Esse artigo deve ser lido e lidado com uma pitada de sal… para não ser utilizado contra, num futuro momento menos bom.
foram mais de 50 jogos e portanto estará naturalmente de férias, e são merecidas. o lugar na história do Sporting está garantido, mas sucesso semelhante na próxima época depende de muita coisa
pelo bem do Sporting e da sua sobrevivência, vai ter de dar passos gigantes no seu modelo de jogo, seja qual for a estrutura base. com uma pina colada na mão e um tablet na outra, hopefully.
gyokeres é um cheat code tático em várias dimensões: permite que se abdique da qualidade da construção desde trás porque dá para saltar fases; permite que se abdique da qualidade da organização ofensiva e da criação porque é um monstro auto suficiente que cria para si e para os outros; permite que se abdique do controlo do jogo com bola e se baixe linhas para explorar transições.
o que é facto é que o Sporting do rui borges e já o vitória de rui borges o era, têm um volume de criação em open play banal. no vitória foram 18 oportunidades flagrantes criadas em 15 jogos, 5 delas em momentos definidos pela opta como transição( na realidade se formos analisar com mais pormenor são ainda mais). ou seja 1,2 oportunidades criadas em open play p/90, 0,86 se quisermos excluir as transições. no Sporting em 17 jogos, excluindo o outlier boavista porque criámos 9 oportunidades de golo e o adversário é comicamente mau. críamos 37 em 17 jogos, 19 sem ser em transição. ou seja 2,2 p/90, 1,11 se excluirmos transições. desses 17 jogos em apenas 8 deles críamos mais de 2 oportunidades flagrantes, em 2 deles críamos 0 e em apenas 5/18 críamos 2 ou mais oportunidades sem ser em transição.
se quisermos ir especificamente aos golos dos 55 marcamos 8 em organização ofensiva e os restantes são bolas paradas, lances de inspiração individual( trincão vs nacional e vitória, quenda no dragão e na amadora) ou situações de campo aberto para o viktor.
é nítido o decréscimo de volume de jogo no terço ofensivo adversário:
a perda de controlo no jogo e de qualidade com bola:
e, felizmente para nós porque foi determinante para a conquista do título, o número de jogos que acabamos por ganhar mesmo sem grande justiça:
porque nem tudo é mau, mantivemos uma consistência defensiva assinalável:
uma melhoria desde março na pressão e no espaço/tempo que damos com bola ao adversário:
e um nível sólido na bola parada:
sem gyokeres não vão ser mais tolerados jogos com pouca criação onde o viktor sacava alguma coisa ou resolvia jogos com lances 1vs5, não vai ser tolerada a nossa falta de qualidade na construção( perdemos a intenção de construir com calma desde trás; o rui silva tenta o dobro dos passes longos do israel o ano passado por exemplo) que é pouco variada( temos a nuance do debast a construir a partir da esquerda para projetar o maxi e pouco mais) estanque e com pouco movimento sem bola; não vai ser tolerada a nossa falta de qualidade em organização ofensiva( com poucos padrões trabalhados, falta de contramovimentos e falta de intenção coletiva; os nossos bons jogos são contra equipas com blocos mais altos e pressionantes( famalicão, estoril, rio ave), contra blocos baixos(( gil na taça e no campeonato, nacional, farense, avs, estrela) ficaram expostas as nossas deficiências; e não será tolerado o constante encolher da equipa, recuar excessivo com via única de saída gyokeres.
se não forem melhorados massivamente estes processos, em novembro/dezembro estaremos a discutir a falta de qualidade coletiva da equipa. espero não ter de recuperar este post.
A malta aqui sabe que os treinadores também evoluem, certo ?
Mister para o ano é para limparmos tudo , este ano esteve quase.
Os resultados podem definir-se por detalhes que os treinadores não controla.
O que o treinador controla é o processo e a forma como a equipa joga. Isso é que tem que ser avaliado. O Guardiola, nos primeiros 4 jogos, começa no Barcelona com uma derrota contra o Numancia uma derrota contra o Wisla Plock e um empate contra o Racing em casa. O Cruyff viu isso e decidiu escrever isto.
"Yo no sé el partido que vieron ustedes. El que yo vi hacía mucho tiempo que no se daba en el Camp Nou. Faltó gol, cierto. Hubo alguna actuación en lo individual que estuvo mal o incluso peor, cierto. Pero a nivel colectivo, el Barça estuvo a la altura.
Allá cada uno con sus conclusiones. El peor arranque de Liga en muchos años. Un gol a favor en dos partidos y de penalti. Dos ocasiones del rival y dos goles encajados. Numéricamente, verdades absolutas. Futbolísticamente, la lectura debe ser otra."
