Os "craques" que passaram ao lado de uma grande carreira

Isso é tudo muito relativo. O Riquelme não tem um grande palmarés na Europa, é certo. Mas só fracassou no Barcelona mesmo. Triunfou no Villarreal, e foi autêntico ídolo no Boca Juniors e também na selecção da Argentina, onde foi internacional dezenas de vezes (só não foi mais por conflitos com o seleccionador).

Nem tudo no mundo do futebol tem de passar pela Europa para “triunfar”.

Volto a dizer, para o talento que o jogador tinha, o que fez foi pouco. E o tópico é precisamente acerca disso.

Por essa lógica o Ortega também teve uma grande carreira, foi 87 vezes internacional Argentino e foi ídolo na Argentina.

Precisamente, eu acho que tanto o Riquelme como o Ortega tiveram carreiras brutais na América do Sul. O Riquelme então ganhou tudo o que havia para ganhar lá, até uma Intercontinental. É o maior ídolo de Boca a seguir a Maradona. Tomara 99% dos jogadores pelo mundo fora ter carreiras assim.

Noutras palavras, o que estou a defender é que “ter grandes carreiras” não tem necessariamente que passar por “triunfar na Europa”. A UCL é a grande referência, mas não é a medida de todas as coisas.

Bem…vou começar com um Argentino, que esteve com um pé no Sporting:

Maxi López

No River era apontado como o próximo grande goleador do futebol argentino. Depois de várias propostas de saída, foi para o Barcelona. E prometeu bastante, numa equipa onde pontificava Eto’o, Ronaldinho e os inevitáveis Xavi e Iniesta, entre outros.

No entanto, a concorrência era muita e esteve com um pé no Sporting onde nós, acabámos por preferir Milan Purovic (mil vezes pior que o Máxi). Actualmente, joga no Torino…e tem feito até uma carreira interessante na Serie A…mas perdeu, sem dúvida, uma grande carreira…como ainda perdeu a mulher para o Mauro Icardi :mrgreen:

Milan Purovic

Ufff…aquela dupla com o Zigic? Ele até parecia que sabia jogar à bola. Eu não sei se ele passou ao lado de uma grande carreira, ou simplesmente nunca houve essa possibilidade. A mim cheira-me que era sim…um flop. Quando chegou ao Sporting, revelaram-se todas as fragilidades de um tipo alto…e tosco…e sem jeito para a bola.

Actualmente, sem clube…a última vez que jogou foi numa equipa americana.

Este é dos poucos golos…que ele marcou pelo Sporting…e que revelam…a sua “habilidade” :lol:

João Paiva

Um dos maiores goleadores da Formação do Sporting Clube de Portugal. Tinha uma carreira que prometia muito. Quando ascendeu aos séniores, jogou bela B e fez uma época interessante, onde marcou 15 golos.

Depois de alguns empréstimos mal sucedidos foi para aquele que era o paraíso financeiro para jogadores de baixa/média qualidade do futebol português, o Chipre…E agora, joga na Suiça no modesto Winterhur, da 2ª Divisão onde vai marcando uns golinhos.

Leandro Machado

Grande esperança do futebol brasileiro. 2jogos 1golo pelo escrete. Depois de uma época em grande no Internacional, o Valência contrata-o por 900mil contos. Faz uma época, interessante (25 jogos 8 golos), numa equipa que contava “só” com Ariel Ortega, Cláudio López, Romário e Vlaovic. Tapado por estes, o Valência decide vendê-lo…e o Sporting compra. Por 700 mil contos. Faz uma época interessante em Alvalade…mas depressa regressa a Espanha (péssimo feitio e problemas disciplinares) para o Tenerife, salvo erro, por empréstimo. É depois vendido ao Flamengo…e depois de duas épocas de um nível aceitável…foi sempre a descer.

Aqui vai um hatrick dele ao Belenenses onde revela toda a sua grande qualidade:

O Purovic parecia realmente bom jogador na Sérvia, aquela dupla com o Zigic era bem interessante. Já aqui o disse, aqueles jogos com Estrela Vermelha contra a Roma, deixaram uma imagem de jogador de qualidade.

