A guerra contra os downloads ilegais

Comparar um talhante com uma empresa multinacional discográfica só pode ser para dar uma :rotfl:

É que tanta corrupção , tanta desigualdade social , tanta injustiça e tu vens para aqui pregar moralidades aos bandidos que fazem downloads ilegais , santa paciência , num mundo em que milhões de trabalhadores são explorados , quem rouba milhões anda à solta e pessoas passam fome para não dar mais exemplos , claro que o que tem prioridade são os directores e accionistas das multinacionais discográficas que devem estar a passar fome. :mrgreen:

ESte teu post parece aquele anúncio pago pelas multinacionais que aparece nos filmes.

E não podemos esquecer que esta é uma prática generalizada o que é bastante relevante porque o que determina as leis é o comportamento da sociedade em cada momento logo isto não vai dar em nada , é injusto , talvez para alguns , seja , mas não me digas que acreditas que vivemos num mundo justo.

Vais pregar moralidades a seguir em quê , defender um castigo para aqueles que cospem para o chão , ou dizer por exemplo que um aborto até às 10 semanas é um crime , pois é não vivemos num mundo perfeito , a sociedade humana é assim.

Acho que isto pode ser relevante para a discussão, e se calhar fazer algumas pessoas pensar duas vezes :

[b]The best selling MP3 album of the year was free[/b]

Cool news: The best-selling MP3 album at Amazon in 2008 was Nine Inch Nails’ Ghosts I-IV, which was released free under a Creative Commons license.

The album made more than $1.6 million in revenue for NIN in its first week, and hitting #1 on Billboard’s Electronic charts, Last.fm has the album ranked as the 4th-most-listened to album of the year, with over 5,222,525 scrobbles.

The Creative Commons blog notes:

NIN fans could have gone to any file sharing network to download the entire CC-BY-NC-SA album legally. Many did, and thousands will continue to do so. So why would fans bother buying files that were identical to the ones on the file sharing networks? One explanation is the convenience and ease of use of NIN and Amazon’s MP3 stores. But another is that fans understood that purchasing MP3s would directly support the music and career of a musician they liked.

The next time someone tries to convince you that releasing music under CC will cannibalize digital sales, remember that Ghosts I-IV broke that rule, and point them here.

in http://www.longtail.com/

Aí está uma forma alternativa de distribuição a dar grandes frutos, e acima de tudo mais justa, pois não explora o consumidor, e premeia quase exclusivamente o artista.

Este devia ser um “case-study” para muitos artistas e especialmente para a Indústria de entretenimento em geral e a discográfica em particular.

Só falta aí uma consideração: é que as próprias editoras também vendem pela porta do cavalo… Mas isso, claro, é um desabafo de um ladrão sobre pessoas sérias! 8)

Já calculava obter umas reacções incendiadas, mas esperava um pouco mais de lucidez.
Repara bem numa coisa: Quem é que falou em moralidade?
Foste tu, não fui eu. Vê lá bem. Quem é que pregou moralidades, a dizer mal duns e bem doutros?
Eu cingi-me a factos, chamei a atenção para isto ser um mundo cão, nunca disse que era um mundo justo. Cita-me lá.
Disse que a razão de ser das empresas é terem lucros. É mentira?
Um talho não é uma empresa? Não existe para dar lucro? Ou funciona por beneficência?
Nunca disse se as coisas devem ou não ser como são, disse apenas que são como são.
Mostra-me lá juízos de valor no meu post. O teu está cheio deles…
Tem lá paciência. Se não gostas que se chamem as coisas pelo nome estás no teu direito, mas isso não te dá o direito de deturpar o que os outros dizem.
Se queres refutar cinge-te aos factos, e não ás aparências; não interessa se o meu post parece ou deixa de parecer coisa nenhuma, interessa é o conteúdo. É que se eu julgasse os posts pelas aparências concluiria que te sentiste atingido.
Fazer downloads ilegais é ou não apoderarmo-nos de algo que não nos pertence? E isso consiste ou não em roubar?
É que eu, quando roubo, assumo que o faço. Não tenho quaisquer problemas nisso. E se for de cana, que remédio tenho senão aguentar-me à bronca.
(E por acaso até defendo castigos para quem cospe no chão)

Falas em arrombamentos , comparas talhantes e vendedores de sapatos às multinacionais , usas analogias criminais para dizer que quem faz downloads ilegais são uns bandidos , isto é o quê , não são juizos de valor.

