Política de contratações

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Subcrevo, apesar de ainda ter reservas em relação ao Slavchev, e se não seria preferível apostar no Wallysson ou até no Vitor.

Não faz sentido um clube com dificuldades financeiras, com boa formação, e o reforço mais caro ser o Gauld.

Não é que eu ache o Gauld mau jogador, acho que tem muito potencial, mas não me agradou esta política, quando temos uma boa formação e 3M para nós, não são trocos.

As nossas principais lacunas no 11 inicial era: Central ( superior ao Xerife), 10 e extremo.

Conseguimos o Nani devido ao negócio Rojo.

No entanto continuamos com lacuna no centro da defesa e na posição 10.

André Geraldes, Paulo Oliveira e Tanaka para mim não acrescentam praticamente nada ao plantel

Esperava mais neste ataque ao mercado.

Muito boa analise Lion73. :clap:

Para uma boa análise há que contextualizar.

No final da época a estrutura decidiu dispensar Gerson Magrão e Ivan Píris. Com estas dispensas ficamos com o seguinte plantel.

PLANTEL ANTES DA PRÉ-ÉPOCA

São 21 jogadores. Destes 21, Vitor e Rinaudo estariam claramente na porta de saída. Por isso 19 jogadores válidos com extemos a mais.

[hr]

Um plantel de qualidade tem na minha opinião que ter dois jogadores por cada posição e mais 3 jogadores para posições especificas (1 PL, 1Extremo e 1 MC). Resumindo 22+3= 25

Nesta linha de pensamento, ficariam a faltar 7 jogadores no plantel.

  • 1 DD
  • 1 DE
  • 1 DC
  • 1 MDEF
  • 2 MC
  • 1 PL

E foi isto que foi feito numa primeira fase. Com exceção do Jonathan Silva, os restantes jogadores foram comprados logo no inicio da época e foram todos ao estágio na Holanda. Relembro que nesta fase já tínhamos vendido o Wilson.

  • 1 DD - Geraldes
  • 1 DE - Jonathan Silva
  • 1 DC - Paulo Oliveira
  • 1 MDEF - Rossell
  • 2 MC - Slavchev e Gauld
  • 1 PL - Tanaka

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O plantel estava em linhas gerais concluído.

Depois há o caso das saídas dos defesas centrais (Rojo e Dier). Vieram para os seus lugares Rabia e Sarr. A transferência do Nani foi uma oportunidade de mercado que não estava prevista.

O único jogador que chegou sem que se justificasse em termos de plantel a sua inclusão foi o Sacko. Foi uma oportunidade de mercado num jogador para o futuro. Veremos o que dará para já na equipa B.

A QUESTÃO DOS JOVENS DA FORMAÇÃO

Claro que há quem ache que o Sporting não deveria ter contratado jogadores para estas posições e deveria ter subido os seus jovens. Esgaio, Mica, Tobias/Semedo, Fokobo, Wallyson, Iuri e Betinho. É legitimo pensar assim. Para mim esta não é a solução. Imagino também o rendimento da equipa B sem estes jogadores nesta época. Para além disso seria queimar o crescimento destes jogadores colocando-os como suplentes da equipa A e impedindo-os de evoluir.

Adoro os nossos miúdos da formação mas com toda a sinceridade não vejo nenhum nesta fase com capacidade de se impor na equipa principal. Do que tenho visto nesta época quer-me parecer que os jogadores com mais “calo” são o Wallyson e o Gauld e para essas posições há muito competição na equipa principal.

Estou convicto que na próxima época teremos um conjunto de jovens bem mais preparados para avançarem para a equipa A e ai sim poderemos começar a colmatar algumas vendas com estes jogadores.

OS REFORÇOS QUE NÃO ENTRAM NO 11 INICIAL

O 11 da época passada era muito forte. Nessa equipa, tínhamos duas lacunas. O médio centro mais ofensivo e extremos de qualidade. Conseguimos manter toda a estrutura com exceção do Rojo e conseguimos contratar um craque para a ala e juntar a boa forma de Carrillo. Neste momento, temos um problema claro na posição do Martins e uma eventual outra questão no centro da defesa que para já não tem sido um problema com as excelentes exibições do Sarr.

