Panteão, Pensão Estrela e Zé Povinho

Este texto vem na sequência de uma pequena conversa/troca de argumentos que tive hoje no trabalho com dois colegas, um Sportinguista e outro lampião, sobre a questão do Eusébio ir ou não para o Panteão Nacional.

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// – (Um parentesis, não gostava que este tópico se transformasse em mais uma troca de argumentos acesso (para o qual contribui) de parte a parte nem para se falar dos motivos de um e outro lado) – \

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Tudo começou quando chegou o colega que me foi render para cumprir o turno nocturno, naturalmente começou-se a falar do tema Eusébio, nomeadamente do circo montado à volta do funeral do mesmo e dos cúmulos do ridículo a que a nossa comunicação social tinha chegado.
Entre um e outro argumento, globalmente bem aceite por todos mas que ao colega lampião fazia torcer o nariz embora não rebatesse, chegamos ao tema Panteão.

Chegados ao tema Panteão, o que é que sucede, sucede que o colega Sportinguista diz que espera não ter de assistir à vergonha e ao cúmulo de ver o Eusébio no Panteão Nacional ao lado de figuras históricas da nossa Pátria, dizendo mesmo que discordava da inclusão da Amália entre elas (onde eu discordei um pouco, tendo como base a importância e o peso que o Fado tem em Portugal e no Mundo, ser Património da Humanidade, etc…) e que ver uma figura como o Eusébio nesse mesmo sítio seria desvirtuar a importância do mesmo e abrir portas a um sem número de ‘celebridades’ que, por uma razão ou por outra, também lá iriam ter de parar.

Eis senão quando, que o lampião se vira, indignadíssimo, e nos questiona porque razão uma figura lendária como Eusébio não ter honras de figurar no Panteão Nacional.

– Vamos fazer agora um interregno no raciocínio da conversa para fazer uma análise –

Lembrei-me de ver então, em silêncio, quais as personagens da história que figuram no Panteão Nacional, para ter uma base de comparação.
Comecemos.

D. Nuno Álvares Pereira

- Quem foi?

[i]Nobre guerreiro português do século XIV que desempenhou um papel fundamental na crise de 1383-1385, onde Portugal jogou a sua independência contra Castela. Nuno Álvares Pereira foi também 2.º Condestável de Portugal, 38.º Mordomo-Mor do Reino, 7.º conde de Barcelos, 3.º conde de Ourém e 2.º conde de Arraiolos. Considerado como o maior guerreiro português de sempre e um génio militar. [b]Comandou forças em número inferior ao inimigo e venceu todas as batalhas que travou.[/b] É o patrono da infantaria portuguesa.[/i]

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Infante D. Henrique

- Quem foi?

[i]Infante (filho legítimo do rei ou rainha de Portugal que não é herdeiro da coroa) português [b]e a mais importante figura do início da era das descobertas, popularmente conhecido como Infante de Sagres ou O Navegador[/b].

(Fico-me por aqui, senão teria de abrir outro tópico)[/i]

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Pedro Álvares Cabral

- Quem foi?

[i]Fidalgo, comandante militar, navegador e explorador português, creditado como [b]o descobridor do Brasil[/b]. Realizou a primeira exploração significativa da costa nordeste da América do Sul, reivindicando-a para Portugal.

(Acho que por si só, chega)[/i]

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Afonso de Albuquerque

- Quem foi?

[i]Fidalgo, militar e o segundo governador da Índia portuguesa [b]cujas acções militares e políticas foram determinantes para o estabelecimento do império português no oceano Índico[/b].

(Fiquemos por aqui)[/i]

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Humberto Delgado

- Quem foi?

[i]Participou no movimento militar de 28 de Maio de 1926, que derrubou a República Parlamentar e implantou a Ditadura Militar que, poucos anos mais tarde, em 1933, iria dar lugar ao Estado Novo liderado por Salazar. Durante muitos anos apoiou as posições oficiais do regime salazarista, particularmente o seu anti-comunismo. Em 1944 foi nomeado Director do Secretariado da Aeronáutica Civil. Numa conferência de imprensa da campanha eleitoral, realizada em 10 de Maio de 1958 no café Chave de Ouro, em Lisboa, [b]quando lhe foi perguntado por um jornalista que postura tomaria em relação ao Presidente do Conselho Oliveira Salazar, respondeu com a frase "Obviamente, demito-o!"[/b]. Esta frase incendiou os espíritos das pessoas oprimidas pelo regime salazarista que o apoiaram e o aclamaram durante a campanha com particular destaque para a entusiástica recepção popular na Praça Carlos Alberto no Porto a 14 de Maio de 1958. [b]Devido à coragem que manifestou ao longo da campanha perante a repressão policial foi cognominado «General sem Medo»[/b].

