Soluções para o Sporting

É frequente ouvirmos e lermos os Sportinguistas queixarem-se que, apesar da Direcção actual não ser grande coisa, poucas ou nenhumas alternativas se vislumbram. Embora por vezes algo ácidas e injustas, a verdade é que os Sportinguistas em geral não têm sido muito pródigos a apresentar alternativas ao rumo desta Direcção.

Para tentar alterar um pouco esse cenário, lembrei-me de fazer um pequeno ‘ensaio’ sobre um possível rumo alternativo, com propostas concretas e que considero realistas. Tenham em conta que se trata de uma visão pessoal e que não tem ‘ligações’ obscuras seja de que natureza for, movimentos, extrema-direita, etc. ;D Algumas das propostas não estão detalhadas ao pormenor, uma vez que algumas das ideias afirmam acima de tudo uma intenção, outras grandes opções por exemplo, e por aí fora… ainda assim, tentei ser o mais concreto que me foi possível e evitar banalidades e afirmações populistas e demagógicas (não sei se o consegui na totalidade, mas pronto :inde:). Aceito perfeitamente que não estejam de acordo com as mesmas ou que as considerem líricas, esse também não é o propósito deste post, apenas apontar alguns caminhos alternativos. :wink:

Então cá vai:

I - MENTALIDADE SPORTINGUISTA
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Os Sportinguistas querem ver o seu Clube cumprir o sonho e as premissas dos seus fundadores: Esforco, Dedicação, Devoção e Glória.

Assim, a mentalidade consagrada nos pergaminhos do Sporting é a de um Clube que dá sempre o seu máximo, mas que não usa todo e qualquer meio para atingir um fim. O Sporting é um Clube que deve ser muito exigente e rigoroso em tudo o que faz e privilegiar a via do esforço, do trabalho e do sacrifício para atingir os seus objectivos. O Sporting não pode ser um Clube onde exista comodismo a situacões menos boas ou incapacidade em mudar para melhor. Temos de mostrar que queremos e que é possível vencer, seja em que circunstância for, e tem de existir uma revolta interior sempre que confrontados com uma derrota.

A Cultura Sportinguista e o assinalar da sua história centenária devem estar presentes e ser incentivados desde o primeiro minuto a todos os funcionários do Clube, para que se sintam contagiados pelo espírito e filosofia do Clube no desempenho das suas funções. Os Adeptos devem sentir que ser Sportinguista é uma forma de estar na vida e não apenas que se trata de competir com outros 2 rivais por um pedestal de mais-qualquer-coisa.

II - SÓCIOS, ADEPTOS E A RELAÇÃO COM O CLUBE
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SÓCIOS
Quando um Sportinguista se torna Sócio, significa pois que escolhe fazer parte do Clube e que quer participar activamente no presente e no futuro do SCP. Essa escolha, pela importância que acarreta para ambas as partes, deve ser vista e consagrada como uma honra tanto para o Clube como para o Sócio e, desse modo, incentivada a todos os níveis. O Sporting deve apontar para um objectivo de 50 000 sócios efectivos pagantes, o que significa cerca do dobro dos actuais.

[ul][li]Um Atendimento ao Sócio mais célere e personalizado, com prioridade à resolução rápida de pequenos problemas logísticos (p.ex., a autorização de uma máquina fotográfica pessoal através de um pequeno selo emitido pelo SCP que possa ser identificado na revista do sócio à entrada; a colocação de sabonete para as casas de banho que o têm em falta; um problema com a cadeira do estádio do sócio com lugar marcado) e encaminhamento de outro tipo de queixas.[br]
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[li]A figura do Provedor de Sócio, cuja prioridade é a discussão das queixas encaminhadas a partir do Atendimento de Sócios e capacidade de auto-crítica, com publicacão regular no Jornal Sporting. O objectivo é a melhoria progressiva e também dar voz às preocupações e queixas dos sócios que necessitem de investigação interna ou que, pelo seu interesse, suscitem o debate.[br]
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[li]A implementação de um Sistema de Bónus / Pontos, cuja acumulação se traduz em benefícios claros no contexto do SCP.
Assistir a qualquer evento do SCP (jogo de futebol, jogo de andebol, jogo de futsal, jogo de ténis-de-mesa) permite acumular pontos.

