Poll e Discussão:A tua ideologia e a tua visão para um melhor Portugal

Bem, como na politica temos um tópico onde se discute o estado do país e a maneira como o atual governo atua perante isso. Gostaria de saber que Ideologia são as vossas caros membros do Fórum SCP e o que ela significa e o que pretendem ou o que gostariam de fazer se fossem politicos com a vossa ideologia para um país melhor. Vale tudo, desde Liberalismo ao Nacional Socialismo. Da extrema-Esquerda À extrema-Direita. Da Monarquia ao Anarquismo.

Que comecem os jogos politicos! :dance: :beer:

Para quem for expansivo até pode votar em 2 opções. :great:

Libertarianismo.

Liberalismo

Falta aí a opção Anarco-Sindicalismo para o nosso companheiro SportSimpatizante :slight_smile:

A minha ideologia é o Estado servir para proteger a vida, a liberdade e a propriedade privada, e fornecer bens e serviços necessários à população que o mercado não consiga fornecer.
Em matérias sociais acho que devemos deixar cada um fazer o que quiser desde que não prejudique terceiros directamente. Acho que as minorias não merecem um tratamento diferente dos demais, para o bem e para o mal.
Sou liberal em matérias económicas mas em matérias sociais apesar de achar que o Estado não deve intervir muito, posso ser considerado um pouco conservador.

Comunismo, Socialismo, Anarquismo é tudo a mesma coisa, tendo em conta a superação da sociedade de classes e uma sociedade anti-capitalista baseada num principio económico que tanto Marx e os anarquistas (sobretudo Kropotkin) concordavam: “a cada um de acordo com as suas necessidades e a cada de acordo com as suas possibilidades”.

Não me faz sentido estarem separados.

Agora se isso tem em conta os ditos exemplos históricos e actuais: URSS, Cuba, Coreia do Norte, Cambodja, Jugoslávia…por ai fora, tem o seu sentido, mas apenas para quem acha que isso são exemplos de Comunismo/Socialismo. Claro, objectivamente não foram, só o são devido as grossas interpretações. Mas adiante.

Liberdade, Igualdade e Fraternidade e mai nada. Claro que não existe verdadeira liberdade e igualdade sem igualdade económica. A fraternidade vem com o resto.

Liberalismo.

Tenho a certeza que será uma visão que tenderá a aumentar no nosso país. Com mais calma volto a este tópico e explico o porquê da minha ideologia.

É-me impossível dizer que sou só isto, que sou só aquilo.
Muitas ideias e vocações me contentam, mas todas elas povoam a esfera de influência do Liberalismo (o responsável, não um que relativize a necessidade nuclear de entender o contexto em que um se encontra; o clássico); por exemplo, atraem-me alguns conceitos do Libertarianismo – o autêntico, atenção (e mais a versão dita instrumental, que a dita fundamental). Atraem-me alguns dos valores primários do Conservadorismo (o pragmatismo, a propriedade).
Atrai-me a ideia de justiça social (garantidamente não traduzível em “Igualdade económica”) da Social-Democracia. Rejeito todo o tipo de ideologias anti-democráticas, do vago Socialismo aos totalitarismos fascista, nacional-socialista ou comunista, etc.
Todavia não acredito, para dar um exemplo de como cada circunstância pede uma abordagem diferenciada, que uma certa ideologia, nomeadamente aquela que mais me alicia, constitui sempre a melhor solução; por vezes, é necessário encarrilar primeiro por um caminho ondulante, digamos assim.

Yep, o que não minguam por aí são “intelectuais” cujas cachimónias têm germinado bastante teoria na vã tentativa de explicar às turbas cândidas como o coitado do Marx foi “encornado” por todos aqueles que resolveram implementar os 10 pontos-chave programaticamente cinzelados no Manifesto Comunista; que, aliás, são tudo excepto democráticos.
Entre bastantes outros que o fizeram com igual perspicácia (Aron, por exemplo), Kolakowski, com sublime sapiência (e experiência pessoal, acrescente-se), vedou essa escapatória há muito tempo. Eu pensava, e confesso tal francamente, que essa noção já tinha morrido de velhice e falsidade.

Terceira Posição

As minhas opções:

Socialismo+Liberalismo.

A minha posição:

[youtube=640,360]http://www.youtube.com/watch?v=UnArvdHrM5g[/youtube]

Social-Democracia

(quando completar o meu ensino e tiver um entendimento melhor de todos os sistemas políticos posso vir cobrar esta resposta, no entanto, é a minha neste momento)

Embora perceba onde queres chegar, e conhecendo o passado comum (Primeira Iternacional, etc.) acho que historicamente há um processo de irreconciliação entre anarquistas e comunistas, sobretudo no que diz respeito à questão do individualismo e do papel do estado.

