A guerra contra os downloads ilegais

Se te referes a este:

Sim :lol:

Em semana de voraz encerramento de sites de partilha de filmes, um pensamento: outro dia falei com um jovem do Portugal profundo cujo cinema mais próximo do lugar onde vive é um multiplex onde estão os sucessos (que, quer haja pirataria ou não, renderão sempre milhões). A única possibilidade que ele teve de ver um dos melhores filmes dos últimos anos, Amour, de Michael Haneke, foi num site chamado Oxe7 (já extinto). Era só isto, ACAPOR. Obrigado.
Agora o que era bonito era a ACAPOR trabalhar para encontrar para o cinema uma solução parecida com aquilo que serviços como o Spotify e o Music Box são para a música. É que mandar fechar sites, essa é a parte fácil...

Resposta da Acapor ao post do Nuno Markl.

"Como autor, não gosto de ver, por exemplo, os livros da Caderneta de Cromos disponíveis em ebook improvisado nas partilhas de ficheiros. A minha vida é isto: sou autor. Ganho do que crio, escrevo, interpreto. A Patrícia Furtado desenhou 100 ilustrações em cada um dos livros, fez as capas, todo o grafismo - a vida dela é isso. Merece que se compre o livro, não que se surripie a obra com a facilidade e a descontracção que ela não teve ao fazê-la. Adoro criar coisas partilháveis de graça na net - webisódios, textos, as próprias edições da Caderneta de Cromos estão todas disponíveis de graça. Mas gosto que, pelas coisas pelas quais é suposto pagar-se, quem delas deseje tirar partido o pague. Não se chama a isto ganância; chama-se receber por trabalho. Creio que toda a gente gosta disso. Nem é tanto uma questão de gostar; é o que é normal." - 9/5/2012.

Evidentemente partilhamos desta visão do autor. Achamos que cabe ao autor decidir o que fazer da sua obra. Explorá-la ou oferecê-la - cabe ao autor decidir e não a qualquer outra pessoa por ele. Essa é a génese do direito de autor.
Provavelmente Michael Haneke terá a mesma opinião. E terá a mesma sensibilidade para com as dezenas de pessoas que com ele trabalham num filme que o autor aqui citado tem para com a sua ilustradora.
Mas a verdade é que se depender dum qualquer OXE7 o “AMOUR” foi o derradeiro filme de Haneke e nem o jovem do Portugal profundo nem outro cidadão qualquer poderá ver o próximo “AMOUR” que Haneke queira realizar. O cinema é sustentado pelos produtores que investem nos filmes e estes só o fazem se existirem salas de cinema abertas e sem cortes de energia por falta de pagamento, editores videográficos a editar e gente para ir ao cinema e comprar DVDs e BLU-RAYs que permitam a renovação permanente das obras artísticas. Quando um OXE7 gera mais downloads que todas as salas de cinema do país juntas esta cadeia fica ferida de morte. Promover o encerramento destes sites não tem nada de repressivo, é do mais elementar bom senso. Era só isto, Nuno Markl.

A ACAPOR não vai conseguir nada com esta guerra, enquanto o mercado de filmes e jogos não for tão “liberalizado” como é o da música através de serviços como o Spotify irão aparecer sempre novos sites de partilha.

Pronto, agora vou ter sacar em vez de ver online, coitadinhos da acapor, ganharam uma batalha e pensam que ganharam a guerra!

Qual batalha , quanto murro conseguiram acertar um soco nos queixos , mas como resposta levaram um rotativo na boca :rotfl:

O mesmo que eu. Funciona muito bem com o xbmc no nexus 7.

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:lol: por mim fechavam todos durante 1 aninho, acabavam-se as desculpas para a acapor não fazer um c*lh, os clubes de video iam à falência e depois a culpa era do pai natal

ainda não meteram na cabeça que quem quer comprar compra na mesma, e quem quer alugar pega no comando da TV, não vai ao clube de video

Mas quem é que está a falar de clubes de vídeo? DVDs e Blu-Rays não estão em clubes de vídeo só que eu saiba. Qualquer pessoa que vá à fnac vê lá DVDs.

estou eu, tens problemas com isso?

e estão no videoclube da meo e da zon… a um clique de distancia para alugar

alugar e comprar são coisas diferentes, que eu saiba a fnac não aluga DVDs

Culpar o declínio da venda dos DVD´s com estes sites é de génio realmente… ainda para mais com as televisões que temos hoje em dia e com os conteúdos em Bluray.

