A História

Valoroso aristocrata,

Nem te passa pela cabeça as privações que a minha família passou nas mãos desse regime (e não são de natureza material).
O ponto não é esse, nem espero que o entendas.

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Apenas duas notas:

nunca comparei os feitos do infante d. henrique com os do “zé”… comparei personalidades. E fiz essa comparação porque antes desta teoria nunca me passaria pela cabeça aproximar o perfil psicológico de ambos… agora, encaro como uma possibilidade (não um facto…).

quanto à tua análise, tens razão e fui eu que me expliquei mal (apesar de nunca ter falado no estado novo). Estava a referir-me a determinados grupos actuais ligados à direita, que propagam teorias que defendem que o mundo é controlado por uma elite “globalista, homossexual e pedófila” e que, ao mesmo tempo, defendem o nacionalismo exacerbado e tomam como heróis algumas figuras da nossa história (e outros como vilões… normalmente ambas as análises bastante exageradas de modo a criar a narrativa de bons vs maus quando a história é, normalmente, bem mais complexa…)

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Tambem era uma economia fechada mas que exportava, ate’ em excesso.
Mas tambem naqueles tempos nao se detinha tantos produtos como hoje. E muitos produtos ainda eram produzidos localmente como a roupa.

Eu sei. Foi uma provocação minha.

O que escrevi vai no sentido de ilustrar a facilidade com que se extrapola para rotular e, consequentemente, arrumar nos nossos diversos compartimentos as pessoas que não pensam exactamente como nós, tornando-os em adversários/inimigos. Há grupos ligados à esquerda exactamente com a mesma narrativa que atribuis exclusivamente à direita.

Da mesma forma que há uma elite “globalista” com as suas taras, também há uma elite “nacionalista” com as suas.
E também há uma “elite”, que até é o suporte de ambas, que não anda a achar piada alguma a uns e a outros.

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O Mito do mercador burguês Fernão Gomes

A figura de Fernão Gomes tem sido usada pela “Historiografia burguesa e progressista” como exemplo maior para atribuição de especial relevância à suposta iniciativa mercantil privada burguesa na gesta dos Descobrimentos no sec. XV. Isto, a par de um pretenso desinteresse do rei D. Afonso V pela gesta marítima.

Mas afinal quem terá sido Fernão Gomes?

*No século XVI, João de Barros e Damião de Góis forjaram uma imagem falsa do rei D. Afonso V que perdurou até aos nossos dias e que continua a ser veiculada nas escolas deste país. Reza a estória contada pelos cronistas, que o Africano foi um monarca desinteressado dos Descobrimentos… e acabara por arrendar a exploração dos mares a um particular Fernão Gomes um honrado cidadão de Lisboa, nas palavras de Barros, abusivamente transformado num burguês por certa historiografia do século XX, apesar da documentação coeva o referir em 1469 como escudeiro da Casa Real, e sendo certo que a expressão cidadão honrado, na lógica da cronística quinhentista, deve ser associada aos indivíduos com foros de nobreza… * (Professor João Paulo Oliveira e Costa)

Ou seja, Fernão Gomes era um escudeiro da Casa Real como o foram tantos outros que dirigiram expedições navais no sec. XV. Era de família nobre enquanto filho de Tristão Gomes de Brito, que se dizia ser descendente por linha varonil dos antigos de Brito. Nas suas viagens contou com a colaboração de cavaleiros da Casa Real, como João de Santarém e Pêro Escobar (decerto com autorização ou mesmo por determinação régia).
Fernão Gomes esteve nas conquistas do Norte de África, sendo armado cavaleiro por D. Afonso V em Tânger.
A 29 de agosto de1474, recebe brasão de carta de armas novas e consequentemente a condição de fidalgo de cota de armas, juntamente com o apelido Minas.
Sim, em 1469, obteve o arrendamento do monopólio do contrato de comércio do Golfo da Guiné, mas também a obrigação de explorar 100 léguas anuais da costa africana; Não, não era um mercador particular burguês do povo, mas sim um pequeno nobre e escudeiro régio e foi por determinação e ao Serviço do Rei que agiu antes de qualquer outra coisa…