  • O número de pontos atribuídos para cada evento aumenta quanto maior o historial de eventos por ano em que um determinado sócio participe.
  • O número de pontos atribuídos tem um extra se o sócio se fizer acompanhar num evento por um não-sócio (p.ex., na compra do bilhete de acompanhante, o sócio deverá indicar o seu número para que seja contabilizado; no caso de ser um sócio com lugar marcado, o seu lugar deverá ser remarcado para onde seja possível estar com o seu acompanhante, ficando esse lugar vago para venda ’normal’ / de ocasião nesse evento)
  • A compra de material relacionado com o Sporting em lojas autorizadas e assinatura do Jornal Sporting também permite acumular pontos[br]
    [/li][/ul]

Os pontos traduzem-se em benefícios à escolha, consoante os pontos acumulados, que podem ir desde uma camisola gratuita, um evento do SCP à escolha de entrada gratuita, a um desconto até 50% no bilhete de época ou o sócio pode escolher simplesmente não usufruir dos benefícios e permitir assim que todo o dinheiro que investiu continue a ser utilizado para o desenvolvimento do Clube. Os Sócios são, deste modo, incentivados a frequentar os eventos e, caso se tornem assíduos frequentadores, poderão vir a pagar p.ex., 7,5 € por jogo de futebol em vez dos 15 € propostos (ver mais abaixo).

As Quotas pagas pelos Adeptos não deverão sofrer qualquer aumento nos próximos anos. A sua distribuição actual de 75%-Futebol : 25%-Modalidades deverá ser alterada para 60%-Futebol : 40%-Modalidades, reforçando assim o investimento extra de quase 1 M€ nas Modalidades do Sporting que garantem hoje em dia a prática desportiva e a competição ao mais alto nível a mais de 3000 atletas todos os anos.

ACTIVIDADES NO ÂMBITO DO SCP
Deve existir um esforço acrescido para discutir a vida e a situação do Clube, actual e passada. Isso pode ser conseguido através da criação de um espaço de debate no interior do Alvaláxia ou em alternativa na sala de reuniões e congressos do estádio onde, mensalmente, sejam convidadas algumas personalidades Sportinguistas para participarem em discussões do género “tertúlia”, abertas ao público em geral. Uma alternativa também viável é fazê-lo no contexto da criação de um ‘Café Sporting’, permitindo assim que seja possível beber um café, uma cerveja ou simplesmente poder estar na conversa um bocadinho com som ambiente, decoração e design inspirados no Clube.

Os Núcleos e Delegações do Clube devem ser apoiados e incentivados, recebendo apoio logístico por parte do SCP para poderem transmitir os eventos do SCP sempre que possível e facilidades (como descontos em autocarros e comboios) para que se possam deslocar até Lisboa para assistir aos eventos do SCP. Têm de existir melhorias na comunicação com estes grupos e realização de mais eventos de natureza social (jantares, galas) com a presença de personalidades do Sporting.

Criacão de uma WebTV de acesso gratuito através do Site com o máximo de eventos do Sporting. O acesso gratuito poderá ser suportado com publicidade de diversos tipos. Uma WebTV não implica a transmissão em directo de todos os eventos, devido a direitos de transmissão, mas tentar-se-á que as gravacões estejam disponíveis logo que possível para poderem ser visualizados.

Apoio às Comunidades do Sporting na Internet, exercendo uma ligação entre elas e o Jornal e Site do Sporting, que terá um espaço onde poderão dar destaques a estas comunidades que dão voz aos Sportinguistas.

As Claques deverão ter reuniões periódicas com os responsáveis do Clube para averiguar necessidades e soluções para eventuais problemas. Deve ser posto de forma muito clara que o Clube não tolera comportamentos violentos das Claques e que não irá dar apoio institucional a actos dessa natureza, podendo mesmo retirar o apoio institucional à claque, mas estará disponível para dialogar e estabelecer compromissos com as autoridades em nome das claques no caso de se verificarem excessos policiais ou perseguições de outra natureza. Da parte do Clube deverá ser assumido o compromisso de ajudar financeiramente as claques em aspectos de logística (como a criação de faixas).

A exploração da marca Sporting deve ser alargada a outros pontos do país com a criação de mais algumas “Lojas Verdes” em centros urbanos relevantes. Deve existir um esforço de criação e divulgação de artigos originais respeitantes ao Sporting.

COMUNICAÇÃO
A política de comunicação com a imprensa deve ser mais agressiva de um modo geral, pugnando o Sporting pela reposição da verdade dos factos sempre que entender necessário. Devem ser evitados os ‘recados’ de um modo geral e incentivada a comunicação compreensível para os Adeptos, explicando o porquê de determinadas decisões. O Sporting não deve perder tempo com artigos de opinião e comentários individuais e concentrar-se sim em combater tentativas de desestabilização que chegam através de notícias sensacionalistas e sem fundamento.

III - FUTEBOL
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No futebol deve ser privilegiada a estabilidade em relação a pessoas competentes e que dão o máximo pelo Clube que representam.

