Futebol
Bruno de Carvalho
A grandeza do Sporting Clube de Portugal é fruto do sucesso alcançado no passado, em termos desportivos e sociais, alicerçado num ecletismo quase único no mundo e, particularmente, numa extraordinária quantidade de conquistas e títulos conseguidos pelas suas equipas de futebol. O elevado número de adeptos será resultado desta conjugação das diversas práticas desportivas, mas será em grande parte reflexo dos títulos, nacionais e internacionais, que o Clube conquistou ao longo de mais de um século de vida.
O desaparecimento de muitas dessas modalidades desportivas e os resultados menos conseguidos verificados no futebol, têm vindo a pôr em causa esta premissa, dia após dia.
O passado recente, no que respeita ao futebol, tem sido particularmente negativo. A uma ausência preocupante de sucesso desportivo juntou-se uma gestão desportiva incompetente, irresponsável e causadora de enormes prejuízos ao clube.
A acrescentar a tudo isto, tem sido evidente uma clara falta de ideias, ou de um projeto, que permita antever alguma melhoria na situação que se vive no Clube, particularmente no futebol, que é, sem dúvida, a sua atividade mais importante. Aquilo a que se assiste é a uma postura reativa, correndo sempre atrás dos acontecimentos, sem nunca mostrar, nem o desejo, nem a capacidade de liderar qualquer acontecimento.
As últimas eleições para a Federação Portuguesa de Futebol são um perfeito exemplo disso. Na realidade, ao cabo de décadas, o Sporting Clube de Portugal estava em posição de liderar as eleições ao órgão máximo do futebol em Portugal, e, estranhamente deixou-se ir a reboque de outros clubes e outros interesses. O Sporting Clube de Portugal tem que ter obrigatoriamente, pela sua grandeza e pelo seu passado, um papel de liderança nos organismos que regem o desporto em Portugal, particularmente naqueles que superintendem o futebol.
Quanto à sua equipa de futebol profissional, o Clube tem que inverter completamente a lógica organizativa e a visão que tem da estrutura que dirige o futebol. É o clube que tem que criar uma estrutura que governe o futebol,bem alicerçada, competente, com práticas estabelecidas. Quem chega – treinador, equipa técnica, jogadores ou outros elementos ligados ao futebol – é que deve integrar-se nessa estrutura, nesses métodos e filosofia de trabalho. Para que isso aconteça é necessário que essa estrutura seja absolutamente irrepreensível, responsável, solidária, leal e coloque sempre em primeiro lugar os superiores interesses do Clube.
O treinador deverá ser sempre escolhido tendo em atenção a sua adaptação à filosofia do clube, nomeadamente tendo apetência pelo aproveitamento da excelente capacidade que o Sporting Clube de Portugal apresenta na formação de novos jogadores (infelizmente, raramente aproveitados como deveriam ser), com um perfil formador, boa capacidade de comunicação e experiência.
O treinador será mais uma peça de uma máquina que tem que funcionar em pleno, uma peça importante evidente- mente, mas nunca um ser genial e providencial a quem se pede que resolva todos os problemas da equipa e, por vezes, até do próprio Clube.
Dois aspectos fundamentais devem ser observados na constituição da equipa técnica:
- A presença de um elemento que tenha passado no clube, respeitado pelos adeptos e com competência para exercer o cargo que podemos designar de treinador adjunto residente.
- A qualidade do elemento, ou elementos, responsáveis pela preparação e recuperação física da equipa.
Em função da quantidade de jogos que são disputados hoje, nas diversas competições, a qualidade da preparação física da equipa e, posteriormente da sua recuperação, são fatores fundamentais. A qualidade e experiência dos ele- mentos que trabalham nesta área específica é obrigatória.
Igualmente importante é a composição do departa-mento médico.
O seu papel é fundamental, não só no acompanhamento e complemento do trabalho físico diário da equipa, na recuperação dos atletas depois do esforço (cada dia mais importante) mas também na avaliação dos atletas em fase de contratação, de modo a evitar a inclusão no plantel, de jogadores em condição física deficiente. O chefe do departamento médico será obrigatoriamente um elemento com competência e experiência comprovadas na área da medicina desportiva, preferencialmente no futebol.