O que alguns Sportinguistas não percebem é que jogadores que são claramente mais valias e que entram no 11 de imediato custam muito dinheiro. Vejam o caso do Nani. O Sporting tem que chegar primeiro aos jogadores dando-lhes formação e tempo para evoluírem na equipa.

Mas agora façamos um exercício engraçado com duas questões muito simples.

De todos os jogadores contratados pelo carnide e pelos corruptos, quais são os jogadores que entravam de caras no 11 do Sporting?

O PLANO LEONINO

Já aqui tenho dito que o plano da Administração do Sporting me parece claro e de fácil compreensão.

1ª Ano - Aquisição de jogadores com alguma experiência que conseguissem ser mais valias em termos desportivos sem grande foco no aspeto financeiro de uma eventual venda no futuro. Foram contratados Piris, Magrão, Maurício, Jefferson, Vitor, Slimani, Montero entre outros dentro deste perfil. Os que não corresponderam foram postos a andar. Os outros fazem parte da estrutura base da equipa.

2ª Ano - Com um 11 base definido, a aposta passa por contratar jovens jogadores com potencial, que pode ser desenvolvido na sombra dos titulares para que na eventualidade de saídas futuras, os jogadores estarem mais preparados para entrarem na equipa. Por exemplo se o Jefferson continuar em grande forma e o Jonathan se tornar uma boa alternativa podemos vender o brasileiro no final da época fazendo um encaixe interessante e não comprometendo a qualidade no 11. Na próxima época até podemos ter um Mica mais maduro para ser a sombra do Jonathan como me parece que o Esgaio será nesta época ao Cédric.

3ª Ano e seguintes - Com um plantel bem definido as modificações terão que ser de dois tipos. Substituir vendas de jogadores e alguns jogadores que não renderam possam ser substituídos de forma cirúrgica. Claramente não precisaremos de mais de uma dezena de jogadores na próxima época.

Estou muito satisfeito com as contratações. O ano passado gastamos cerca de 6M em reforços e se houvesse interesse do Sporting só no Slimani tínhamos feito o dobro desse valor e ainda há jogadores importantes para a equipa como Montero, Slimani e Jefferson. Isto para mim é o essencial. Quanto a análises aos reforços, é muito cedo para avaliar. O Slimani na época passada só apareceu em Novembro, até lá era apelidado carinhosamente pelos visionários da bola deste fórum como “Cepo”…

Depois da excelente época 13/14 sabíamos que a prioridade seria segurar os nossos jogadores mais importantes. Com excepção de Rojo conseguimos esse objectivo.
Sabíamos também que era necessário contratar jogadores para reforçar um onze base mas também jogadores para alargar o leque de escolha de Marco Silva.
Era fundamental trazer dois desequilibrados para o ataque, um médio defensivo, um médio para alternativa a Adrien, um central, um lateral esquerdo e um direito. Logo aqui são 7, com as saídas de Rojo e Dier foram precisos mais dois centrais.
Como trazer jogadores que possam ser mais-valias, com os nossos poucos recursos e sem recorrer a fundos /empresários?
Trazer 2/3 jogadores com créditos firmados de uma das principais ligas europeias e manter um plantel curto numa época com CL, ou apostar em jovens jogadores, ainda baratos, alternativas aos titulares no curto prazo e que possam ser mais-valias a médio termo.
A aposta recaiu na segunda possibilidade e a meu ver bem. Ainda por cima conseguimos o regresso de Nani sem custos.
Ficamos com alternativas muito válidas para Cedric, Jefferson, William e Adrien (Esgaio, Silva, Rosell, JME e Slavchev). Com centrais com um potencial muito grande (Sarr, Oliveira e Rabia) e com mais opções. Um ataque bem mais forte com Nani. Uma alternativa interessante em Tanaka e dois miúdos para lançar num futuro próximo (Gauld e Sacko).
Nem tudo foi perfeito e podemos dizer que Geraldes foi um tiro ao lado ou que Slavchev e Sacko podiam não ter vindo. Mas numa época que se espera longa ter várias opções vai ser fundamental. Também podiam ter chegado jogadores já com provas dadas (isso não significava acréscimo de qualidade como vimos no passado) mas nesta fase não temos condições de trazer esse tipo de jogadores, pelo custo de aquisição e pelos seus vencimentos. Ainda mais quando não queremos negociatas com fundos/empresários. Aboubakar e Brahimi por exemplo podiam ter chegado a Alvalade mas cada um deles custaria mais de 10M e para cima 1,5M por ano em vencimentos. Os dois juntos custariam mais que todas as restantes aquisições e rebentariam por completo com o nosso orçamento.