A formação de jogadores, grandemente apreciada pelos Sportinguistas, deve continuar como até agora, com departamento próprio, imune a pressões de empresários e focado na formação de grandes jogdores, mas também de homens com educação. O investimento financeiro na componente formativa não deve ser nunca inferior ao do ano transacto. A categoria de Júniores deverá passar para a parte formativa, implicando a sua retirada da alçada da SAD, passando o Clube a deter a totalidade dos direitos desportivos destes jogadores. A passagem dos jogadores juniores para o plantel principal deverá ser feita através de um acordo com a SAD de contrapartidas para o Clube que poderão passar, por exemplo, pelo recebimento de uma percentagem correspondente à formação do jogador quando este for vendido pela SAD já enquanto jogador sénior.

No futebol sénior, o treinador deve ter liberdade total para gerir o plantel, sendo que deverão ser contratadas pessoas para lugares específicos que o treinador não se sinta capaz de cobrir / necessite de ajuda especializada. Os jogadores jovens deverão continuar a ser protegidos com cláusulas de rescisão elevadas para permitir posicão negocial vantajosa para o Sporting em caso de futuras transferências que, a ocorrerem, só devem ser autorizadas (constando de claúsula no contrato) a partir do momento em que o jogador completa 2 anos no plantel sénior ou, estando no plantel sénior há menos de 2 anos, a equipa atinge o objectivo principal - a conquista do Campeonato. A partir deste ponto, o aceitar de propostas abaixo da cláusula de rescisão depende da disponibilidade ou não do Clube em compensar o jogador para que este aceite permanecer no Clube (ou seja, o Clube só é obrigado a aceitar propostas que ‘batam’ a cláusula, abaixo disso tentará ou não negociar a permanência de acordo com determinados factores). O reforço do plantel com jogadores externos ao SCP deverá ser feito de acordo com uma avaliação rigorosa que consiste na comparação constante do eventual reforço com um jogador de posição equivalente na formação.

A actividade do futebol do Sporting passa pela participação em competições nas mais diversas modalidades, as quais são o ponto alto da participacão dos Sportinguistas na vida do seu Clube. A política de Bilheteira não se deve concentrar unicamente no preço dos bilhetes, mas acima de tudo nas vantagens que a presença assídua pode trazer a quem escolher assistir aos eventos do Sporting. A ‘militância’ é algo que deve ser incentivado e não exigido.

  • Bilhete Anual – Os precos devem subir, no mínimo, para os cerca de 225€ (actualmente são 85€), i.e., cerca de 15 € / jogo. Os 15 € representam a possibilidade de poder assistir ao jogo não correndo o risco de ficar de fora caso a lotacão esteja esgotada e, simultaneamente, de poder escolher o seu lugar antecipadamente na localizacão pretendida. Os sócios, dado o seu estatuto, deverão ter preferência de compra e escolha durante duas semanas, a que se seguem a abertura a todos os adeptos.

  • Bilhete de Ocasião – Preco mínimo não deve ultrapassar os 15 € (ou seja, deve existir sempre um conjunto de alguns milhares de bilhetes a 15 € que pode variar de jogo para jogo) e o máximo determinado pelo jogo e zona do estádio, mas sem que a diferença em relação aos 15 € de mínimo seja superior a 45 € (3x o preço mínimo). O preço deverá ser igual para todos, sócios e adeptos, sendo que os sócios têm sempre a possibilidade de acumular os pontos.

Os Sócios e Adeptos devem sentir um hábito em ir aos jogos de futebol e não um esforço extra. Só assim sera possível estimular a militância dos Sportinguistas, i.e., dar-lhes liberdade de escolha sem que isso signifique um abdicar total de rotinas familiars e profissionais previamente estabelecidas. Deste modo, pelo menos 1/3 dos jogos (5J) em casa deverão terminar antes das 20:00 e pelo menos 1/3 deverão ser a um Sábado. Quando um jogo ocorrer a um Domingo, não deverá ter início mais tarde que as 20:00. Deverá tentar evitar-se ao máximo jogos à 6a e 2a feira. Estas condicões deverão ser negociadas com a Olivedesportos, mesmo que isso implique algum grau de redução no valor pago pela transmissão televisiva desses jogos.

A nível de Liga, o Sporting deve defender sempre a verdade desportiva e a punição impiedosa de todos aqueles que não seguirem as regras, não se deixando atemorizar por climas de corrupcão e de guerrilha. O Sporting deve mostrar sempre respeito, mas também exigir respeito em igual proporção dos seus pares e das estruturas que regem o futebol português. Essa defesa dos interesses do SCP deve ser feita agressivamente através do Dpt. Comunicação e não do treinador ou presidente.

IV - MODALIDADES
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Uma vez que existe uma enorme vontade de muitos Sportinguistas para assistir a determinadas Modalidades, deve ser-lhes proporcionada essa oportunidade. Para tal, a construção de um Pavilhão é fundamental. A construção da estrutura deverá ser negociada com a Câmara Municipal de Lisboa e iniciada logo que possível. O custo da estrutura não deverá ultrapassar cerca de 3 M€ e tentar-se-á arranjar apoios e patrocínios que estejam interessados no naming do pavilhão e também na realizacão de outros eventos por parte de outras entidades que possam contribuir para a manutencão e financiamento da sua construcão.