Este departamento médico deverá ser integrado e transversal a todas as modalidades do Clube.
A área da comunicação é outro dos setores fundamentais para o bom funcionamento de uma equipa de futebol. A comunicação deve ser feita em função dos interesses da equipa e do Clube, nunca no interesse de algumas pessoas ou grupos, coordenada a partir dos responsáveis do futebol (claramente a actividade com maior importância comunicacional) e obedecer a uma estratégia clara e inequívoca para todos aqueles que falam ou comentam em nome do Sporting Clube de Portugal.
Cada um falará exclusivamente sobre as áreas para as quais está mandatado, e de acordo com a política global de comunicação do Clube.
Na constituição do plantel para o futebol profissional, a estabilidade deve ser respeitada. Uma realidade importante que todas as equipas tentam preservar e que o Sporting Clube de Portugal abandonou há alguns anos, com os péssimos resultados desportivos e financeiros que se observam.
Quanto menor for o número de jogadores a entrar de novo no plantel, maior será a facilidade de manter rotinas e entendimentos, que consumiram tempo e esforço a conseguir e que são verdadeiramente importantes numa equipa. Há obviamente os chamados “fins de ciclo” onde haverá a necessidade de fazer alterações mais substanciais, mas ainda assim, tendo sempre em mente que há limites que não podem ser ultrapassados, quer em razão do esforço financeiro necessário, quer em nome duma estabilidade que deve ser tanto quanto possível acautelada.
Com a reativação da equipa B, o plantel deverá ser menos numeroso – 20 jogadores. Um plantel mais reduzido é mais barato, mais fácil de gerir e com uma competitividade interna acrescida. Não há nenhuma equipa que seja competitiva contra os seus adversários, se não viver um clima de competitividade interna permanente.
Deverá ser a partir do plantel atual, com alguns excelentes jogadores e alguns com previsível futuro muito risonho, que se deve construir o próximo plantel. Sempre tendo em atenção os aspectos financeiros. Deverá ser absolutamente proibido aumentar o passivo da SAD por via da compra de passes de jogadores, investindo recursos que não estejam disponíveis. Cinco ou seis jogadores, numa escolha cirúrgica, experientes (ter em atenção que no futebol a experiência não está diretamente relacionada com a idade) e capazes de acrescentar valor ao plantel existente, serão suficientes para a construção de uma equipa que possa lutar pelos objetivos de curto, médio e longo prazo do Clube. Lutaremos por um Sporting Clube de Portugal Campeão!
Ao contrário do que tem sido prática recente, o recurso a jovens criados na formação do Sporting deverá ser uma realidade, à semelhança daquilo que sempre foi tradicional no clube.
É incompreensível que um Clube que possui uma das melhores escolas de futebol do Mundo, não aproveite convenientemente em termos desportivos, e por consequência no aspeto financeiro, o enorme investimento anualmente realizado na sua Academia. É bom ter em conta que a FIFA e a UEFA vão a breve prazo alterar as regras do jogo, no que à gestão económica e financeira dos clubes diz respeito, e quem estiver mais bem preparado e já levar uma prática de rigor e de respeito pelos orçamentos, estará em vantagem.
A existência de uma equipa B é de enorme importância para o desenvolvimento sustentado e servirá de ponte entre o futebol júnior e o futebol sénior.
Utilizando as mesmas metodologias, práticas, organização e sistemas de jogo que a equipa sénior profissional, os jovens que integram a equipa B estarão aptos a integrar a equipa principal, seja em caso de necessidade, seja por mérito próprio, fruto do desempenho pessoal.
A formação de jogadores é uma tradição que nos enche de orgulho. Sendo muitas vezes confundida com a Academia, a formação do clube, noutros tempos conhecida como “futebol juvenil”, deu ao futebol sénior e, paralela- mente ao futebol português, inúmeros jogadores de futebol de excelente qualidade. A construção da Academia de Alcochete teve em vista sobretudo a criação de condições de trabalho óptimas, até então inexistentes em Alvalade.