O resultado eleitoral não lhe foi favorável graças à gigantesca fraude eleitoral montada pelo regime

(Venha outro).[/i]

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Amália Rodrigues

- Quem foi?

[i]Fadista, cantora e actriz portuguesa, considerada o exemplo máximo do fado, comummente aclamada como [b]a voz de Portugal[/b] e uma das mais brilhantes cantoras do século XX. Amália falava e cantava em castelhano, francês, italiano e inglês. Até a sua morte, em outubro de 1999, 170 álbuns haviam sido editados com seu nome, [b]vendendo mais de 30 milhões de cópias em todo o mundo, número 3 vezes maior que a população de Portugal[/b].

(Recordo que Amália só foi sepultada no Panteão Nacional quatro anos após a sua morte)[/i]

Ora, se tivéssemos de elaborar semelhante análise a Eusébio, iamos ter qualquer coisa como isto…

Eusébio da Silva Ferreira

- Quem foi?

[i][b]Futebolista[/b] profissional, considerado pela IFHHS um dos melhores de sempre. Eusébio ajudou a Seleção Nacional Portuguesa a alcançar o terceiro lugar no Campeonato do Mundo de 1966, sendo o maior marcador da competição com nove golos e tendo recebido a Bola de Bronze. Ganhou a Bola de Ouro em 1965. Atleta do Sport Lisboa e Benfica durante 15 anos, tornando-se o melhor marcador de sempre do clube. Por entre titulos nacionais, venceu a Taça dos Campeões Europeus em 61/62, sendo finalista vencido em mais três edições.

Pessoa de índole nunca clara, tendo a sua vinda de Moçambique para Portugal sido envolta em polémica à qual nunca soube dissipar as dúvidas de como tinha acabado no Benfica tendo tudo acertado com o rival Sporting. Problemas de alcoolismo e de violência doméstica sempre o acompanharam na sua vida fora dos relvados, bem como a sua tendência para rebaixar aqueles que considerava os seus grandes rivais: O Sporting Clube de Portugal, primeiro, e Cristiano Ronaldo, mais tarde.
Acusações várias para com o clube leonino, que chegou a catalogar como «clube da elite, da polícia e dos racistas», afirmações prontamente desmentidas factualmente pelo seu amigo e companheiro de Moçambique, Hilário da Conceição, entre outros.[/i]

Reparem que apenas sublinhei a negrito o «Futebolista».
E o texto poderia ter só isso mesmo. Futebolista.
Ou seja, por entre altas figuras que tiveram acções determinantes e decisivas para o futuro de Portugal e para que Portugal pudesse orgulhar-se do seu passado e dos seus pergaminhos, teríamos alguém deste gabarito e desta estirpe. Um jogador de futebol. Volto a repetir, para quem não percebeu. Um jogador de futebol, alguém que ficou notabilizado não porque comandou tropas e venceu batalhas, nem cruzou mares e descobriu países, nem expandiu o Império Português. Não. Este senhor ficou notabilizado por dar pontapés numa bola.

Com isto, e retomando a conversa do trabalho, chegamos à parte em que tanto eu como o meu colega Sportinguista argumentamos contra a impensável possibilidade de ver o futebolista Eusébio entrar no Panteão Nacional.
Poucos terão dúvidas, chegados até aqui, de que os argumentos lampiónicos resvalam sempre para o mesmo: facciosismo (a ironia, eu sei).
«Vocês, vocês são é uns facciosos, se fosse um Sportinguista queria ver se não o queriam no Panteão, gente como vocês não dá valor a nada do que tem de bom. O Eusébio quando marcava um golo deixava o país em delírio (sim, estou a citá-lo). Quem é que tiveram cá que levasse o nome de Portugal tão alto lá fora? Nem a Amália! … Quem são estes? Almeida Garrett? Aquilino Ribeiro? Guerra Junqueiro? Manuel de Arriaga? Oscar Carmona? … O quê? Vocês querem comparar escritores e Presidentes da República com o Eusébio??»