Se fores na rua achares e apanhares do chão uma nota de 50 euros , faz de ti ladrão ? já que o dinheiro não é teu , ou vais pegar na nota e entregá-la à polícia para procurarem o dono da nota , o mesmo se passa com estes downloads , estão disponíveis à mão de semear na net pela qual o pessoal paga , uma coisa diferente seria encontrar-se um objecto raro de valor aí é obvio que tem de se entregar às autoridades , daí a importância da generalidade destes downloads.

E por quanto tempo devem ter os direitos de autor ? para sempre ? , uma musica de Beethoven feita à mais de 200 anos ainda deve ter direitos de autor? , não deve haver liberdade de circulação de informação na internet , então para quê a sua existência?

Os preços oferecidos por essas editoras multinacionais são escandalosos essa é que é essa.

Quanto ao resto deverão ser responsabilizados pelas mortes por excesso de velocidade quem produz e vende carros com uma velocidade superior a 120 km/hora ? , porque hão de ser perseguidos os ciganos que vendem roupa contra-feita e não os que produzem roupa de marca recorrendo a mão de obra ilegal , para não falar da mão de obra infantil , incongruências dum mundo imperfeito.

A realidade nisto é que há só dois lados e tu optaste por defender o lado dos interesses das corporações da indústria discográfica , eu fico-me pelo lado da liberdade de circulação de informação na internet e por um limite aos direitos de autor que devem ser restritos no tempo.

Quanto ao cuspir para o chão , há bem pior que isso basta circular pela cidade e levar diariamente com os escapes dos autocarros e dos automóveis , castigar isso seria um absurdo , só se vivessemos num mundo angélico e não vivemos.
Para defenderes um castigo desses , que castigos defendes mais , tens mentalidade de vigilante ou o quê?

O artigo que referi, tratava do assunto dessa forma, daí que apenas analisasse as Big 4. Por exemplo, a Vivendi (que detém a Universal) apresenta 47% de lucro na sua subsidiária de música. O Artista é sempre o menos beneficiado, daí que a maior parte deles (os global entertainers, ou seja, os que têm mercado global) criem as suas próprias editoras.

Depois desse “vírus” chamado MP3 e programas de downloads, porque é que acham que ainda não houve um “cartel” de interesses contra esses mesmos factores? Porque operam com margens de lucro gigantescas e o mercado que lhes interessa, ou seja, as pessoas que não dispensam a compra dos cd’s, continua vivo.

E esse mesmo download ilegal veio abrir um novo mercado de biliões, agora operado pela invenção do Steve Jobs, o Itunes. Este é um formato que, sem a propagação do download ilegal, não existiria.

Os preços dos originais são caros, na maior parte dos casos é verdade, mas eu continuo a preferir os originais, principalmente os filmes originais. Por mais qualidade que os downloads possam ter, nada bate a qualidade DVD original, sem truques.