Agora deixo aqui esta pérola, época de 2008/2009, o shor Purovic jogava no Kayserispor, e ia com 15 jogos e 0 golos no campeonato, mas eis que chega à última jornada, contra o Gençlerbirligi (nossos amigos…) e faz isto:

0-1, belo golo, num remate difícil, de primeira
http://videos.sapo.pt/cu5lIqfa11zkziteYz0O

0-2, num bom cabeceamento
http://videos.sapo.pt/zg6RGNe5bL89qU045R6F

0-3, nesta obra-prima :mrgreen:
http://videos.sapo.pt/zR5J241MJO32RvjhYHJY

Hat-trick puro, três golos seguidos e todos numa só parte, como dizem os livros. Estava 3-0 ao intervalo, e o jogo acabou com 4-0. :venia: :lol:

[hr]

O Leandro era muito bom, pena a cabeça que tinha. Era dos meus jogadores preferidos naquela altura.

Realmente o futebol é fantástico! :lol:

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A cabeça e o coração.

Estou chocado :xock: :xock: :xock: :xock:

Excelente tópico!

Três jogadores que poderiam ter feito muito mais no Sporting e noutras paragens:

Litos, já referido. O Luís Silva disse-me que uma lesão coarctou a sua progressão, mas a pressão de ser o novo Futre terá sido tão ou mais relevante.

Facundo Quiroga - sei que esteve no Wolfsburg e no River Plate (acho), mas podia ter sido dos melhores centrais da época. Vi-o fazer grandes jogos já depois da lesão, algo de psicólogico deve ter influenciado.

Finalmente, o rei da fraqueza psicológica, Bruno Pereirinha, que não expressou uma fracção sequer do seu potencial no relvado.

E aquele jogo em que partiu tudo contra o Bolton? Ou contra os lamps? :whistle: :whistle:

Dois outros jogadores que poderiam ter dado muito mais:

Lima (ex-treinador dos juniores). Outro na sombra do fantasma de Futre, e a quem parecia faltar estofo psicólogico.

O inefável Carlos Martins. Num torneio de Toulon de há mais de uma década atrás jogou uma enormidade e o potencial estava lá. Infelizmente o futebol que tinha nos pés não encontrou correspondência no cérebro de amendoim.

Um pouco “off topic”, já alguém falou no Edgar Marcelino, e se calhar já alguém se lembrou do Amaral, mas desses nunca esperei nada. Sempre me fez confusão que dois extremos que são incapazes de fazer uma finta e ganhar no um-para-um possam ser considerados jogadores de futuro. Confirmaram-no.

Juan Pablo Pino, médio ofensivo/extremo colombiano, que começou no Independiente Medellín e se tranferiu para o Monaco com 19 anos, para além de ter brilhado pelos sub-20 da Colômbia. Era um desequilibrador, forte tecnicamente e no drible, mas sempre se mostrou um jogador algo problemático e inconstante, bem como propício a algumas lesões. Foi fazendo alguns jogos no Monaco, mostrando o seu talento a espaços mas sem se impor verdadeiramente na equipa. Depois de um empréstimo ao Charleroi voltou ao Monaco onde fez uma excelente época e parecia que ia conseguir confirmar todo o seu potencial, mas nunca chegou verdadeiramente a explodir. Passou pelo Galatasaray novamente com vários problemas com lesões, Arábia Saudita, Grécia e voltou a França. Hoje com apenas 28 anos, está sem clube depois de uma passagem sem sucesso pelo Bastia.

Juan Ángel Albín, uruguaio, da mesma geração do Pino, e um jogador de perfil semelhante, também muito habilidoso, mas este canhoto. Também joga joga no meio, ou nas alas, ou como avançado. Dono de um pé esquerdo fantástico, excelente marcador de bolas paradas, e um jogador de classe, mas que também nunca conseguiu explodir verdadeiramente em palcos maiores, para além de também ter habitualmente problemas físicos. Brilhou no Nacional do Uruguais, e chegou a Espanha com 20 anos, para jogar no Getafe onde ainda chegou a jogar a grande nível, mas depois estranhamente estagnou. Ainda chegou a jogar pelo Espanyol mas sem grande sucesso. Mais tarde, por volta dos 27 anos ainda conseguiu de certa forma relançar a carreira, embora num campeonato e numa equipa de segundo plano, na Roménia pelo Petrolul, mas conseguindo voltar a mostrar a qualidade que se tinha visto no início de carreira. Hoje com 29 anos está no México, a jogar pelo Veracruz, onde certamente cerá acarinhado e bem pago, mas já bem longe do que poderia ter alcançado.