São momentos como este que nos fazem sentir e perceber o porque de associarmos sistematicamente o lampionismo à labreguice e ao barrasquismo.

São alturas como estas em que percebemos que o Zé Povinho quando se revolta e quer enrabar alguém (porque é sempre ele o enrabado) tende a encontrar a Pensão Estrela mais próxima para dar umas ripadas na amante antes que o corno do marido descubra e denuncie tudo.
Sendo o Zé Povinho a reencarnação do labrego lampião, a Pensão Estrela o Panteão e o corno sermos nós, penso que está na explicado na perfeição.

A arrogância, a superioridade moral, a total ausência de príncipio e de escrúpulos desta gente é algo que me transcende e me faz tremer só de pensar que um descendente meu possa enveredar por este caminho. De entre todos os defeitos que uma pessoa possa ter, e são muitos, mesmo muitos, o ser lampião para mim consegue ser o Jackpot.
Esta instrumentalização da comunicação social, a vergonha que foi andarem com os restos mortais do homem horas a fio para trás e para a frente, de um lado para o outro e só o conseguirem enterrar já de noite diz bem do folclore a que esta gente se presta só para servir os mais altos interesses lampiónicos: A vitimização, aglutinação e uma totalmente falsa e infâmia mensagem subliminar carimbada com o rótulo de «maior clube de Portugal».
Por isto e por muito mais é que damos por nós a pensar que o Benfica, realmente, é mesmo uma granda trampa…

E é este o País em que vivemos.

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Deixar só mais uma pequena nota. Se o Eusébio tiver honras de figurar no Panteão Nacional, o Cristiano Ronaldo pode-se retirar já amanhã do futebol e passar o resto da sua vida a viver como Eskimó na Sibéria.

Somos um país de terceiro mundo, habitado por gente de quinto.

O Eusébio irrita-me por não gostar do Sporting, mas não mais que isso. Irrita-me pelo fantoche que foi nos últimos anos, com palavras pouco sinceras (acho) e mandadas. Não foi o Eusébio simples (com defeitos e virtudes) que era, mas um boneco.

Não acho bem, digo desde já, que vá para o Panteão.

Ainda assim, e percebendo o teu ponto, é preciso perceber que o Eusébio na altura não era só um Futebolista, assim como o Futebol não era só um Desporto (como é hoje).

Eusébio e Amália eram, em grande medida, Portugal. Portugal apropriou-se deles e fê-los seus. Isso não acontece hoje em dia com CR, por exemplo. O SCP e o Futebol Português apropriaram-se (diga-se que muito bem) do símbolo CR, mas o País não. Ou, pelo menos, é ainda demasiado cedo para isso.

Na altura, os Símbolos Nacionais eram uma coisa levada ao extremo. Eram colocados num pedestal, beatificados, e os “bons portugueses” “tinham” de gostar desses Símbolos (caso contrário não gostavam de Portugal, o que na altura era muito estranho, apesar de infelizmente hoje ser porreiro ser americano, usar IMO’s, WTF’s, RIP’s e afins). Por isso, o Eusébio tinha na altura uma importância que hoje nem a bandeira terá, porque hoje tudo o que é português é foleiro e “terceiro-mundista”.

O Eusébio, e é por isso que apesar de tudo gosto dele (não pela pessoa em si, embora também ache bonito o álcool e a humanidade não divina que encarnava - não soava a falso, pelo menos). Gosto do Eusébio sobretudo como símbolo de um Portugal que se importava com as suas coisas boas e as valorizava; de um Portugal que não queria ser americano; de um Portugal onde ser simples era bonito, onde ter como maiores ídolos Eusébio e da Amália eram coisas normais, onde isto não soava a filial de um País-mãe qualquer que nos quer ensinar a comportar-mo-nos.