O sistema de pontos / bónus e benefícios para os sócios com presença assídua nestes eventos deve existir na mesma medida que no futebol.

A criação de Modalidades deve existir com componente formativa e sénior sempre que possível, dando assim a oportunidade de existir uma continuidade na prática de um desporto. Consoante os patrocínios e receitas de cada Modalidade, assim se determina o maior ou menor investimento a nível sénior, já que esta componente exige o pagamento de salários aos atletas, algo que não existe na componente formativa.

V - SAD
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A estrutura accionista da SAD deverá ter o Sporting na sua categoria de clube fundador na participação minima de 15%, permitindo assim a máxima participação de accionistas e investidores que queiram associar-se ao desenvolvimento e sucesso do futebol do Sporting. O Sporting deverá pois vender toda a sua participação restante nos 60 e tal % que representa actualmente. O investimento da parte do Sporting para o capital da SAD será composto por 60% das quotas dos sócios todos os anos.

A SAD, enquanto detentora dos direitos do plantel senior, deverá continuar comprometida a dar contrapartidas financeiras ao Clube Sporting pela utilização do Estádio (mínimo de 5 M€ / ano) e pela utilização da Academia (mínimo de 1 M€ / ano). Em compensação, todos os direitos televisivos ou outros relacionados com o futebol que sejam actualmente propriedade do Sporting deverão passar para a SAD e ajudar a suportar os investimentos e os custos da mesma.

VI - CLUBE
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O Clube Sporting possui uma situacão desconhecida que convém clarificar para ser possível traçar cenários realistas. Caso ainda não tenha sido efectuada uma auditoria, esta deverá ser realizada com a maxima brevidade possível a todas as empresas do Clube, com excepção da SAD (a qual já é auditada para além de observada pela CMVM). O objectivo é o de evitar erros cometidos nos últimos 15 anos e que deixaram o clube numa situação que não corresponde de todo à prevista. Neste sentido, 2 cenários se apresentam: o Clube tem hipóteses de reaver algum do património não-desportivo que vendeu, exercendo assim a cláusula de recompra sobre as estruturas que tenham potencial de rentabilização, incentivando a sua utilização e exploração e/ou alugando-as; o Clube não tem hipóteses de reaver ou as estruturas não têm potencial de rentabilização e nesse caso, o Clube deve concentrar-se no Património que ainda possui e tentar rentabilizá-lo para que a dívida bancária possa ser gerida sem demasiados estrangulamentos.

Em qualquer dos cenários, deve existir uma atitude no sentido de renegociar a dívida bancária do Sporting, para que o estrangulamento resultante das suas obrigações seja o menor possível. O Sporting deve lutar pela não interferência dos bancos nos processos de gestão corrente do Clube, algo que só ao Clube diz respeito.

O Estádio e Academia deverão continuar a fazer parte do património do Clube, para que não haja o risco de serem geridos exclusivamente por terceiros e para que, em caso extremo do Clube se ter de ‘desfazer’ desses activos, esse processo possa trazer benefício a 100% para o Sporting e não repartidos por terceiros.

© Paracelsus 2008

Ena! Uma Constituição para o Sporting.

No geral, estou de acordo.

Dúvidas:

  • não percebi muito bem porque queres aumentar o bilhete de época para 225 € . Concordo e já aqui escrevi que não é preciso que a diferença entre o “bilhete médio por jogo” da GB e o bilhete avulso sejam a brutalidade que são hoje. Mas porquê diminuir a diferença por um forte aumento da GB? Por outro lado - e também já o escrevi - não acho que os não-sócios devam ter acesso a bilhetes de época ou GB. Não faz sentido nenhum e só desvaloriza a figura do sócio.

Omissões:

  • penso que uma das coisas mais graves no nosso clube (e não só nele) é a falta de mecanismos de controlo e de transparência. Para além da figura do Provedor, seria importante consagrar a obrigatoriedade de auditorias exaustivas períodicas a todos as instituições (clube, SAD, empresas) do “Universo Sporting” e pensar em mecanismos mais regulares de informação aos sócios e ao público em geral - por exemplo, criando-se “watchdogs” i.e. associações independentes de sócios com prerrogativa de solicitarem e divulgarem informação.

  • também a rever são os actuais desequilibrios no número de votos. Percebo que isto seja mais difícil - quem é que vai votar a favor de perder votos? - e é óbvio que não se pode aplicar o princípio “one man, one vote”. Mas nada justifica a disparidade brutal no número de votos que existe hoje e que é dissuasora da participação dos sócios mais jovens. Aqui há uns tempos, vi uma proposta (penso que do Incitatus ou do FLL) que me parecia razoável: qualquer coisa como 1 voto até aos 2 anos de filiação, 2 votos entre os 2 e os 12 anos de filiação e 3 votos a partir de 12 anos de filiação.

