Bom,
O texto. do always (parabéns) motivou-me. Mãos à obra.
No seguimento do que alguns dizem (de que só se critica e não se aponta o caminho) deixo aqui as minhas ideias para o futuro mais próximo do Sporting (próximos 3,4 anos), que enquadram a minha postura para AG e eleições futuras.
1 - Venda de Património - Ao contrário do que alguns podem pensar sou a favor da venda de património. Existem infra-estruturas que nunca compreendi no projecto nem percebo pq é que o Sporting as tem de ter (edifícios Visconde, espaços comerciais, etc). Sendo assim acho que Viscondes, Alvaláxias, CUFs e outras instalações devem ser vendidas ao melhor negócio (o negócio começa logo PÉSSIMO ao declararmos esta necessidade premente de venda, a venda devia ter sido preparada ao longo do tempo, com calma, numa posição forte). No entanto deve existir uma responsabilização FORTE de quem vender. São as últimas jóias que o Sporting vende, não há mais nada para vender no futuro.
2 – Modalidades – O Sporting deve manter as modalidades profissionais com capacidade de se sustentar. As que não tiverem forma de se rentabilizar devem terminar. Para mim o futebol é o centro profissional do clube. Penso que o clube deve continuar eclético mas não num falso ecletismo profissionalizado. Devolvam as modalidades às suas origens: coloquem os sócios a praticar as modalidades possíveis e que não tenham capacidade de se rentabilizar profissionalmente. Todos sabemos como é que se iniciaram as modalidades no Sporting, tal não passou certamente por salários altos pagos a atletas profissionais mas sim a meia dúzia de carolas que arrancavam com uma equipa da modalidade x do Sporting. Vamos parar à divisão Y? Paciência. Um clube desportivo é também isto: colocar os seus sócios a praticar desporto ao mesmo tempo que envergam a camisola do clube. Devolver o amor à camisola em tudo o que é actividade que não se paga profissionalmente. Mas atenção… nada de acabar com os espaços que permitam a prática dessas modalidades. Devemos ter um pavilhão para que os sócios possam practicar desporto e trazer novamente algumas modalidades ao Sporting.
3 – Bancos e Investimento Desportivo – A trela dos bancos está apertada. Temos compromissos incontornáveis aos quais não podemos fugir. Precisamos que os bancos continuem a manter asseguradas as despesas correntes e temos por isso que cumprir os seus critérios. Por outro lado não há pão para malucos: os bancos não vão investir mais dinheiro em projectos apaixonados de retoma desportiva, embora saibamos que só assim podemos mudar o rumo dos acontecimentos. Sendo assim só há um caminho: investidores. Os investidores preferenciais devem ser para mim sportinguistas com capital para isso, que assegurem 2,3 dezenas de milhões de euros para os próximos 3,4 anos, recebendo em troca 50% da SAD ou mesmo 51% com regulação clara das condições de retoma da mesma. Ao mesmo tempo seria preparado um plano minucioso de investimento, baseado numa análise completa dos recursos actuais, o que a formação oferece nos próximos anos e o que realmente queremos para a equipa do Sporting e o que temos de ir buscar e com que critérios. Para tal seria necessário entregar essa análise a profissionais sportinguistas capazes, mesmo que inexperientes nas negociatas do mercado. Apenas em última instância os parceiros para este projecto deviam surgir do exterior, caso de facto não existam sportinguistas com vontade para o fazer, já que capital existirá certamente por parte de alguns.
4 – Sócios – O ponto em que preciso de falar menos, é o que mais tenho falado. Aproximação e compromisso. Não é preciso fazer operações coração. Tenho a certeza que se uma direcção capaz, jovem, com um projecto parecido ao que refiro convidar os adeptos a participar ainda mais estes vão fazer das tripas coração para ajudar. Um “compromisso estádio cheio” por exemplo, durante as três épocas. Pedir a ajuda dos sócios e pedir a conversão dos adeptos em sócios sem cair no populismo dos kits e das operações. Desenvolver produtos de marketing realmente atraentes para o adepto com poder de compra, ávido de coisas que hoje em dia simplesmente não existem e que já aqui falamos. Por último conquistar a juventude. Levar a cada jogo 2,3 turmas de escolas ao futebol, tudo ao molho, na idade em que ainda estão a jeito. Colocar o Sporting na cabeça dos putos, mesmo aqueles que já vão lançados para outras cores. Por vezes é muito fácil mudar o clube de uma criança, se for na idade certa. O futuro são as crianças e essas devem ser conquistadas em continuo e não esperar apenas que os anos de títulos as façam vir ter até nós.
Conclusão: Penso que muitas das coisas que o Soares Franco pede são caminhos a seguir. Apenas não aceito que sejam seguidos por ele. É quase como um responsável por mandar a minha casa ao chão me esteja a dizer que é preciso reconstruir a mesma e que devo confiar nele. Não. Venham outros, capazes, determinados, mais jovens, apaixonados e desprovidos da arrogância e autismo destes 10 anos. Sigam-se alguns dos caminhos propostos mas com outras pessoas. E surjam os Sportinguistas com paixão e capital para dar o empurrãozinho necessário no inicio, para inverter o sentido da espiral e realmente relançar o clube no caminho que merece. Portanto o que eu gostava de ver acontecer na assembleia geral era um surpreende “Sim senhor Franco, sim à venda do património mas não pelas suas mãos. Fique sabendo que votamos sim ao inevitável mas o queremos rapidamente fora daqui, que venham novas e melhores cabeças cumprir o nosso destino”.