Curiosamente, foram com condições de trabalho deficientes que terão “produzido” os melhores jogadores jovens, pelo menos naquilo que objetivamente interessa ao Sporting Clube de Portugal: a utilidade desportiva desses jovens, o seu crescimento e, por consequência, a mais- valia financeira que sempre foi apontada como uma das formas de compensar o défice de exploração a que dificilmente fugiríamos.
Para melhor aproveitar os jovens talentos que continuamos a produzir:
1.
Reorganização dos quadros da Academia, simplificando o funcionamento, redefinindo a rede de prospeção e recrutamento, entretanto quase abandonada naquilo que era a sua essência, e que é, e sempre foi, uma das grandes responsáveis pelo bom desempenho formador do clube.
2.
Aproveitamento dos quadros pertencentes ao Sporting Clube de Portugal, pessoas experientes e com talento, que podem e devem ser melhor aproveitadas, ao mesmo tempo que se simplifica o organograma de forma a ser mais funcional e, sobretudo, para estabelecer claramente as responsabilidades de cada elemento.
3.
Redefinição dos objectivos da formação. Nos últimos anos estes são pouco claros e, muitas vezes, dão a sen- sação de terem a ver com tudo menos com a defesa dos superiores interesses do Clube. A formação existe para formar jogadores de futebol, uns melhores, outros pi- ores, na medida do seu talento. No entanto, em termos de entendimento do jogo, das suas diversas vertentes, do profissionalismo, do primado do coletivo acima do indi- vidual, e do orgulho em representar o Sporting Clube de Portugal, serão todos iguais. Será depois o talento que possuem e a forma como se integrarem na equipa B e no futebol profissional que ditará a maior utilidade que tiverem para o Clube.
Será a partir do acompanhamento que soubermos dar a estes jovens jogadores, da forma que conseguirmos ensinar em termos daquilo que é a realidade de uma profissão dura, intensa, difícil, exactamente o contrário daquilo que sempre lhes pareceu durante o seu período de formação, que voltaremos a ter na equipa sénior di- versos atletas vindos da formação, passando pela equipa B e chegando à equipa principal em condições de render
de imediato em termos desportivos e de, a médio prazo, poderem alguns deles ser vendidos de forma a melhorar as finanças do clube e a suportar os custos inerentes à atividade da Academia.
Medidas
I) Análise interna e prospeção de mercado nacional e estrangeiro
4.
Aproveitamento e Reforço do gabinete de Scouting do Sporting Clube de Portugal, de forma a criar uma es- trutura única que faça a análise interna não só dos joga- dores a atuar no Sporting como dos emprestados. Além disso, que assegure o recrutamento para os escalões de formação e jogadores de valia reconhecida para o plantel principal.
5.
Criação de modelo de prospeção nacional e interna- cional envolvendo as academias Sporting, Núcleos, Dele- gações e Filiais, com a utilização de agentes desportivos apenas em contratações específicas e que venham ao en- contro das reais necessidades do Clube.
6.
Estabelecimento de protocolos com clubes nacionais e internacionais que permitam a captação de jovens ta- lentos diretamente para a equipa principal e a rodagem de jogadores menos utilizados ou em processo evolutivo.
7.
Atração de novos parceiros e patrocinadores.
II) Modelo de gestão do Departamento de Futebol e da Academia
8.
Equipa pluridisciplinar de três elementos no futebol. O futebol será da responsabilidade de uma estrutura especializada, liderada por uma equipa pluridisciplinar de três elementos, encarregues de dirigir esse departamento.
9.
O Presidente do Sporting Clube de Portugal terá a lide- rança direta do Futebol e Academia. A equipa pluridisciplinar reportará ao Presidente.
10.
À equipa Diretiva caberá a implementação das políticas estratégicas do futebol, da definição da época desportiva com o apoio do treinador da equipa principal, da coorde-nação do trabalho entre a formação e a equipa principal, do estabelecimento dos protocolos de cooperação com outros clubes e entidades e das contratações, sempre com o acompanhamento do treinador da equipa principal e com o apoio do departamento de Scouting.
11.
Serão estabelecidos um ou dois modelos base de jogo que permitam o desenvolvimento uniforme e positivo dos atletas desde as camadas de formação à equipa principal.
12.
A formação será a aposta base da política desportiva.
13.
Ao treinador da equipa principal caberá a responsabilidade de definir a sua equipa técnica, mas a equipa Diretiva indicará sempre um elemento a integrar a equipa como treinador adjunto.
14.
A questão da preparação física dos atletas será sempre alvo de especial atenção, por ser determinante para o desempenho regular da equipa, sendo a mesma definida pelo departamento específico e com acompanhamento do treinador da equipa principal.
15.
Departamento médico definido pela equipa Diretiva. O departamento médico do Sporting Clube de Portugal será alvo de uma especial atenção visto ser, também, um elemento determinante para a conquista dos objetivos, onde a aptidão dos atletas tem uma importância preponderante. Este departamento médico trabalhará sempre em estreita ligação com a equipa técnica e será sempre definido pela equipa Diretiva.
16.
Plantel principal de 20 jogadores. O plantel do Sporting Clube de Portugal será sempre preparado com base numa equipa formada por jovens talentos da formação leonina e jogadores com maturidade competitiva, com a meta de uma redução gradual do plantel para 20 atletas.
17.
A equipa B é uma aposta para manter.
18.
Polivalência de jogadores. O plantel do Sporting Clube de Portugal será sempre preparado com atletas que permitam a evolução de um ou dois sistemas táticos definidos e sobre os quais se fará um trabalho uniforme e homogéneo desde a formação à equipa principal. A polivalência de alguns atletas determinará a possibilidade de adaptações específicas de modelos em jogos que perante os adversários ou as contingências assim o obriguem.
19.
Jogadores estrangeiros não adaptados ao futebol português apenas se forem mais-valias claras. As contratações de jogadores estrangeiros, não adaptados ao futebol português, estará sempre dependente de serem considerados, pelo treinador principal e pela equipa Diretiva, como uma real valia para o reforço da equipa, apoiados em base nos relatórios emitidos pelos departamentos de Scouting e Sociológico.
20.
Análise da possibilidade de implementação de contratos por objetivos onde os atletas sejam remunerados de acordo com o Esforço, Dedicação e Devoção que revelem, e a Glória que tragam ao Clube.
21.
A escolha do treinador principal terá sempre em atenção os modelos de jogo e as filosofias implementadas pelo Sporting Clube de Portugal.
22.
Nos escalões de formação da Academia Sporting terão de existir referências futebolísticas do Universo Sportinguista.
23.
Missão: Vencer. Toda a gestão do departamento de futebol do Sporting Clube de Portugal assumirá, sem com- plexos e sem receios, que a sua única missão é Vencer e terá de ter uma constante dedicação e um total empenhamento para o conseguir.
III) Futebol como factor de apoio social
24.
Estabelecimento de um jogo anual solidário de futebol, com a equipa principal, na pré-época ou no período do defeso, cuja parte relevante das receitas ou se possível a sua globalidade revertam para as Instituições Privadas de Solidariedade Social do Universo Sportinguista.
25.
Criação de um programa específico desportivo anual com três eventos na Academia Sporting, que possibilitem a realização de jogos entre as crianças e jovens carenciados e antigas glórias e figuras do Clube.
26.
Criação de um programa específico de visitas à Academia Sporting por parte de crianças e jovens carenciados, através da coordenação direta e constante entre os departamentos responsáveis e a equipa coordenativa criada entre a Fundação Sporting, os Leões de Portugal IPSS e todas as instituições de solidariedade social inseridas na esfera do Sporting Clube de Portugal.
IV) A Academia
A Academia é um recurso importante para a estratégia de todo o departamento de futebol.
Deve ser nela que se confiam, em estreita ligação entre o Presidente do Sporting Clube de Portugal e a estrutura diretiva, as vertentes de evolução e prospeção de mercado, com a consequente captação de jovens talentos; a formação de excelência, técnica e humana, dos atletas; e a eficaz política comercial e de comunicação.