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muito interessante, mas o fernao era gay ou nao? aahahah. mas obrigado pelos teus posts a celebrar efemerides, é sempre bom ganhar mais um bocado de noção da historia do país

Por acaso, lembro-me de ser mais novo e se dizer que o homem do chapelão seria na verdade o infante D. Pedro, filho tb de D. João I, Duque de coimbra e que viria a falecer na Batalha de Alfarrobeira…

Relativamente ao referido tb acima, não se pode comparar as batalhas de tanger com a de ceuta. A conquista de ceuta em 1415 foi extraordinária a vários níveis, e inicialmente foi um sucesso. Para esta conquista muito contribuiu o segredo com que as coisas foram planeadas, as falsas embaixadas, etc. Foi algo de extraordinário à época. Acresce ainda o facto de termos tido um n.º mt reduzido de baixas.

Tânger foi mau a todos os níveis

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Já vi historiadores a defender com unhas e dentes essa teoria, e também o contrário.

Eu acredito que seja o Infante D. Henrique, mesmo…

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Só um ponto muito simples (entre tantos outros), a folha da “Crónica da Guiné” da gravura está repleta de folhas de carrasco , elemento vegetal da empresa (emblema pessoal) do Infante D. Henrique. Se fosse alusiva ao Infante D. Pedro, esta folha teria de estar repleta de folhas de carvalho, elemento vegetal da empresa de D. Pedro… Se vires imagens dos túmulos de ambos verás também a diferença bem patente, pois os elementos vegetais estão representados na pedra dos respetivos túmulos.

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Woke level… Wooow…

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SINOPSE

Em 1975, nas paredes das vilas e cidades multiplicavam-se as mensagens contra a ingerência do imperialismo em Portugal. Por detrás das ameaças de golpe, identificava-se a mão dos Estados Unidos, que há pouco interviera na democracia chilena. Esta verdade não era, apesar disso, toda a verdade, como não era solitário o protagonismo norte-americano no combate à revolução.

O processo revolucionário português suscitou um enorme desconcerto nos países europeus, sobretudo na Alemanha Federal, que apostara numa evolução do regime fascista e que partilhava agora o desconcerto generalizado. Mas a política externa alemã, hábil jogadora em dois tabuleiros, tinha igualmente apostado na oposição, levando assim um grande avanço em relação às suas congéneres.

Enquanto Henry Kissinger teimava em submeter a revolução pela força, o Governo de Bona moldava-se às circunstâncias e apostava na via eleitoral para domar a revolução.

Mais versátil do que o secretário de Estado norte-americano, a diplomacia alemã teve abertura para bem tocar as teclas do reportório de estratégias contrarrevolucionárias. Daí que a ingerência alemã em Portugal, subestimada durante meio século, venha obtendo, finalmente, a atenção que justifica.

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SINOPSE

Cinquenta anos depois do 25 de Abril, e recorrendo a testemunhos inéditos de intervenientes diretos no processo, João Céu e Silva revela-nos como começou a Revolução que fez cair a ditadura.

Ainda hoje muitos não sabem que foi um livro que deu origem ao acontecimento que mudou o país em 1974 e que bastou ao mais prestigiado general português de então apenas uma frase-choque para derrubar em poucos dias o Regime: «A vitória exclusivamente militar é inviável.» Esta declaração do general António de Spínola no seu livro Portugal e o Futuro, sobre a guerra no Ultramar, arrasou por completo a credibilidade do Governo de Marcello Caetano e provocou um autêntico terramoto no país.

A obra, lançada a 22 de fevereiro de 1974, apresentava uma reflexão demolidora sobre a situação nacional e o futuro das colónias feita por quem melhor os conhecia e teve uma repercussão social e política inédita na sociedade portuguesa. Em poucos dias, os duzentos e trinta mil portugueses que compraram o livro compreenderam que o Estado Novo não tinha soluções para a grave crise que Portugal atravessava e que o Regime estava preso por um fio.

