Recordar Serguei Cherbakov no Sporting

Faz hoje 17 anos que Serguei Cherbakov sofreu o maldito acidente de viação que o atirou para uma cadeira de rodas e lhe acabou com a carreira de futebolista.

Aqui fica o artigo da nossa Wiki (Serguei Cherbakov | Wiki Sporting) para podermos recordar o seu percurso no Sporting:

[img width=133 height=160]http://www.wikisporting.com/images/thumb/6/6c/Cherbakov.jpg/133px-Cherbakov.jpg[/img]

Médio de ataque, ou avançado ucraniano oriundo do Shakhtar Donetsk, começou por se destacar nas selecções jovens da antiga URSS, ao serviço das quais foi Campeão Europeu de Juniores em 1989, e esteve presente no Mundial da mesma categoria disputado no ano seguinte em Portugal, onde foi o melhor marcador do torneio, com 5 golos.

Sousa Cintra não se esqueceu das prestações daquele jovem e fogoso avançado soviético, dotado de boa técnica e de um forte pontapé, e no Verão de 1992 foi buscá-lo à Ucrânia.

Cherba, como é conhecido entre os Sportinguistas, chegou ao Sporting para integrar uma equipa comandada por Bobby Robson, onde se destacava o internacional búlgaro Balakov, e despontavam outros jovens promissores como Figo e Peixe, mas apesar da forte concorrência, confirmou-se como um jogador de largo futuro, chegando então à recém formada Selecção da Ucrânia, que representou em duas ocasiões.

Se a sua primeira temporada em Alvalade foi prometedora, na segunda estava a confirmar as melhores expectativas nele depositadas, quando a sua carreira foi tragicamente interrompida, numa altura em que já tinha realizado 37 jogos pelo Sporting, nos quais marcou 6 golos, com destaque para o apontado frente ao Beira Mar a 8 de Maio de 1993, no Estádio José Alvalade, na sequência de um pontapé de canto executado por Balakov, e que será recordado para sempre como um dos seus melhores momentos.

A tragédia aconteceu na madrugada de 15 de Dezembro de 1993, na ressaca de um jantar de despedida do treinador inglês Bobby Robson que tinha acabado de ser demitido na sequência da eliminação do Sporting pelos austríacos do Casino de Salzburgo. Cherbakov não respeitou um sinal vermelho quando seguia a grande velocidade no seu carro em plena Avenida da Liberdade. A violência do acidente empurrou-o para uma cadeira de rodas, interrompendo abruptamente uma carreira que se antevia muito promissora.

Serguei Cherbakov nunca baixou os braços perante a adversidade, acreditando sempre que poderia voltar a andar, e assim entregou-se com dedicação a um plano de recuperação numa clínica de reabilitação, onde conheceu Natalia, uma trapezista com quem casou e teve um filho.

Apesar de reclamar o pagamento das verbas que lhe seriam devidas se tivesse completado o seu contrato com o Clube português, Cherbakov nunca esqueceu o Sporting, que continua considerar como o seu clube do coração, tendo sido já homenageado em Alvalade, e aparecendo frequentemente nos confrontos dos Leões com clubes russos ou ucranianos.

Golo fabuloso marcado por Cherbakov:
Fantástico golo de Cherbakov

Em 2007 no Estádio de Alvalade:

Que grande perda foi esta…Teria tido uma carreira enorme e grandiosa de leão ao peito!

Como o tempo passa… 17 anos!!! ???

Nunca vou utrapassar completamente o choque daquele dia e semanas subsequentes… este rapaz tinha tudo… técnica, remate, força, velocidade, sentido de baliza… um portento em potência…

Tudo, nao. Faltava-lhe uma coisa importante: cabeca. Infelizmente nao pode jogar futebol ate uma idade em que ganhasse juizo. Pena para todos.

:arrow:
Foi um dos melhores jogadores que me lembro de ter visto jogar pelo Sporting. Também fiquei chocadíssimo. Só soube quando cheguei ao trabalho, pois como éramos mais de metade de sportinguistas naquela empresa, não se falava de outra coisa.
Grande jogador, que infelizmente o Sporting enquanto instituição acabou por tratar mal dando pouco apoio nos tempos que se seguiram… aliás como fez com outras figuras da sua história.
Hoj não é um dia para celebrar, pois não é de celebrar um acidente estúpido, mas sim um dia para recordar um dos melhores atletas que passou pelo nosso clube.
Obrigado Celsus, por teres chamado à atenção deste dia.