27.
Manutenção da aposta na proliferação das Academias Sporting e dos serviços de consultadoria ligados à formação desportiva. As escolas de futebol da Academia Sporting – 29 actualmente, distribuídas por todo o país, totalizando 5.100 jovens jogadores entre os 5 e os 15 anos de idade – já contribuíram com mais de 60 atletas para as equipas de competição e têm sido uma fonte de rendi- mento estável que se quer aumentar. A título exemplificativo, e que queremos replicar: foi celebrado, no passado, um contrato de parceria com a Al-Ahli Saudi Soccer Academy, no qual estava prevista a prestação de serviços de consultoria desportiva durante três anos. O valor global do contrato ascendeu aos 735 mil euros, sendo que esta- va ainda prevista a prestação de um conjunto de serviços on-demand, com os quais era expetável que o valor global pudesse ultrapassar o milhão de euros.
28.
Prospeção de mercado nacional e internacional de jovens talentos que possam evoluir no Sporting Clube de Portugal.
29.
Captação de jovens talentos através de sessões de visionamento direto na Academia.
30.
Captação nas escolinhas. Sendo a Academia em Alcochete e tendo uma rede de escolinhas Sporting espalhadas por todo país, programar sessões de captação de jovens talentos que se desloquem às escolinhas para se mostrar.
31.
Estabelecimento de protocolos com escolas preparatórias e básicas nacionais que visem a captação de jovens talentos.
32.
Prospeção específica, conforme definida em programas
de quatro anos, de jovens talentos, para posições estratégicas de reforço futuro da equipa sénior de futebol.
33.
Análise e reflexão sobre a possibilidade ou não dos jovens atletas da Academia terem um agente desportivo antes de completarem 16 anos.
34.
Preparação de programas desportivos, através do Departamento de Alto Rendimento / Psico-Pedagógico / Sociológico adequados e com incidência especial no desenvolvimento e capacitação pessoal dos jovens atletas.
35.
Criação, pelo mesmo departamento, de políticas de apoio e desenvolvimento humano dos jovens atletas enquanto parte integrante do Universo desportivo Sporting Clube de Portugal. Acompanhamento rigoroso dos jovens atletas nas suas várias vertentes sociais: desportiva, familiar e educacional, e acompanhamento dos jovens atletas durante o processo de integração na equipa principal do Clube.
José Couceiro
Um clube como o Sporting Clube de Portugal tem que ter a sua identidade perfeitamente definida e visível a todos os que acompanham o futebol, em termos de:
Perfil, postura e atitude dos seus atletas
Comportamentos técnico-tácticos individuais e colectivos
Modelo e sistema de jogo implementado
Processos de recrutamento e contratação
Processos de desenvolvimento e formação
Processos de transição e integração no futebol profissional
A estratégia e a política definida para o futebol do Clube devem reflectir uma visão de médio- longo prazo, assente na estabilidade, continuidade e coerência da estrutura, dos processos e das metodologias utilizadas, independentemente da Direcção ou dos
Treinadores que estejam no momento no Clube, mantendo intactos os seus princípios fundamentais, que reflectem a identidade.
Missão do Futebol Profissional – Performance. Rentabilização.
Ser o expoente máximo da identidade Sporting (jogar “à Sporting”), lutando pela vitória em todos os jogos e competições em que esteja envolvido, maximizando a performance desportiva e a rentabilização económica dos seus jogadores.
A equipa principal deve conseguir praticar um futebol que entusiasme e mobilize os seus Sócios e Adeptos, com uma identidade própria e reconhecida por todos, sendo preferencialmente constituída por jogadores formados no Clube e outros que, tendo sido recrutados externamente, correspondam a um perfil perfeitamente identificado, em coerência com a identidade Sporting.
Deve ser uma prioridade encontrar um modelo de transição para o futebol profissional, que assegure uma progressiva integração dos nossos jovens jogadores e de jogadores oriundos do recrutamento externo, e que contribua para uma melhoria do seu nível de prontidão competitiva.
