Ser adepto não é ser uma besta!

É normal um Sportinguista ser anti-benfiquista ou anti-portista.

Faz parte do nosso ADN.

Daí que por aqui usemos alguns epítetos e mimos para com os nossos rivais que desejavelmente não deverão, não deveriam passar disso mesmo, palavras.

No entanto, hoje em dia, não sei se por influência das redes sociais se dos problemas da vida quotidiana, uma ida à bola resulta, muitas vezes num confronto em potencial contra quem defende cores e emblemas diferentes dos nossos.

Já tive más experiências nas idas a Alvalade com adeptos de outras equipas e até com adeptos nossos só porque discordei da opinião que uns tinham sobre um jogador que na altura era nosso jogador.

Como já escrevi aqui, deixei de ir ver jogos de futebol com a família porque não suporto ver a minha mulher e as minhas filhas serem chamadas de tudo menos mãezinhas só porque trajam cores diferentes.

É verdade que só vai lá quem quer, até é verdade que quase todos os clubes têm nos seus emblemas “beasts” como símbolos das suas identidades.

A notícia que replico abaixo fez-me abrir este tópico para reflexão de todos nós.

Quando uma criança de 8 anos é alvo de insultos racistas e ameaçada de morte só porque veste as cores dum Clube rival, algo de muito errado se passa na nossa sociedade e nos meios futebolísticos em particular.

Eu ainda acredito que é possível todos sermos adeptos, amarmos um Clube sem sermos umas bestas.

E vocês?

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Lamento, mas é impossível.
Principalmente aqui em Portugal ( não só como é obvio) …é a triste realidade.

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Já tinha colocado e comentado essa notícia no Futebol Espanhol, é absolutamente chocante, energúmeros de merda esses adeptos do Atlético…

Creio que também será muito por aí a razão do futebol feminino estar cada vez mais em alta, pessoas (famílias) que gostam de assistir aos jogos de futebol mas que não se querem meter em confusões.

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Já levei nas trombas depois do 3-1 na lixeira em janeiro de 2005, apenas porque eu e o meu irmão tínhamos um bocadinho do cachecol à mostra. Já vi um nosso ser assinado em directo na TV nas bancadas do Jamor, e ainda hoje ouço cânticos de claque orgulhosos com terem morto uma pessoa.

Mas também já vi guerras de claques nossas, já vi o Directivo a nascer e a distribuir bonés ao pé do Estádio, e alguém da Juve a bater num velhote que aceitou e estava a usar o boné. Já vi idosos e crianças serem enxovalhados no Alvaláxia por terem a cor “errada” vestida. Já vi claques a intimidar opositores da direcção.

E também me lembro que quando levei nas trombas, enquanto estive no estádio deles, festejei os golos, saí no meio deles, e com a azia toda que eles deviam ter, os comentários que tinham para comigo era para dar os parabéns, nada de insultuoso nem provocatório. Foram 3 animais que andavam em patrulha nos estacionamentos que nos atacaram numa zona isolada.

Portanto acho uma boa reflexão, mas infelizmente condenada ao insucesso. Há bestas em todo o lado, e que só se identificam com conflito, com um inimigo. E não vão mudar.

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Isto faz-me lembrar este vídeo :sweat_smile:
Fui ver esse derby, com a minha esposa lamp, vestida à lamp.
Sinceramente, foi uma experiência muito boa para ela (nem falando do resultado, que perdemos 4-2).
Vimos vários sportinguistas a sair mais cedo, quase todos passavam por ela e davam os parabéns pela vitória.
Até fiquei parvo. Não há regra sem exceção ahah

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Uns quantos, poucos, que estragam para todos os outros.
A maioria das pessoas nâo quer ou arranja problemas, é esse o lado positivo.

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Não são assim tão poucos… é uma questão de cultura, educação e civilização.

Eu nunca quis que meu filho jogasse futebol porque dos jogos que assisti de filhos dos meus amigos deu para perceber o que vem dali.

Sim, os pais são culpados e muito… começa logo por aí.

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Eu joguei para aí uns 15 anos e tenho 2 filhos a jogar, não acho que a culpa esteja “dentro” do futebol a civilização é que está podre… Até em reuniões da escola há pais a pegarem-se!

