Atendendo às circunstâncias não posso deixar de considerar que a venda de Bruma ao Galatasaray foi um bom negócio para o Sporting, num processo muito complicado onde o único reparo que tenho a fazer ao Presidente Bruno de Carvalho, é o facto de não ter conseguido a renovação antes do Mundial de sub-20, mas mesmo aí tenho de admitir que ele não poderia obrigar o jogador a assinar e tudo indica que os mentores desta novela tudo fizeram para prolongar as negociações, conscientes que estavam da possibilidade do jogador sair ainda mais valorizado da Turquia.
O que mais me espantou neste processo foi a vitória do Sporting na CAP, pois havia a possibilidade de FC Porto e Benfica estarem por de trás desta trapalhada, ou pelo menos na expectativa do desfecho da mesma, sabendo-se que nestas coisas o Sporting é geralmente comido nas calmas.
Desta vez não foi assim e ao ser dada razão ao Sporting eu cheguei a pensar que a renovação do contrato seria a solução mais provável, pois duvidava que aparecesse um clube disposto a pagar ao Sporting dinheiro que se visse, por um jogador que mesmo que seja uma grande promessa, ainda tem muito que provar.
Felizmente o Galatasaray chegou-se à frente, evitando ao Sporting os problemas inerentes à reintegração de um jogador que não iria ter um ambiente fácil nas bancadas de Alvalade e que poderia “bichar” um grupo que aparenta estar cheio de saúde.
Os números do negócio são realmente impressionantes, principalmente para o jogador e explicam a sua súbita vontade de deixar o Sporting, e as pressões que sofreu dos seus representantes neste processo, pois eles seguramente também sacaram o seu.
É claro que me parece que desportivamente para o Bruma teria sido melhor ficar mais uma ou duas épocas no Sporting, até ter condições para se transferir para um clube de outra dimensão e para jogar num campeonato de primeira linha, mas também ninguém me garante que ele chegaria lá, nem que não o consiga no Galatasaray.
9 milhões mais o que ainda pode vir parece-me ser um bom negócio para o Sporting, que não está em condições financeiras para correr o risco de daqui a um ano perder o jogador por tuta e meia, em nome de uma guerra declarada aos comissionistas, que faz sentido mas que deve ser feita com racionalidade, porque a verdade é que temos de viver com esta gente, é preciso é saber impor as nossas regras e não esquecer que há mais brumas em Alcochete, como é o caso de Moreto Cassamá, que por acaso também é representado pelo já famoso Catio Baldé.
Enfim foi o desfecho possível, eu diria mesmo o ideal dentro das circunstâncias deste caso, mais um onde Bruno de Carvalho merece o meu aplauso.
