eu não sou jurista, não conheço a lei nem os estatutos a fundo… apenas sei que se fosse presidente de um clube como o Sporting, e visse tanta contestação à minha volta, quer de sócios, quer de jogadores, quer sei lá bem de quê… era o 1º a querer saber se quem manda no clube… que ainda acho que são os sócios… ainda está ou não comigo…
se sim… tudo ok, continuava e cagava nas vozes da oposição…
se não obrigadinho, e ia à minha vida…
e eu que gosto do clube fazia isso o quanto antes de modo a minimizar o impacto da decisão, seja ela qual for, na próxima época desportiva…
agora o que vai acontecer… vamos andar aqui não sei quanto tempo até á AG de julho, depois vai ser inconclusiva e marca-se outra… depois afinal vã para eleições… e já estamos em agosto/setembro com o campeonato a decorrer… eleições la para setembro/outubro… calha de ganhar outro… muda de treinado, ou se não muda logo muda à 1ª oportunidade… e vai ser mais uma época a ver a banda passar… o que é pena…
O Scolari, quando saiu da FPF em 2008, já se dizia que estava ultrapassado, imagine-se agora…
Preferia um treinador jovem português (mas não o Sá Pinto).
Retranqueiro! Retrocesso! Atire a primeira pedra quem não pensou isso quando Luiz Felipe Scolari foi anunciado como comandante da Seleção em 2012. Afinal, o técnico empilhava trabalhos ruins e gerou antipatia quando condenou o “volante goleador”. Ganhou a fama de retrógrado.
Ledo engano. Quem conhece detalhadamente as ideias do treinador sabe que ele está longe de ser ultrapassado. E um olhar minucioso na Seleção do Penta revela que em 2002 e 2014 Felipão usou a mesma estratégia: copiar para o Brasil o que havia de mais moderno em tática no mundo.
Quando foi anunciado, em 12 de junho de 2001 (12 anos depois ele seria o técnico da seleção na Copa em casa…), o mundo admirava a Argentina de Marcelo Bielsa. Um time montado para buscar o gol com intensidade no meio-campo e que usava 3 zagueiros, sistema erroneamente apontado como defensivista.
No 3-3-1-3 de Bielsa, Simeone protegia os 3 zagueiro para Sorín e Zanetti atacarem pelos flancos. Verón fazia o papel de “box-to-box”: armava na frente, voltava para marcar na faixa central. Ortega, ora centralizado (era tido como “novo” Maradona), ora pela direita, se juntava a Lopéz e Batistuta no ataque.
Os muitos gols e a velocidade na transição daquele time gerou elogios e era tido como o mais moderno numa realidade em que o 4-2-3-1 era um embrião no Arsenal de Wenger e usado na França de Zidane. Por isso, se cobrava que o Brasil tivesse a intensidade de Bielsa.
Felipão descaradamente copiou o sistema. Como aponta o livro “Felipão, a Alma do Penta”, de Ruy Carlos Ostermann, “Luiz Felipe Scolari prestou atenção no que os “hermanos” faziam do outro lado. O modelo de jogo não era nem poderia ser o mesmo, mas no papel, se pareciam as duas seleções: Sorín era Roberto Carlos, Cafu era Zanetti, Simeone era Gilberto Silva, Verón era Rivaldo, Ortega era Ronaldinho Gaúcho”.
Após vários testes no meio-de-campo com Vampeta, Juninho Paulista e Émerson, Felipão foi duramente criticado por Tinga e Eduardo Costa, deixou Romário de fora e sentenciou: precisava de um homem de meio, não um meia-atacante no 3-4-2-1/3-4-1-2 proposto desde o início.
Por isso Alex e Djalminha deram lugar a Juninho Paulista e Kléberson: tinham qualidade de meia no ataque e passe qualificado, mas voltavam cercando na fase defensiva. Jogadores modernos, que o Brasil não estava acostumado a produzir. Não a toa, Kléberson foi indicado por Alex Ferguson para substituir Verón no United.
12 anos depois, Scolari novamente se inspira no time mais moderno do mundo e acumula críticas, exatamente como em 2002. Se provou que estava certo em campo na ocasião, tornou o hexa possível com as mexidas que promoveu.
Em 2013, o Barcelona era tido como sinônimo de futebol bem jogado e ofensivo (como a Argentina em 2002). Especialistas pediam Guardiola na Seleção e conderavam Felipão. Para muitos, o Brasil seria humilhado pela Espanha pois o desnível era muito grande.
Scolari tentou 2 linhas de 4 contra Itália e Rússia, “copiou” o 4-2-3-1 torto do Palmeiras 2012 com Oscar e depois Jádson, e quando se decidiu pelo 4-2-3-1, viu Paulinho e Hernanes confundirem o posicionamento nos 2x2 com a Inglaterra. Assim como em 2001, estava em dúvidas.
Quando o maior questionamento tático era se o Brasil tinha condições de vencer o tiki-taka espanhol, Felipão prestou atenção no Bayern de Jupp Heynckes, que acabava de trucidar o Barcelona, modelo da Espanha, com fortes transições, intensidade e posições mais definidas do 4-2-3-1, com Javi Martinez como volante. Nada de tiki-taka: a estratégia era marcar com intensidade, aproveitar contragolpes e atacar com passes no ataque.
Na Copa das Confederações, o Brasil foi a cópia mais cadenciada do Bayern: Hulk e Neymar eram incisivos pelos lados como Robben e Ribery, Oscar reprisava Muller com inúmeras funções no meio (Seleção brasileira não sente falta de um armador. Entenda o porquê.) e o time alternava: podia jogar bola na área para Fred ou girar os meias com o pivô do 9.
Os 3x0 na Espanha foi a confirmação: o Brasil era moderno. Compactou todo mundo em 40 metros, tirou espaço da Espanha e contragolpeou com intensidade. Luiz Gustavo era o volante-volante que protegia a zaga para os laterais avançarem e criar superioridades nos lados. Um nocaute – nos críticos fora de campo e no adversário da peleja.
Felipão tem um estilo atemporal: formar um grupo vencedor, convencê-los a praticar um futebol coletivo e usar a intuição para tomar decisões rápidas em torneio de tiro curto. Tudo isso pincelando com o que se considera moderno no futebol. O desafio e a pressão são maiores que em 2002, mas pelo menos uma coisa é certa: o hexa é possível.
Porra 4M por um treinador ultrapassado. Sinceramente, não acredito.
O Inácio e o Bruno fizeram escolhas interessantes até hoje, embora não tenham corrido propriamente bem, não iam fazer esta trampa quando aquilo que precisam é de sacar um coelho da cartola.