De qualquer, parabéns pelo esforço :great:. Vou tentar acrescentar mais sugestões à medida que me for lembrando.

Obrigado, esqueci-me dessas duas propostas, com as quais estou plenamente de acordo. :great:

Quanto à tua dúvida, a minha ideia é a seguinte:

Colocar a Gamebox a um preco abaixo dos 100€ ou lá próximo faz com que o adepto compre a Gamebox sem sequer pensar se vai a 5, 10 ou 15 jogos, o que provoca uma taxa de ocupacão mais baixa e diminui o número de lugares disponíveis para venda ocasional… ou seja, um lugar desperdicado. Um preco mais alto é dissuasor e faz com que as pessoas pensem muito bem antes de comprar o bilhete de época. Querem ter a certeza que não ficam de fora, querem um lugar fixo e não passar tempo a comprar bilhetes? Então compram a 15€ o jogo. Querem comprar jogo a jogo a 15€ o bilhete, tudo bem, mas aí não têm lugar fixo, não têm a certeza sequer se têm lugar ou bilhete a esse preco e têm de passar tempo na fila. Aceito que 225€ seja alto e talvez 150€ (10€ / jogo) possa ser um meio-termo aceitável.

Em relacão a serem apenas os sócios a comprarem bilhete de época, acho esse estímulo um pouco perverso, porque significa que na realidade não pagas os 225€ de bilhete, mas sim 225€ + quotas obrigatoriamente, e também porque penso que os benefícios de sócio seriam suficientemente elevados (por exemplo, alguém que vá aos 15 jogos numa época pode descontar 50% da Gamebox que fez ficando a 112,5€) para justificar que um adepto comum que quisesse ter a Gamebox pensasse duas vezes se não queria ser sócio antes de mais. Mas a tua ideia também é perfeitamente aceitável.

Não percebo muito bem esta embirração com a não ocupação das GB. Percebia se estivessemos numa situação tipo Real ou Atlético de Madrid, em que quase todo o estádio está ocupado com bilhetes de época nos jogos do campeonato; ou então se os bilhetes avulsos esgotassem com regularidade. Se isso acontecesse e se houvesse pessoas que não conseguiam entrar enquanto outras que não aproveitassem as GB até percebia a coisa.

Mas a realidade do Sporting é muito diferente. Mesmo que aparecessem todos as GB, com os actuais níveis de venda de bilhetes avulsos não teríamos assistências de mais de 35000 pessoas - bem longe da lotação do estádio. Neste cenário, qual é o mal de alguém se predispor a pagar ao clube a GB mesmo não aparecendo? Não faz sentido nenhum penalizá-la!

Acho que primeiro temos de a) aumentar a venda de GB e b) aumentar a venda de bilhetes avulsos. Depois, quando começarmos a ter lotações da ordem dos 45000, podemos preocupar-nos com as GB não ocupadas. E aí pode-se fazer uma coisa muito simples - como se faz, de resto, já no Atlético de Madrid, por exemplo: se o detentor da GB não quiser/puder ir a um determinado jogo, vai ao site ou telefona para o clube e permite que esse lugar seja vendido como bilhete avulso para esse jogo - recebendo um x (em desconto no bilhete de época no ano seguinte, na loja do clube, etc.) dessa venda.

Mas até lá…

Ah - e a ideia de abolir o nome estúpido de Gamebox parece-me de bom senso. Qual é o mal do tradicional “cativo”?

Já agora, o meu contributo de proposta para a política de preços. Baseia-se num post que escrevi há uns tempos em:

http://www.forumscp.com/index.php?topic=11382.60

Deve ser praticada uma política selectiva de baixa de preços que favoreça claramente e acima de tudo os sócios e depois os mais jovens (espectadores com menos de 25 anos) e os mais velhos (espectadores com mais de 65 anos), tudo isto mantendo preços elevados para os não-sócios que ocasionalmente vão a Alvalade.

Assim, um preçario justo para os jogos no Estádio José Alvalade – que tem que ter como princípio que é sempre claramente mais vantajoso ser sócio - teria os seguintes principios:

  • As GB sócio podem manter o preço actual, obviamente actualizado anualmente em função da inflação/aumento médio dos salários no país. A GB oferece actualmente um preço justo para ver uma equipa que luta pelo título nacional e aspira a fazer brilharetes na Europa. O “bilhete médio” garantido pelas GB (p.ex. os actuais € 7/jogo para uma GB Liga numa Superior) deve ser assim a referência para calcular os preços dos restantes bilhetes.