Continuas a somar dois e dois e a obter vinte e dois.
Eu ainda não defendi coisa nenhuma. Limitei-me a enumerar factos. A lei considera a auto-apropriação de bens possuídos por outrem como sendo um roubo. Não sou (nem deixo de ser) eu quem o considera. Podes continuar a espingardar contra mim, mas os factos continuam a ser o que são, factos.
Uma quantidade de coisas erradas não justifica outras. E para ficar claro o que quero dizer, falemos de legalidade e de ilegalidade. Uma ilegalidade não justifica outra. Ou se muda a lei, ou continua a ser ilegal. Apenas isso. Ao ser ilegal, está sujeito a punição.
Acima de tudo, tentei clarificar que por muitas que sejam as atenuantes, deve-se ter consciência da ilegalidade que se está praticar. Muitos tendem a auto-tranquilizar-se, convencendo-se que não se passa nada, mas a realidade não é essa.
Se existem justificações, atenuantes, oportunidades, é tudo muito bonito, mas não deixa de ser roubo.
Compete ao juiz ter em conta as várias atenuantes, mas quem cometer as ilegalidades arrisca-se a comparecer perante um juiz. É tão simples quanto isso.
Quanto ás várias excursões tuas para além do assunto, algumas são claramente exageradas. Por exemplo, o Emule tem um conceito de partilha, todos disponibilizam material, logo a nota que encontras no chão corresponde a uma que também deixaste cair, passe o exemplo. E ninguém tropeça na nota, tem que se aceder ao sítio onde ela está, sabendo-se muito bem de antemão que ela está lá.
Nem vou comentar o resto, com uma excepção, pois é demagogia a mais para merecer resposta. No meu lugar acharias o mesmo…
A questão dos direitos de autor é a única que merece alguns comentários, mas a lei é a lei, e está em vigor. No teu exemplo de Beethoven, não é a eventuais descendentes dele que estás teoricamente a pagar os direitos, nem apenas aos descendentes daqueles a quem ele vendeu (porque o fez, mas já lá vamos), mas sim em primeiro lugar aos intérpretes (que há quem diga que precisam de dinheiro para viver), e a outra entidade de quem ninguém se lembra, o editor das partituras em papel.
Mesmo a rádio, quando transmite um concerto, tem que pagar ao editor das partituras.
Pois é, é um assunto altamente complexo, que tem pano para mangas, mas as legislações do mundo inteiro (civilizado) contemplam-no. Ou seja, se os músicos ensaiassem (convém não esquecer esta parte), e tocassem de cor, sem recurso às partituras, não teriam que pagar ao editor delas, mas usando-as, têm que lhe pagar. É simples. Porque é que ele detém esses direitos é também uma questão vasta, em princípio ele comprou-os a alguém, que comprou a alguém, que comprou a alguém, que as comprou ao compositor em pessoa. Long story.
A lógica do legislador até é simples, os editores pagam aos compositores, e é desse dinheiro que os compositores vivem.
Não é para aqui chamado se isso está certo ou errado, é apenas assim que funciona. E há mais, há mais gente a receber, mas como disse, é uma long story.
Outras considerações: Acham mesmo que a repressão existe por mera má vontade, ou porque os downloads estão a causar mossa nas vendas? Ou por outras palavras, qual é a percentagem de música, filmes, e jogos, que consomem, que pagam?
E de certeza que «eles» estão todos a nadar em dinheiro, que não precisam dele para nada, que só reprimem os downloads porque são uns c******, etc.? Não têm empregados (que precisam do ordenado para viver), nem outros custos, vivem todos à grande e à francesa, à custa do consumidor… E os músicos? Vivem de quê?
Isto não são juízos de valor, são apenas considerações que acho pertinentes.
Se o que se pretende são desculpas para não reconsiderar a atitude pessoal em relação ao assunto, é mesmo melhor não as fazer, mas não há ilegalidades que justifiquem outras ilegalidades, pelo menos em teoria.

With all due respect, para com as várias opiniões, esse suposto facto tem que ser melhor averiguado. Apesar de muita gente estar convencida do contrário, a fatia a pagar aos artistas é em média muito maior do que se pensa.
Acontece que há artistas melhor pagos que outros, tem tudo a ver com a selva que é o mercado, as empresas existem para ganhar dinheiro (senão ninguém as cria, nem ninguém investe nelas), e pagam o mínimo que podem a toda a gente, empregados, fornecedores, etc. Uns artistas conseguem mais, outros menos, e da média provém uma fatia do custo de cada CD, que é bem maior do que se pensa; a maioria do que se lê é contra as editoras, e como tal só cita o que convém, nomeadamente os artistas mal pagos (como se os que ganham Óscares, por exemplo, recebessem assim tão pouco; como pagam as mansões, iates, aviões, etc.?), e omite a contrapartida.

