A SAD do Sporting já comunicou as contas do terceiro trimestre do exercício de 2021/22 à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), registando-se um resultado líquido positivo de 8,5 milhões.
Os rendimentos operacionais excluindo transferências de jogadores cresceram 148% para 110,3 milhões de euros, tendo os resultados operacionais sem transações de atletas passado de um valor negativo de 23,18 milhões de euros para um ganho de 26,82 milhões.
Em causa está o período compreendido entre o dia 1 de julho de 2021 e o dia 31 de março de 2022, que já contempla as movimentações da sociedade no mercado de janeiro, mas que ainda não prevê negócios posteriores, como o de Nuno Mendes, que o PSG contratou em definitivo.
Ao contrário da época anterior, o saldo das transferências de jogadores foi negativo - em 8,5 milhões de euros - pelo que os resultados operacionais da SAD “leonina” cifraram-se em 17,76 milhões de euros, conta os 16,05 milhões negativos de um ano antes.
Decisivos para o forte aumento das receitas são os valores recebidos pela participação na Liga dos Campeões, que ascenderam a 45,8 milhões de euros (277 mil euros no exercício anterior), e as receitas de bilheteira, que atingiram os 13,16 milhões de euros, valor que compara com 298 mil euros na época passada, quando as restrições devido à pandemia condicionaram a assistência dos jogos.
Nota: A venda de Nuno Mendes vai permitir o maior RLE de sempre. Mas é preciso ter atenção ao aumento do passivo, da divida a fornecedores, do factoring e dos custos da divida.
Resultados positivos. Não perfeitos, mas positivos para o que vinham sendo até à entrada do Amorim no comando técnico e mudança de planeamento desportivo.
Era importante juntarmos aos 38 milhões do Nuno Mendes pelo menos mais uma grande venda por 25/30, idealmente 30. Se possível, do Palhinha.
Por favor, alguém que me explique estas duas situações:
Paulinho 70%
Pedro Gonçalves 100%
Rúben Vinagre 50%
Porque é que têm direitos económicos diferentes?
E esta:
Pedro Gonçalves: 50% de uma futura venda deduzido do mecanismo de solidariedade e dos gastos inerentes à venda.
Abdul Fatawu Issahaku: 50% de uma mais valia futura após deduzida do mecanismo de solidariedade e dos gastos inerentes à venda.
Queria só dar aqui algum contexto, acho que é importante.
Passivo aumentou tal como aumentou o ativo. Todos os clubes têm passivo, e é natural que este aumente quando o Ativo aumenta. Contudo, o que realmente preocupa é o facto do Capital Próprio ter ficado mais negativo. Em relação a isto:
Estes são os resultados até março de 2022, o que significa que:
10M da compra de Vinagre já estão incluídos
34,2M da venda de Nuno Mendes não estão incluídos
4,8M da venda de Rosier não estão incluídos
10,6M da compra de St.Juste não estão incluídos
8,5M da compra de Porro não estão incluídos
Estes 4 movimentos fariam crescer o Capital Próprio em 20M, para valores ainda negativos mas mais próximos do 0.
Além disso, a valorização do nosso plantel pouco vem refletida no aumento do ativo:
Inácio e Palhinha têm valor contabilístico 0 e são dos nossos ativos mais valiosos.
Matheus Nunes tem valor contabilístico à volta de 1M
O problema é o continuo aumento do passivo. Temos vendido muito mas o passivo tende a aumentar. O que temos a receber de clientes não chega para pagar aos fornecedores. A divida corrente é de mais de 160M, a fornecedores são 67M.
Mesmo com tantas vendas temos de andar sempre a recorrer a factoring (adiantamento de receitas) e a pagar juros elevadíssimos.
Mais que a massa salarial (sim é grande, mas está em linha com o homólogo e só ultrapassa por causa dos prémios), é a crescente divída a fornecedores e o facto de termos uma divida financeira maior (e não foi só por se ter passado de um EO de 27M para 45M)
O aumento do passivo, a meu ver, é sobretudo orgânico. O Ativo aumenta porque compramos jogadores → passivo aumenta também porque temos que pagar esses jogadores. Mau era se o passivo aumentasse a uma velocidade maior que o ativo, mas não me parece que isso esteja a acontecer. Todos os clubes têm passivo, aliás, todas as empresas têm passivo, e obviamente um maior valor de uma dada empresa está associado a um maior passivo.
Com 46M líquidos da Champions + Aumento na bilheteira como consequência do mesmo + cerca de 14M em vendas = não íamos ter lucro no fim do ano. Neste trimestre, mesmo com champions, o lucro “baixou”. A venda do Nuno Mendes antes de acabar o ano vai dar para termos 35M ou assim positivos.
Fazendo as contas, estamos a correr com um buraco de 60 a 70M por ano, como já tinha dito mais que uma vez.
Não tenho tempo agora para analisar a fundo, mas quando arranjar deixo mais umas notas.