Bom post, john.

Quanto a isto:

É mesmo aguardar, até porque e dizes bem:

O trabalho do Sporting no mercado no ano passado tem que se avaliar como positivo, tendo em conta o montante total investido, o impacto desportivo importante de Mauricio, Jefferson, Slimani e Montero e a valorização de alguns destes jogadores que muito possivelmente daria e sobraria por larga margem para compensar o investimento feito e no fundo, é isso que se quer da abordagem de um clube no mercado: resultados desportivos e financeiros.

Quanto a este ano, repito que desejaria algo diferente mas compreendo perfeitamente a opção estratégica e isto visto de fora e de quem não tem conhecimento das negociações e das abordagens efectuadas a jogadores de um perfil diferente daquele que o Sporting contratou.

Parece-me claro é que terá que haver muita paciência com vários destes jovens, alguns deles muito bem referenciados e que até passam por algumas dificuldades.

Estão-se a esquecer que era fundamentar voltarmos a ter, na nossa posse, a maioria da totalidade dos passes dos atletas que compõem o plantel do Sporting. Todas estas contratações são essenciais para isso. Grande parte dos passes dos atletas da nossa formação já se encontram contaminados por fundos. Há que renovar tudo. Só assim poderemos sobreviver.

Tenho esperança que muitos destes jogadores serão mais-valias a médio-prazo. Com eles, voltaremos a ter lucros interessantes nas transferências, que serão essenciais, não só para amortizar o passivo, como para podermos ir subindo o patamar nas contratações.

O caminho é claro e está a ser cumprido à risca. Só este facto, deveria deixarnos a todos descansados, pois é algo a que não estávamos habituados.

É um ponto importante, de facto. Que deve e certamente foi tomado em consideração, mas deve haver um limite até onde ir nesta questão. Cedric é um dos activos que está partilhado com terceiros, tal como Adrien e Tobias e vários outros, mas ou são já peças importantes na equipa ou com muito potencial para o serem e não podem ser secundarizados pela questão das percentagens dos passes em posse do Sporting, quando o rendimento ou o potencial desportivo à partida não o aconselham.

Em casos pontuais, não vejo também que o Sporting deva fugir deste tipo de partilha de risco, desde que os interesses de todas as partes sejam acautelados. Casos muito pontuais, sublinho. E sempre dedicados ao reforço da equipa ( novos jogadores )e não como forma de financiamento.

Obviamente que a opção pela qualidade deverá sempre prevalecer. Não andasse todo este fenómeno em torno de uma actividade desportiva, cujas competições convém vencer.

No entanto, em caso de igualdade, há que fazer opções racionais, em todos os aspectos. Nos casos de Cedric e de Adrien que mencionas, parece-me obviamente obrigatória a utilização destes, como igualmente obrigatória a utilização de Rui Patrício, William, Carrillo, todos eles nas mesmas condições que os referidos anteriormente,

Mas o caso de Tobias Figueiredo parece-me diferente. Antes de uma aposta definitiva, que penso poder estar cada vez mais próxima, seria interessante recuperar a totalidade do passe do atleta. A estratégia tem que ser essa. Caso contrário, só estaremos a eternizar o problema em que vivemos.

@ZéQueira,

O problema é os detentores do passe quererem vender.
Ás vezes fala-se dos fundos como se fossem estupidos, quando são pessoas claramente mais inteligentes que 95% das pessoas que comentam neste forum e sabem ver que deviamos readquirir percentagens de passes dos nossos jogadores.

De facto, não me expressei da melhor maneira. Quando disse estar muito satisfeito com as contratações queria-me referir ao perfil e às referencias que tem sido passadas dos jogadores. O ano passado contratamos um central da II Liga do Brasil, um médio do Paços, um PL da Liga Argelina e outro dos States, entre outros. Convenhamos que o curriculum deles não era muito grande quando comparado com o curriculum dos atuais reforços, que são todos internacionais com excepção do Geraldes.

Veremos se durante a época se mostram como “verdadeiros” reforços.