Não esperes que o ensino te dê essa informação. Procura por ti porque o ensino não é suficientemente independente para te dar educação esclarecedora sobre todas as formas políticas possíveis.

Hoje e dia há muita maneira de teres acesso a informação sem esperares que ela chegue a ti :great: (digo isto independentemente da vertente política que prefiras, claro).

Tudo disto Schism :slight_smile:

Parece-me que a redução dos nossos problemas a soluções políticas é tremendamente redutora.

Sportinguismo

Monarquismo, era a unica que não tinha votos

Lord Licá ao poder

@ Leão Vegetariano

Sim. Historicamente os que se foram chamando Comunistas foram derivando cada vez mais dos Anarquistas. A maior parte pela derivação ao Leninismo, uma perspectiva contrária ás posições de Marx, que nesse ponto sempre se mostrou ao lado dos anarquistas. Falo do combate aos Blanquistas. E o Leninismo é apenas uma actualização do Blanquismo, que preconiza uma tomada do poder por uma minoria revolucionária sem a acção concertada das massas trabalhadoras, e a partir dessa toma de poder introduzir o comunismo. Relembro que Marx defendia que apenas as massas trabalhadoras organizadas podiam proceder à transformação social. A mesma perspectiva que os Anarquistas, embora estes defendam a imediata abolição do estado.

A partir do Leninismo, que passou a ser a bitola para Comunismo, como dizes, houve de facto uma irreconciliação. Mas vistas bem as coisas apenas para o Leninismo. Porque sempre houve muita aproximação entre os Conselhistas (Gorter, Pannekoek) e Luxemburguistas (Rosa Luxemburgo, Andres Nin), por exemplo, os quais também se consideram Comunistas e Marxistas mas rejeitam o Leninismo, e Anarquistas.

Em síntese, acho que o que dividiu, e vistas as coisas na prática, os Comunistas (pelos exemplos da URSS e afins) defenderam a transformação material primeiro e a transformação cultural depois. Os Anarquistas, com critica certeira na minha opinião, defenderam que não pode haver transformação material sem um vontade colectiva para tal, daí que primeiro tenha de ser feito um trabalho cultural e educativo. Pegando no exemplo de Espanha, por isso é que os anarquistas fizeram da CNT, não só um sindicato, mas um embrião da sociedade futura.

@Pisacane,

interessante, obrigado pela reflexão. Há uma coisa que apontas e que acho muito relevante para este tópico - a distinção entre o Marx “intelectual” e os seus escritos, e a apropriação/adaptação posterior que foi emergindo do seu pensamento e programática, sendo o leninismo o caso mais óbvio mas não único, como sabemos. Muitas vezes vemos um overlapping, ao ponto de se pensar que Marx e Lenin como que partilhavam caneta. Neste sentido, a ideologia e política comunista, apesar de muitas vezes vista como tal, não encapsula todo o pensamento de Marx.

Tenho muitas duvidas que exista alguma coisa de Marx no Leninismo. O conceito de partido, talvez, mas não como vanguarda pro-putchista. Julgo mesmo, que Marx seria feroz adversário de Lenin, tal como foi de Blanqui.

Mas as essencializações vingam. A URSS dizia-se Comunista, os opositores Ocidentais também diziam que eles eram Comunistas. Perante tal concordância, como duvidar?

Nacionalismo? Mas qual/quais Nacionalismo(s)?! Nacionalismo, por si só, não existe, não é nada! Bom, existirá no abstrato enquanto assunção de que o valor máximo reside na Nação. Mas aí colocar-se-á a questão acerca do próprio conceito de Nação – e assim por diante até à discussão a propósito do indivíduo.
O Nacionalismo não é uma ideologia, embora seja «ingrediente» ou mesmo força motriz de determinadas ideologias mais latas – e teorizado como tal.
É património comum às Direitas e às Esquerdas – cuja interpretação naturalmente difere. O Nacionalismo cívico, tão caro às Esquerdas Liberais e Republicanas, é tão nacionalista – passe a redundância – quanto o Nacionalismo Orgânico de matriz alemã (alemã, mas não nacional-socialista).
Resumindo, torna-se impossível codificar Nacionalismo como noção estanque e universalmente aplicável. Não vamos mais longe, Adelino Maltez – ele próprio um dileto irmãozinho da confraria do avental, com suas espadinhas, seu rituaizinhos, vendas nos olhos e provavelmente dildos no cu…- afirmou com muito propósito o facto de o total esvaziamento de uma Direita Nacionalista Portuguesa residir na existência histórica de um partido com as características do PCP, que lhe ocupou o espaço em determinadas reivindicações e batalhas. Parece estranho, mas faz sentido.