Apesar do dia seguinte ter sido um dia muito importante (e feliz) para mim, em termos pessoais, os acontecimentos dessa noite foram dos piores que me lembro.
Horríveis, dramáticos. Um promissor jogador do Sporting estragava para sempre a sua vida (acho que no dia seguinte ainda não havia essa certeza, mas os relatos do taxista ou do cliente, já nem sei, não deixavam antever nada de bom)
Nem gosto muito recordar esse mês de Dezembro de 1993, porque a conjugação de dramas que se abateram sobre o Sporting, antes e depois de Cherbakov, foram tão maus, tão maus…
Mas o drama Cherbakov foi, claramente, o pior de todos

Não tenho dúvidas que chegaria a um clube de topo europeu caso não fosse o seu acidente.

Foram de facto tempos complicados…

Lembro-me de numa manhã do início do Verão de 1993 ter sido acordado pelo meu pai eufórico a dar conta de que o Sporting tinha atacado forte e feio nos lamps e lhes tinha sacado o Paulo Sousa e o Pacheco. Não nos esqueçamos que um ano antes os c*brões nos tinham fisgado o Futre quando a sua vinda para Alvalade era quase certa. A seguir a esses dois gajos esteve o JVP à beirinha de vir também para Alvalade…

Pois bem, iniciou-se a temporada, as coisas mantiveram-se equilibradas até que se chega a Dezembro e subitamente um turbilhão passa por Alvalade. Num curto espaço de tempo acontece uma eliminação uefeira esquisita na Áustria, é a troca de treinador, é a perda do Cherba e é a perda de um jogo na Luz mesmo no fim com o GR a deixar a desejar no golo decisivo.

Nesse Verão o Sousa Cintra colocou como patrocinador da equipa de futebol uma marca de cerveja estrangeira … a FAXE .

Em “provocação” ás rescisões enviadas por fax pelo PSousa e Pacheco ao SLB :stuck_out_tongue:

Cherba … do melhor que passou por Alvalade nos últimos anos . Podia ter tido uma carreira brilhante

Nao tinha idade para me lembrar dos acontecimentos, mas agora que revejo a historia, so me pergunto o que teria acontecido caso Cherbakov nao tivesse sofrido o acidente, e nem Robson tivesse sido despedido…

Não tenho dúvidas que seríamos campeões. Qualquer badameco de treinador com aquele plantel (para mim o melhor desde os 5 violinos) seria campeão de certeza. Só mesmo o Queiroz não foi capaz. E quando chegou apanhou a equipa em 1º lugar. Acabou em terceiro na época em que tivemos o resultado mais desnivelado em Alvalade contra os orcs. E como o Robson não era um badameco, mas sim um dos melhores treinadores do Mundo (e ainda tinha o actual melhor do Mundo a aprender com ele), não tenho nenhuma dúvida que esse campeonato seria nosso. Infelizmente, o Cintra teve a pior decisão enquanto Presidente. :wall:

Eu por acaso não partilho essa certeza, Liurai.

Nesse ano fomos escandalosamente roubados. Hoje em dia ninguém fala nisso, prefere-se escamotear esse facto com o jogo da vida do JVP, mas nesse ano tudo valia. Há uma série de jogos onde tudo valia para não nos deixarem ganhar, desde agressões bárbaras até jogos onde um jogador de campo podia fazer de GR e defender com as mãos. Inclusive davam-se ao luxo de marcar jogos do Sporting no Bessa para dias em que Bulgária jogasse… :lol: Esse ano foi demasiado penoso, havias umas forças ocultas a f*derem-nos e bem!

Por acaso não recordo esse ano como um ano de roubos escandalosos. Durante a seca de 18 anos, fomos sucessivamente roubados, mesmo considerando que em muitos deles não tínhamos equipas para lutar pelo título. E aceito que nesse ano possa ter havido um ou outro jogo com decisões erradas. Mas nunca comparando por exemplo com o ano em que estava cá o Jozic. Nesse ano, sim, foi uma roubalheira de que não há memória de pior. Não deixo de estar convencido que com qualquer outro treinador (até o Carlos Manuel :lol:) teríamos sido campeões no ano do 3-6.

Foi talvez a semana mais trágica que me lembro enquanto adepto do Sporting - a eliminação surreal em Salzburgo, o despedimento percipitado de Robson, o acidente de Cherbakov e a derrota na Luz, tudo num espaço de 7 dias. Parecia castigo divino por ousarmos montar uma equipa temível e desafiar o domínio rotativo de Porto e Benfica.

O Cherbakov tinha levado muito tempo a adaptar-se. Tinha levado as suas duas primeiras épocas foram muito intermitentes (esse golo ao Beira-Mar é num jogo que já não conta para nada). Mas tinha iniciado a época 93/94 numa forma fantástica e era finalmente o jogador fundamental que tinha prometido no Mundial de Juniores com a União Soviética.