A qualidade não é grande coisa, mas foi o melhor que arranjei do tempo no Getafe:

Damián Escudero, mais um talento jovem sul-americano, jogador habilidoso mas que nunca conseguiu mostrar o seu melhor futebol na Europa. Outro com um excelente pé esquerdo, grande promessa da formação do Vélez Sarsfield, e que chegou a Europa com 21 anos, para jogar no Villarreal. Não teve sucesso em Espanha, e depois disso regressou à Argentina para jogar no Boca Juniors, passou pelo Brasil, emprestado a Grémio, Atlético Mineiro e Vitória, onde ficou em definitivo por mais uma época, a bom nível, até este ano ter assinado pelo Puebla, do México.

Passando para a Europa, Javier Portillo, uma das maiores promessas da formação do Real Madrid, um avançado que durante esse período mostrou ser um prolífico goleador, e que ainda hoje é recordista de golos da cantera madrilena, onde chegou com apenas 12 anos. Há fontes que indicam um total de mais 700 golos pelo Real Madrid, pouco mais de 400 dos quais “oficiais” (?).

Como sénior começou na Equipa B, fazendo uma boa época em 2001/2002, estreando-se por essa altura pela equipa principal, e logo a marcar, num jogo da LC contra o Panathinaikos. Na época seguinte, já em definitivo no plantel principal, voltou a mostrar excelentes indicações e a confirmar a veia goleadora com 14 golos marcados em apenas 24 jogos, dos quais 5 em 10 jogos no campeonato e 8 em 6 na Copa do Rei. Depois, bem… depois ficou-se por aí, e à boa moda dos canteranos madrilenos, foi mais um que não foi aproveitado. Afinal de contas contas o Real pouco antes, de 1997 a 2000 tinha conseguido desaproveitar um senhor chamado Samuel Eto’o. :mrgreen:

Foi emprestado à Fiorentina, voltou ao Real, andou pelo Club Brugge e em 2006 saiu em definitivo do Real assinando pelo Gimnastic, que tinha subido nessa época à 1º divisão. Ainda conseguiu fazer qualquer coisa, marcando 11 golos numa equipa moribunda e que acabou por descer nesse ano, ficando em último lugar. Mais tarde passou pelo Osasuna, Hércules, Las Palmas, e novamente Hércules, onde ainda começou esta época, mas acabou por se retirar de futebol em Dezembro passado.

Edit: Como sénior começou em 2000 com 18 anos, pelo Real Madrid C (3ª divisão) e marcou 29 golos em 18 jogos, e a meio da época passou para o Real Madrid B (2ª divisão B), acabando com 14 golos em 11 jogos.

Na época seguinte foi a tal em que se estreou pela equipa principal contra o Panathinaikos, sendo que na equipa B marcou 17 golos em 28 jogos.

Agora um nome que sei que não deveria estar aqui, mas vou explicar as razões para o indicar, Gaizka Mendieta.

Era um médio fantástico, todos reconhecemos isso, e conseguiu uma carreira brilhante no Valencia, mas acabou por atingir o seu pico com apenas 27 anos, portanto poderia ter alcançado muito mais. Não deu continuidade a tudo o que fez no Valencia, foi contratado por quase 50M de euros no tempo das vacas gordas na Lazio e falhou, depois ainda andou pelo Barcelona emprestado, mas com apenas 29 anos estava no Middlesbrough e foi com essa idade que fez a última época com uma qualidade mínima. Era suposto ter estado tranquilamente no auge até uns 32/33 anos, e não ter começado a descer tão acentuadamente dos 27 para a frente.

Mesmo no Valencia ainda chegou a ser finalista vencido da LC duas épocas seguidas, mas depois de 9 épocas por lá, o título de campeão apareceu precisamente na época em que ele foi para a Lazio, e mais tarde o bicampeonato.

Mesmo no futebol jovem nunca teve muita sorte, passou por todos os escalões jovens das selecções espanholas, mas no meio de tantos títulos que eles conquistam, nunca teve a sorte de fazer parte das equipas campeãs. E na selecção principal falhou o auge da Espanha que tudo ganhou por umas gerações. :mrgreen:

… Mas ainda foi a tempo de fazer carreira como DJ!

Sempre que falam em jogadores q passaram ao lado de uma grande carreira, inevitavelmente a 1ª pessoa q me vêm à cabeça é o Filipe, q foi campeão em Riade e veio do Torreense para o Sporting…enchia-me as medidas qdo era miudo.

Muito bom tecnicamente, excelente pé esquerdo, mauzinho como as cobras, tanta porrada q dava :lol: principalmente aos tripas, além de ser medalha ouro em saltos para a piscina…gostava muito dele, jogava muito…mas as lesões deram-lhe cabo da carreira.