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ZeQueira, a questão que levantas-te é muito interessante e é mais um argumento em favor desta política. Infelizmente, temos jogadores de grande capacidade com grandes percentagens alienadas a terceiros. Se os jogadores não forem uma clara mais valia para a equipa será que vale a pena apostar nele para a equipa A? É uma decisão muito complicada de tomar.

Julgo que temos 25% do Esgaio. Havendo um jogador de potencial idêntico (não há, de facto), será que vale a pena apostar nele na equipa A?

Em Junho de 2013:

[b]Adrien Silva 30% [/b] [b]André Carrillo 30% [/b] [b]André Martins 30% [/b] [b]Cedric Soares 50% [/b] Diego Capel 60% Diego Rubio 25% [b][b]Jefferson 2017 60%[/b] - Julgo que neste momento temos 80%, porque havia a possibilidade de compra de mais 20% do passe. Os jornais noticiaram a compra, mas convêm esperar pela confirmação oficial no próximo ReC anual.[/b] Marcelo Boeck 50% Miguel Lopes 50% [b]Rui Patrício 65% [/b] Valentin Viola 32% [b]William Carvalho 60% [/b] Wilson Eduardo 30% Zakaria Labyad 35%

Isto foi o que foi o que foi anunciado no ultimo ReC anual. Só por aqui já se vê que andamos a jogar com 7 titulares cujas percentagens que detemos são muito curtas.

Atenção que neste momento isto pode não estar certo. É preciso aguardar pelo próximo ReC. Todas estas condicionantes tem de ser levadas em conta na tomada de decisão. E para nós que ainda não temos conhecimento sobre estes dossiers, ainda mais difícil se torna fazer uma análise.

Lion73 e johnfrusciante :clap: :clap: :clap: :clap:

Posts fenomenais e que demonstram o vosso bom conhecimento do clube, bem como o entendimento da política que está a ser seguida!

Alguns pontos básicos (IMO), mas que algumas pessoas parecem não entender.

Comprar o jogador X por 5 Milhões de Euros, com um ordenado mensal de 200 Mil Euros é diferente de comprar os jogadores A, B, C e D, por 1,25 Milhões de Euros cada, com ordenados de 50 Mil Euros/mês. Essencialmente, por que não colocamos um jogador no balneário com um ordenado estupidamente excessivo em relação ao resto do plantel [algo que causaria, divergências, desunião no grupo,…]; segundo, por que o risco de flop é dividido por 4 elementos, ou seja, caso 3 sejam flops, o valor de venda do 4º poderá facilmente compensar o investimento efetuado; se investirmos tudo num só homem, se ele flopar… Ardemos!

Para além da necessidade de termos um ou dois extremos desequilibradores e o tão afamado 10 (que me faz espécie, dado que em nenhuma formação tática da equipa está contemplado um 10), necessitávamos (provavelmente até com mais urgência) de acrescentar profundidade ao plantel. E isso foi feito de forma criteriosa e atempada [como o john referiu e bem, tirando o negócio do Jonathan, na Holanda já tinhamos um plantel com 2 jogadores por posição]!

Uma pergunta simples: Há quantos anos não tinha o Sporting Clube de Portugal um plantel com a profundidade dada por este? Alguma vez teve? Quando? 95/96 com Queiroz? É que nem em 99/00 (Rui Jorge e Acosta não tinham alternativas credíveis) nem em 01/02 (a dupla Jardel&Niculae não tinha banco!) tivémos um plantel com a profundidade deste!

Rui / Marcelo
Cédric / Esgaio
Maurício / Paulo Oliveira
Sarr / Rabia
Jefferson / Jonathan Silva
William / Uri
Adrien / Slavchev
André Martins / João Mário
Carrillo / Mané
Nani / Capel
Slimani / Montero

E nas “sobras” temos Geraldes (faz as duas laterais), Gauld, Heldon, Sacko, Tanaka, com o acréscimo de jovens como Tobias, Wallyson, Iuri, Luis Ribeiro ou Fokobo!

Acho que a política seguida foi a correta! Acrescentando profundidade e qualidade nas posições mais carenciadas!

Além disto, conseguimos fazer tudo isto, com lucro financeiro (entre saídas e entradas), bem como com capacidade de manter os principais ativos do clube (entre Rojo, Slimani ou William, um teria sempre de sair e acho que foi feita a escolha correta!; A saída de Dier não pode ser equacionada, dado os moldes em que ocorreu).