O Rui Borges tem muito mérito, até pela situação do plantel que apanhou e foi sem dúvida o treinador certo depois de João Pereira. Se é o treinador certo para o Sporting a médio longo prazo já é outra conversa. Merece obviamente continuar e ganhou esse direito, mas já disse aqui, até antes dele vir, que não me dá grande confiança de ser um treinador para este nível daqui para a frente.
Hoje é difícil ter esta opinião porque ganhou a dobradinha.
Dizes que só os resultados interessam para avaliar treinadores.
Gostava então de saber qual seria a opinião sobre o Rui Borges depois das exibições do Gil, da Luz e da Taça se, por acaso, o Quaresma manda um remate para as nuvens, o Pavlidis manda a bola 3 cms mais para dentro e entra ou se o Gyokeres falha o penalty.
3 detalhes ao contrário, nenhum controlado pelo treinador, e o Rui Borges tinha uma perceção imensamente mais negativa e ninguém aqui o ia querer para o ano. É o que é.
Podemos olhar para isso em todas as situações do futebol, por isso é mais relevante olhar para o que os treinadores de facto controlam e para a forma como as equipas atuam. Se estão organizados, se defendem bem recuados, se defendem bem a profundidade, como são as bolas paradas, como é o ataque organizado, como é a transição defensiva, como é a reação à perda da bola, se a pressão está articulada, etc. Isto é que tem servir para avaliar um treinador. Quantos mais conceitos destes a equipa dominar, melhor o treinador e melhor as expectativas de vitória e de títulos. Não se trata de futebol bonito ou de posse de bola, como dizes. Trata-se de ser competente nestes aspetos. Os resultados hoje estão cá, amanhão não estão. O Rui Borges tem a mesma qualidade que teria se a bola do Pavlidis não fosse ao poste na Luz e se o Renato não tivesse uma diarreia mental, portanto como é que vamos avaliar com base nisso?
Repito, há mérito, fez um ótimo trabalho em condições difíceis, mas há obviamente que olhar para o processo e para como a equipa joga e não só para os resultados. Resultados, durante um tempo, podem enganar, mas os sinais dificilmente não vem ao de cima.
Que o Rui Borges tenha muito sucesso, como teve este ano, todos queremos isso, mas não estou particularmente confiante, nem acho que olhar para treinadores “só pelos resultados” faça sentido. O “só pelos resultados”, ainda que noutra dimensão, também deu para o Keizer ter o benefício da dúvida. Também num contexto miserável e limpou duas taças. E toda a gente via as debilidades gigantescas do holandês.
é como todas as profissões. podem evoluir, podem regredir, podem estagnar.
depende da predisposição para a aprendizagem contínua, da capacidade de fazer auto análise e auto crítica, de discernir o bom resultado do bom processo, do conhecimento do jogo etc.
o meu ponto não é se vai evoluir ou não, espero que sim. o meu ponto é que se não evoluir o Sporting não vai ganhar outra vez.
curiosamente, mesmo para os resultadistas e para os que acham que o processo não interessa, até têm o mesmo número de troféus e de média de pontos por jogo. e não vou sequer fazer a distinção entre plantéis porque é ofensivo.
meter a cabeça na areia quanto ás fragilidades da qualidade do trabalho do rui por causa do desfecho de 2/3 jogos só nos vai prejudicar.
se troféus=competência fosse uma métrica válida fernando santos e otto rehhagel, vencedores de europeus, eram selecionadores de elite, di matteo e klopp eram igualmente bons porque têm o mesmo número de champions, rui vitória era um dos melhores treinadores de sempre da liga portuguesa porque foi tetra etc
Não contrariando aquilo que expuseste, mas fazendo um pouco o papel de advogado do diabo, convém salientar que o plantel que o RB teve disponível para trabalhar não foi o mesmo que o RA teve até à sua saída. Talvez com o plantel de RB, RA tivesse piores números.
E se, por acaso, fosse marcado o penalty do Otamendi sobre o Pote…
E se, por acaso, as arbitragens não tivessem sido o que foram com o Porto no Dragão, etc…
Há que nunca esquecer que o tal do acaso, pode cair para qualquer dos lados, não apenas para aquele que nós preferíamos…
Agora pega nas oportunidades criadas pelo Inter de Milão finalista da Champions em transição!
Se quiseres pega também nas equipas de Sérgio Conceição!
Tudo modelos que não dependem exclusivamente de ter Gyokeres…
Ele fala até Marco, coincidência ou não andamos inclusive sem Morten em Fevereiro e com Debast e felicíssimos…
E claro sem Gyokeres…
Aliás o período de 11 lesões foi aí em Janeiro/Fevereiro
O ponto não é esse, o ponto é a avaliação do treinador ser suportada somente por 3 ou 4 momentos que caíram para um lado como podiam ter caído para o outro.