Eu continuo a comprar Blurays de todas as séries de que gosto mesmo…de todos os filmes que adorei.

DVD´s? Só aqueles filmes mais antigos que não vale a pena comprar remasterizados e por preços abaixo de 10€…bem abaixo.

ps. E antes que digam que eu faço parte da pequena parte que compra os DVD´s e Blurays.

2 dos filmes mais downloaded dos últimos anos → Avatar; LotR.

2 dos filmes com mais sucesso em cinemas e vendas DVD nos últimos anos? → Avatar e LotR.

Firefly cancelada sem ter transmitido os episódios todos. Milhares, senão milhões de downloads. Resultado? Vendas brutais de DVD e um filme produzido também com sucesso.

Big Bang Theory, descobri já ia na 3ª Season, obviamente sacado. Comprei as seasons todas até agora. Supernatural? Idém. Spartacus? Got it. Lost? Também. Californication? Check. Muitas mais e agora estava a começar a acompanhar uma que provavelmente iria adqurir no futuro → Vikings.

A pirataria só é má para produtos fracos…maus. Vide a porra do filme do Wolverine que foi utilizado como símbolo do dano da pirataria…o filme era horrível. Foi horrível. É horrível. A pirataria só ajudou a prevenir que nós consumidores gastássemos dinheiro num produto de muita má qualidade.

Tudo o resto é mandar areia para os olhos. Quem não compra não é com isto que vai passar a comprar, pura e simplesmente deixa de ver.

Pensam que por fecharem sites de downloads que as pessoas vão todas a correr para as lojas para comprarem as obras. Right! :eh: :eh:

Antigamente, as pessoas compravam “às cegas”, sem saber exactamente as músicas que vinham no cd, se gostavam ou não ou se iriam gostar do filme no dvd que compraram. Mas hoje em dia, muitos quanto compram já sabem exactamente o que estão a comprar, e fazem-no precisamente por esse motivo.

Digamos que as compras são bem mais conscientes daquilo que estão a comprar.

Esse é até um efeito benéfico dos downloads, facilmente a pessoa experimenta os filmes, e se gostar, vai comprar.

Agora, estas intuituições que fazem guerra contra isto, partem dum pressuposto que me parece completamente errado.

Eles partem do pressuposto que:

1 - As quebras das vendas são consequencia exclusiva dos downloads.

Mas, pensemos. Não terá também a ver com uma maior oferta? Uma pessoa vai a uma loja e tem maior oferta de material que o que tinha antes, e portanto a probabilidade de comprar a “obra A” acabará por ser menor.

Não será também por as pessoas terem menos dinheiro disponivel? Pois…E pelo custo dos produtos?

Não será por existirem outros serviços novos que “roubaram espaço à indústria”, como as boxes da meo e afins com clube de video, música, etc…? Pois, isso nunca é mencionado nos tais relatórios…

Será que uma maior publicidade nalguns casos até não tem o efeito oposto, ou seja, aumento das vendas? Será que não existem casos de artistas no total anonimato, e que graças a partilha de videos e downloads, passaram para a fama e com grandes ganhos?

2- Que sem os downloads, as pessoas irão comprar mais obras.

Quem pode garantir isso? Será que muitos de nós, se não tivessemos downloads, iriamos gastar dinheiro em música, filmes, jogos e afins?

É como alguns dizem, eles pensam que é por fechar sites que as pessoas passam a ir às lojas.

Era muito provável termos imensa gente simplesmente a deixar de ter música, filmes ou jogos. Mas, o irónico é que eles assumem que estas pessoas iriam todas comprar as obras… :whistle:

3- Pensam que é uma guerra que podem ganhar “fechando sites”

Aqui é consensual, que a única maneira de acabar com os dowloads ilegais seria porventura…acabar com a internet? :sick:

Porque fechar sites nada resolve, por cada um que fecham, aparecem 3 ou 4 novos.

