Quem é que gostam de ler ou ouvir falar sobre futebol?

Uma das pessoas cujos escritos sobre futebol eu gosto mais de ler é um jornalista do Financial Times chamado Simon Kuper, que nasceu no Uganda, cresceu na Holanda, é (penso) cidadão inglês e adepto do Ajax. Em meados da década de 90 ele escreveu um dos melhores livros sobre futebol de sempre, chamado “Football Against the Enemy”, que narra uma verdadeira volta o mundo que ele deu quando tinha 23 ou 24 anos para falar de futebol com alemães, holandeses, brasileiros, argentinos, camaroneses, sul-africanos, ingleses, etc.

Valeria a pena comprar o livro só pelo capítulo sobre a Alemanha. Kuper encontrou-se com um adepto do Hertha chamado Helmut Klopfleisch, que era originário da parte Leste de Berlim e que foi perseguido pela polícia secreta devido à sua paixão pelo Hertha e pelo futebol ocidental em geral. Infelizmente este livro nunca foi editado em Portugal (mas é fácil de encontrar na net). Kuper também escreveu um livro sobre o futebol e os judeus na segunda guerra mundial (Ajax, the Dutch, the War: Football in Europe During the Second World War) que é outra obra-prima.

Deixo-vos um excerto do capítulo do Football Against the Enemy sobre a Alemanha, traduzido por mim (Kuper começa por citar o dossiê que a polícia secreta da RDA, a Stasi, compilou sobre Klopfleisch, e ao qual este teve acesso depois da reunificação, no qual ele é referido como “K.”, o que dá um ar Kafkiano aos seus excertos):

“K. considera-se um adepto fanático do clube de futebol de Berlim Ocidental chamado Hertha BSC”, diz o dossiê. Quando ele nasceu, três anos depois da guerra, o Hertha já se tinha mudado da parte Leste para a parte Oeste da cidade. Mas o muro ainda não tinha sido construído e, por isso, quando era criança o Klopfleisch ia ver os jogos em casa do Hertha. O muro ergueu-se quando ele tinha 13 anos. ‘Foi uma maluquice mesmo à alemã [diz Klopfleisch]. Vocês nunca construiriam um muro que cruzasse o centro de Londres, pois não?’. Ele teve que esperar 28 anos até poder voltar a ver o seu clube a jogar em casa.
Nos primeiros meses após a construção do muro, o Klopfleisch passava as tardes de sábado à beira dele, no meio de uma multidão de adeptos do Hertha de Berlim Oriental, escutando os sons provenientes do campo do Hertha, que ficava a escassas centenas de metros do outro lado da fronteira. Quando a multidão dentro do estádio aplaudia, o grupo que estava atrás da Cortina de Ferro também aplaudia. A Guarda Fronteiriça em breve pôs termo isso. Mais tarde, o Hertha mudou-se para o Estádio Olímpico, que fica na ponta Oeste de Berlim Ocidental, a milhas de distância do muro e fora do alcance do ouvido.
O que fazer? “Tínhamos uma “Sociedade de Adeptos do Hertha” em Berlim Leste - que era ilegal, claro. Costumávamos encontrar-nos uma vez por mês, sempre num sítio diferente. Uma vez dissemos que éramos um clube de bingo e reservámos o salão nas traseiras do café. Por ocasião dessas reuniões éramos sempre visitados pelo treinador do Hertha e às vezes apareciam jogadores ou directores. Acho que conheci todos os treinadores do Hertha das décadas mais recentes. Nós contávamos com eles para nos dizerem o que se estava a passar no clube - não as coisas normais, pois essas nós conhecíamos graças à rádio e à televisão do Ocidente, mas as coisas mais secretas, os mexericos. Precisávamos de informação porque, de outro modo, era como se estivéssemos na Lua. Os treinadores deviam pensar que nós éramos uma cambada de lunáticos, mas diziam sempre que a nossa situação devia ser muito triste. Nós avisávamos os treinadores que eles deviam guardar segredo sobre as nossas reuniões, mas quando eles voltavam a casa escreviam no programa de jogo que tinham ido outra vez visitar os leais adeptos do Hertha em Berlim Oriental. Eram uns gabarolas. Por isso é claro que a Stasi começou a suspeitar e paravam sempre os treinadores na fronteira. Uma vez chegaram a despir o Jürgen Sündemann. A cada reunião ficávamos à espera, perguntando-nos se o treinador conseguiria passar a fronteira. Era emocionante, uma aventura”.

João Sigmund? Nã, quem eu curto mesmo ler sobre bola são o heroisdomar e o rui10costa! :lol:

Ninguém gosta de se enganar e ver todos a baterem no ceguinho, mas podias-te ter saído bem melhor do que com um amuo, o que até está longe de te dar razão.
Não é nada pessoal, acredita.

Quem é o João Sigmund ?

Fod@ss€ tanta gente assim a visitar a m€rd@ dum forum do clube mais saloio e com maior taxa de analfabetismo em Portugal?
Ate moderadores? :xock: Eu proprio( :-[) ja la fui umas 3 vezes no final de epoca (humor de muita qualidade em finais de epoca) e digo…ali ha 3/4 que percebem de bola e o resto sao tipicos lampios sem opiniao com aquelas tipicas ilusoes de benfiquista, que custuma dar azo a frustaçao pelo natal… :lol:

Tá tudo maluco. :great:

Estava a ouvir há pouco o “Artistas da Bola” da Antena1, e o nosso Alfredo Barroso, sem querer, sai-se com algo do tipo “vamos vencer os lampiões”, o homem ficou muito atrapalhado, mas eu ri-me à brava. :lol:

Nosso que é como quem diz… :sick:

De qualquer maneira obrigado por desenterrares o tópico, já deu para me voltar a rir com o anormal da página atrás. :lol:

Ah, e gosto de ouvir o Jorge Baptista. O relato dos 5-3 em que ele comentou vale a pena só pelo que o homem goza com a defesa dos lampiões.

E o Jorge Baptista é benfiquista. Ele gosta mesmo é de cascar no Luisão… :lol:

:twisted:

A partir de hoje passei a gostar de ver o novo lamp no Dia Seguinte, quando tiverem tristes vejam. :mrgreen:

Chiça, o homem ainda vai fazer com que tenha saudades do sr Fernando “vamos dizer as coisas como elas são” Seara, que grande cromo que saiu dali.

E pela primeira vez vi alguém, na pessoa do guilherme aguiar, dizer mal do Luis Freitas Lobo. :lol:

Não sei se é o tópico mais indicado, mas será que alguém sabe como é que posso enviar um email para o jornal Record? É que na página deles não encontro qualquer contacto de email.

Obrigado.

Escreve um comentário numa notícia qualquer e pede para reencaminhar para o sítio correcto. É uma ideia. :shifty:

[url]http://www.record.pt/contactos.asp[/url]

Não têm é mail, mas manda por carta :stuck_out_tongue:

Do Record não sei, mas tens aqui da empresa que detem o Record.
[url]http://www.cofinamedia.xl.pt/[/url]

Gosto de ouvir falar o Luis Freitas Lobo e não há dúvida que o Zé Diogo Quintela escreve muito bem :mrgreen: