Política Nacional - Parte 4

Concordo. Mas este é um problema a resolver. Tem ligação com a questão da imigração e da necessidade deles. Sendo que foi um problema que se tornou mais premente a partir dos anos 2000 quando nos começaram a vender a ideia, em Portugal, de que era necessário ir tirar um curso superior. O único intuito dessa ideia de merda foi o de alavancar estatisticamente Portugal, que era um país de analfabetos. Como se isso fosse uma questão relevante, uma vez que os analfabetos tendiam - e tendem - a morrer.

Há várias coisas que nós estamos de acordo, mas há uma que me parece fundamental e que as pessoas tendem a “julgar” estupidamente. A tónica do problema não é o imigrante. Eu não condeno o imigrante que veio para cá e quer a sua autorização de residência, mesmo que vá para a Alemanha trabalhar a seguir.

Condeno é o português que tornou isto possível e continuar a tornar isto possível. Da mesma maneira que condeno e critico o facto de se relativizar este problema como se isto não fosse um problema ou se estivéssemos a ver mal as coisas.

Não, isto é, de facto, um problema. Isto acaba por redundar em argumentos ridículos e muitas vezes sem solução, porque quem discute acaba por recorrer a minudências para discutir um problema que é muito mais abrangente.

Sendo que o CH cresce muito à custa deste argumentário ridículo, mas que faz muita gente abanar a cabeça a dizer que sim.

Usando um exemplo estúpido: O Idris é apanhado a bater pívias num parque enquanto passavam gajas a correr. Vem o CH e diz: estão a ver, isto é um problema de imigrantes, os imigrantes vêm bater pívias para os parques enquanto estão cá a correr gajas. A seguir vêm aí uns gajos dizer: como se não existissem maneis a bater pívias nos parques enquanto as gajas correm.

Isto é o tipo de exemplo e argumento ridículo, de parte a parte. Sim, sempre existiram gajos a bater pívias nos parques a ver gajas correr. Da mesma maneira que existiam uns quantos a bater pívias nas praias. Da mesma maneira que há gajos que são pedófilos. O problema deste tema não está nos que são nacionais ou nos que deixam de o ser. O problema está no facto de eles existirem e de no caso dos estrangeiros termos de nos ver livres deles e que eles percebam que este não é um sítio para estar, para podermos lidar com os nossos.

Mas por que motivo é que o argumentário do CH tem vencimento e o argumentário dos outros não tem? Porque, de facto, o indiano pívias é um caso novo em Portugal, que foi criado porque se tolera um aumento desproporcionado de imigração e porque o caso do Manel é um problema que sempre existiu e que ainda não resolvemos. Ou seja, isto nas mentes tacanhas, o Manel é um problema, mas é um problema pré-existente e o Idris é um problema novo, criado pela imigração.

Isto é problemático e fá-los crescer? Sim, porque durante 5 ou 6 anos tivemos uns tontos a usar este argumento e tivemos outros tontos a relativizá-lo e a dizer que “isso não acontece” ou alguém que diz “mas isso também acontece com os portugueses” - o que é ainda mais tonto, porque é uma acusação que exalta o sentimento nacionalista destes totós que se sentem afectados por estarem a ser comparados com pívias indianos.

Isto acaba por ser um tema um bocado perigoso e que afecta o comum da população em termos gerais. Por um lado, tens as pessoas distraídas com argumentários tontos, por outro lado continuas a não dirigir ao tema. Isto significa que quem beneficia do tema está descansado. Quem beneficia dele é o patronato, é o CH, e são os “interesses” envolvidos nisto. É um tema de “fumaça” que convém a toda a gente trazer para a baila e ninguém o quer resolver.

Porque uns gostam da fumaça e outros deixaram-se embrenhar nela e não querem admitir que agora têm de abrir as janelas para a deixar sair.

Sendo que sim, o trabalho de integração está a falhar e vai continuar a falhar enquanto não se tomarem medidas rápidas e fortes para isso. Sendo que, uma vez mais, concordo: as maiores vítimas são os imigrantes que cá estão, para trabalhar e em busca de melhores condições, porque lhe venderam que isso era uma possibilidade óptima e se permitiu essa venda.

Mas este é um dos problemas e é uma das coisas com a qual se compactua por cá e cuja SS tem conhecimento. A quantidade de empresas que nem espaços têm, mas que têm colaboradores empregados é perfeitamente absurda.

