Isto e so mais um dos varios exemplos daquilo que foi a bandalheira da politica de imigracao da geringonca.
Felizmente este ano tiveram o resultado eleitoral que merecem.
Como demonstra o meu historico, eu ja sou muito vocal contra isto ha anos. Alias, em 2017 se der para procurar ainda devem existir ai posts meus a criticar as alteracoes da lei e mesmo antes da pandemia ja eu dizia que iamos entrar numa situacao sem jeito nenhum.
Agora vou ser sincero… honestamente, em 2019 quando me queixava, nunca nos meus piores pesadelos achei que iamos chegar a uma bandalheira tal que um partido como o Chega ia ter tantos votos como o PS em 2025.
Tenho acompanhado com muita atencao as propostas da AD nesta area, tambem porque desta vez decidi dar-lhes o meu voto achando que a representacao do Chega ia ser sempre suficiente para os forcar a medidas drasticas. Ate agora, estou a gostar daquilo que vejo. Mas resta saber como e que isto vai passar a pratica e ser operacionalizado. E outra coisa que me preocupa e que nem se toca no visto CPLP…
O Visto CPLP tem uma proposta de alteração que passa pela necessidade de ser pedido previamente. Um dos problemas do tema da imigração é que é possível entrar em Portugal com visto de turista ou com isenção de visto e fazer cá o requerimento de autorização de residência. Agora passam a ter de requerer um visto consular prévio, o que te permite controlar melhor a quantidade de autorizações de residência que poderão ser emitidas ao abrigo deste regime.
Sendo que desconheço se existem medidas complementares que permitam a sua recusa.
Eu tenho acompanhado com atenção as propostas da AD, mas, até ao momento, estou reticente com elas. É que, o ano passado, também saiu uma notícia que previa mundos e fundos para lidar com isto. Depois lá vieram chorar os empresários e lá se começaram a aplicar os regimes transitórios e andámos de regime transitório em regime transitório… Até ao dia de hoje.
Que na pratica o que pode fazer e ter um pequeno efeito, no sentido em que ate os consulados estarem operacionais vamos ter menos vistos, regressando a normalidade apos os consulados estarem a operar bem.
O que interessa saber e o que dizes por ultimo - em que condicoes se permite a recusa, uma vez que de momento basta alguem ca responsabilizar-se por tudo o que em condicoes normais eras obrigado a fazer prova de.
Eu tenho gostado de bastantes medidas anunciadas pela AD, mas agora é preciso a prática. Ah e já agora não voltar a fazer medidas estúpidas na Habitação como na última legislatura.
As medidas para o controlo da imigração são sem dúvida positivas mas também curtas.
Será necessário medidas mais duras para haver um real efeito no numero de imigrantes no país.
Eu percebo que o governo não queira entrar a “matar” mas é bom que se convençam que o que fazem tem real impacto no que a controlo de imigrantes diz respeito.
Caso não o façam o povinho escolherá quem o possa fazer.
Espero sinceramente que não seja necessário chegar a esse ponto.
Na minha opinião, ser português, mais do que genes, documentos, ou local de nascimento, trata-se de cultura e sentimento de pertença.
Um preto de terceira geração que prefere falar crioulo, falar mal de Portugal a qualquer oportunidade e usar a bandeira do país de origem, é menos português que um brasileiro que chegou há 10 anos, se esforçou para falar a língua, conhece a cultura e se sente em casa.
Claro que, legalmente falando, estão são factores impossíveis de quantificar. Mas o tempo de permanência diz muito pouco. Integração sim.
Isto e muito verdade e e mais um dos motivos pelos quais eu sempre critiquei a politica de imigracao.
O numero que esta a entrar nao e possivel de integrar sem problemas sociais. O que vai acontecer e acontece sempre e uma guetizacao. Que se nota bem. Brasileiros com brasileiros, indostanicos com indostanicos. Eles nao se integram, simplesmente formam a sua propria comunidade ca.
Eu costumo dar o exemplo do grupo de amigos. Se eu tenho um grupo de 7 ou 8 amigos e entrar um gajo novo para o grupo, ao fim de um ano se for um tipo porreiro esta plenamente integrado. Agora e se entrarem 4 que por acaso ja se conhecem? Ja e muito mais dificil a integracao e ate e possivel que pelo meio consigam prejudicar o grupo ja existente.
E impossivel integrar 1 milhao e tal de imigrantes em 3 anos. Nao da. Alem de todos os outros problemas, como servicos publicos nao preparados para isto.
