Sporting Tático
14 h ·
Fazes-me falta Sporting, fazes-me tanta falta…
Quinta-feira, 12 de Março. A última vez que te pude ver jogar. Felizmente, com uma vitória, frente ao nosso rival, no melhor jogo de Futsal do mundo. Sabia que estava ali o início de um longo interregno, mas não me dei conta que ficaria alguma vez tanto tempo sem poder ver a tua camisola dentro de um campo, uma quadra ou um rinque…
45 dias, acho que é o meu máximo sem ter um jogo teu. E não só no futebol, é em todas as modalidades… Nunca fiquei tanto tempo sem te ver jogar. Mesmo quando estamos no verão, o Futsal acaba o campeonato tarde e o futebol entra em pre-época uma ou duas semanas depois. Talvez o máximo dos máximos sejam 3 semanas. Agora, quase 50 dias é uma eternidade. E não é justo…
Não é justo porque este amor é imenso e cresce a cada dia que passa. Não é um amor normal, de marido para mulher, de pai para filho ou de avó para neto… É algo muito diferente, porque não é pessoal, é tudo o que envolve o Clube, da mais irrisória à mais importante parte. Dizem que não se explica, que apenas se sente, mas eu creio que posso mesmo explicar. É um amor que me faz andar sempre atrás de ti, onde quer que jogues, que não pára de me fazer pensar em ti e de como podes ser maior e melhor ainda, no quotidiano. Um sentimento que tanto me faz andar 10 horas de carro para Saragoça para ver o teu futsal, como me leva até a recônditos cantos já da “Eurásia”, no Azerbaijão, para te apoiar. Aquele amor que me faz ir um fim de semana inteiro para Igualada torcer por ti do início ao fim, mesmo sabendo que não és a melhor equipa, ou que me leva até Bucareste, perante um ambiente duro, gritar por ti nos golos que marcas no Andebol.
Mas não é só uma história de amor, é algo muito maior. É algo que se exprime por uma dedicação à causa sempre em busca do retorno de te ver vencer. E mesmo quando não vences, há que continuar a apoiar, e a gritar, e a insistir não sei quantas vezes para que ganhes, para que nos dês uma alegria suplementar, que já se junta, por si só, à alegria e ao bonito que é ver-te jogar.
São tardes inteiras no João Rocha, a ver espectáculos desportivos, acompanhado de amigos e conhecidos da bancada, depois de ter ido ao Sá ou ao Magriço ver como estás também noutros campos, com a bifana numa mão e a cerveja noutra. É esta a nossa vida, o Sporting não pára, não pode parar… Tantas vezes que tenho um olho no voleibol à minha frente e outro olho no ecrã para ver como está o Basket. E como é bom poder viver assim. Estar na bancada e gritar golo de um jogo que nem estou a ver ao vivo. Poucos entendem, mas é aí que sinto que estás vivo, que por mais que possam pensar que estás a soluçar, és demasiado grande para ser abatido. Uma grandeza diferente em cada momento. Tanto quando levantas uma Taça Europeia como quando vês um miúdo da tua formação dizer ao árbitro que não marque penalty porque a bola foi na cara. Queres ganhar, mas sabes que não podes passar por cima dos outros para o fazer. Queres ser o melhor mas sem prejudicar terceiros! É este o espírito Sporting! Ganhar por mérito próprio, com o próprio sangue, com o próprio suor, muitas vezes de fato macaco, mas ganhar! E tu sabes tão bem como fazê-lo, não precisas que te ensinem.
Sinto a tua falta, meu querido Sporting. És o meu companheiro de todas as horas, de todos os momentos ou estados de humor/alma. É a ver-te que esqueço o que me preocupa e acredito que há sempre esperança num amanhã melhor. Isso reflecte-se na tua camisola, não fosse a tua cor simbolizar a própria esperança. Sinto falta de sorrisos, de lágrimas de vitórias, de histórias sobre o teu passado ou ideias sobre o teu futuro. Sinto falta de abraçar o estranho que está na fila acima depois do Luiz Phellype nos dar a Taça, ou de dar um beijo na testa do meu amigo quando o Travante mete o último triplo no derby. Sinto falta da água a escorrer-me pelo rosto depois de ter ver campeão europeu no Futsal e no Hóquei ao fim de tanto tempo. Sinto falta de ter os olhos regalados com os passes maravilhosos do Maia ou com a capacidade atlética do Frankis. Até aquele friozinho de Alvalade que às vezes é desagradável? Venha ele.
É que mesmo com o futebol em momentos menos bons, a minha presença no estádio mantém-se 100% regular. E tu mereces sempre que eu esteja lá a apoiar-te, nos bons e nos maus momentos. Já diz o Voto Solene: “Na riqueza ou na pobreza, na saúde ou na doença, juro ser fiel ao Sporting até a morte nos separar”.
Tu mereces tudo de bom, meu querido Sporting. E se não o tens agora, certamente que o terás, porque a vida segue e tu não podes estar parado. Parar é morrer, e isso é uma palavra que não consta no teu dicionário.
Desculpa quando te digo que me dás “dores de cabeça”, em alguns momentos, ou que “é momento de parar um bocadinho com o Sporting”. Perdoa-me, a sério, não é por mal. Como em todas as relações amorosas, às vezes devíamos parar para pensar antes de nos exprimirmos!
Mas deixa-me que te diga, uma vez mais: fazes-me tanta, tanta falta… Eu já não te largava, e depois disto, então, ser-te-ei ainda mais fiel. E aí, se calhar, já é um amor que eu não serei capaz de pôr em exemplos.
Amo-te Sporting Clube de Portugal, volta rápido. Sem ti, a minha vida perde grande parte do seu rumo.
Jamais te negarei, jamais te falharei!