O Eusébio é a ilusão de uma grandeza que só existiu muitas décadas antes de ele começar a jogar Futebol, mas que acreditamos hoje que não está assim tão longe. De um Portugal português, simples, bonito e transcendente…

Sei que isto pode parecer contraditório, mas o Passado é contraditório, também. Portugal também e o Eusébio também. Era simples e tornou-se com o tempo duvidoso. Hoje em dia, não há nada seguro, simples e transcendentemente português. Pela simples razão de que, ao contrário de no passado, Portugal já pouco existe. Pelo que não há portugueses (quanto mais portugueses bons no que fazem).

Saudosismo, claro.

Enorme texto.

Espero não ter de assistir a tamanha vergonha nacional.

Concordo com o texto. Nele está exposta aquela que é a minha opinião sem tirar nem pôr…

…No entanto duvido, infelizmente, que os nossos políticos no poder deixem passar esta tão flagrante oportunidade para ganharem votos em ano de eleições. Já usaram o funeral, há que fazer render! Para além do mais seria uma forma criativa de financiar o Panteão que necessita de verbas para despesas correntes. E pensar nisso é que me deixa realmente triste no meio disto tudo… :inde:

Depois metem lá o Carlos Lopes e a Rosa Mota, o Mourinho e o Tony Carreira, o Ronaldo e a Nelly Furtado. Põem umas luzinhas à entrada e umas diversões e é só facturar.

Estavas á espera de que ? 6 milhões de parolos = 3 resgates do FMI, estamos a falar de uma assembleia da republica que aprovou extinguir o feriado de 1 de Dezembro, se meterem lá o rei do tremoço então o panteão passa a ser um regabofe, não tarda estão lá só jogadores da bola, tudo parte de um processo bem elaborado de nos encaminhar para o terceiro mundo e de nos fazer esquecer a nossa historia.

Com personagens como Aquilino Ribeiro e Óscar Carmona o Panteão deixou de ser o sitio dos ilustres da nação.

São pontos de vista, para mim o Aquilino é dos poucos que supostamente merece essa honra.
Mas pessoalmente estou-me a cagar, o Panteão Nacional é mais um “altar” aos “ídolos da Nação” que não me aquece nem arrefece!! :inde:

Há a mania de endeusar os “heróis” da Nação como se eles fossem homens e mulheres santos. Todos eles eram homens de carne e osso com virtudes e defeitos, e em muitos casos forma “vitimas” das circunstâncias. Temos de valorizar, mas não mais do que isso!

Comecem a mentalizar-se para verem Eusébio no Panteão, tanto o grupo parlamentar do PSD como o do PS já se estão a fazer ao piso a ver quem dá o impulso inicial e reclama para si os louros da inclusão de Eusébio no Panteão.

Posto isto, começa a assentar em mim a ideia que Eusébio não vai para o Panteão por ser símbolo nacional nenhum, porque claramente o seu nome tem um poder anémico quando comparado com os restantes que já constam no Panteão. Eusébio há-de ir para o Panteão, parece-me incontornável, não por ser um símbolo de Portugal, mas sim por ser um símbolo do Benfica - neste aspecto, a ida de Eusébio para o Panteão mais não será do que uma versão melhorada da estátua de Cosme Damião a pagar pelos contribuintes, onde os heróis da nação benfiquista são elevados a heróis do País, misturando alhos com bugalhos e passando a factura a todos, mesmo àqueles que não se sentem minimamente representados ou que até já se sentiram ofendidos por dito símbolo.

Como eu nasci numa casa de benfiquistas, sei bem o que Eusébio significa para os adeptos do Benfica e sabendo que eles são 6 milhões, ter Eusébio no Panteão vai ser quase uma questão de honra.

Se esta peregrina ideia for para avançar, é bom que vão começando a pensar em guardar lá mais 2 talhões, porque Eusébio não fez nem foi mais nem menos do que Figo e Cristiano Ronaldo. Porque se, e logo para começar, Eusébio nem sequer se enquadra muito bem nos parâmetros que conduzem alguém ao Panteão, o que quer que seja que tenham descoberto para lhe prestar essa homenagem, certamente vão ter que conceder a mesma honra a Figo e Cristiano Ronaldo.

