Nunca me esquecerei do 2-0 ao FCP no ano da quebra do jejum. Passámos para a frente do campeonato nesse jogo e nunca mais deixaríamos a liderança. Estava na bancada atrás da baliza onde foram os golos e lembro-me da loucura que foi conseguirmos dobrar um FCP que na altura quase sempre nos levava vantagem. Foi aí que senti com algum fundamento que iríamos mesmo ser campeões.
Nesse mesmo ano, o jogo com o Salgueiros. Tinha colocado na sala uma segunda televisão, com uma antena interior, onde pus o jogo Gil Vicente - Porto. Foi logo esse televisor a fazer-me saltar pela primeira vez (vendo bem… clube simpático este Gil Vicente ). Depois foi o ver André Cruz abrir a contagem e saborear uma sensação inédita.
No último ano em que fomos campeões, vem-me logo à memória o 2-2 na Luz. O jogo estava a acabar, os lampiões já faziam a festa, Tello cruza quase de meio-campo e lá vai a bola ter à cabeça Jardel. O que eu gritei com esse golo…
E o que eu gritei com o golo do Garcia, frente ao Alkmaar. Do conformismo à euforia em poucos segundos.
Antes desse jogo, o Sporting-Newcastle em Alvalade. Simplesmente mágico.
Momento efémero, mas mesmo assim inesquecível, o melhor dos golos de Rogério.
Há um outro golo que me marcou e que não estará propriamente associado a uma grande conquista ou a um marco histórico do clube. Falo dum golo do Ouatara ao FCP (provavelmente o melhor da sua carreira) para a Supertaça, já nos minutos finais e que nos deu um empate que forçou a que viéssemos a disputar uma finalíssima que viríamos a ganhar por 3-0 em França (outro momento inesquecível). Lembro-me que já estava enterrado no sofá, conformado com mais uma derrota com os tripeiros quando o Ouatara saca aquela jogada fabulosa que na altura me deu uma alegria talvez pouco condizente com a competição que se disputava. Era sobretudo um golo que contrariava uma fase do Sporting onde era quase fatal perder jogos daqueles.