  • Os sócios nunca devem pagar mais do que o dobro do tal “bilhete médio” da GB para assistirem a um jogo na mesma bancada. Não só a condição de sócio deve ser valorizada como o envolvimento dos sócios nos eventos desportivos do clube deve ser um objectivo primordial. Não faz sentido excluir um sócio através de preços exorbitantes só porque este não quis ou não pôde aderir à GB.

  • Os menores de 25 anos, tanto sócios como não sócios, deviam ter um preço reduzido tanto nas GB (no caso dos sócios) como nos bilhetes avulsos (todos). É nas idades mais jovens que se criam os hábitos de ida ao estádio. Garantir a renovação do público deve ser uma preocupação fundamental e isso passa por garantir que não são excluídos aqueles que ainda não têm rendimentos próprios ou que têm os tostões contados (p.ex. os jovens em início de carreira, os trabalhadores-estudantes, os estudantes de famílias com menores recurso, e/ou os sportinguistas que estão deslocados a estudar em Lisboa). Os descontos deveriam ser na ordem dos 50% nas GB/bilhetes avulsos para os sócios e dos 25% nos bilhetes avulsos para os não sócios.

  • Os maiores de 65 anos também devem beneficiar de preços reduzidos nas entradas - novamente discriminado entre sócios e não-sócios, sempre claramente a favor dos primeiros. A reforma acarreta para muita gente uma perda considerável do rendimento disponível e não é justo que um sportinguista tenha de romper com o hábito de uma vida por já não poder pagar a entrada. Por outro lado, a tendência das pessoas para ficarem em casa à medida que envelhecem é grande, pelo que o desconto pode ser visto como um prémio de fidelidade ao clube e uma forma de valorizar os mais velhos e encorajá-los a que não rompam a ligação ao clube. Os descontos seriam semelhantes aos dos menores de 25 anos.

  • Os preços para não sócios entre os 25 e os 64 anos deve ser elevado. Este facto justifica-se por dois motivos: ou se está perante um visitante ocasional adulto que não é do Sporting e então não existe justificação para um tratamento preferencial; ou então esse visitante é do Sporting e/ou visitante regular - e então tem a obrigação moral de se fazer sócio, podendo então beneficiar das condições favoráveis reservadas aos sócios. Nisto importa igualmente promover a figura do sócio correspondente para os e as sportinguistas que vivem longe de Lisboa.

  • Extinção da “GB adepto”, que é contraproducente no que respeita à captação de sócios. Tudo somado, um sportinguista que opta por uma “GB adepto” está a fazê-lo para poupar uns €5-€6 por mês de quotas. Tirando situações de dificuldades financeiras, é uma atitude incompreensível e que deve ser dissuadida em vez de encorajada.

Paracelus desculpa dizer-te mas que jogos é que tu andas a ver? Ou esta ideia de que existem muitos sportinguistas interessados nas modalidades é feita a partir as amostras deste forum (quem normalmente tem meia duzia de posts nessas seccoes) ? O pavilhao é essencial mas para os jogadores e nao para os adeptos. É obvio que o clube deve cativar gente para os pavilhoes mas actualmente a construcao de um pavilhao só se exige para os jogadores , pois os adeptos semana apos semana apos semana nem vê-los nos pavilhoes…e isto tem muito pouco a ver com a localizacao. O belem leva ás vezes mais gente nos seus jogos fora aqui na zona de lisboa , do que o sporting tem nos jogos em casa. É uma realidade triste , e os adeptos aqui fazem claramente parte do problema.

Estamos a falar de um pavilhão para, no máximo dos máximos, 2000 pessoas de assistência. Não estou a falar de coisas megalómanas, mas o mínimo de condições têm de ser garantidas.

Tens alguma razão e talvez fosse preferível pegar por uma ponta e ver no que dava… eu é que já estava a puxar por todas as pontas ao mesmo tempo (benefícios para sócios e preços de bilhetes normais mais baixos → maior procura global → preços mais altos). 8)

E já agora, o nome Gamebox é de facto mau. ‘Box’, ‘pack’, etc, são tudo nomes péssimos… o Sporting não é um Clube de Saldos. ;D

Em primeiro lugar, parabéns ao Paracelsus pelo tópico. Excelente exposição das ideias, não concordo com todas mas partilho de grande parte da sua visão para o futuro do Sporting. Uma das suas ideias com que não concordo tem a ver com os preços dos bilhetes, onde partilho da visão do Petrovich (outro forista que dá gosto ler pela lucidez e clareza que caracterizam as suas intervenções).

A outra ideia com que não concordo é a perda da posição maioritária do Sporting na SAD. Percebo a ideia mas não consigo concordar, talvez devido a uma visão mais romantica do Clube. Sou a favor da libertação de parte das acções que o Sporting tem em seu poder mas com o Clube a manter a posição maioritária, isto é, os tais 50.01%.

Quanto ao resto estou de acordo com praticamente tudo. E novamente felicito o autor pela qualidade do texto!

