Uma gloria que custa a chegar, um pensamento ou uma mera opinião sobre como um treinador pode e deve comandar uma equipa…a sua falta de pulso,mas o lado humano e serio de um homem que não tem capacidade para estar à frente do Sporting, o tal de Portugal.
Dificuldades assumidas em entender como é que o Sporting continua a praticar este tipo de futebol, não procuro muito responsabilizar Paulo Sérgio pelo futebol pouco harmonioso que praticamos. Tenho muitas vezes a sensação que este plantel é muitas vezes espremido ao máximo, Penso que muitas vezes aos futebolistas do Sporting não é exigido o máximo, mas sim o básico, básico futebol que continua a afastar adeptos de Alvalade. Do Paulo também fico com a amargurada sensação que não tem mãos para conduzir o nosso automóvel nesta estrada que se esperava menos tenebrosa. Pelo olhar do Treinador parece-me muitas vezes que ele próprio se encontra perdido em campo, depois duma pré época de resultados satisfatórios tive enquanto adepto optimista uma ligeira esperança nesta época, esperança essa que findou quando percebi que sem ovos continua a não ser possível fazer uma omolete.
Este 4-3-3 precisa realmente de levar uma boa dose de óleo para começar a carburar, um motor 4-3-3 precisa de médios mais versáteis e rápidos sobre a bola, não pode ter jogadores que não saibam o seu papel no meio-campo e ontem (Domingo) vi muitas vezes o generoso André Santos a tentar agarrar o jogo que deveria ser agarrado pelo Nuno Ribeiro, Este Nuno Ribeiro que já prejudicou algumas vezes o Sporting mesmo sendo nosso jogador, este Nuno Ribeiro que sendo sócio e adepto do Sporting deveria ter vindo mais cedo para o seu clube de coração tentando-o ajudar a ultrapassar este situação, mas não…O Nuno Ribeiro tentou ainda ganhar umas mesadas no campeonato alemão. Ora este Nuno Ribeiro dos tempos vitoriosos do FC Porto era um autêntico motor no meio-campo, era um jogador feroz no bom sentido, e tinha nesta garra a força que o nosso meio campo precisava. Aqui fica minha crítica ao mesmo, se não tem condições para jogar ao mais alto nível deveria ter tido mais respeito pelo Sporting.
Mas como disse anteriormente ainda não considero Paulo Sérgio um treinador capaz de assumir no Sporting uma luta pela título, parece-me claramente que lhe falta conhecimento táctico e uma boa leitura de jogo, Algo que me pareceu evidente na derrota com o Vitória minhoto, O Sporting estava bem no jogo, mas cedo se começou a perceber que o jogo estava partido e que não iriamos tirar disso nada de bom. O Paulo parecia adormecido ou tinha uma qualquer esperança, também ela obviamente verde, que um jogador dotado transforma-se o jogo numa clara vitória, ora o Sporting precisa também dum jogador assim quase sobredotado, quase unico, quase ideal, simplesmente jogador de grande qualidade e que sabia assumir riscos. Lembro-me muitas vezes que um pé esquerdo de Balakov era o ideal para acabar com um jogo anteriormente equilibrado, maldita esta minha mente que só se lembra de jogadores sobrenaturais.
O tempo ainda é o melhor conselheiro para Paulo Sérgio, ele aprenderá com o tempo, tempo esse que não deverá ter no Sporting, faminto de vitórias em grandes competições, e não de vitórias morais, a frase “Para o ano é que é” tem de ser irradiada da nossa casa. São observações destas que fazem morrer um clube. Falando da parte pessoal, O Paulo denota um estilo próprio, e fico com a sensação que é um bom homem, conhecedor do lado humano, Homem de bom trato e de fácil comunicação, talvez lembrando o melhor estilo de Fernando Santos, também homem demasiado honesto para estar no mundo do futebol. Tenho demasiadas saudades de um bom treinador, para o Sporting e os Sportinguistas voltarem a acreditar não basta um qualquer treinador, tem de ser forçosamente alguém que volte a cativar sócios e adeptos, quando penso em treinador competente penso em Robson, penso na vertente humana e na vertente desportiva, penso que todos os treinadores deveriam ser como Robson, O “nosso” Robson deixou-nos há pouco tempo, era também “nosso “ porque nos fez ver o futebol também de maneira diferente, de maneira apaixonada, mas calculista.
Orgulhoso dum passado não muito distante ainda tenho tempo para me lembrar do último treinador do Sporting que me fez sonhar acordado chamava-se José Peseiro e muitas vezes ainda me lembro do futebol fantástico que praticávamos, apesar de não ser claramente um futebol adulto havia ali qualquer coisa de Barcelona, transições rápidas e uma grande posse de bola, nessa altura havia dava gosto ir a Alvalade, pois era bastante provável que fossemos presenciar um bom jogo de futebol. Saudades mesmo de um Treinador…
Por Carlos Martins.
Dez 2010