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Audi admite ter 2,1 milhões de carros com emissões manipuladas
Depois do escândalo da Volkswagen, a Audi revelou esta segunda-feira que também tem vários veículos com equipamento ilegal. Há oito modelos envolvidos.
Audi admite ter 2,1 milhões de carros com emissões manipuladas
A Audi reconheceu esta manhã que produziu mais de 2,1 milhões de carros que contêm dispositivos que permitem manipular as emissões de gases. Esta é a segunda marca do grupo Volkswagen a admitir a existência deste software nos seus motores.
De acordo com a Reuters, que cita um porta-voz da Audi, a maior parte dos veículos com este dispositivo foi vendida na Europa (1,42 milhões), enquanto nos EUA - onde foi desencadeado o escândalo Volkswagen - foram vendidos 13 mil veículos.
Em causa estão oito modelos da marca dos quatro anéis: A1, A3, A4, A5, A6, TT, Q3 e Q5.
No total, a Volkswagen admitiu haver em todo o mundo 11 milhões de veículos, das suas várias marcas, cujos motores têm um software que permite manipular as emissões de gases, reduzindo-as artificialmente e conseguindo assim superar os testes ambientais.
Os papéis da Volkswagen afundam mais de 5,7% para 101,3 euros, para mínimos de quase quatro anos (Outubro de 2010). Desde que o esquema foi tornado público pelas autoridades ambientais nos EUA, os títulos da empresa já perderam mais de um terço do seu valor em bolsa.
Volkswagen demite chefes da Volkswagen, Audi e Porsche
Entretanto esta manhã fontes relacionadas com a empresa citadas pela Reuters referem que a Volkswagen suspendeu os chefes de Investigação & Desenvolvimento das marcas Volkswagen, Audi e Porsche.
O conselho fiscal da construtora automóvel concordou, na passada sexta-feira, em pôr alguns funcionários de licença, sem fornecer nomes, até os detalhes sobre o escândalo das emissões da VW estarem esclarecidos.
A Reuters já tinha adiantado, na semana passada, que a Volkswagen - que tenta desesperadamente recuperar deste escândalo - estava a pensar despedir os executivos de topo. A tarefa não é simples para Matthias Müller, até agora CEO da Porsche e desde a passada sexta-feira CEO da Volkswagen, numa altura em que a marca precisa de recuperar a imagem pública depois do escândalo das últimas semanas.
Müller, que substituiu o antigo CEO, Martin Winterkorn, que se demitiu depois da polémica, enfrenta um enorme desafio: virar, nos próximos meses, a imagem pública e reconquistar os clientes, investidores e reguladores, depois da Volkswagen já ter admitido que alguns carros foram equipados com os chamados dispositivos de desactivação de emissão de gases poluentes em testes de laboratório.
Os investidores receiam que a Volkswagen possa perder milhares de milhões de euros com a recolha de carros e custos judiciais.
Insistindo que os seus carros estão seguros para circular, o fabricante automóvel garante que está a trabalhar para encontrar uma solução técnica para os carros afectados, o mais rápidamente possível, e apresentá-la ao regulador nos próximos dias para poder começar a repará-los.
Na sexta-feira passada, Berthold Huber, presidente interino da Volkswagen, descreveu o escândalo como uma “catástrofe política e moral” para a marca, defendendo que a sua imagem nunca mais será a mesma.