Tanto quanto sei, algumas.
O que se passa não é tanto fecharem, mas o facto é que têm sido absorvidas umas atrás doutras, por grandes consórcios.
Antes de se generalizar, deve-se ter em conta que há editoras e editoras. A maior parte das mais interessantes, das que apostam em algo diferente, tem sido sistematicamente absorvidas pelas maiores, e estas têm desistido, devagar mas consistentemente, dos seus rótulos específicos, de qualidade. Reparem que há imensos casos de nomes de antigas editoras que hoje não passam de meros rótulos, etiquetas, as editoras já deixaram de o ser.
E em parte dos casos foi porque os downloads ilegais causaram mossa. É fácil imaginar o seu impacto numa editora pequena, qualquer quebra nas vendas tem bastante impacto, pois as vendas são já de si pequenas.
Muitas pequenas etiquetas de música têm vivido artificialmente à custa dos esforços da Sony para promover o SACD. Há títulos que a Sony só disponibiliza (praticamente à borla) se a editora os lançar em SACD («não há almoços grátis»), se os lançar em CD convencional PCM 16/44 (cujas patentes caducaram…), terá que pagar um balúrdio. Se não fosse isso muitas mais teriam desaparecido.
Referi aqui que procuro material que deixou de ser editado. Em muitos casos, a maioria, passou isso mesmo, ou fecharam, ou foram absorvidas por outras, cujo core business não é a qualidade.
Não estou a questionar as questões de fundo, estou a alertar para alguma prudência na análise dos números.

Aí está mudem o modelo de negócios… é o que as outras industrias fazem! Mas a mama é boa…

E não são as pequenas editoras que estão a fazer esta luta, são as bem grandes que estão a financiar.

Em relação aos artistas os grandes ate recebem mas e os pequenos? Já agora há uns tempos atras a Apple disse como se repartiam as receitas do iTunes por Apple, Editoras e Artistas, curiosamente, ou não, as editoras eram quem ganhava mais e os artistas menos…

Talvez uma soluçao passasse por haver um regulador para esta área para evitar abusos nos preços e assim tirar argumentos a quem pirateia.

Mas qual roubo , continuas a bater na mesma tecla , um gajo paga o acesso à net , a partir daí esta funciona como um bem público , a gente aproveita tudo o que lá está disponível mesmo “sites” com ficheiros já que eles existem , porque terei eu de me preocupar com a proveniência do material não sou polícia nem dedo duro.

Por essa ordem de ideias um gajo que traga areia da praia para casa , um ramo de flores para a namorada , etc , está tambem a cometer roubo porque nisso não é propriedade sua , não podes afirmar que esse teu conceito se aplica só aos downloads para os quais arranjas analogias insultuosas até parece que estamos a falar dum crime grave e depois para o que não te cheira já é demagógico e não tem nada a ver com o assunto.

Demagogia foi as comparações que fizestes no 1º post que escrevestes isso sim é pura demagogia.

Afinal o que fazes à nota que achas na rua , não me digas que a vais entregar à polícia já que a nota não é tua , por isso só posso interpretar que estás a fazer dos outros aqui como parvos e estupidos , não sei se tens interesses directos no assunto , se tens problema teu , se não tens e isso te aflije tanto vai para a rua apregoar e denunciar esse crime hediondo que é o fazer downloads desses ficheiros.

Causa-me confusão que preocupe tanto a um gajo tão vigilante e moralista como tu neste caso dos downloads e já não diga o mesmo dos casos que eu referi antes , por essa ordem de ideias a industria automóvel e os vendedores de carros com velocidade superior à permitida por lei são responsáveis por negligência na morte de quem tem acidentes por excesso de velocidade , é que não se pode apregoar a lei só para o que nos cheira , aliás ninguem interpreta a lei da forma que tu estás a colocar , essa é que é essa.