Há que ver que acontece o mesmo com os portugueses que vão lá para fora. Basta olhar para o número de comunidades portuguesas que existem lá por fora e cujos emigrantes convivem muito mais com portugueses ou com outros emigrantes de países lusófonos do que propriamente com os locais.
Isso tornou-se um problema pela quantidade de imigrantes e pelo choque cultural de alguns com alguns desses imigrantes. Tendo em conta o número de imigrantes que entrou repentinamente e a proveniência, é naturalmente que exista esse choque cultural. Isto acaba por ser um problema dos dois lados: seja dos que entram que se refugiam na sua comunidade conhecida, seja dos que cá estão que, pelo choque cultural, também não têm capacidade para integrar.
Este tema tornou-se sensível, mas não o deveria ser. O que não faltam são portugueses espalhados pelo mundo que não adquirem a nacionalidade do país para onde se mudaram. Desde logo porque os países não o permitem. Depois porque não têm de o fazer. Têm as correspondentes autorizações de residência e vivem bem com elas. Em Portugal (e não só), existe demasiada permissividade na aquisição da nacionalidade, sem que exista o tal sentimento de pertença que refere @vmatos76.
Exato. Eu inclusive sou um desses casos que mencionas. Já vivi fora de Portugal, num país onde estava totalmente integrado, e que até me identifico mais em termos de forma de estar na vida e em sociedade que Portugal, e nunca pensei em trocar de nacionalidade.
Aqui, como no resto da Europa, existem muitas pessoas que querem o passaporte e apenas olham para os seus direitos, esquecendo os deveres. Em Portugal era bar aberto, dávamos passaportes portugueses a tudo e todos. Acho que devemos ser muito mais restritivos, e gosto das medidas deste governo.
Agora a narrativa é: “mas os portugueses também fazem x…” e “e os que nascem cá, não perdem nacionalidade”. Como se, por termos cá maus autores, fosse nossa obrigação aceitar os de fora. Quem me dera dar para recambiar esses portugueses
Na verdade quantas pessoas nas nossas ex colónias falam mesmo Português como primeira língua? Tirando o Brasil e talvez Angola é tudo abaixo de 50%, na maior parte dos casos 20-30%. Cabo Verdianos devem todos saber falar mas usam quase sempre o crioulo. A lusofonia é uma treta.
Criaram-se também aqui alguns negócios paralelos que ajudaram a espoletar isso. Há um assunto que se tem discutido pouco e que é desvalorizado, mas que tem relevância. É comum, principalmente nos imigrantes que não provêem de países lusófonos, que a entrada em Portugal, a obtenção da autorização de residência e a obtenção de cartão de cidadão tenham apenas como intuito a livre circulação dentro da Europa.
É comum que este pessoal entre em Portugal, fique cá até à obtenção da autorização de residência e, de seguida, saia de Portugal, continuando a declarar cá o rendimento mínimo (fictício) e aparecendo aqui para renovar a autorização de residência e obter o cartão de cidadão ao fim de uns anos. A partir desse momento, não mais metem cá os pés. Refira-se que grande parte deles não cumpre os requisitos para obtenção de nenhum destes documentos.
Este pessoal não tem qualquer sentimento de pertença, nunca há-de ter. Tem nacionalidade porque dá-lhes jeito ter a nacionalidade e nem sequer cumprem os requisitos para isto. Pelo meio, entopem os serviços. Mas como descontavam para a SS e andavam a “salvar” a SS… A esquerda fechava os olhos a esta merda.
Que e um dos resultados dos problemas de integracao.
Exatamente o mesmo problema… ha uns anos tambem migramos ‘em massa’ para outros paises e criamos comunidades autonomas la. Nos proprios somos o exemplo do que corre mal nestas situacoes.
Isso e o que digo sempre.
E eu fico chocado com a falta de nivel de quem discute estes temas. Ja nao e o primeiro nem segundo jornalista que vejo a comentar algo do genero ‘se fosse preciso cumprir estes criterios como saber escrever em Portugues, muito portugues nao tinha direito a nacionalidade’. Alias… um jornalista do Expresso fez esta mesma analogia mas com os votantes do Chega. A classe do costume. O discurso de ‘odio de bem’.
Para mim isto no fundo esbarra sempre em algo que eu sumarizo da seguinte forma. Para mim, a atribuicao da nacionalidade e um privilegio, nao um direito. Infelizmente, muita gente ligada a esquerda parece nao perceber isto. Atribuir a nacionalidade da todo um conjunto de direitos a uma pessoa e todo um conjunto de responsabilidades ao estado portugues. Nao pode ser uma coisa leviana.