Mas isto chega a ir mais longe. O pessoal vai ao SEF e o tuga faz sempre o mesmo. Comprovativo de alojamento: era título de propriedade ou arrendamento; tolerou-se comodato; passou a declaração da junta; entretanto até declaração do amigo vale.

Porquê? Porque o funcionário tem pena ou ordens para não estar a recusar autorizações de residência e dar ordem de saída do território. Isto é uma merda que só cabe na cabeça, aos dias de hoje, em Portugal. Ou preenche os requisitos ou não preenche. Não preenchendo, vai deportado.

Esta é a parte que eu não concordo, porque aquilo que o Chega faz não é só com emigrantes, é também com os ciganos e esses já cá estavam e eram um problema velho.

Portanto, temos que lidar com o problema conforme podemos, o melhor que podemos, não é por ser emigrante que o tipo que bate pívias no parque é melhor que os outros, mas também não é por ser emigrante que passa a ser pior.

Precisamos duma justiça mais rápida e resiliente para resolver aquilo que é da justiça, e não duma polícia com latitude de actuação total e sem qualquer fiscalização, como por vezes já vi aqui defendido, até para lidar com a emigração.

Não é por os portugueses já cometerem determinados crimes que os dos emigrantes passam a ser perdoados. Mas os crimes destes não passam a ser piores porque eles são mais amarelos ou castanhos, criminosos são todos iguais.

Ainda ontem o @Hemgê se insurgia contra a profissão do tipo que agrediu a mulher ser relevante ao tema. Um tipo que espanca a mulher ser barbeiro ou bombeiro ou cantoneiro, sinceramente, é-me irrelevante, a não ser que seja uma coisa generalizada. Pela mesma ordem de razão, a não ser que seja uma coisa generalizada (20 Idris a bater pívias enquando vêm gajas a correr), não vejo a relevância da nacionalidade ou do facto de ser nativo ou emigrante.
Tens que acabar com os tipos que batem pívias nos parques porque isso está errado, tudo o resto é apenas adorno.

Dito isto, tens casos particulares que têm que ser lidados de forma particular, como por exemplo a criminalidade organizada brasileira, ligada aos grandes grupos de narco-tráfico da América do Sul (PCC, etc), aí há alguma especificidade que se calhar não pode ser encarada de forma tão “democrática”.

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Mas ao Ventura, não o vês a falar dos brasileiros, ou do PCC. Porque será? :innocent:

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Pq o lobi evangelico é um financiador o chega

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Então o Ventura é um merdas, mais um joguete nas mãos dos outros, só mudam é as mãos.

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Não digas isso. O Ventura é um anjo enviado por Deus Nosso Senhor. O Quarto Pastorinho de Fátima.

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O selfies é uma vergonha para o país e é uma vergonha ainda maior não haver mecanismos na constituição que permitam que um atrasado destes seja retirado do posto de presidente da republica

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Não é política mas acho que fica aqui bem…:grin:

https://x.com/celinha7411/status/1961730290772029739?t=s-qa7Nm3IepFw3ZPlCzZ-Q&s=19

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Ah, a grande epopeia da nossa heroína nacional, Mariana Mortágua. O país arde em caos, saúde a colapsar, professores a emigrar, habitação a preços de diamantes, impostos a sugar até o oxigénio, mas a prioridade da senhora é… Gaza. Porque, obviamente, nada grita “responsabilidade política” como fugir do quintal em chamas para ir brincar a diplomata internacional.

E a cereja no topo do bolo? A linhagem. Filha de um terrorista condenado, mas vá, quem nunca teve um parente que decidiu brincar aos tiros contra o Estado? agora reinventa-se como embaixadora da moralidade mundial. É quase poético: da luta armada para a luta armada… verbal.

Enquanto isso, cá dentro, o Zé Povinho que aguente: listas de espera no hospital até 2030, salários de miséria, impostos que nem a NASA consegue calcular, mas pronto, Mariana está preocupadíssima com o Médio Oriente. Prioridades, não é?

Portugal pode esperar, porque o palco internacional chama, e ela não vai perder a oportunidade de aparecer como estrela convidada na telenovela geopolítica.

Enfim, é o retrato perfeito da política moderna: o país desmorona-se, mas há sempre tempo para tirar selfies com causa alheia. Palmas para a coragem, palmas para o teatro, e palmas, sobretudo, para a palhaçada.

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