Mais uma vez evidencias uma preocupante falta de rigor nas declarações que fazes.
Se é verdade que os EUA só entraram formalmente na guerra em Dezembro de 1941, no entanto, desde Março desse ano já prestavam um apoio militar significativo ao Reino Unido e a outros adversários do Eixo (“Lend-Lease Act”) e desde Setembro a Marinha norte-americana tinha ordens para combater a ameaça naval germano-italiana.
Quanto à tua divertida crítica sobre a alegada tolerância dos EUA à invasão nazi da URSS (ai esse malandro do anticomunismo primário…), convinha que te informasses melhor. Se reparares o apoio dos EUA à União Soviética começa logo após a invasão germânica, em Junho de 1941, ou seja, muitos meses antes do ataque japonês a Pearl Harbour, em Dezembro desse mesmo ano.
Tens muita razão e faz sentido o que escreves mas o que o Danix diz também é verdade, houve muito apoio financeiro vindo dos EUA ao regime nazi.
Um dos mais conhecidos foi o apoio da Ford, na pessoa de Henry Ford.
Mas há mais exemplos
O que eu contesto especificamente é a sua ideia de que os EUA só terão apoiado à URSS a partir de Dezembro de 1941, tendo até esse momento sido alegadamente complacentes com a invasão nazi da União Soviética.
Se em vez dessa suposta complacência, o Danix tivesse referido a atitude da URSS em relação à agressão alemã a países como a Polónia ou a França…
Os americanos não confiavam, ou gostavam, muitos dos soviéticos, tanto mais que havia um pacto de não agressão entre nazis e soviéticos e estes também não tinham grande vontade de se envolver, mas a ameaça maior para os americanos era a Alemanha nazi, mais ainda depois de terem invadido a Polónia e pouco depois a Bélgica e a Holanda (edit: e a França também, obviamente!) e há a 1a grande batalha com os aliados.
Mas a razão maior para que os EUA não entrem directamente na II Guerra mais cedo é o chamado “isolacionismo” Americano, em que muita gente, depois da 1a Guerra mundial, é de opinião que os EUA não se devem meter nos conflictos europeus porque, andando os países europeus constantemente em guerra uns com os outros, os americanos devem seguir o seu caminho e não interferir/apoiar.
O presidente americano era contra essa visão e há a suspeita até que Pearl Harbour é um ataque como que consentido/provocado para haver um motivo para declarar guerra ao Japão e aos seus aliados Alemanha e Itália (e outros países mais pequenos também alinhados com essa aliança). O que acontece, imediatamente a seguir a Pearl Harbour, os EUA entram na guerra.
Mas sim, os EUA davam bastante apoio aos aliados antes de entrarem na guerra, o UK principalmente. Desde fornecimento de armas a comida a empréstimos etc.
Como é bem sabido, a entrada na guerra dos EUA contra o III Reich não resultou de nenhum ataque alemão mas sim da declaração de guerra de Hitler aos americanos… No caso da Rússia é que foi necessário Hitler atacar militarmente para que Estaline ripostasse, e mesmo assim este esteve bastante tempo sem dar essa ordem convencido de que poderia ter havido algum equívoco…
Acordos houve diversos, nomeadamente o pacto de neutralidade Nipo-Soviético assinado a 13 de abril de 1941… O que é realmente relevante são as declarações de guerra efetivas e as invasões com ou sem declaração de guerra prévia… Os papéis assinados dificilmente devem ter prioridade sobre os factos bélicos!
É o problema da História, factos + interpretações, já seria excelente conseguir uma quase concordância de todos relativamente aos factos, já quanto às interpretações é impossível…
Sobre os Gulags , ontem estava a ver um episódio da série Trotsky , e eles a discutir a reintrodução dos meios de coerção czaristas , nomeadamente a pena de morte.
Curiosamente os campos de concentração se não estou enganado foram usados pela primeira vez pelos ingleses na África do Sul em relação aos boers.