O que eu penso que está em causa aqui não é medirmos os níveis de inteligência dos intervinientes neste processo, muito menos daqueles que apinam sobre este assunto. Nem considero que o meu nível de inteligência venha aqui para o caso.

O que está aqui em causa é mudarmos completamente o rumo das coisas. O nosso fim foi diagnosticado por muitos. Muitos desses que vaticinaram esse desfecho eram das nossas cores. Ouviu-se até quem falasse de refundação.

A verdade é que esta direcção conseguiu, com a dose de inteligência que dizes que a “malta” dos fundos tem, dar a volta por cima, e fazer um renegociação que todos julgavam impossível. Se calhar, esses senhores dos bancos também devem ter esse nível de inteligência que catalogas. Tiveram foi azar com os números.

Para finalizar, vinco apenas uma questão. Para se analisar isto, é necessário como é que estes fundos funcionam, o que pretendem e em que estado estão. Antes que inteligência, é preciso ter-se conhecimento.

Numa situaçao ou se encontrava uma soluçao ou o sporting falia e a banca ficava a arder. No caso dos fundos, a situaçao e, ou recebem algum agora ou arriscam.se a no futuro receber muito mais ou muito menos. Dadaa qualidade dos jogadores hipotecados, epossivel que ganhem muito mais no futuro, pelo que a postura negocial sera rigida

Nunca disse que a negociação iria ser fácil. Longe disso. Estamos a lidar com verdadeiros especialistas em especulação financeira. Mas, uma coisa é certa. Não podemos deixar que a data da liquidação do fundo chegue, ou seja, 10 de Agosto de 2016, sem tentarmos resgatar percentagens de passes de alguns atletas, sob pena de termos que abrir os cordões à bolsa, como o nosso rival acabou de fazer, na data mencionada.

Relembro o ponto 5 do artigo 30º do Regulamento de Gestão IOC/FUNDO do Sporting Portugal Fund:

“A alienação de ativos não admitidos à negociação em mercado regulamentado no âmbito da liquidação do Fundo não poderá ser efetuada com base em avaliação levada a cabo há mais de 45 (quarenta e cinco) dias.”

Quererá isto dizer que o Sporting terá que liquidar o fundo, com base numa avaliação dos jogadores que acontecerá no final da próxima época. Isto para não falarmos nos outros fundos, principalmente o Quality Football Ireland Limited, que detem, igualmente, percentagens de passes de jogadores do actual plantel.

Posto isto, é fundamental a contratação de jogadores a baixo custo, visando uma valorização que permita encaixes interessantes, de forma a que a liquidação dos fundos seja feita de forma o mais confortável possível. Serão estes os jogadores que deverão ser a base da equipa, até essas liquidações, de forma a não valorizar em demasia, os passes dos jogadores. Isto é uma estratégia perfeitamente legítima, de uma direcção que tem que fazer tudo para recuperar a soberania sob o futebol do Sporting. É precisamente este facto que impede que entrem investidores importantes na SAD. SAD esta que tem a maioria dos seus activos aleanados.

Mais coisas há a dizer sobre este assunto, mas por agora, fico por aqui.

Concordo completamente. Estava a ver que era o unico com esta opinião :clap:

Tambem eu faco a mesma leitura. :great:

Esta abordagem ao mercado deixou-me com sentimentos mistos.

Numa ressalva inicial, digo que uma das razões para haver tanta gente a questionar a movimentação do Sporting CP neste período de transferências pauta-se com uma declaração anterior ao mesmo em que se diz que o Sporting CP esta temporada era candidato ao título. É preciso saber lidar com esta afirmação e perceber que, naturalmente, o comum adepto vai criar determinadas expectativas em relação à próxima época (a actual) e em relação aos reforços. É aqui que, IMO, tem surgido a principal “revolta”: os adeptos, com estes reforços, não acreditam na conquista do título - o que é importante acreditar quando somos candidatos.

Terminada a ressalva, passo para a análise pessoal.

Findo o período de transferências chego a uma conclusão. O Sporting CP inicial esta temporada com melhor plantel, mas com um 11 mais fraco.

