Ser religioso não é ser espiritual.
Ser religioso quer dizer que tens uma religião que segues.
Ser espiritual vai desde “eu acredito numa merda qualquer transcendente” até aos chakras da vida.
Ser religioso significa ser espiritual, já o contrário não acontece.
Nem sei qual deve ser a % de população portuguesa que já foi a Fátima e “sentiu” qualquer coisa ou como quem opta por fazer funerais “religiosos”, mas deve ser bem elevada. Mas a % disso que vai à missa ao domingo…
Quase todas as pessoas espirituais têm algum tipo de religião ou imitam as estruturas. No fundo vai dar ao mesmo.
Nem sei qual deve ser a % de população portuguesa que já foi a Fátima e “sentiu” qualquer coisa ou como quem opta por fazer funerais “religiosos”, mas deve ser bem elevada. Mas a % disso que vai à missa ao domingo…
Isso é cherry picking. Se as pessoas dizem que são católicas é porque são. Lá o que fazem da vida privada é com elas, né?
Vai dar ao mesmo, mas um tipo que acredita nas folhas do chá ou poderes dos cristais pode não ter religião, e é isso que respondem quando fazem essas sondagens.
Descrença não é o mesmo que Ateísmo… Não acreditar não é o mesmo que afirmar a inexistência. Eu estou como aqueles que dizem que acreditam em Deus só que lhe chamam Natureza… São incréus relativamente ao Sobrenatural.
Mas repara, nas sondagens que o Lion colocou, é sobre o nível de ateus que há. Um gajo que acredita nos cristais ou nas folhas não é um ateu - literalmente uma pessoa que AFIRMA/ACREDITA não haver algo superior. Só dei o exemplo português porque até contradiz o resultado “europeu” que estava em cima. O resto, vamos andar aqui à volta com semântica, portanto, deixo estar.
Regimes ateus, ou de veneração do líder? Por exemplo, a Coreia do Norte o líder é considerado como um Deus. Hitler, Estaline e outros tiranos eram regimes de veneração do “Deus” líder.
Eu pessoalmente desconheço um regime puramente ateu, se existir agradecia a clarificação estou sempre disponível para aprender coisas novas.
Não é algo q desapareça de um momento para o outro mas claramente a religião tem um peso cada vez menor na sociedade.
Curiosamente, esse peso é menor nos países mais desenvolvidos, na dita civilização ocidental e em estruturas económica e educacionalmente mais sólidas e onde a defesa dos direitos humanos/mulheres/minorias é mais relevante.
Podemos argumentar que as bases dessas sociedades eram judaico cristãs cujos princípios espirituais foram adoptados, mas a sua evolução está ligada à laicização do estado e à cada vez maior irrelevancia das religiões.
Isso é discutível.
Essas sociedades normalmente têm novos ídolos, que mais não seja o dinheiro e a Apple.
Já que se falou da Suécia, até os “desenvolvidos” acreditavam lá no pastor que defendia a imunidade de grupo, até tatuagens andaram a fazer. Ah e tal, “mas ele tinha razão” ou “não tinha razão”; são argumentos irrelevantes. Os suecos acreditam nele por crença pura, visto que o que ele defendia não era apoiado pela ciência, já que outros cientistas discordavam. E eles acreditavam porque o argumento do tipo se cingia ao que eles valorizavam.
A evolução da “religião” acaba por ser o uma sociedade valoriza. Uma ideologia política… e mais não digo para não ferir susceptibilidades… Até o desporto pode ser equacionado a uma religão. Já agora, mil vezes um maluquinho de fátima do que um lampião.
Por exemplo, na URSS existia um organismo chamado a Liga dos sem Deus que se dedicava à reeducação das classes populares, até faziam passeios de avião. Os Khmeres Vermelhos chegaram muito longe na denúncia e extermínio de pessoas que apresentavam qualquer prática religiosa. Mas gostei da expressão “veneração”. É óptima, dá para tudo.
Em termos genéricos, as crenças profundamente religiosas têm alguns pontos de ligação com o negacionismo científico e o obscurantismo.
É possível ver tal mesmo nas ditas sociedades mais desenvolvidas e mesmo no cristianismo, principalmente no evangélico. Nas américas há claros exemplos.
Isto para não falar no islamismo.
Eu tenho nada contra a religião, até tenho alguma inveja de quem crê em algo para lá desta vida, mas penso q em linhas gerais, é como escrevi acima.
As sociedades perdem pouco ou nada em desligar-se da religião e até ganham, quando impedem que esta tenha qq influência política.
Na prática eram regimes “religiosos” ou um como se chama culto do líder/personalidade como está descrito em muitos livros, era ai onde eu queria chegar. Ou respeitas as ordens do líder ou és liquidado, daí que ateísmo não joga bem nessa tua equação, ou seja, uma falsa equivalência.
Não existe um tipo na rua a dizer eu vou matar em nome de nada, do vazio da não existência de Deus. Um pouco de reductio ad absurdum, mas é esse o ponto onde quero chegar.