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Com os meus 14 ou 15 anos, quando comecei a ir ao “velhinho” Alvalade com os amigos (era diferente de ir com adultos), já havia porrada. Pior ainda quando comecei a ir para a Superior Sul e circular junto ao Estádio com a Juve.

Mesmo nos transportes públicos cheguei a ter problemas. Mas também os criávamos, não é por aí.


É um facto. E normalmente os miúdos são as vítimas. Mas os treinadores também ajudam muito à festa. Desde gritos do banco, a intimidação, a “ensinarem” merdas a putos pequenos, como atirarem-se para o chão, simularem merdas, gritaria a pedir mais agressividade (e não é no bom sentido). O que também não é novidade, há 30 anos já era assim.

Já agora, duas histórias, uma com um árbitro, outra com progenitores.

Uma vez, enquanto via um jogo do meu mais velho num campo “complicado” (uma aldeia em que o futebol dos putos é religião - e comportam-se como fanáticos), estava eu atrás de uma baliza e numa jogada do meu filho, gritei “boa, bem jogado!”. Vem o árbitro ter comigo e reprende-me, dizendo que a próxima vez que abrisse a boca, pedia aos delgados da casa que me expulsassem ou chamassem a GNR. Eu fiquei a olhar para ele, os pais dos da casa atrás de mim a rirem-se a dizer-me que o “gajo é maluco”. No final do jogo tentei, quando passava por mim para os balneários, perguntei ao cavalheiro porque tinha feito aquilo e se tinha ouvido o que eu tinha dito. respondeu que os espectadores não podem falar com os jogadores e pronto, ele é que manda.

Noutra, também numa aldeola, eu mais uns 4 ou 5 pais, enquanto víamos um jogo treino (!) da equipa desse meu filho, começamos a notar uma determinada histeria vinda da bancada (única) atrás de nós. Eram as mães. E companheiro, se os pais são maus… as mães são implacáveis. O jogo foi muito desequilibrado, muito mesmo e nós tivemos de sair dali, pois adivinhava-se invasão de campo. Enquanto isso, os pais desses putos no bar a mamar cerveja e na brincadeira lá iam dizendo que “menos que vinte, conta como vitória”. Mas as mães, não imaginas, peixeirada do car[…]o! E quando um dos filhinhos caía ao chão, fosse pelo que fosse (ás vezes sozinhos), até espumavam de raiva a gritar falta.

É possível haver fair-play, depende com quem vais à bola e para onde vais. Eu sempre que fui a Alvalade nunca tive problemas sempre me dei bem com as pessoas, sejam croquettes ou brunistas ou até mesmo benfiquistas que vêm ver os jogos com os parceiros. Se as pessoas souberem ser racionais é possível, agora já sabemos que em certos setores e com certos adeptos isso não é possível.

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Eu também joguei, entre futebol 11 e futebol de salão cerca de 10 anos, daí dizer o que digo.

Ainda há dias fui ver um jogo duns putos do Sacavenense e os pais só gritavam para os putos darem porrada aos outros e no fim ainda aplaudiam…mas dentro de campo eu até considero normal, o pior é mesmo as figuras que esses pais (e mães) fazem nas bancadas entre eles.

Aparte deste fenómeno, a rivalidade irá sempre existir.
Seja entre o Sporting e o Benfica , seja entre Villarriba e Villabajo.

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"Em chaves, havia um sócio atrás de mim que estava sempre a dizer:

  • Vai-te embora, Vai-te embora.
    E associava ao " Vai-te embora " vários impropérios e várias ofensas mesmo daquelas que nos atingem forte, forte.
    Mas ele estava no direito dele, então nós em 5 jogos tínhamos 1 ponto, quem é o sócio que resiste a dizer vai-te embora… muito poucos resistem.
    E ele lá pim,pim,pim… mas nós lá fizemos a época.
    Depois fui lá o ano passado pelo Vitória e quando lá fui pelo Vitória sabem o que e que ele disse?

  • Traidor, foste-te embora, traidor! ( Risos )

È isto o futebol, e as pessoas têm que entender que é isto e quando isto acabar, acabou a bola! "

Luís Castro.