As contratações que foram feitas dotaram o plantel de maior profundidade, parecem-me ter sido contratações muito criteriosas, avaliando com grande acuidade o potencial físico de cada jogador e percebendo quais eram algumas das falhas da equipa. Isto é muito importante numa temporada onde há mais 4 jogos no campeonato, há 2 taças nacionais e há, pelo menos, 6 jogos nas competições europeias. Em contrapartida e olhando àquilo que temos hoje, evitando fazer grande futurologia, parece-me que ficámos mais fracos no 11. Sai um jogador essencial numa posição fulcral (Rojo) e sai um jogador que seria o substituto natural desse ou o seu parceiro. É certo que chegaram substitutos, mas do que mostraram até hoje, nenhum dos que entraram está perto do nível dos que saíram.

Ponto negativo do período de transferências foi o timing da colocação dos jogadores. É certo que para colocarmos os jogadores tem de haver quem os queira receber, mas, ainda assim, choca-me que, por exemplo, o Betinho só tenha arranjado colocação nos últimos dias do mercado.

Outro ponto negativo prende-se com a manutenção de 2 ou 3 jogadores, mas compreendo que sejam variáveis que a administração não tenha conseguido controlar, tendo em conta as leis do próprio mercado.

É de realçar a já referida profundidade no plantel. Agradou-me particularmente a celeridade com que se encontrou um substituto (ou 2) para o W. Carvalho com a chegada do Rosell e do Slavchev/Rabia (se o considerarem como tal). São jogadores jovens, com bastante margem de progressão que vêm suprir a lacuna mais evidente do plantel. Na mesma linha, mas um pouco mais demorado, entra o J. Silva para dar concorrência ao Jefferson que foi outra das grandes preocupações na temporada passada.

Gostei muito do critério com que foram feitas as contratações. Olho no futuro, muita atenção nas valências físicas, capacidade de evolução dos jogadores e nada de entrada em loucuras.

Olhando para o plantel final, noto-lhe um problema que já tinha destacado aquando uma notícia dum qualquer jornal desportivo que afirmava que o M. Silva queria um plantel com 25 jogadores. Sempre disse que era excessivo ter um plantel tão extenso. Isto não entra em contradição com os elogios à profundidade, na medida em que é possível continuar com um plantel profundo e reduzindo-lhe a extensão.

Quando se tem uma equipa B e quando há tanta qualidade na equipa B, parece-me desnecessário ter um plantel principal com mais do que 22 jogadores. No sítio do Sporting CP o nosso plantel principal aparece-nos com 26 jogadores (falta o Sacko); no zerozero aparecemos com 28 (aparece-nos o M. Lopes). Em qualquer dos casos, são mais jogadores do que os 25 que se dizia que o treinador pretendia e é um número muito acima daquilo que me parece ideal.

Em conclusão, o plantel deixa-me com sentimentos mistos porque o 11 está mais fraco, mas o plantel está mais forte. Gostei da entrada do Nani que, certamente, veio suprir uma lacuna. Detestei as saídas do Rojo e do Dier que vieram abrir outra. Gostei da entrada de jogadores jovens e com uma margem de progressão muito grande, mas não gostei da manutenção de vários jogadores que, IMO, não acrescentam nada e que ocupam espaço no plantel. Gostei da celeridade com que foram feitas a maioria das contratações, mas não gostei da demora que houve para a saída de alguns. Gosto particularmente de olhar para o Sporting (A e B) e ver que temos grande equipa para o futuro, embora tenha perfeita consciência de que é exigível muita calma com os jogadores que chegaram (nem todos a vão ter). Portanto, no cômputo geral, parece-me um trabalho positivo.

Boa análise john frusciante. Apenas te quero corrigir numa questão. Dizes que na tua opinião os únicos da equipa B preparados para a equipa A seriam Wallyson e Gauld mas há muita concorrência para essas posições. Não tens um único nr10 de raíz na equipa A, como pode haver concorrência para essa posição? Mas uns parágrafos abaixo dizes que temos um problema na posição do Martins. É uma contradição. :great:

Mas tirando isso é uma boa análise. Apesar de não concordar com algumas coisas desta “política” acho que a análise está correcta!

SL

Bom comentário. :great:

Se me permites ( e se não permites, paciência, que o vou fazer… :mrgreen: ), vou dividi-lo em alguns pontos que colocas e considero importantes.