Creio que aqui entra muito a situacão actual do Clube, a qual só se vai saber com uma Auditoria.

Explicando, acho que a pior solucão é a indefinicão e as meias medidas, pelo que os 50.01% são sempre, para mim, a pior de todas as alternativas. Voltando à situacão do clube, se o cenário for a tal ponto que se verifica que não vale a pena recuperar parte do património não-desportivo vendido, então penso que a solucão passa por recuperar a totalidade das accões da SAD e retirá-la de seguida da bolsa. O Sporting, apesar de ficar dependente quase em exclusivo da sua componente desportiva, é dono e senhor do seu próprio destino e 100% beneficiário de qualquer negócio que seja feito com outras entidades. Por outro lado, se se verificar que existe património que vale a pena recuperar, então penso que o esforco financeiro deve ser feito nesse sentido e, nesse caso, manter a maioria na SAD seria um esforco extra que poderia não compensar por ser demasiado estrangulador (porque seria preciso endividar o Clube mais um bocado para acompanhar a parada dos futuros VMOCs)… pronto, pode argumentar-se que os VMOCs não são uma realidade, mas estamos a jogar aqui com uma situacão um bocado incerta, porque não sabemos como é que estão os acordos entre o Sporting e os bancos em relacão a este e outros assuntos. Concluindo, neste segundo caso em que o Sporting tem de fazer um esforco extra para manter a maioria na SAD, penso que a pior das solucões é manter a coisa pela metade e talvez o melhor seja mesmo deixar o capital entrar e que o futebol seja realmente gerido como um negócio, uma vez que já é encarado dessa forma.

Não sei se me fiz explicar da melhor forma… :-\

Concordo e é muito bem pensado que é preciso uma definição clara e definitiva sobre este assunto. É um erro estratégico grave continuarmos a fingir que o clube controla o seu futebol quando na verdade as decisões tem cada vez mais de ter em conta outros interesses - os “interesses dos accionistas” que tanto preocupam FSF - que podem não ser coincidentes com os do clube.

Um exemplo óbvio deste conflito de interesses é o da participação da Olivedesportos na SAD. Quer se queira, quer não, esta participação condicionará sempre a obtenção de contratos televisivos mais vantajosos por parte do Sporting - seja na consideração de ofertas e na negociação com outras empresas, seja na renegociação dos contratos com a própria Olivedesportos.

Em teoria, sou completamente a favor da recompra das acções da SAD pelo Sporting e da sua retirada da bolsa. Além dos encaixes de capital pontuais derivados da alienação das acções do clube, os ganhos da criação da SAD foram praticamente nulos. Não se traduziu numa gestão mais competente do futebol, fosse no plano das aquisições, fosse no plano estritamente desportivo (blindagem de balneário, gestão de conflitos, impermeabilidade a pressões de empresários, obtenção de títulos de campeão com regularidade, etc.). É certo que, por um lado permitiu algum acréscimo de transparência, pela obrigatoriedade de publicação de Relatórios e Contas e de declaração de aquisições e alienações de passes de jogadres à CMVM. Mas em compensação criou uma estrutura sobre a qual os sócios não têm qualquer poder de escrutínio e cuja sintonia de interesses face ao clube é cada vez mais precária.

Mas tudo isto esbarra nos custos elevados de uma operação de recompra. E daí não perceber muito bem a tua posição. Temos poucos recursos e concordo contigo que a prioridade deve ser dada à recuperação do património não-desportivo rentável, se tal for ainda possível e compensar. Só que se o clube já não conseguir recuperar o seu património não-desportivo (ou os custos dessa recuperação forem demasiado elevados), ficamos sem nada - e então como é que vamos financiar essa operação de recompra?

Compreender a importância dos sportinguistas, todos, mas dando enfase à necessidade de aumentar o contacto com o clube, aumentando exponencialmente o numero de associados efectivos (pagantes).

Aumentar o valor da quotização mas reduzir nos ingressos.

Acabar com a SAD a prazo (3 a 5 anos), fazendo regressar de imediato para controlo do clube o futebol juvenil, mantendo todas as estruturas fisicas.

Assumir uma politica de venda de jogadores (não publicamente) como forma de resolver os problemas financeiros do clube e fonte futura de receita para reinvestimento desportivo (futebol e modalidades).

Eu sinceramente não me parece boa ideia neste momento comprar património não desportivo… A não ser que fosse uma excelente oportunidade, com os custos abaixo do habitual devido à crise. No entanto, dado o endividamento que o Clube leva, que ninguém sabe de quanto é mas todos sabem que é grande, estar a investir em património nesta altura não me parece a melhor opção.

