Não se podem queixar. Segundo a óptica da direcção do Sporting, e que passou a fazer lei nos seus apoiantes, quem questiona, ou demonstra insatisfação publicamente acerca de um qualquer aspecto da vida do clube, está a mais e não merece ser do Sporting.
Estão a conseguir o que querem. Tal como eles pedem os “insatisfeitos” estão a deixar de lá ir. Em breve, vão estar a jogar para uns 10000 satisfeitos, mas nem aí irão abrir a pestana e a culpa há de ser sempre da relva do vizinho ser mais verde que a minha.
Quanto à entrevista de JEB, não fez melhor nem pior que em outras circunstâncias, nem disse nada de particularmente surpreendente.
O contínuo voto de confiança em PB era expectável e já é altura dos Sportinguistas se convencerem que o treinador não sai. E se conseguir assegurar o 3º lugar por exemplo, ainda cá fica para o ano que vem muito provasvelmente. E é fácil perceber porquê. A relação de grande cumplicidade que existe na administração do futebol do Sporting é fácil de perceber, já que PB tem sido o rosto de tudo, e assim encobrindo muitas coisas. É solidário com a direcção no sentido de que não faz grandes exigências e estou plenamente que nem sequer se demite porque acredita estar a fazer o melhor possível na actual conjuntura.
PB anda a ser levado na palminha das mãos há vários anos, que pela direcção, quer pela comunicação social, e a constante desculpabilização dos seus resultados à luz da “imaturidade” e menor orçamento da equipa, convenceram o próprio que não dá para fazer muito mais que o que tem.
O outro aspecto, é a total inoperância do departamento de futebol / administração da SAD, que apresentam gritantes falhas no capitulo da avaliação dos atletas, e não há indicadores que permitam aferir que teria comportamento melhor quando fosse necessário escolher um novo técnico. Assim, a manutenção do status quo é uma win/win situation para a direcção.
O Sporting é um clube continuamente adiado, no sentido em que não há modelo de desenvolvimento do negócio do futebol. O mesmo supostamente assenta na valorização da formação, mas depois assistimos a jovens promissores serem preteridos em favor de estrangeiros em fim de carreira. A prospecção não funciona, porque o clube é incapaz de contratar um jogador que gerem uma mais valia, etc.
Financeiramente, adiámos a restruturação finalmente aprovado por 5 meses. É espantoso, como algo supostamente aprovado no limite, correndo o clube perigo de insolvência se transforma em algo concretizável sine die.
As modalidades, Atletismo excluido, anda há anos em banho maria, sem ser capazes de resultados que se vejam.
As operações financeiras vêm, o património vai, tudo em nome do aumento do investimento e da capacidade competitiva, mas essa também é sempre adiada.
Tudo isto contribui para que cada vez os Sportinguistas tenham menos a que se agarrar e se sintam cada vez mais distantes do clube.