Não posso falar pelos outros, mas penso que tens razão quanto à razão de tantas questões relativamente à abordagem do Sporting no mercado.

Eu tenho no entanto algumas dificuldades em compreender essas expectativas que até entendo em alguns casos desmesuradas. Porquê?

  • Pelas dificuldades económico financeiras do clube, que resultaram há pouco tempo numa situação de enorme dramatismo e que obviamente não se resolveram em um ano.
  • Pela inexistência de meios financeiros de alavancagem que permitissem uma estratégia expansionista ( crédito “novo” acabou ou foi muito reduzido e é conhecida a opção desta direcção em não avançar com parcerias assentes em fundos, face aos problemas que temos vivido com este tipo de partilhas de activos).
  • Pelo cumprimento de um orçamento muito inferior ao dos rivais e que se pretendeu estável relativamente ao ano passado e dentro das parcas possibilidades da SAD.
  • Só em meados de Agosto o Sporting fez vendas minimamente relevantes (e em 1 delas, manda a prudência que o dinheiro fique disponível para um futuro pagamento à Doyen ) e portanto não pôde trabalhar com base em receitas extraordinárias.

O que quero dizer com isto, é que não me passou pela cabeça que o Sporting investisse para lá das fortes restrições existentes, que o plantel sofresse melhorias drásticas de 1 ano para o outro ou que nos posicionássemos em um patamar equivalente aos dos rivais, em termos de potencial desportivo e financeiro. De um ponto de vista teórico.

Esperava outro tipo de opção estratégica ( os tais poucos reforços “cirurgicos” ), mas certamente que não esperava que esta não fosse também fortemente condicionada pelas razões expostas. E acho que há muita gente que se esquece dessas condicionantes.

Por outro lado, continuo a achar que o objectivo da luta pelo título é um direito de nascença que assiste ao Sporting, pela sua história, pela sua dimensão e isto mesmo quando não parte de todo como favorito ou em plano de igualdade. Tenho muitos anos disto e muito raramente o Sporting partiu à frente ou ao lado dos rivais. Mas tal nunca esmoreceu a esperança dos adeptos ( até há poucos anos ) e a vontade legitima de querer algo a que temos direito. Com bom senso e cientes do clube que temos tido. Não podemos querer o céu e a terra quando há pouco tempo estávamos no Inferno.

Acho que temos um plantel mais forte… e provavelmente um 11 mais forte, também… :mrgreen:

Pelo menos na maior parte dos jogos que teremos que disputar, que serão contra equipas de menor dimensão e potencial futebolistico e aí prefiro ter Nani no ataque que Rojo no centro da defesa. Nani que é aquilo que eu “pedia”. Um extremo com capacidade de jogar em zonas interiores ( quando não existe um 10 ). Sim, a saída de Rojo/ Dier é perigosa para a nossa estabilidade na zona central da defesa.

Focas outros pontos que considero importante ( aqui não em termos da politica de contratações propriamente dita mas de gestão do plantel ).

Claramente. Jogadores a mais, vários que acrescentam pouco valor e com margem de evolução quase nula e que estão ( estes, sim ) a tapar o espaço a quem tem de facto potencial de valorização desportivo e financeiro. Alguns frutos do excesso de contratações da época passada ( que entendo também ter sido defeito desta época ), outros que já veem de outros tempos. Acho que não se terá gerido bem esta questão.

A posição de Wallyson não é a mesma do que a do Gauld. A questão do “10” é interessante e não há contradição nenhuma. O Marco Silva não joga com um 10 declarado. O médio mais ofensivo tem sido o Martins na Liga e o João Mário que fez bastantes minutos na pré-época. Depois há ainda o Mané que no jogo contra o Arouca mostrou toda a sua capacidade naqueles terrenos. Por isso sim, continuo a achar que no esquema clássico de Marco Silva há Martins e JME como apostas de inicio. E em caso de necessidade arriscando mais há Mané e poderá haver Gauld.

Não vejo neste momento o técnico alterar o modelo para conseguir acolher um criativo como o Mané ou o Gauld de inicio. Por tudo isto é que digo que a concorrência é muita para o Gauld quando tem 3 opções à sua frente.

Quanto ao Wallyson havendo um jogador como o Adrien e João Mário como opção para 8, será quase impossível ganhar um lugar na equipa.