O 2º jogador é o Dani, mas esse preferia p*tas e vinho verde…ainda me lembro de o ver às 5 da manhã todo mamado nas docas agarrado a 2 gajas qdo o Sporting tinha jogo no dia a seguir…não me lembro se jogou ou foi convocado, mas aquele gajo era assim

O Dani poderia ter sido um grande jogador. Pezinhos, visão, tudo. Mas como dizes, preferiu as putas. É uma pena, mas quem passa por Sporting e Ajax e não consegue evoluir, é porque não tem a cabeça no sítio.

Há dias vi um jogador italiano de quem já não me lembrava mas que no Milão creio chegou a ter um hype valente: Paloshi ou Palloshi, não sei.

Acho que estreou-se com golos e depois nunca confirmou o potencial.

Outro é o mexicano Marco Fabian, de quem se esperava muito, mas aos 26 anos só agora saiu do México, para a Alemanha.

Kleberson, contratado pelo MU a peso de ouro e que nunca fez nada, Julius Aghahowa, um nigeriano que prometia muito, Adailton, brasileiro que brilhou num mundial de sub 20, onde é costume aparecerem estrelas cadentes, o dinamarquês Nicklas Bendtner.

Tó Madeira

Qualquer pessoa que tenha jogado o Championship Manager (CM) no início do século XXI conhece os feitos de Tó Madeira, para quem menos de 30 golos numa época era pouco. O jogador era compra obrigatória logo no arranque e garantia de sucesso.
Na verdade Tó Madeira era António Lopes, o colaborador da empresa criadora do jogo que ficou responsável por introduzir o plantel do Gouveia, naquele ano. António achou piada à ideia de se introduzir no jogo e não fez por menos: arranjou um pseudónimo e carregou forte no potencial desse jogador. Nascia o mito Tó Madeira, que até levou a alguns clubes a tentarem saber quem era aquele fenómeno junto dos responsáveis do Gouveia.

Juan Pablo Angel era outro Martin Palermo. Embora o Palermo tivesse um feitio muito mais difícil.
O estilo do Angel para mim era muito melhor.

Esses dois juntos não fazem um Batistuta.

Mais um que conhecemos bem, Marat Izmailov, fantástico jogador, mas com péssima condição física, que andava constantemente lesionado. Um artista da bola feito de cristal. Não sei se neste momento ainda joga ou se já se retirou.

Simon Vukcevic, mais uma grande promessa sérvia (mais tarde montenegrina), que era ídolo do Partizan. Chegou ao Sporting depois de uma experiência falhada na Rússia (normal), e rapidamente mostrou a sua qualidade. Algo molengão mas dono de um pé esquerdo com com muita qualidade, e com faro pelo golo. Infelizmente a cabeça também não era grande coisa, algo problemático, e com outros interesses acima do futebol, chegou mesmo a admitir não gostar de ver futebol. Depois de uma excelente primeira época no Sporting com apenas 21/22 anos, foi sempre a descer e nunca mais conseguiu fazer algo que se visse, mesmo em clubes fracos. Hoje com apenas 30 anos joga numa equipa que acabou de descer de divisão no Chipre.

Kléberson, um dos médios mais cotados do Brasileirão, quando apareceu no Atlético Paranaense. Em 2002 estreou-se pela selecção brasileira e foi mesmo convocado para o Mundial, onde não começou como titular, mas conquistou o lugar durante a competição e acabou por ser importante no título do Brasil. Algum tempo depois disso chegou ao Manchester United onde as coisas não lhe correram bem, mais tarde andou pelo Besiktas e depois acabou por regressar ao Brasil, para jogar pelo Flamengo. Hoje com 36 anos ainda joga, no Fort Lauderdale Strikers dos EUA.

Marcelinho Carioca, um craque brasileiro que tratava por tu a redondinha, mas que era o típico jogador sul-americano, adepto da boa vida. Esgroviado, muito problemático e indisciplinado, tinha tudo o que era preciso para passar ao lado de uma grande carreira, apesar do talento que tinha, e passou. Ainda chegou a ter uma experiência completamente falhada no Valência e mais tarde, já trintão, passou pelo Ajaccio. Passou por vários grandes do Brasil como Flamengo, Corinthians e Vasco, e ainda por Japão e Arábia Saudita, mas onde mais brilhou foi no Timão, onde virou ídolo. Jogador muito habilidoso e exímio na marcação de bolas paradas.