100% de acordo. Sempre achei que os sócios são pouco valorizados pelo clube. Os sócios deviam, por exemplo, sentir que vale a pena comprar na loja oficial do clube. Segundo creio, há um desconto de 10% nas compras acima de 50 euros. Esse tipo de benefício devia ser alargado. Se fosse mais barato comprar um simples cachecol ou um pin ou um boné na loja do Sporting só por se ser sócio era certo que as vendas aumentavam de imediato.

Os núcleos também devem ser incentivados. Todos os anos o jogo do “dia dos núcleos” é uma festa, que devia e podia acontecer mais vezes.

A questão das gameboxes é mais complicada. Se elas aumentassem tanto muita gente deixaria de comprar (os tempos que correm não são fáceis) e parece que o clube aposta na venda antecipada dos lugares, que é uma verdadeira apólice de seguro contra as más assistências. Embora me entristeça, prefiro ter 40.000 lugares vendidos, entre bilhetes e gameboxes e 25.000 pessoas no estádio do que 25.000 a assistir e 25.000 bilhetes vendidos. Por outro lado, além da gamebox os sócios ainda pagam 13 vezes 12 euros por ano, ou seja, 156 euros de quotas. Esse é um custo suplementar a não esquecer.

1000% de acordo. Já disse várias vezes que os jogos de noite devem ser a excepção e não a regra. Se mesmo numa liga como a NFL, que é suposto ser o cúmulo do profissionalismo, quase todos os jogos são ao início da tarde, não vejo porque é que a Liga Portuguesa as coisas têm de ser diferentes. Idem para os campeonatos de Inglaterra e de Itália. Quantas vezes o Man U ou o Arsenal ou o Inter ou o Milan não jogam às 3 da tarde ou, no caso dos ingleses, mesmo às 12h45? E este aspecto está relacionado com o incentivo aos núcleos. Há gente que vem de muito longe para ver o Sporting. Deixem-os chegar a casa a horas de gente.

Um óptimo texto, com muitas coisas que nos fazem pensar.

Logicamente que não leste o resto.

Se um Sócio comprasse uma Gamebox a 225€ em vez dos 85€ actuais e fosse a 15 jogos (ou seja, todos), teria um desconto de 50% na Gamebox no final da época, i.e., o preço final da Gamebox ficaria nos 112,5€. No caso de um Adepto não-sócio não existiria esse desconto, tendo sempre de pagar os 225€.

Ou seja, o que proponho não é encarecer a Gamebox sem mais nem menos, é encarecê-la em proporção com a falta de ‘militância’ aos jogos… se comprares e não fores aos jogos, pagas tudo, mas se fores aos jogos que compraste, pagas metade do valor (pouco mais que os tais 85€).

na conjuntura actual, acho que o Sporting, para resolver (ou começar a resolver) os problemas, tanto de militância, que depois agravam a financeira, e também esta, tem 2 alternativas, no que ao futebol diz respeito.

Ou muda a hora dos jogos, para fins de semana à tarde, quando as pessoas gostam de ir à bola, ou baixam os preços.

Porque eu, neste momento, não tenho capacidades nem disposição para largar 20 euros para ir ver um jogo às 9 da noite.

Quanto custa ao nível juridico e ao nível da recuperação das acções no mercado uma extinção da SAD? E quais os seus beneficios adimitindo que o SPorting não perde a maioria? Acho que são custos a mais, para beneficios a menos. Isto claro se o Spoting não vier a perder a maioria, como espero que aconteça.

Acho que o Rui estava a falar da extincão da SAD em sentido mais ou menos figurado, já que a extincão literal da SAD implica a extincão literal do futebol.

Para recomprar a SAD o Clube teria de endividar-se um pouco. Estando as accões a 1,38€ e imaginando que o Sporting recomprava os 31,4% que lhe faltam (6 593 768 accões), estamos a falar de cerca de 10 M€. Mesmo que a cotacão subisse acima dos 2 € por accão nunca iria ultrapassar os 15 M€.

Não me parece uma fortuna e teria as suas vantagens, já que os investidores não têm sido aquilo que se esperava (ou seja, o Sporting não tem saído beneficiado), o Clube fica numa posicão neocial mais vantajosa face à Olivedesportos que deixa de ser um dos principais accionistas), a estrutura do futebol pode diminuir custos já que passa a fazer parte do Clube e deixa de ter de pagar rendas ao Clube de vários milhões de euros e ainda se diminui os custos por deixar de se pagar as taxas de manutencão da SAD na Euronext.

Conheço muitos que não vão por não existir um pavilhão em Alvalade. Quando a tradição de acompanhar as modalidades renascer, não faltarão adeptos. Mas é para que tal aconteça é preciso um pavilhão junto ao Estádio. Eu quando comecei a ir à Nave apanhava o 7 na Praça do Chile e saía praticamente à porta. Não é a mesma coisa que ir para Loures ver o futsal ou à Parede ver o hóquei (quando havia).