Política Internacional - Parte 2

Isto vindo de alguem que se converteu ao Cristianismo ha cerca de 9 anos atras:

  • Existe de facto uma tendencia a recusar a ciencia quando a mesma choca de frente com o que esta escrito na Biblia (ou neste caso, tambem no Corao ou na Tora), pessoalmente, ainda antes de ter religiao, ja questionava Darwin e as datacoes de carbono, o que acontece agora e tentar perceber esses mesmos teoremas cientificos, adapta-los a mensagem e procurar Deus nos mesmos, nao e facil conciliar, mas conforme se obtem mais conhecimento, chega-se ao ponto de perceber, que tudo aquilo que e descoberto e verificavel, acaba por ser obra de Deus, logicamente chama-se fe, nao obrigo ninguem a partilhar das minhas opinioes, gostava apenas que nao me chamassem inculto ou homem das cavernas por ter desenvolvido as minhas proprias assuncoes e teorias.
  • Nao penso que tenhas inveja, penso que existe algo dentro de ti que e levado a acreditar que assim seja, que algo existe, no entanto os tempos de hoje dizem-te para nao acreditar…
  • As sociedades perdem e muito em desligar-se da religiao, todos os valores humanistas que encontras nas sociedades ditas civilizadas, sao baseados em religiao, ha quem te diga que nao precisas da mesma para ser uma “boa pessoa”, e ate aceito que sim, mas o que ira acontecer quando todos esses ensinamentos e valores se perderem quando os ateus de hoje virarem avos dos ateus de depois de amanha, e uma sociedade com profundo desconhecimento dos valores mais basicos de respeito e amor ao proximo. Com a diluicao de qq valor moral, vira a anarquia moral a que ja se comeca a assistir nos nossos dias, nao venho aqui dizer que qualquer igreja deva ter influencia politica, nao considero realmente importante, se me disseres que a politica e a governacao nao devem ter influencia religiosa, estou de acordo, as sociedades em si, precisam da mesma, alias , aquilo que o @Sérgio_Sodré escreve um pouco abaixo (e sem qq tipo de ataque ao mesmo) descreve bem o que pretendo explanar, quando uma pessoa pensa que e tao ma, que so tem 2 escolhas, ou vai para o inferno, ou opta por inexistir, demonstra bem o estado de espirito que alcancamos nos dias que correm… E atencao, que eu considero o Sergio a par do Invictus, como das pessoas mais cultas e inteligentes que tive oportunidade de trocar ideias e ler e aprender com eles…

Por ultimo, qualquer cristao a serio, sabe que a Igreja catolica e basicamente o oposto daquilo que Cristo pregou, e o Papa e o maior embuste dos ultimos 2021 anos, este papa por exemplo, nao passa de um libtard, e qq Cristao que se reveja nele ou lhe de ouvidos, e apenas um Cristao enganado…
Just my 2 cents, nao pretendo entrar em debates teologicos (nunca o faco), ou uma pessoa tem fe, ou nao, 2 ateus podem discutir religiao, 2 crentes tambem, 1 ateu e 1 crente nao podem, pq operam em frequencias completamente diferentes…
Peace…

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Não me parece que na prática sejam a mesma coisa, mas chacun a son gout.

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Porque faz parte do ser humano associar-se a coisas e ideias, não se vive numa bolha.

Neste momento, idolatra-se o iphone e o instagram e outros que tais. Quanto ao último, as redes sociais são a nova religião, com influenciadores como novos pastores.

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Completamente. E agora que passamos de crença e veneração numa religião milenar para crença e veneração ao estado esses aspectos estão a níveis bastante altos

O que não falta ai são hobbies.

O importante é manter este nível de civismo na conversa, pudemos não concordar, mas não estamos a atacar-nos mutuamente por discordarmos. :+1:

O importante é que a europa se vai juntar outra vez contra o invasor. Dou 3 anos para ficar evidente

Já é um começo.

Pois, só que não é verdade. Cerca de 50% identifica-se como cristão (mais de 60% da população é cristã, a esmagadora maioria baptizada), apesar de só cerca de 9% ir à Igreja com regularidade. Existem referências várias com valores desta ordem (basta googlar) por isso esses valores que tens aí são uma grande tanga… digo eu.

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Isso é um erro crasso, porque a ciência e a religião não se misturam porque não procuram responder às mesmas perguntas. Citando Galileu, a religião procura responder ao propósito “de como ir para o céu”, enquanto a ciência procura perceber “como é que está o céu”. A ciência foca-se nas leis da natureza, a religião tem o seu manto sobre a ética.

Não existe necessidade de confrontação “ideológica”, porque não procuram responder às mesmas questões.

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Que eu saiba as religiões originárias da Europa são pagãs/politeístas no geral e não religiões monoteístas do médio oriente.

O que não falta são textos religiosos/místicos/esotéricos que explicaram com milhares de anos de avanço o que a ciência apenas conseguiu explicar no século passado.

As perguntas fundamentais de qualquer ser humano, crente ou não.

A religião é um cenário onde essas questões são explicadas, perante um código de conduta pessoal e moral que deve ser seguido, à risca, para uma quasi-sublimação Freudiana e rapport espiritual colectivo, onde o crente se sente totalmente ligado à centelha divina que é emanada, no caso de ser um praticante, mais “entrosado” com o sentido moral e social que cada religião comporta.

Como animais racionais que somos, apesar de praticamente todos nós nos interrogarmos com tais questões, o Ateísmo e o Agnosticismo são correntes de um pensamento secular, que não é moderno, apesar do boost pagão/New Age dos últimos 200 anos, cimentado na individualização pessoal via transcendentalismo, seja pelo “Do What Thou Wilt” do Mr. Crowley, a explosão Teosófica no fim do Séc. XIX graças aos escritos de Blavatsky, um virar de página para o Antropocentrismo, que soube aliar o melhoramento espiritual, não descurando a condição humana. Em contraposto com uma estrutura Teocêntrica e rigidamente estilizada durante milénios no Mundo Ocidental.