Neste sentido, deverá ser mantida e reforçada a aposta na Equipa B – veículo fundamental para assegurar a transição para o futebol profissional -, assim como na criação de uma estrutura de suporte adequada que prepare os jovens jogadores para as novas exigências e desafios (ex. relação com os media, aconselhamento financeiro e jurídico).
Missão do Futebol Formação – Descobrir primeiro. Desenvolver melhor.
Detectar, seleccionar e contratar os melhores jogadores, nacional e internacionalmente.
Formar os jogadores de acordo com o Programa de Formação Desportiva do Sporting, assegurando o seu melhor desenvolvimento físico, técnico, táctico, psicológico e social.
Assegurar o sucesso da integração dos jovens jogadores na equipa profissional, com um processo de acompanhamento devidamente definido e implementado.
Recrutamento de Jogadores
Definir a estratégia global do recrutamento.
Pelo tipo de operação, o recrutamento da formação e profissional são distintos. Como principais fatores diferenciadores, temos a necessidade de absoluta confidencialidade relativamente ao futebol profissional, quer a nível informático, quer ao nível de dimensão de equipa de trabalho. O recrutamento da formação trabalha de forma massiva, com muitos colaboradores pelo País e a sua avaliação assenta no número de jogadores perdidos para clubes rivais, ao passo que na área profissional, a avaliação depende da qualidade e rendimento dos jogadores contratados.
Assegurar uma perfeita interligação entre o recrutamento profissional e o recrutamento da formação.
Reforçar o foco no recrutamento nacional, quer no futebol formação, quer no futebol profissional.
Aproveitar o reconhecimento internacional da nossa Academia, para desenvolver projetos desportivos nos mercados alvo. Desta forma, seremos agentes ativos no recrutamento e na formação local de jogadores.
Mantendo o foco no recrutamento nacional, mas tendo em conta a limitação “quantitativa” imposta pela dimensão do nosso País, a ação do Recrutamento deve ser alargada internacionalmente, dando prioridade às zonas de onde tradicionalmente emergem os maiores talentos (África, América do Sul).
Utilizar as Escolas Academia Sporting como pilar estratégico do recrutamento Nacional.
Representação Internacional do Futebol do Sporting Clube de Portugal
A estratégia de internacionalização da Academia Sporting - área de negócio estratégica para o crescimento global do Sporting - deverá prosseguir objectivos de natureza desportiva e comercial, sendo que os primeiros passam pelo alargamento da base de prospecção e recrutamento de jogadores, e os segundos pela rentabilização do know-how na formação de jogadores (serviços de consultoria desportiva) e pela expansão da Marca Sporting.
Com base na diferente natureza destes objectivos, a definição de prioridades em termos de expansão geográfica deverá ser também analisada à luz de critérios diferenciados. Desta forma, é natural que para objectivos de natureza desportiva seja dada prioridade a países do continente Africano ou da América do Sul e para objectivos de natureza comercial seja dada prioridade a países do continente Asiático, do Médio Oriente e da América do Norte. A situação ideal será aquela de países em que o potencial desportivo e comercial possa assumir igual preponderância, como serão os casos, por exemplo, da China e dos Estados Unidos.
Uma especial atenção, por razões de afinidade e proximidade cultural, é dada aos países de língua oficial portuguesa, com natural destaque para o Brasil, Angola e Moçambique.
Ainda a este nível, e paralelamente à necessidade de adequar a estrutura profissional por forma a dar a melhor resposta aos projectos em curso e às inúmeras solicitações recebidas, é essencial assegurar e potenciar a preservação da ligação dos jogadores formados na Academia Sporting que maior projecção internacional têm conseguido, para que se saiba a todo o momento e em qualquer lugar, onde foram formados e se fizeram jogadores profissionais. Neste sentido, a criação da figura dos “Embaixadores Academia Sporting” deve ser encarada como um próximo passo a seguir.
Posicionamento junto dos principais órgãos de decisão do futebol português
O Sporting deverá ter uma participação institucional activa junto dos principais decisores do futebol nacional.