Não se pode olhar para um treinador e dizer que só os resultados importam, como se esses resultados acontecessem num vácuo ou fossem uma prova cabal do que vale o treinador para se perspetivar se pode ter sucesso a longo prazo.
Não se pode achar que o Rui Borges chega ou deixa de chegar, porque o Pavlidis acertou ou não no poste ou pelo Gyokeres marcar ou não o penalty. A minha opinião não mudou por isto, nem a minha perceção do que o Rui Borges vale, mas certamente que tínhamos aqui a maior parte da malta a dar uma de 180 se por acaso a coisa caísse para outro lado (como podia perfeitamente ter caído, é futebol) e em chamas com o Rui Borges…
Não se pode fechar os olhos aos problemas dele enquanto treinador, porque ganhou. Porque pelo futebol jogado nos 270 minutos entre os dois jogos com o Benfica e o jogo com o Gil Vicente… eu desconfio que 99% dos sportinguistas passou o tempo quase todo desses jogos a achar que estávamos a jogar miseralvemente em quase todos os capítulos. E é essa avaliação global que se tem que ir fazendo, porque isso é que define se há um trabalho suficiente para se ganhar com consistência.
Porque resultados podem cair para um lado qualquer, especialmente quando, mesmo com ausências, tens alguns dos melhores jogadores da liga. O Bruno Lage esteve a detalhes de fazer um triplete e acho que é opinião generalizada que é um treinador da treta e que ninguém o queria no Sporting.
Os jogos tem 90 minutos e acontece muita coisa neles para avaliarmos os comportamentos da equipa, os pontos fortes e as fraquezas que um treinador tem. Momentos que definem resultados não podem excluir essa avaliação.
Criamos sempre mais oportunidades claras de golo do que aquelas que concedemos em 90% dos jogos nacionais!
Defensivamente a equipa esteve muito sólida, é o que posso apontar como o ponto mais positivo deste tempo do Rui Borges.
A minha preocupação é sobretudo o ataque organizado (Gil, Santa Clara, etc), a construção desde trás (inexistente no Dragão, na Luz, na final da Taça, Bolonha, Dortmund, Benfica em Alvalade na segunda parte) e também a própria postura mais reativa do que ativa.
Isto é o que me deixa sérias dúvidas no Rui Borges.
Defensivamente, acho que as equipas dele são sempre sólidas e a transição defensiva melhorou num ápice quando comparado com o João Pereira.
Mas num grande… pede-se ideias a atacar. E não sei se Rui Borges as terá, mais ainda com a provável saída do Gyokeres que em casos de aperto é uma boia de salvação.
Não tenho a mesma opinião nesse aspeto, criamos oportunidades em números suficientes para sair com a vitória nesses jogos que falas!
No Dragão faltou nos acerto no passe na segunda parte mas também tens que dar mérito ao adversário, afinal é o Porto no dragão a malta fala que é fácil mas o ano passado espetaram 5 aos lamps… É o que é… E na supertaça deu a volta depois de estarmos a ganhar por 3, repito com esse fulgor todo ofensivo perdemos uma supertaça depois de estar a ganhar por 3-0!
Na luz creio que dominamos por completo a primeira parte e na segunda tivemos transições que mais uma vez com melhor decisão no último terço daria golo, e tivemos também as nossas oportunidades! Certo é que tanto Porto como Benfica em nenhum dos jogos que tiveram este ano connosco tiveram mais oportunidades de golo, e na maioria tiveram menos!
Isso do ataque organizado e Bla Bla da posse vale o que vale!
O Sérgio Conceição também é mais um futebol de transição e não é por isso que deixa de ganhar o que ganhou, tal como o Inzaghi só para dar dois exemplos de muitos!
Eu sinceramente prefiro esta consistência do que ter 70% de posse de bola e desses 70% 30% é nos centrais!
Não acho o Rui Borges a última bolacha do pacote, mas parece-me que se está a subestimar a sua capacidade. Soube entender que o momento não era para aplicar a sua ideia de jogo, mas sim sustentar e elevar a auto-estima e confiança dos jogadores em si e no grupo.
Não é algo de somenos num líder.
O resto teremos hipótese de ver na próxima época.
Mas lembro que o Rui Borges quando foi contratado não foi por ser um grande líder, mas sim pelo futebol apresentado e pelos resultados conseguidos.
Acho redutor pensar que já vimos “o futebol” do RB.
Mas é uma opinião, como qualquer outra.
Vem aí um plantel maior
E bem.
Finalmente.
Não quero voltar a jogar com juniores devido a lesões.
Planteis de 26 ou 27 jogadores so com 3 ou 4 reforços e a compor com prata da casa no fundo e ter 2 jogadores por posição + Callai, Esgaio, Bragança, Alisson e Nel.
Não muda assim tanto.