O que me assusta nos dias de hoje, é a devoção total à Nª Srª do iPhone, o sentir que cada vez mais questiona-mo-nos cada vez menos sobre a ordem divina, desligados e vazios, em prol de conteúdos cretinos que só nos adormecem do ponto de vista humano e espiritual, que nos toldam o crescimento e entendimento sobre o porquê das coisas.

A curiosidade sempre foi o nosso maior factor de perguntarmos a nós mesmos sobre o nosso lugar na Terra, no Cosmos, e no que há para além disso.

E sinto que estamos a perdê-la, pouco a pouco.

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Acho sempre muito difícil de aferir a verdadeira % de ateísmo em sociedades modernas, principalmente porque os mais jovens são muito mutáveis em relação às crenças.
E honestamente dou mais valor a estudos que sejam baseados em entrevistas do que aqueles baseados em registos históricos…

E porquê?
Porque por exemplo, segundo os registos, eu (que nem sou jovem) sou católico porque sou batizado, no entanto desde que me lembro que me considero completamente ateu…
e mais, até te dou um exemplo recente: ainda ontem estava num grupo de 5 pessoas a discutir esta temática e de nós os 5 todos somos batizados e 4 tinham feito o percurso católico completo (eu era o único que era só batizado)… no entanto de nós 5 apenas 1 se considerava aos dias de hoje católico, 2 consideramo-nos ateus e 2 disseram ser agnósticos.
Ora a “amostra” é pequena, mas acho que dá para perceber a ideia…

Já agora e por curiosidade… Na maioria das referências a Portugal, indicam que em 2011 existiam mais de 80% de católicos, no entanto quando em 2010 o eurostat fez um estudo europeu extremamente massificado, foi verificado que em Portugal só 70% das pessoas acreditavam em alguma divindade… Ora, dado ser impossível ser católico e não se acreditar em Deus ao mesmo tempo, algo bate mal nos vários números difundidos (registos vs entrevistas).

Assim e pela perceção que tenho (que pode estar errada), penso que o que se passa no exemplo que dei de ontem, é o que acontece na generalidade… Ou seja, as pessoas são contabilizadas como crentes porque em alguma fase das suas vidas tiveram contacto com alguma religião (normalmente por influência dos pais), mas depois quando questionadas, muitas delas “abandonaram” a crença… e esta minha ideia é reforçada com os números da própria igreja que admite que menos de 10% da população é católica praticante.

Posto isto, os estudos/dados que o @Lion73 colocou, podem não estar precisos, mas não me surpreenderia se se aproximassem da “realidade”.

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Se dás mais valor a entrevistas então tens de contabilizar cerca de 50% dos suecos como não-ateus, já que é essa % que considera ser cristão (se se afirma cristão então não é ateu, por definição) em vários estudos/entrevistas divulgadas.

O fenómeno que afirmas para a população portuguesa também é comum por cá… se calhar com a diferença de que na componente luterana ninguém vai parar ao inferno ou ser culpabilizado seja pelo que for caso coloque em causa a existência do divino (ao contrário do catolicismo) :smiling_imp:.

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Para além do facto de nos dias que correm mais depressa uma pessoa se afirma aos berros ser ateu do que cristão. De há umas decadas para cá ser ateu é avant-guarde e chique a valer

Subscrevo totalmente.

As pessoas continuam a ser essencialmente materialistas e quando digo materialistas não estou a pensar naquelas pessoas que só acreditam naquilo que vêem, estou a pensar nas pessoas que pensam que o importante na vida é ter sucesso, fama, dinheiro e bens materiais, poder, esquecendo-se que a morte sobrevém a qualquer momento e que não podem levar consigo nada do que acumularam ou atingiram.

Como disse o vice-almirante Gouveia e Melo, os cemitérios estão cheios de gente famosa de que ninguém se lembra.

Eu não sei se aqueles dados têm muita ou pouca ligação à realidade, mas são 3 fontes diferentes, em espaços temporais diferentes ( 2012, 2016 e 2020, salvo erro). Alguma coisa tem q bater certo… :wink:

A Filosofia grega e depois romana de teor humanista e tolerante, mormente o estoicismo, começa a dar corpo à cultura do Ocidente bem antes da chegada de cultos do Próximo Oriente que, em termos religiosos, se revelaram bem mais fanáticos e intolerantes assim que tomaram o poder …, a destruição de arte (templos, esculturas), documentos escritos, encerramento de escolas de filosofia, proibição doutros cultos foi absolutamente dramática no Mundo Clássico, que então era bem mais aberto a pensamento diverso,… Só numa segunda fase (felizmente) é que o cristianismo terá um papel vital na conservação do património clássico em vez da sua destruição…

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Ser católico em Portugal é como ser do panelas.

Um costume por tradição familiar, por arrasto, por quase-imposição.

“Não és do panelas, não comes a sopa”
“Não gostas do panelas, levas tau-tau”

Eu cresci num meio com um pendor Católico muito pronunciado, não tinha “beatas” na família, mas eram muito devotos.

Mas a tradição não pegou, fui baptizado com meses de idade, e, com 18 anos, tratei da anulação do baptismo.
Pois não foi algo da minha livre e espontânea vontade, foi-me imposto.

Claro que a Igreja não mo quis conceder à primeira, foram uma série de pedidos para a Diocese correspondente a reforçar sustentado numa abertura da Lei Canónica à altura, uma luta de mais de 1 ano, mas consegui.

E uma das razões da minha anulação prende-se por aí.

Liberdade de escolha.