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Mas olhem que eu tenho amigos que jogaram hóquei e a coisa era igual ou pior.

Eu estava a sensivelmente 20 metros dele. Nunca me esquecerei de ver o very-light a sair-lhe do peito, e o cheiro.
Cena de guerra.

Eu tinha 15 anos e estava nesse jogo com 2 amigos, como éramos de Carnaxide, saímos do Jamor (saiu muita gente depois dos incidentes), e resolvemos ir a pé (meia-horita), e no caminho cruzámo-nos com algumas cenas de pancadaria. Gente do Sporting a bater em lampiões.

Foi a primeira experiência que tive assim no futebol, talvez tb a pior… (tb estava no Varandim, contra o porco… tb horrível)… infelizmente não foi a última.

A que mais me deixou convencido que eu não partilhava dessa mentalidade foi uma vez no Bonfim (Setúbal), antes do jogo estávamos todos com a Juve Leo num café mm junto ao estádio. Umas 200/300 pessoas ali a cortar a rua. Nisto aproxima-se um carro, visto ser uma zona residencial à volta do estádio, eram moradores e não gente da bola. E fazem sinal para passar, que toda a gente ignorou.
O fulano começa a apitar e chama a atenção de toda a gente, até pq começa a investir devagar mas em frente… e quase em câmera lenta avança para passar pelo grupo. Toda a gente estava a beber e a cantar, e quando sentem que o gajo vai mesmo passar, foi uma avalanche de garrafas e calhaus da calçada … era um Peugeot 206. Ficou sem 1 vidro intacto. Chapa toda amolgada.
Dentro ia uma família com crianças e foi das cenas mais tenebrosas que já vi. O pânico das pessoas no carro, e pura selvajaria do grupo da claque (tudo bebado), sem o mínimo de noção que eram cidadãos, extra futebol. Foi uma cena horrível. O condutos coberto de sangue, os miúdos a chorar, a mulher em pânico. E ninguém tinha noção…

Depois disto (foi para aí em 2001/02), perdi muito a vontade de ver jogos fora junto às claques. Não me sentia bem em participar, mesmo indirectamente, naquela energia.

Como vivi em Inglaterra muito tempo habituei-me à forma inglesa de ver a questão. Podes ter o teu clube, mas é apenas isso. Uma escolha. E fazm-se piadas, brinca-se no trabalho com os colegas de outras equipas. Tudo muito saudável e em bom espírito. Não me lembro de uma única situação que fosse sequer parecida ao que é aqui.
. Só os Casuals partilham dessa mentalidade do matar ou morrer.

Resumindo, o futebol em Portugal (IMO), reflecte a nossa sociedade. Nunca fomos um povo tolerante de diferenças e opiniões próprias. O próprio lampionismo (e lá em cima então) é bem vincado nisso. Ganhar a qualquer custo, mudar a história em “benefício da minha causa, pq apenas a minha causa importa”.

Não me identifico.

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O meu cunhado sócio do Sporting, apanhou porque uns fdp, não sei qual a claque, ouviram-no a falar do insebio.
Uma conversa perfeitamente normal.
Não fosse ele conseguir mostrar o cartão não sei o que lhe tinha acontecido.

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Ainda era um adolescente e vi, em Aveiro, uns 5 ou 6 Super Morcões a arrearem forte e feito num gajo que estava todo equipado à Fócul. Os pulhas vinham jogar ao Mário Duarte e a cidade estava infestada de fruteiros.
Se não fosse a malta que passava na Avenida a separar os gajos, tinha terminado em tragédia.

Azul a bater em azul?

Forte e feio.

Isto é igual em todo o lado.

Aqui ha um ano ou dois fui a Gotemburgo ver um jogo com um amigo. Fomos para o safe standing num dos topos, não tinhamos nenhuma roupa de nenhum clube, nem me lembro com quem jogaram, fomos so ver bola.
A bancada tinha um bar, dava para beber umas jolas, tranquilo.

Dois dos fanaticos la dos gajos vieram provocar, ver se respondiamos, não faco ideia pq razao, pq ate estavamos a festejar os golos deles. Foi so mesmo pq não pertenciamos ali.

Não acho que tenha a ver com nacionalidades e culturas.

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