Nunca pensei ver “adeptos” do Sporting a pedir a cabeça de um treinador bicampeão, invicto nas competições nacionais que conseguiu a dobradinha com um plantel que não escolheu, que pegou na equipa de rastos psicologicamente e conseguiu dar a volta.
Mas compreendo o RB não ganhou a CL logo tem de sair.
Até pode falhar mas tem de começar a época nenhum treinador é campeão antes de o ser
Fui critico do RB quando achei que devia mas agora não acompanho a tese de que ele se tem de sujeitar ao modelo passado.
Tem ao seu dispor uma pré época, tem a cumplicidade da administração para criar um grupo de trabalho para a sua filosofia de jogo. É deixa-lo fazer o seu trabalho e avaliar os resultados.
Neste caso concreto até me agrada mais o RB, que já demonstrou que se tiver que engolir um sapo para obter melhores resultados, o fará e acredito que aqui e ali saia da sua ideia de jogo para dar “conforto” a alguns jogadores.
Estou muito mais reticente à adaptação da equipa sem o Gyo. O chutão para a frente deixa de ser um elemento de “construção”. Vão ter que aprender a sair com qualidade e apoiados, não vão ter segundos para respirar porque um monstro leva a bola sozinho por um flanco a fora.
E essa adaptação vai doer, aos jogadores e a nós, e embora ache que eventualmente a equipa vai se encontrar numa nova forma de jogar, os primeiros tempos vão ser um atentado lesa futebol, com alguns resultados a combinar.
Vamos ver se temos estomago para lidar com o novo “menu”
Isso posto assim parece saído de um conto de fadas, mas a realidade é sempre um pouco mais complexa. É verdade que não perdeu mas teve empates comprometedores. Não escolheu o plantel mas apanhou um dos melhores planteis de sempre. Equipa de rastos mas que ganhou ao benfica 3 dias depois de ter chegado.
Claro que ganhou o direito de começar a época. Mas dada a qualidade decrescente do futebol praticado, a preocupação existe.
Se para o campeonato pode ser suficiente, para o liga dos campeões é, no mínimo, uma incógnita. E o Sporting está num patamar em que precisava de um valor sólido.
Ficaram todos bebados com a conquista da dobradinha que agora acham que basta sacar um treinador novo (e o problema é, quem seria esse novo treinador, que tem mãos para esta equipa) e fica tudo mais fácil outra vez.
Os jogadores ficaram amorfos e desmotivados com a saída do Amorim, então a solução para muitos é despedir o treinador que lhes fez ganhar essa confiança e motivação de volta ao ponto de se tornarem bicampeões.
O Reis como lateral? Com o maxi e o nuno disponíveis, vais ver o reis como central pela esquerda e pode acontecer numa ou noutra ocasião fazer minutos a lateral esquerdo. Fresneda? Estamos no mercado por um lateral direito e o quaresma partirá sempre à frente do fresneda que o mais provável é nem ficar até.
Todos os treinadores adaptam a equipa à sua tática e não o inverso. A haver falha teria sido na altura da escolha de um treinador que não jogava neste sistema. Agora é óbvio que a equipa tem que se adaptar ao treinador, está tática ficará sempre como alternativa.
infelizmente concordo com praticamente tudo o que foi escrito, e fiquei exactamente com as mesmas sensações durante esse embate com o Estoril em particular, mais deixo duas questões meio provocatórias ao @PsychoJohnny :
não achas que nesse jogo em particular o facto de teres jogado com uma dupla de medios composta por Debast e Felicissimo, juntamente com Esgaio a central e Fresneda a ala direito, te impediu de teres períodos prolongados de posse e implicaria riscos demasiados numa saída de bola curta?
nao te parece que os treinadores realmente fortes a operacionalizar a organizacao ofensiva (porque definitivamente boas ideias nao chega) sao ou muito raros/inacessiveis (vimos uma evolucao incrivel do Ruben durante o seu periodo no Sporting, tambem com a evolucao do proprio elenco de jogadores) ou entao demasiado frageis defensivamente, descuram outras componentes (outros momentos do jogo, ou a propria relacao com os jogadores), tem dificuldades em operacionalizar (veja-se Anselmi), e por isso uma mudanca (dum treinador que venceu uma dobradinha) seria um risco ainda maior do que esta continuidade?
Sem ainda dados factuais, a fazer fé na imprensa, vamos aparentemente mudar de sistema táctico e com isso novas dinâmicas. Preferia manter o sistema da época passada, os jogadores estão rotinados, o plantel enquadrado e seria sempre uma vantagem em relação aos adversários. Assim, vamos partir do mesmo patamar.
Ainda assim, dentro deste novo sistema táctico, podemos aproveitar muito do trabalho das últimas épocas e sobretudo em organização ofensiva.
Bem, precisamos de um médio 10, de um extremo-avançado para a ponta esquerda (se lá ficar o Pote então precisamos de dois médios). Também é preciso uma outra opção a 6.
Se o treinador está convicto que assim vamos continuar a ter sucesso, siga.