Se estás ligado ao ramo e te sentes afectado , só tens um remédio muda de ramo.

Não vou continuar esta discussão surda contigo , aconselho-te já que mostras um comportamento moralista e vigilante , a partires então para a acção , pega no código penal e vai então alertar as pessoas dos seus comportamentos “ilegais” :rotfl: , estás completamente errado nestes casos é a sociedade que determina a acção das autoridades e não vice-versa , logo não podes prender no limite um puto por ter roubado um berlinde a outro por isso ser tecnicamente um roubo , acima do código penal está a jurisprudência e o “senso comum” , isto é as orientações da sociedade e por muito que isto te custe esta prática que estamos a falar é generalizada , se gostas de pregar no deserto o problema é teu , eu por mim não te vou dar mais trela neste assunto.

Green Lion, acho que essa insistência no “moralista” já percebemos, escusas de insistir nela, acho que não é por aí e deves rebater os argumentos e não o argumentador. Vales muito mais que isso ;D

O one_o_six apenas refere um facto que é público e óbvio, os downloads são ilegais. Dizeres que “estão na net, eu pago a net, então posso ir buscá-las” é o mesmo que ires comprar artigos roubados, sabendo que são roubados, e dizeres “eu paguei a gasolina do carro que usei para ir buscar os artigos, então não fiz nada de ilegal”.

É claro que as editoras são umas “ladras”. É óbvio que carregam exageradamente nos preços. O exemplo mais óbvio é que os vinis custavam à volta de 10 EUR, e quando se passou para o CD, aumentaram imediatamente para 15 EUR, sendo os CD’s muito mais baratos de produzir.

Dá-me um grande gozo ver as editoras a “ganir” por causa da pirataria, mas os downloads, as fotocópias, as gravações DVD-para-DVD, são todas ilegais. Eu também as faço, por isso não me venham com o argumento do moralismo, mas não deixa de ser ilegal, estamos a tirar dinheiro a outras pessoas que têm aqueles direitos de venda.

A analogia da nota não faz sentido. A que faz sentido é uma espécie de Robin Hood, que rouba por exemplo um banco, faz cópias das notas, cópias perfeitas e indistinguíveis, e deixa as notas num local público, e diz “atenção, eu roubei as notas, estão no sítio X, podem ir lá buscá-las”, e o pessoal vai, ao fim e ao cabo até comprou o jornal que dizia onde é que estão as notas, pagou o bilhete de metro para as ir lá buscar, e os bancos sao uns ladrões ao fim e ao cabo. Isto sim é uma analogia mais próxima da das editoras.

Esqueçamos as grande editoras e pensemos por exemplo num artista qualquer que tenha uma editora própria. Vocês não fazem dowloads de músicas desse artista porque neste caso o dinheiro já vai para ele? Poupem-me…

Nós sabemos que os estamos a roubar, sabemos isso perfeitamente, mas para ficarmos sem sentimentos de culpa dizemos que a culpa é da ganância dos outros, do modelo de venda caduco, mas não é, ao menos assumamos, é um roubo, é exactamente como naqueles anúncios, “você não roubaria um carro, você não roubaria um DVD numa loja”. Como o roubo é indirecto, a probabilidade de sermos apanhados é nula, a cara do roubado não é conhecida e ainda por cima somos estúpidos se comprarmos o produto legal (quantas vezes já li e ouvi isto ::slight_smile: ) então não parece um roubo, mas legalmente, moralmente, tecnicamente, sabemos que estamos a obter algo de uma forma que não é lícita.

É só isso que o one_o_six escreveu, e eu concordo com ele.

