Bom jogo do Sporting. Pena que o resultado não ilustre a superioridade evidente das cores leoninas. Pena também que a arbitragem tenha sido tão desnivelada, prejudicando de forma clara o Sporting. Só os nossos fracos desempenhos europeus nos últimos anos justificam uma arbitragem tão tendenciosa na nossa própria casa.
Sobretudo na primeira parte, voltou a ver-se o bom futebol que o Sporting tem vindo a praticar cada vez com mais frequência. E ao ver este desafio cada vez mais me questiono sobre o que se passou no jogo contra o Marítimo. É que será a única peça que não encaixa nesta sequência de jogos bem conseguidos, ainda que nem sempre resultando em vitórias.
Lembrei-me também, a certa altura, do jogo frente ao Setúbal. É que as situações de golo sucediam-se e não havia forma de a bola conseguir entrar. Valeu aquele momento de inspiração de Viana para que se começasse a repor justiça num resultado precocemente desnivelado.
A verdade é que o Feyenoord praticamente estava em campo como espectador privilegiado de um futebol trabalhado e bonito que o Sporting ia praticando. Os holandeses praticamente não tinham tempo para respirar, morrendo as suas ténues jogadas de ataque logo no meio-campo leonino, a jogar em pressão contínua.
Temi a certa altura que a equipa não conseguisse aguentar aquele ritmo extremamente exigente a nível físico, mas a segunda-parte continuou a mostrar o mesmo Sporting pressionante e cheio de vontade de dilatar o marcador. Acabou por ser a expulsão de Custódio a ditar o final desse Sporting e a dar um novo alento à equipa holandesa.
Não vale muito a pena lembrar a importância que Custódio tem no equilíbrio desta equipa, mas convém dizer que os amarelos que o jogador viu foram extremamente infantil. O primeiro numa entrada perfeitamente escusada a um jogador que demonstrava não saber muito bem como sair daquela situação, e a segunda ao fazer uma falta que não poderia fazer justamente por estar já amarelado.
Antes dessa expulsão, não percebi por que é que saiu Martins para entrar Moutinho. Não é que Carlos Martins estivesse a fazer um grande jogo, mas quando saiu parecia estar a melhorar de produção. Acho que aquele equilíbrio no meio-campo não estava a ser conseguido fruto de excelentes exibições individuais, mas antes pelo colectivo daquele conjunto de jogadores. Quando um se apagava, logo outro se acendia, sobretudo pelo excelente espírito de entreajuda.
Daí também a minha dificuldade em eleger o melhor homem em campo. Viana começou muito bem, mas na segunda parte foi baixando de produção, não se conseguindo livrar de algumas paragens cerebrais que o fazem destruir jogadas com passes disparatados.
Sá Pinto não estava a acertar muito quando fez aquela assistência excelente para Liedson, tendo melhorado a sua exibição desde aí e tendo sido um dos melhores na segunda parte, até pelo que fez defensivamente.
Rochemback terá sido dos mais regulares em campo, ajudando defesa a defesa e o ataque. O seu porte físico é importante num meio-campo algo frágil fisicamente.
Carlos Martins não esteve realmente bem, falhando também no remate, capítulo onde normalmente costuma dar cartas. Pareceu-me algo nervoso.
Custódio mancha uma exibição bem conseguida com dois disparates decisivos no rumo da partida.
Liedson foi incansável, demonstrando estar bem recuperado fisicamente e cheio de vontade de jogar. Pena a sua tendência para algumas quedas artísticas que acabam por o prejudicar quando realmente é carregado em falta.
Na defesa, Polga começou nervoso mas acabou seguro. Enakarhire, igual a si mesmo, continua a transmitir confiança. Os laterais tiveram uma exibição segura, ainda que não ajudando muito o ataque.
Por fim, Ricardo continua a preocupar com as suas saídas disparatadas. Não tem corrido mal ultimamente, mas não dá segurança nenhuma à equipa quando sai aos cruzamentos.
A entrada de Moutinho foi feita com bastante vontade, mas também com algum nervosismo. Continuo sem opinião definitiva sobre este jogador. Tenho é muita pena que não seja mais forte fisicamente. Naquela posição do terreno seria importante.
Apesar de não irmos tranquilos, iremos para a Holanda em vantagem. Se mantivermos este nível exibicional, temos todas as condições de passar. Se é verdade que o Sporting dificilmente mantém a sua baliza inviolável durante 90 minutos, também me parece que o Feyenoord sofre desse mesmo mal. Há que ir para a Holanda com o intuito de marcar.
Penso que uma das causas da má exibição na Madeira, foi o deficit fisico, devido à gripe que se propagou no plantel. Outra causa, foi uma exibição quase perfeita do ponto de vista táctico do Maritimo.