Toda a gente diz que a culpa de a equipa principal do Sporting estar como está é da direcção. Correctíssimo. Assino por baixo. O trabalho da direcção é absolutamente lamentável a esse nível: a equipa principal do Sporting, sejamos claros, não joga a ponta de um corno. E, pior, não se perspectivam, nos tempos mais próximos, melhorias significativas. Mas a questão que tem de colocar-se é esta: a equipa B do Sporting pertence a quem? Terá a equipa B do Sporting outra direcção? Não será a equipa B do Sporting – e todos os seus feitos e a toda a sua qualidade (e até o forcing irredutível para que ela existisse) – mérito do trabalho dessa mesma direcção?
É, de facto, a questão que se impõe – e a maior fuga aos factos de que tenho memória: toda a gente critica os deméritos (absolutos e inegáveis) do trabalho da direcção ao nível da equipa principal de futebol; mas ninguém aplaude os méritos dessa mesma direcção ao nível da equipa B da mesma modalidade. Ou será que não existe esse mérito? Mas, se não existe esse mérito, de quem é, então, nesse caso, o mérito? Do técnico? Então a direcção tinha razão – ao puxar Oceano para a equipa principal. Dos jogadores? Então para quê insistir tanto na mudança de direcção? Basta mudar os jogadores de uma equipa para a outra. E já está.
Mais ainda: acreditando-se que o mérito de um lado não é da direcção, porque é que o demérito do outro é da direcção? Ninguém, até hoje, respondeu a esta questão – como se houvesse uma direcção a dirigir a equipa A e uma outra direcção a dirigir a equipa B. Mas não há. É a mesma direcção. E o fundamental é, efectivamente, perceber o que funciona na perfeição de um lado e o que funciona catastroficamente do outro. Quem perceber isso tem a salvação do Sporting nas mãos.
Equipa B? Qual a relevância disso? A equipa B é uma extensão da A, existe para a servir, para formar jogadores. Perante o descalabro financeiro, a anunciada entrada de uma administração da Banca, a situação desportiva, a alienação da maioria dos activos vamos elogiar a Direcção porque a equipa B está em primeiro lugar?
Prioridades trocadas, o objectivo de qualquer Sportinguista lúcido será procurar soluções para a iminente falência do Sporting Clube de Portugal e não andar a procurar, numa completa desonestidade intelectual, motivos para elogiar uma direcção que está a levar o clube a uma situação insustentável. É um absurdo sequer esperar um elogio a esta direcção com base assente na equipa B.
Eu também abordei a situação desportiva, meu caro - o Sporting não é (é essa uma das mais fortes componentes do seu ADN) só a equipa principal de futebol.
Quanto à questão - “perceber o que funciona na perfeição de um lado e o que funciona catastroficamente do outro” - que coloquei: zero respostas. Nada de novo, portanto.
O erro parece-me assentar no facto de quereres comparar a realidade competitiva da equipa B e da equipa A. A b não tem como objectivo ganhar a segunda liga, mas sim ser um prolongamento do período de formação dos nossos jogadores numa liga forte e integrados dentro do universo do Sporting, o sucesso da equipa B será medido pelo sucesso de integração dos seus jogadores na equipa A.
Obviamente que o Sporting não é só futebol, longe disso, mas de que vale a pena debater modalidades ou formação quando não temos fluxos para suportar contas correntes? Se o futuro deve assentar na integração da formação e se esta opção vai ajudar na redução de custos? Claro que sim, mas isto será sempre uma solução de futuro. Agora a solução que se deve procurar é relativa a problemas imediatos, sendo o primeiro a questão dos Custos de Pessoal e as Contas Correntes. Aceitar uma situação fáustica com a Banca ou procurar alternativas? É esta a problemática a ser debatida e discutida, tudo o resto serão questões acessórias.
Quanto à questão - “perceber o que funciona na perfeição de um lado e o que funciona catastroficamente do outro” - que coloquei: zero respostas. Nada de novo, portanto.