Alemid , eu só rebati o que disse o one_o_six no 1ª post dele devido às analogias exageradas que ele fez dando a entender que estavamos perante um crime hediondo , respondo mostrando-lhe outras analogias que poderiam tambem ser levadas à baila e mais importantes.
No 2º post ele falou em roubo técnico , eu continuo a achar excessivo usar a palavra roubo , afinal não são downloads ilegais. :mrgreen:
Eu respondi então aquela parte do roubo técnico em que ele até foi buscar a definição mostrando-lhe se formos por esse lado quantos roubos não há por aí , afinal se fossemos rigorosos e seguissemos à letra a lei então não havia cadeias suficientes para pôr tanta gente na cadeia , afinal todos os dias as empresas roubam os consumidores nos preços , etc… , e outras leis que eu já referi atrás.

Por isso mais importante que o código penal , é a jurisprudência e o “senso comum” , isto é as orientações que a sociedade transmite , por isso que antes da lei actual do aborto ser aprovada as mulheres que o praticavam não eram julgadas , exceptuando aqueles juizes que se esqueciam que mais importante que um código penal , é o que a sociedade transmite.
Logo enquanto a sociedade não considerar os downloads ilegais um roubo , não o serão na prática , e serão apenas downloads ilegais , como tantos outros roubos técnicos que há para aí que temos que pagar diariamente nas nossas contas e não vejo o one_o_six melindrado com isso.

E em relação à nota seguindo por essa lógica , se ficares com ela tecnicamente tambem não é um roubo , afinal ela não é tua , ou a sorte de a achar absolve o acto. :mrgreen:

Não podes comparar os downloads ilegais com o deslocar-se e ír comprar objectos roubados , porque é absolutamente desproporcional.

Pregar falsos moralismos como o one_o_six fez neste assunto quando vendo por esse ponto de vista somos diariamente burlados tecnicamente por carteis e entidades privadas e públicas quando eles fazem o seu “negócio” de nos fornecer bens e serviços é brincar com coisas sérias.

A realidade é como ela é e a sociedade lá terá as suas razões para aceitar esta prática generalizada dos downloads ilegais por muito que custe a alguns , é porque as vantagens se sobrepõem , nomeadamente por causa da oferta.

Já disse o que tinha a dizer não sou eu que vou mudar a realidade nem nunca tive ambições para tanto.

Ponto final , não tenho mais nada a dizer sobre este assunto.

Eu tenho uma ideia bem “cimentada” sobre este assunto, e não será mais este aviso/ameaça que me irá fazer mudar a forma de estar e utilizar a Internet.

Sim faço downloads de material protegido por copyright, sim faço fotocópias de livros, sim tenho k7 e VHS copiados, etc…
Sei que o faço, e não me desculpo por detrás dos preços que são praticados, ou mesmo nos lucros dessas empresas, porque se fosse por aí, tudo o que envolve preços altos, margens de lucros enormes, e grandes facturações e intermediários era motivo de “roubo” da minha parte, por exemplo:

  • A Gasolina é cara e dá margens de lucro bastante altas, e não é por isso que eu meto gasolina e fujo sem pagar.
  • A Roupa é cara, e tem margens de lucro brutais … mas eu pago tudo o que compro.
  • O café, a cerveja, a água, etc… são produtos com margens de lucro brutais … mas eu pago tudo o que consumo …

Ora, isto apenas para dizer que não concordo com a teoria de que por alguem estar a ganhar muito dinheiro com isso, eu não pago mas roubo.

E perguntam voçês, então se és tão certinho e tens essa moralidade toda, porque é que fzes downloads ilegais … ora a minha resposta é simples, porque é fácil fazer, o risco de ser apanhado é minimo, e poupo uns trocos para pagar o tal café e cerveja. Obviamente que no dia em que os ISP sejam obrigados a denunciar quem faz o quê, que o trafego P2P seja de facto identificado, e que as autoridades resolvam atacar nesta “face do crime”, eu deixarei de imediato de o fazer, e passarei a ser selectivo no que oiço, e vejo.

