Começo a ficar um bocado farto de vitórias morais.
É um resultado claramente injusto, num jogo que terá uma estatística totalmente desequilibrada para um lado. Pena foi que o marcador não ilustrasse isso mesmo.
Gosto deste Sporting. A atitude está lá e a forma de jogar é agradável. Faltam agora os resultados. E falta também agarrar este momento e fazer desta fase a regra e não a excepção.
É claro que existiram oscilações, mas aquele início de jogo, com uma jogada de perigo por minuto é do melhor que tenho visto esta época. Há ainda que ter em conta que jogámos contra uma equipa totalmente remetida no seu meio-campo, preocupada em eternizar o empate. Mesmo assim, houve trocas de bola entre os jogadores do Sporting e criaram-se diversas oportunidades de golo. É aberrante não termos ganho este jogo.
Do lado mais positivo, destaco sobretudo Enakarhire e Sá Pinto. O nigeriano é daqueles jogadores que, ao contrário dos restantes centrais do Sporting, transmite confiança quando o vejo ir disputar um lance. Se quando a bola está nos pés do Polga dou por mim sobressaltado, Enakarhire já me transmite uma segurança algo rara nesta defesa.
Sá Pinto foi um mouro de trabalho, estando nesta altura num momento de forma surpreendente. Surpreendente também foi a sua substituição, numa altura em que não demonstrava qualquer cansaço, sendo dos jogadores mais interventivos. Mas em relação a substituições, Peseiro tem mesmo muito a melhorar.
Depois houve jogadores que iam alternando o bom com o menos bom. Barbosa foi um deles. Esteve muito em jogo, mas nem sempre tomou as melhores opções. Apesar de tudo, achei que foi assobiado em excesso. O espaço que Barbosa tem para falhar é excessivamente curto para os adeptos.
Carlos Martins e Rochemback também fizeram um género de exibição com altos e baixos. O brasileiro a certa altura falhava cada passe que tentava executar. Quanto a Martins, ainda não regressou ao nível em que estava, antes de se lesionar.
Rogério cumpriu na sua nova missão. Mesmo assim, é um jogador que tem um índice de passes falhados excessivamente alto.
Polga e Rui Jorge fizeram uma exibição certinha.
Ricardo, por duas vezes, falhou. A primeira só não deu golo porque Enakarhire não deixou; a segunda deu mesmo golo. Em jogos como este, em que é chamado poucas vezes a intervir, há que estar bem mais concentrado.
Miguel Garcia não sabe fazer mais. Eforçou-se, mas nota-se que é um jogador que não passa daquilo. Por diversas vezes se notou algumas carências técnicas, ainda que não tenha comprometido a nível defensivo.
Por fim, do onze inicial, Liedson esteve absolutamente desastrado. Não sei o que se passou, mas não me lembro de ver Liedson perder tantos golos feitos desde que entrou no Sporting. Saúdo a forma como tentou marcar golo num lance em que poderia ter-se deixado cair no contacto com o guarda-redes.
Referência ainda para a boa entrada de Moutinho em jogo. Depois de um jogo menos bem conseguido contra o Benfica, é de saudar um regresso bem mais conseguido.
Não será um resultado animador, mas espero bem que a equipa não acuse isso mesmo. O futebol que o Sporting está a jogar, olhando para o que os outros candidatos têm feito, é bem superior. Venham agora as vitórias e que surja finalmente a famosa estrelinha da sorte.