Alguma vez irá haver no futuro previsível um PM independente dos partidos?
Não, mas também não falei disso. Contentar-me-ia com um PM que fosse militante de um partido mas tivesse provas dadas num qualquer campo de actividade que não a organização de jantares ou carregamento de autocarros com reformados para encher comícios.
Parece à medida para fazer o Sr. Silva ficar bem na fotografia.
Dispenso o comentário. É à medida do Sr. Silva, como do Guterres que era engenheiro com a nota mais alta do Técnico, ou do Sá Carneiro e do Palma Carlos que eram brilhantes advogados, ou como teria sido do Sampaio ou do Constâncio que tinham pergaminhos nas respectivas carreiras.
Mas quando para desacreditar os políticos se assume à partida que de qualquer modo a política é uma actividade pouco nobre e mais vale trabalhar no "mundo real", é uma situação de preso por ter cão e por não ter.
Deves estar a ler nas entrelinhas das entrelinhas, onde é que eu disse que a política não é uma actividade nobre? A política tem toda a nobreza, por isso é que eu quero ter lá os melhores. O que não tem dignidade nenhuma é a actividade partidária tal como existe actualmente.
Os meninos entram aos 14 anos nas jotas para se embebedarem nos jantares, e continuam nas concelhias onde aprendem as nobres artes da facada nas costas e contagem de espingardas. Seguem para os cursos superiores, que invariavelmente são para “ir tirando”, e vão desenrascando os seus primeiros biscates de assessoria nas câmaras, depois uma vereaçãozita, como prémio para aqueles que melhor sabem nadar a favor da maré.
Os que se safam melhor lá seguem para o parlamento, onde as suas indigências são colocadas numa comissão qualquer, não interessa qual, porque não sabem nem fizeram nada sobre assunto nenhum.
Se sobressairem - normalmente fazendo uso de alguma pouca oratória que exercitaram nos jantares das concelhias - lá vão ganhando algum peso político e podem ambicionar a uma assessoria num ministério, um dia quem sabe uma secretaria de Estado.
Para os mais proficientes em tão edificante carreira ficam os bilhetes da lotaria, um lugar no parlamento europeu, um ministério ou, o melhor de tudo, uma câmara.
Dentre esses, aqueles que tiverem a sorte de estar no lugar certo à hora certa poderão embarcar no comboio das legislativas e, se o ciclo político estiver de feição, chegarão a S. Bento, após terem passado toda a sua vida adulta à sombra do partido e no exercício de cargos de indicação partidária directa ou indirecta.
Não é preferível pagar melhor e com isso aliciar para a política pessoas de perfil diferente?
E se quisermos falar de políticos que "andam por aí" há muitos anos, temos sempre o homem do Túnel (não o de Santos)! :twisted:
Pois temos, e daí? O meu preconceito contra os ratos do aparelho não depende do posicionamento ideológico. Tanto são maus os de um lado como os do outro. Mas olha que o Sócrates consegue ser pior que esse, que ao menos teve algum crédito como aluno de uma instituição de prestígio.