E com isto o Panteão deixa de ser um local dedicado ao culto das mais altas personalidades que elevaram o nome deste País, mas começa a ser o cemitério das maiores glórias da FPF. Não que eles não tenham tido todos grandes méritos (Eusébio, Figo, Cristiano Ronaldo), mas com a felicidade que Portugal tem de ter produzido grandes talentos ao nível do futebol, a FPF arrisca-se a lotar o Panteão num piscar de olhos.

Meu caro Assenza essas palavras são tão certas… tão certas como mais tarde ou mais cedo ele ir para ao Panteão. Está tudo feito e não há como pará-lo…

No inicio deste circo, nomeadamente quando soube da morte senti uma indiferença enorme (até a foca (e isto é verdade) me deixou mais triste), no entanto com o decorrer do espetaculo fui começando a mudar de opinião ao mesmo tempo que percebi uma coisa: Os labregos não conseguem perceber que o eusebio para nós não representa NADA, excepto um ex jogador do carnide. PONTO.
Na opinião deles, para nós ele tem que significar o ex-libris do futebol, o expoente máximo das moelas e vinho tinto. E isto sim, isto chateia-me ao ponto de achar que ainda bem que ele morreu só para estes asnos andarem a fazer estas figuras. Para finalizar e não alongar muito, admito que neste momento estou desejoso que os cavalos marinhos ganhem no fim de semana, para que não seja mais três dias a dizer que foi o espirito de eusébio que deu esta vitória e certamente dará o campeonato ao carnide.

Este é um tema que nem imaginava que poderia envolver qualquer discussão racional.
Imaginar um futebolista ser destacado no Pateão Nacional como as personalidades descritas no post inicial do Assenza é algo totalmente fora do senso comum, na minha simples forma de ver.

Só mesmo neste país, tantas vezes mesquinho, se poderá dar a oportunidade a tal!

Foi um grande futebolista? Foi, sem dúvida (embora nunca o tenha visto jogar)!
Foi um grande homem? Não! Muito longe disso!

Termino como comecei: é um tema que nem sequer merecia ser discutido. Morria logo à nascença!

No dia em que o Eusébio for para o Panteão é o mesmo dia em que o Panteão passará a ser um lugar vulgar.
Espero não ter que assistir a isso.

Viva,

Desde já apresento as minhas desculpas a todos os ilustres Sportingistas por não partilhar da vossa opinião comum e estou desde já preparado para receber todos os impropérios que vierem na minha direcção.

Aqui vai a minha opinião.

Sim, o Eusébio merece ir para o Panteão Nacional.
A excepção foi criada quando se levou a Amália Rodrigues para lá, ela também merece lá estar, portanto o Eusébio também lá deveria estar.

Chamo a atenção que, na minha opinião, o Eusébio foi mais importante para o País, que para o futebol, como “embaixador” e referencia de um exemplo de sucesso da politica colonial da época e posteriormente como exemplo de pluriculturalidade de Portugal.
Ainda mais, levou realmente o nome de Portugal longe.
Hoje quando faço viagens ao estrangeiro os nomes Eusebio, Figo, Cristiano Ronaldo e Amalia são citados como associados a Portugal. E é isto que somos… Fado e Futebol.

Para fechar, pessoalmente nunca fui muito á bola com o Eusebio, nem com a obrigatoriedade de ser o-melhor-jogador-português-de-todos-os-tempos, porque não acho que tenha sido. No entanto, reconheço a importancia que teve na divulgação do nome de Portugal no Mundo.
Como tal, o Panteão é para figuras que se tenham destacado no universo Portugues e o Eusebio por direito próprio merecer que seja a sua ultima morada.

PS.: Também espero que a minha filha recem-nascida possa ver as mesmas honras para o nosso Cristiano Ronaldo, daqui a muitos e muitos anos.

SL

Em primeiro lugar, não concebo o futebol como uma actividade tão menor que seja indigna das maiores honrarias que estejam destinadas aos que atingiram a excelência, o topo, que tenham sido um exemplo de ambição, talento e perseverança, de respeito pelo próximo e pelo desporto, cujo trabalho tenha sido servido para elevar o nome de um país e que tenham obrigado o mundo a olhar para este pequena nação como capaz de produzir os melhores dos melhores e algo único e irrepetível. Alguém cuja vida, como ser humano e como profissional, tenha sido um exemplo ( não falo de perfeição ) e digna de admiração.