SE me questionarem se acho que o modelo de negócio das editoras devia mudar por causa da Internet, então sou dos primeiros a dizer que sim … claro, que sim! É óbvio que com a Internet e a massificação da banda larga, o negócio da música, filmes etc, terá de passar por formatos económicos e disponibilizados em massa pela Internet.

O custo de fornecer um filme pela Internet é imensamente inferior ao de produzir e promover em todos os países esse mesmo filme. Dessa forma o filme em vez de custar 25€ numa Fnac custaria 3/4€ na Internet.

Resumindo, a pirataria é ilegal, é um crime e todos os que a fazem deveriam parar de o fazer sob pena de serem processados pelo crime que cometem. Querem baixar os preços dos conteúdos, então lutem de uma forma correcta que não seja roubar. Não comprem, não consumam, que os preços terão de baixar, ou os produtores desses conteudos terão de procurar outras formas de vender o seu “peixe”.

já disse isto uma vez e volto a repetir:

vários membros da minha família estão ligadas à industria musical em Portugal. a minha mãe começou a vender discos na Virgin aos 18 anos, na av. Roma, hoje é promotora há já 20 e poucos anos. trabalhou com pessoas desde o António Variações, Xutos, Blind Zero, entre tantos outros. trabalhou também em editoras. o meu pai organizou o primeiro Vilar de Mouros. isto para dizer que estou diariamente envolvida num meio que está profundamente em queda.

não vou referir mais graus de parentesco, mas há uma pessoa muito próxima a mim que é responsavel pelas últimas implementações legais, que trabalha na AFP. vi de perto o esforço que é necessário para entrar em conversações, batalhas legais, inúmeras reuniões, papelada atrás de papelada, muitos dizendo que é uma luta inglória.

os cds são caros? são. vejo isso por mim e a minha mãe que nunca pagou um disco pelas razões óbvias já avisou os seus colegas/amigos, que as editoras têm mesmo que baixar os preços. por outro lado, é inegável, que na Internet se podem comprar músicas ou álbuns a preços bastante acessíveis. muitos dirão “então, mas se eu posso ter sem pagar nada!”. e acho que é aqui que as coisas falham.

quanto às editoras deixem-me acrescentar que a maior parte dos cds que hoje estão nas nossas lojas vêem da vizinha Espanha. quase todas as editoras estão a fechar as suas empresas em Portugal. a Emi por exemplo, tem pessoas que vão de carro a Madrid para ir buscar os ditos. e ainda há outra questão: os artistas estão a pagar dos seus próprios bolsos a produção e distribuição dos seus trabalhos. se isso nos EUA ou no RU é possível, no cenário português é quase impossível.

um pouco também dentro do assunto: o preço dos bilhetes. é estupidamente caro e tem as suas razões de ser: primeiro, é raro o concerto que dá lucro; segundo, muitos dos festivais são pagos não pelas organizadoras, mas por patrocínios; terceiro, os espaços dos concertos têm um custo de aluguer bastante alto (o mais caro é o PA e a seguir penso que é o Campo Pequeno). tenho assistido a inúmeros concertos em que poderia haver casa cheia e não por razões económicas.

aqui fica um trabalho meu para a faculdade, está assinado e contém a fonte. está em inglês, mas acho que quem quiser pode ter uma ideia sobre este assunto :wink:

ps - senão me engano, neste momento só podem ser acusados de pirataria se alguém fizer uma denúncia.


music.doc (23.5 KB)

Carol, acho que normalmente só se é acusado e condenado (como diz o Green Lion, o juiz absolviria noutras situações) se se ganhar dinheiro com a pirataria. Ou seja, se fizeres cópias e as venderes.

Green, o que é isso de “download ilegal” e qual a diferença para “roubo”? ;D - o download é “ilegal” porque o dono dos direitos do filme/música/jogo não o permite, e não ganha nada com isso, logo ao estarmos a fazer download, estamos a diminuir as suas receitas. Podemos dizer que se tivéssemos que pagar então não comprávamos e então as editoras não facturavam na mesma, mas as vendas delas (editoras) desceram certamente, não conheço os números mas é daquelas situações em que não me admirava nada que tenham descido aos 50% ou menos, num país como Portugal em que o dinheiro é pouco, a Internet é muita e é mal visto alguém comprar estas coisas. Acho que agora a maior parte do pessoal só compra para oferecer a alguém num aniversário ou no Natal.