Não inibe, mas não permite retirar grandes conclusões. Para todos os efeitos, o momento actual do Sporting é o resultado de anos e anos do acumular de más decisões, não é preciso ser iluminado para compreender que o que se está a passar actualmente tinha uma elevada probabilidade de acontecer.
Na equipa B tens 3 ou 4 meses de amostra… seguramente que não queres comparar um e outro como se estivessem no mesmo patamar, pois não? Isso seria demasiada desonestidade intelectual.
Quanto à questão - “perceber o que funciona na perfeição de um lado e o que funciona catastroficamente do outro” - que coloquei: zero respostas. Nada de novo, portanto.
O que funciona na equipa B é o prolongamento de um modelo formativo de excelência. A equipa B ganha. Tal como ganhavam os juniores e os escalões inferiores de formação.
Agora, a equipa A funciona nuns moldes totalmente diferentes e num escalão competitivo também totalmente diferente. São realidades distintas. A pergunta que fazes seria o mesmo que indagar qual o processo competitivo do Belenenses porque está em 2º lugar da divisão a que pertence.
Divisões diferentes implicam estratégias diferentes.
Foi-te respondido, tu é que nao queres aceitar, o teu conceito de perfeição é algo apoiado por um conjunto de cerca de 10 jogos na Orangina. Como é intelectualmente desonesto tirar conclusões alargadas com uma amostra tao pequena e incompleta obviamente que as hipóteses de ninguém te responder (da forma que desejas) aumentam… E nem o facto de tentares disfarçar com semântica e retórica irá inverter este cenário.
A questão continua por responder. Mais do mesmo, portanto.
E só para que não se agarrem apenas à equipa B: esta direcção não é a mesma que dirige todas as equipas do Sporting - ou é a direcção exclusiva da equipa principal de futebol do Sporting?
Eis o ponto fulcral, meu caro: porque ganham todas as equipas - excepto a equipa A? É culpa da direcção? Se é, porque continuam a ganhar (como tão bem apontou) todas as outras?
Os juniores do Sporting, na década de 2000, apenas ganharam dois campeonatos. Portanto essa relação linear que apontas não é tão simples assim. Tal como não é simples que o actual momento da equipa B não passe disso: de um momento.
As vitórias da formação não estão ligadas aos resultados, mas antes à qualidade de jogadores que passam para a equipa A. E, nisso, somos, de facto, uma equipa de excelência, que extravasa as más decisões de qualquer presidente. O modelo da formação está para além de qualquer presidente, visto a sua qualidade ter-se mantido regular de há várias décadas para cá.
E mais uma vez, fazes uma comparação que não tem muito sentido. As realidades competitivas são completamente diferentes. O Arrentela, se for campeão da 2ª divisão B, não me parece que seja motivo de pesquisa para o modelo actual dos nossos séniores.
Tal como já disse atrás: realidades diferentes suscitam estratégias diferentes. E os presidentes do Sporting nos últimos - e largos - anos têm sido manifestamente incompetentes na gestão da equipa A. Os resultados estão à vista, não mentem.
Meu caro, não disse nada disso e estás a fazer uma interpretação abusiva das minhas palavras. E até apontas mal o alvo, porque fui um dos que elogiou a gestão inicial desta direcção que, nos primeiros 6 meses, até fez um trabalho meritório. Depois estragou tudo com uma sequência indescritível de más decisões.
Sobre a formação, é ou não um facto que há várias décadas que o modelo funciona bem?
O teu argumento é o mesmo que um gestor chegar a uma empresa onde há áreas que funcionam bem e outras mal. Passado um ano e meio, as áreas que funcionam bem continuam a funcionar bem e as que funcionam mal pioraram. Depois, vem alguém dizer que o senhor até fez um trabalho meritório porque não estragou o que já estava bom.
É esta a tua estratégia de defesa do actual presidente? É muito fraquinha…
Faço as mesmas perguntas que o Paracelsus, porque me recuso a aceitar que te baseies em 10 jogos para assumires como “perfeição” a estratégia para a equipa B. Só um tolo ou um pretencioso o faria.