Quanto a Eusébio… não tenho dúvidas que estará no Panteão Nacional. Já o disseram, a campanha nesse sentido está a todo o vapor e as vozes contrárias serão abafadas pela mole humana que negará qualquer critica à personagem e ao seu passado e que defendam que durante grande parte da sua vida, foi exemplo de nada, ex jogador que decidiu recriar o símbolo nacional que chegou a ser, para ser apenas e só um símbolo do clube com mais adeptos de Portugal. Eusébio é, em si mesmo, uma instituição pelo que foi como enorme futebolista, um dos melhores de sempre e por aí merecedor de respeito e homenagem, mas que não se ultrapassem os limites do decoro, digo eu. Isto depois de já se terem ultrapassado, portanto vale de pouco.

Desde que ouvi a Assunção Esteves a dizer que não poderia rejeitar liminarmente a ideia de Eusébio vir a ser colocado no Panteão, não só já estou preparado, como já estou mentalizado que isso irá acontecer.

Já o tinha mencionado noutro tópico, mas sou, por idealogia, completamente contra a colocação de QUALQUER futebolista no Panteão Nacional. Eusébio foi grande, levou o nome de Portugal além fronteiras, mas não deixa de ser um mero futebolista.
Para reformular esta minha opinião, esse mesmo futebolista teria que ter sido campeão Europeu e Mundial por Portugal, e mesmo assim ainda não concordaria wholeheartedly. Futebol é apenas isso, futebol.

Aquilo que mais me revolta perante a séria (quasi certa) possibilidade de Eusébio ir para o Panteão, é o facto de essa operação ter custos elevados. Bastante elevados. Segundo a própria presidente da AR, serão custos de centenas de milhares de euros.
A mera possibilidade de se pensar sequer em tal gasto na actual conjuntura de crise grave que o país atravessa (e muito mais fica por dizer, mas seria OT) é algo de inenarrável. À boa maneira portuguesa.
Que se f*d@ quem passa fome, perdeu o emprego, viu a pensão cortada, os preços todos a subir, os impostos em máximos históricos, 20% da populaçao viver no limiar da pobreza… o que interessa é o Eusébio no Panteão.

E muito me vou rir (para não chorar) quando a proposta for lançada, votada e aprovada pela AR. Sim, porque não acredito que algum grupo parlamentar tenha a coragem e a honestidade para alienar tantos eleitores. Afinal, não só a bola é o ópio do povo, como os lampiões são o dealer.
Sic transit gloria Portugal.

Não concordo e não vou argumentar aqui porque não é o local ideal, mas bom texto. Muito bem estruturado e explicativo :great:

PS: Uma dessas pessoas referenciadas é meu familiar :mrgreen:

Reflecte o país que temos.
Tantos heróis realmente portugueses que ficaram de fora, serão humilhados caso a fama e a celebridade vença. Será uma vergonha indescritível.
Só peço que reflictam bem o que supostamente deveria representar o Panteão Nacional.

PS: Parece que o Fátima, Futebol e Fado perduram :shhh:

Épá metam o eusebio enterrado no relvado do estádio da lixeira e já agora reservem o Panteão para quando o PdC bater as botas tb lol, enfim quero lá saber, não estou interessado em ir lá vê-lo nem num lado nem noutro, ja chega de falar disto não basta a tv e os jornais dassssss, volta eusebio tas perdoado… que lavagem cerebral tem sido estes ultimos dias pela cs.

o que interessa agora é ganharmos ao estoril e os outros empatarem na luz, a haver vencedor que ganhem os corruptos do norte, sempre antibenfica, não podem perder os dois que empatem aos 92m em fora de jogo, bola na mão, penalti fora da area qqcoisa assim do genero, porrada, muitos cartoes vermelhos e lesoes graves é o que lhes desejo para este derby, até o eusebio dava voltas no caixão :rotfl: :rotfl: :rotfl: :rotfl: :rotfl:

SL

Vai para o Panteão? Sim. Vai.

Devia ir? Claro que não.

O “partido” que tiver essa iniciativa vai lucrar (votos) com essa atitude? Vai.

Logo :

Votos → Eleições → Tachos → €

Simples.

parece-me obvio que mete-lo no Panteão não passa de manobra politica para ganhar uns votos nas proximas eleições