Acho que não adianta discutir com o Green Lion 1906, e nem interessa porquê.
Pelos vistos outros compreenderam o que escrevi, e até se me adiantaram, não me deixando praticamente nada a acrescentar, nomeadamente o alemid (que me tranquilizou; afinal não falo chinês) e o Avantix (que quase me tirou as palavras da boca).
E felizmente a discussão evoluiu para aspectos mais positivos, em parte graças à Karol.
Da minha parte resta isto:

Os concertos não dão lucro? Então porque raio existem cada vez mais grandes promotoras de concertos em Portugal (a última da cisão na Música no Coração), e porque raio Portugal continua a ser de longe o país europeu com maior média de concertos por pessoa? Não dá lucro? Então essas promotoras não vão à falência? :think:

Eu ainda não me debrucei muito sobre o assunto, mas uma coisa parece inevitável: os cd’s (ou outros formatos físicos) já foram, agora são material de colecção que meia dúzia compra. Mesmo as pessoas que não funcionam com a net e mp3, arranjam sempre um conhecido que lhes grave as músicas num cd virgem para pôr a tocar no auto-rádio. As editoras agora se quiserem vendem mp3 na net e já gozam, mas mesmo assim a tendência parece-me clara: a venda de música vai acabar. Já há centenas de artistas e bandas que disponibilizam directamente os seus albuns para download a meia dúzia de cêntimos, ou simplesmente dão gratuitamente.

As editoras já se começam a converter cada vez mais em empresas de agenciamento e promoção de artistas, mas mesmo esse papel começa a ser anulado com o Myspace ou o Youtube que fazem mais por uma banda que qualquer trabalho de bastidores. A mim parece-me bem: acabam de vez os catálogos das editoras, a formatação de gostos ou as boas bandas que ficavam na sombra a tocar no metro porque um tipo qualquer de uma editora achou que aquilo não tinha potencial.

Há uma “democratização”, e cada vez mais um “faça você mesmo”. Um exemplo: todas ou praticamente todas as bandas novas de que gosto na actualidade, surgiram como fenómenos na net, e não pelo caminho tradicional de ascensão e promoção por uma editora. Obviamente quem tem a perder com isto são essencialmente as Britney Spears ou as boys band, que sem as editoras ficam órfãos sem ninguém que lhes componha umas melodias, faça uns penteados e ponha uns anúncios na tv. E eu cheio de pena.

E uma constatação “bairrista”: os The Gift, banda da minha terrinha, eram mesmo tipos à frente do seu tempo. Surgiram em 94 e optaram por nunca ter uma editora, nem um manager sequer. Faziam tudo eles próprios pelas suas mãos e isso não os impediu de ter grande sucesso, mesmo além-fronteiras. Há 10 anos eram os únicos assim, hoje começa a ser a normalidade.

Em relação aos ISPs é muito dificil eles detectarem o trafego ilegal, P2P é legal, como frizaste e bem existem ficheiros legais e as comunicaçoes podem ser encriptadas. Isto tudo dificulta (impossibilita?) o que se quer fazer, na minha opnião.

Outra questão que acho interessante é a duração dos direitos de autores. Não será excessiva? Será justo um autor gozar do fruto que produziu eternamente, será isto um incentivo à inovação? Existem casos em que os direitos duram bem menos tempo…

Não é eternamente que se goza dos direitos. No caso da música, ao fim dum tempo passa a domínio público, e se a tocares de ouvido não pagas, mas se usares uma partitura tens que pagar ao editor da partitura.
Não sei qual a duração dos direitos, mas essa informação deve estar disponível online.