Além destes pontos, tenho as minhas dúvidas se estas instituições serão assim tão amigas dos artistas…ou se tentam isso sim proteger os lobbies das editoras e outras pessoas que se aproveitam dos artistas para fazer negócio.
É que não vejo ninguém a questionar por exemplo a repartição dos rendimentos entre as editoras e os artistas…muitas vezes pensamos que estamos a ajudar o artista, e só uma infima parte chega as mãos do criador da obra, o resto fica pelos intermédiários…

É que os principais incomodados pelas novas formas de negócio dos artistas, são precisamente as editoras e afins, que assim vêm a sua utilidade reduzida a muito pouco. ::slight_smile:

Exactamente, os produtos maus é claro que sofrem bastante porque depois as pessoas sabem que é mau e não compram o produto.

É a vantagem duma maior informação antes da compra. E isso não é necessáriamente negativo. :arrow:

:arrow: :arrow:

enquanto exploravam os artistas era uma festa e não se queixavam

Eu tenho como exemplo o álbum de Radiohead (In Rainbows) que colocaram no site deles (formato digital) pelo preço que as pessoas quisessem dar , podíamos dar um milhão , podíamos não dar nada.

Depois meteram a Álbum em formato físico com uma porrada de extras a 50 euros , e pasme-se , esgotou em horas…

Os bons produtos vendem-se sempre , independentemente de preço , isto da “pirataria” é um disparate pegado.

Para quem pensa que “fechar os sites não é problema porque depois saco” está redondamente enganado.

Eu vivo na Alemanha e vejo séries e filmes nesses sites. Sacar aqui é impossível, quem saca recebe uma multa de 3000 euros no máximo dos máximos 7 dias depois.

E depois é estúpido, quem é que compra uma série que sai todas as semanas? Só vai estar disponível muito depois de ter sido transmitida… Já para não dizer que um filme aqui é muito mais caro que em Portugal.

O problema, para além da mentalidade de algumas pessoas, é que os preços em Portugal são criminosos. Quem é que vai dar €50 por uma série? Mesmo os filmes que alguns até são relativamente baratos quando chegam às prateleiras apresentam quantias absurdas.

Depois o @Kasshern diz que continua a comprar DVDs e Blu-Rays da maioria das coisas que gosta, acho bem, mas a maioria das pessoas não é assim. É “se está disponível à borla porque é que hei de gastar dinheiro”, o que não é minimamente razoável, principalmente porque depois os DVDs que se compram são para as distribuidoras/produtoras que menos precisam. As vendas de DVDs em Portugal de filmes independentes/cinema de autor são baixíssimas (e sim, sei, ou pelo menos soube, alguns dados concretos).

Diz-me la qual é o ordenado mínimo e médio na alemanha.

PS: Multam se sacares via proxy’s? não me parece.

Eu continuo a dizer que me faz imensa confusão o porquê de se achar que a pirataria baixar vendas:

  • Os jogos continuam a vender que nem ginjas, veja-se a saga COD, por exemplo;
  • Os filmes cada vês vendem mais, mesmo filmezitos independentes que muitos só sabem que existem por causa destes sites;
  • A música tem quebras de compra porque o CD é um formato morto e caro, sinceramente acho mal dar, cá em Portugal, 17 euros por um CD de Metallica novo e nos USA ele custar 10 dólares. Na música quem ganha com as vendas é a editora, não a banda, que por vezes ainda fica em défice.

Estas guerras são guerras capitalistas, ponto. Dou um exemplo muito grande: recentemente encontrei no youtube uma banda americana mais underground que sei lá o quê e adorei o álbum deles, saquei e quando tiver dinheiro vou encomendar-lhes a obra. Tenho 20 ou 30 cds novos em casa que compro porque gosto de ter o CD, e de vez em quando compro 2 ou 3 para juntar à colecção.

Os portugueses têm uma ideia errada da Alemanha. E depois, nem sequer é o ordenado mínimo, médio máximo etc que interessa, é o dinheiro que POUPAS. Eu ganho 3200€ por mês e pago 1200€ de impostos. Dos 2000€ que tenho líquidos, deixa-me dar-te 3 gastos que toda a gente tem: casa de 26m² por 500€, uma refeição em média por 10€ e um Kg de carne anda entre 26 e 32€.

Não sei se sacar por via proxy há multas. Dado o valor da multa, não vou arriscar. E mesmo quando vejo cenas online ligo o proxy pelo sim pelo não.

Tá ao nível da Suiça, menos um pouco de ordenado. Pelos vistos são tão ou mais xenófobos.