Fui à Luz assistir a esse Benfica-Sporting. Lembro-me de achar que, se houvesse justiça no futebol, ganharíamos esse jogo de raiva. Perdemos, claro.

Quanto a esses tempos, foram de facto exaltantes, de grande futebol ao qual faltou um título de campeão. Era uma equipa fantástica - ainda que com um calcanhar de Aquiles que se revelou desastroso na Europa (ver o descalabro de Costinha em Salzburgo e o disparate de Lemajic que consumou a eliminação frente ao Real Madrid em Alvalade). Não termos sido campeões pelo menos uma vez nesse período de 93 a 95 é uma das grandes injustiças do futebol português.

On a side note, tenho saudades dos tempos de Cintra. Tinha uma obsessão que infelizmente nunca foi realizada: ser campeão nacional. Mas tudo fez para a cumprir: contratações de internacionais titulares pelos seus países (Ivkovic, Balakov, Iordanov, Juskowiak, Naybet, Amunike, Vujacic), de jovens promissores estrangeiros (como o Cherba) e portugueses (como Sá Pinto ou Nélson). Não teve problemas em atacar os rivais e roubar jogadores debaixo dos narizes deles (como Capucho ao Porto ou Paulo Sousa ao Benfica). E não me lembro de se andar a lamuriar com conversas de “orçamentos” ou “armas diferentes” (embora atacasse árbitros e muitas vezes com razão). Gostava de poder dizer o metade disto dos últimos presidentes do Sporting.

@Liurai

Ai não que não era. Basta lembrar o Porto-Sporting dessa época em que acabámos com 8 jogadores… A diferença para o ano de Jozic é que a equipa do croata era bastante mais fraca - logo, os erros de arbitragem decidiam mais jogos - e porque a direcção fez disso um tema.

E para o roubo mais descarado que alguma vez me lembro, revejam, se puderem, um Sporting-Porto de 1992 para Taça de Portugal arbitrado por um senhor chamado Mário Leal. Conivência total com a brutalidade e as provocações dos jogadores do Porto e amarelos (e depois vermelhos) à mínima reacção dos jogadores do Sporting. Um clássico.

Esse ano do Jozic de facto foi outro ano épico ao nível das arbitragens. Mas voltando ao 93/94, assim de cabeça lembro-me logo de um jogo contra o União da Madeira e dos dois jogos contra o foculporto, sendo que o das Antas foi das coisas mais desavergonhadas que me lembro de ver em futebol…

Também estive nesse jogo na Luz, Petrovich. Aliás, foi o único jogo do Sporting que fui ver à Luz (de resto, só lá tenho ido ver a Selecção). Lembro-me de estar na lateral onde a grande maioria era benfiquista, de ter ficado sentado nas escadas por já não haver lugares, lembro-me do golo do Figo de cabeça, de ele ter apontado para o céu e ter gritado pelo Cherba. Mas depois, o Yuran e o Isaías tiraram-nos a vitória.
Apesar do bom plantel que o Benfica tinha nessa época (Mozer, Hélder, Veloso, Rui Costa, Schwartz, JVP, Paneira, Rui Águas, Yuran), julgo que o nosso era bastante superior (Nélson, Paulo Torres, Valckx [que jogador fabuloso, um dos meus ídolos], Balakov, Iordanov, Cherbakov, Juskowiak, Paulo Sousa, Figo, Peixe, Cadete, Capucho, etc). Foi certamente injusto não termos ganho o título nessas épocas.

Sim, esse das Antas lembro-me e em parte pode ter provocado o desastre contra o Benfica: foram expulsos 3 jogadores do Sporting, entre os quais o Peixe (que ficou suspenso durante 2 ou 3 jogos e por isso não jogou no 3-6) que era o marcador natural do João Pinto. É preciso relembrar que durante muito tempo o JVP quase que não conseguia tocar na bola sempre que jogava contra o Peixe.

Sorry, repost

Chamaste ? :lol:

Sempre que me lembro que o Sporting teve o meu ídolo a treinador, um SENHOR do futebol a todos os níveis, o melhor treinador que alguma vez sentou o rabinho no banco de Alvalade, com o plantel que tinha e que foi despedido quando ia em primeiro lugar na classificação somente por causa de um jogo, até tenho vergonha. Ainda consigo sentir a tristeza e a desolação que senti na altura.

Quanto ao Cherba, foi a clara falta de juízo que lhe lixou a carreira e a vida. Infelizmente fez a cama onde se deitou. Mas que era um grande jogador era.

Cherba!Cherba!Cherba!Cherba!Cherba!Cherba!Cherbakov!Cherbakov!