Já muito se falou da pior época da história centenária do Sporting, relativamente ao número de derrotas.
Estou no entanto convicto que metade da indignação actual não existiria, caso o golo de Vinicius no Benfica-Sporting tivesse sido invalidado.
Sim, seria apenas um 3º lugar a uma distância enorme dos 2 primeiros, mas evitava-se a vergonha de ser ultrapassado por um clube com pouco mais de 1/3 do nosso orçamento e a quem o Sporting foi buscar um treinador em início de carreira por mais de 10M.
O 3º lugar lavaria a imagem de uma gestão desportiva errática, que sistematicamente destrói valor, inutiliza recursos próprios e que tem sobrevivido à custa da “herança pesada” que tanto se queixam? Não devia lavar. Este desastre estava anunciado e foi, por quem tem dois olhos na cara e neurónios funcionais e acompanha o clube.
Ainda assim, muitos que se indignam hoje, estariam calados. Não tenho dúvidas. Por muito que a incompetência ( um dos menores problemas dos actuais dirigentes ) seja evidente.
Não deixa de ser natural, dada a componente emocional da coisa. Grande parte dos adeptos “vão conforme o vento sopra”, numa questão de dias. É futebol.
Esta época tem vários aspectos a sublinhar.
1- Maior número de derrotas em todas as competições.
2- Só por uma vez o SCP superou as 10 derrotas ( deste ano ) no Campeonato ( em 1989 )
3- Só em 7 campeonatos, o Sporting teve pior aproveitamento pontual que o da época finda.
Repito, o desempenho da equipa de futebol é mais que esperado, dado um somatório indigno de más decisões e não fruto de questões pontuais que por vezes afectam os grupos de trabalho e os colocam em subrendimento.
Esta miséria reflecte na perfeição a mediocridade da estrutura de futebol, que segue autista e culpando terceiros por insucessos próprios, depois de bater no peito “pela melhor época desde 2002” que não preparou, preparação que diziam, no início do ano, ter sido uma das melhores de sempre, enquanto os adeptos levavam as mãos à cabeça por decisões descabidas e que enfraqueciam consistentemente, a equipa de futebol.
Não sem surpresa, vejo entretanto o Universo Sporting com algum peso mediático, preocupados pelo acessório e com questões laterais e não prioritárias ou mesmo pouco compreensíveis, quando estamos em pela preparação de mais um ano desportivo que se antevê ainda pior que o do ano passado, com as bases do clube em convulsão e os dirigentes ( sempre calçados por uma Comunicação Social que adora um Sporting acomodado, medíocre e que não levante ondas ) a persistirem numa propaganda vergonhosa, com laivos decalcados do Vieirismo, especialista em cartilhas e no fornecimento de gelados com a testa.
Quando derem por ela e muitos mantém-se em cima do muro, sobrarão os escombros.
Uma equipa de futebol cada vez mais frágil e menos activos valiosos ( os mais interessantes são quase todos frutos da tal herança ou da “formação destruída”.
Um clube com menos sócios.
Um clube com contratos milionários em grande parte já antecipados.
Adeptos desligados e sem esperança ( sim, até essa, que foi a luz que muitas vezes ainda segurou o barco ) no futuro.
Não há fé que resista sempre. Até a dos Sportinguistas.