Espalhando-se pelo país como fogo em mato seco, as propostas do general em Portugal e o Futuro abriram o caminho que os capitães de Abril traçariam dois meses depois, no golpe que fez por fim cair o Regime e que o povo português, que acorreu em massa às ruas, transformou numa revolução. Os capitães concederam-lhe a honra de receber o poder das mãos do sucessor de Salazar e nomearam-no presidente da Junta de Salvação Nacional. No entanto, à primeira oportunidade, o general foi descartado, e Spínola não foi capaz de fugir à maldição que lhe estava destinada por se ter antecipado em dois meses ao fazer apenas com palavras um primeiro 25 de Abril.

Um livro surpreendente e polémico que nos mostra os verdadeiros bastidores da Revolução.

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Talvez essa análise seja demasiado simplista, porque houve também a ideia entre os portugueses de que Spínola estava abusivamente a generalizar para todo o Ultramar a situação difícil que ele experimentara na Guiné… Em Angola e em Moçambique os guerrilheiros estavam longe de dominar os territórios e as populações e isso era conhecido.

https://x.com/LandsknechtPike/status/1768597560455802995?s=20

https://x.com/LandsknechtPike/status/1768597560455802995?s=20

https://x.com/LandsknechtPike/status/1768758124813419002?s=20

https://x.com/LandsknechtPike/status/1768766819018355071?s=20

https://x.com/LandsknechtPike/status/1768779732160512129?s=20

https://x.com/LandsknechtPike/status/1768846225703338234?s=20

Threads interessantes sobre o Império Português.

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O exército português como exército de camponeses é mistificação…

SINOPSE

A série de acontecimentos que marcou o início da Segunda Guerra grande parte do mundo em estado de choque. De repente, parecia que tudo era possível. Para os agressores quanto ao que podiam fazer; para as vítimas parecia que despontava uma nova idade das trevas. Neste turbilhão de acontecimentos, grupos restritos de indivíduos eram confrontados com a necessidade de decidir sobre um vasto conjunto de assuntos que podiam levar ao triunfo ou à extinção.

Neste novo e emocionante livro, Ian Kershaw recria dez decisões críticas tomadas entre maio de 1940 - quando a Grã-Bretanha decidiu continuar a lutar em vez de se render - e o outono de 1941 - quando Hitler decidiu exterminar os judeus da Europa. Em Londres, Tóquio, Roma, Moscovo, Berlim e Washington, políticos e generais, muitas vezes trabalhando com base em informações de má qualidade e enfrentando graves problemas logísticos, financeiros, económicos e militares, tiveram de decidir como explorar ou combater a crise que se desenrolava.

Estas decisões determinaram, de facto, o dá a conhecer ao leitor as enormes dificuldades enfrentadas pelos líderes, bem como a influência que as suas personalidades tiveram no decurso da guerra: Churchill resistindo à catástrofe de Calais; Hitler ordenando a invasão da URSS apesar de não ter derrotado a Grã-Bretanha; Estaline expondo o seu país à Operação Barbarossa por confiar em Hitler; Roosevelt apercebendo-se de que o empréstimo à Grã-Bretanha lhe permitiria continuar a lutar; e o alto comando japonês optando por atacar os EUA mesmo perante a evidência de que iria falhar.

É um livro notável que analisa o momento decisivo da era moderna, e tenta compreender as decisões que mudaram ou acabaram com milhões de vidas.

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Carta marina navigatoria Portugallen navigationes de Martin Waldseemüller, publicado em 1516
(carta marítima de navegar das navegações portuguesas)

D. Manuel I figura ali, junto ao cabo da Boa Esperança, montado num peixe e ostentando insígnias imperiais em reconhecimento de que lhe pertencia o senhorio dos mares orientais.

“a experiência nos faz viver sem engano dos abusos e fábulas que alguns dos antigos cosmógrafos escreveram acerca da descrição da terra e do mar”.
Duarte Pacheco Pereira

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Detalhe ampliado do retrato de D. Manuel em toda a sua majestade imperial, qual Deus Neptuno.

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