao número de jogos e à fraca condição financeira que nos obriga a apertar o cinto na altura de contratar jogadores. Pelo menos a oportunidade de poder mostrar-se como opção podia já ter sido dada ao jovem Luso-Francês.
Mas nem só em relação à formação Paulo Bento tem desconsiderado o sucesso desportivo. Tiago, um jogador com pouco futuro no Clube, foi a aposta do nosso Mister para o duelo no Olímpico de Roma na mesma semana em que já havia fracassado frente ao Fátima. O resultado desta aposta inesperada não podia ser outro, que não a derrota! Justificação para a opção? Opção Técnica! “No treino de domingo vimos que a condição (do Stojkovic) não era a ideal e optámos pelos mesmos dois guarda-redes convocados para o jogo com o Fátima.”
Em particular, nesse jogo com o Fátima, e no no geral (planeamento da época), a aposta no Rui Patrício como segundo guarda-redes do plantel faria muito mais sentido, para quem deveria apostar na formação. A aposta na formação não é feita só de treinos entre putos na Academia, mas também da sua promoção e rentabilização no plantel principal. Essa deviera ser uma directiva obrigatória de quem se proclama como Clube Formador e faz investimentos que ascendem ao Milhão de euros (Ibrahim Rabiu) por diamantes ainda por lapidar… Dinheiro deitado à rua, se não existir um treinador, nos Seniores, capaz de ser o primeiro a profissionalizar os jovens craques.
A partir daí, com um plantel equilibrado em talento, experiência, juventude e com um projecto bem definido, há que manter a harmonia do grupo. E isso, não se consegue com declarações tão disparatadas quanto as opções que toma. Convém lembrar que o erro absurdo de Pedro Proença no Dragão foi compreendido por poucos, mas que Paulo Bento foi um deles. Saindo contra o seu próprio jogador, que ainda hoje repete para a comunicação social: “Não errei!”
Claro que em todo este desastre, o Cacá também é culpado. É ele que gere os capitais destinados às transferências e planeia os assaltos aos futuros leões. Pois, o prémio de 86 mil euros que recebeu também não lhe cai nada bem! Mas não houve 1 jogador do actual plantel que não tenha recebido o aval de Paulo Bento e é dele a lista de dispensas na altura em que era suposto dispensar. Convém também não ignorar que é dele o planeamento do plantel quanto ao número de jogadores por posição de forma a antever o cansaço e as lesões.
Os registos da época passada foram, ainda assim, positivos. Mas para mim, Paulo Bento não tem estatuto, nem experiência, nem conquistou títulos, que lhe valham ser perdoado por uma época desastrosa como a que está a liderar à frente do nosso Sporting!
Numa altura em que Paulo Bento se encontra ainda numa etapa de aprendizagem na sua curta carreira de treinador, convém que lhe ensinem a ser meticuloso enquanto decisor, é que a aprendizagem deve ser feita na análise do trabalho dos outros. No seu próprio trabalho há muito pouca margem de erro e a aprendizagem não pode ser feita à conta do sucesso do Clube entidade-patronal.
Depois, há que saber o que significa treinar o Sporting CP. Um Clube Grande, onde a ambição é Enorme! Jogar para o empate na Luz, no Dragão, ou no Olímpico de Roma é algo que terá, no mínimo, que passar despercebido. Além de que, num Clube com esta Grandeza, é a táctica que se desenha em função dos jogadores de qualidade, por mais bonita que seja a forma geométrica do losango.
Finalizo esta minha opinião com um post muito interessante do barbosa. Interessante pelo conteúdo e pela data em que foi escrito: